Carmen estacionou o carro na garagem. Voltou ao portão para fecha-lo, e o ferro rangeu ao mover-se. Olhou em volta da casa. Agora que seu marido estava ficando em casa, desde a demissão, tudo parecia mais bem cuidado. Marcelo podia odiar ficar em casa, mas já que estava, era visível que odiava ficar parado.
Assim que abriu a porta, sentiu o cheiro de feijão, e a panela chiando no fogo. Pendurou a bolsa nas costas de uma cadeira, e a chave do carro em um dos preguinhos, colocados ali especificamente para isso.
Encontrou Marcelo sentado no sofá, com uma caixa no colo, que encarava quase sem piscar.
— Amor? Eu cheguei — Carmen informou.
— Olá — Ele virou a cabeça para ela e deu um sorriso forçado.
— O que foi? — ela perguntou pondo a mão em seu ombro. — O que tem nessa caixa.
Ele olhou de volta para o objeto em seu colo, apertado entre suas mãos. Na tampa, duas palavras estavam pintadas em tinta vermelha: NÃO ABRA.
— Eu não sei — ele não ele respondeu.
— Quem mandaria uma caixa que você não pode abrir? — Carmen perguntou, franzindo o cenho.
Marcelo encolheu os ombros.
— Eu não sei, não tem remetente.
— Bom, deixe isso. — Carmen estalou as palmas das mãos batendo-as nas próprias coxas. — Você preparou o jantar?
— Falta pouco pra terminar — Marcelo respondeu, empurrando a caixa para o lado e se levantando do sofá.
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NÃO ABRA
Short StoryQuer um conselho? Apenas não abra. A curiosidade matou o gato. 🥇1° Lugar na categoria Conto do Concurso Palavreando 🥈2° Lugar na categoria Conto do Contest Star 🥈2° Lugar na categoria Conto do Projeto Literatura Premiada 🥉3° Lugar na categoria C...