Meu pecado.

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O padre continuava dizendo besteiras, na opinião de Jaebum. Nunca fora alguém religioso, odiava ter que ir em missas junto com seus pais. Achava uma perda de tempo total, afinal metade do que era dito entrava por um ouvido e saia por outro. Sua mãe uma vez tinha lhe dito que ir a igreja era bom, tirava todos os seus problemas e o deixava mais tranquilo, entretanto Jaebum só voltava ainda mais estressado para casa, então não acreditava em mais nada que a progenitora dizia em relação a esse assunto.

Entretanto tinha algo na igreja que sempre o atraia, e não, não era a benção de um Deus maior, e sim Mark Tuan. Ele era seu vizinho e frequentava a mesma igreja que si, então se viam em tempo integral. Contudo, Mark sempre fora muito fechado e calado, respondia perguntas com olhares expressivos e sorrisinhos meio debochados. Jaebum o adorava, encontrava no americano algo que nunca tinha visto em lugar algum. Sinceridade realmente real.

Mark não era nenhum inocente, Jaebum conseguia ver o quão desinteressado ele era sobre religião. Porém entendia que a criação do Tuan era bem mais rígida que a sua justamente por ter pais tão fechados, então qualquer passo que o Im queria dar era completamente varrido pelo pensamento de ser negado. Era pecado, afinal, como o padre insistia em repetir com uma voz serena.

Sim, era pecado, e Jaebum aparentemente amava pecar.

△ ▽

— Filho, se arrume, nós já estamos indo — sua mãe disse apressada.

— Para onde? — franziu o cenho — Pelo o que eu sei, a missa é às 8 horas.

— Vamos jantar na casa dos Tuan e depois juntos iremos juntos para a igreja — explicou — Anda, se arruma!

Se essa proposta acontecesse há alguns meses atrás, Jaebum se sentiria completamente animado, afinal iriam na casa do menino que ele secava já fazia um bom tempo, mas como agora compreendia que Mark era completamente ignorante para assuntos mais complicados então não valia a pena. Preferia ficar em casa jogando o novo Resident Evil do que ir até um jantar com gente mais velha que só sabia falar sobre religião e afins.

— Mãe, eu não estou me sentindo muito bem — mentiu — Não quero comer, sinto que isso vai piorar meu estado.

— O quê? — a mulher se virou curiosa — O que está sentindo?

— Acho que comi algo estragado — murmurou — Eu não quero sair do meu quarto hoje.

— Devemos ir até o hospital?

— N-Não! — se exaltou — Deve ser só uma dor de barriga, mãe. Dormir deve ser o suficiente para que eu melhore.

— Tudo bem então — suspirou — Eu e seu pai voltaremos mais tarde, hoje tem festa na igreja. Uma pena você não poder ir, aposto que adoraria ir a missa hoje.

— Claro — conteve um rolar de olhos — Mas haverão outras festas, mãe.

— Tem razão — sorriu — Estamos indo, então. Se cuide, qualquer coisa liga pra mim.

— Sim, senhora! — beijou a bochecha da mais velha e a encaminhou até a porta — Tomem cuidado!

— Tomaremos — acenou antes de sair.

Jaebum fechou a porta e sorriu satisfeito consigo mesmo. Era errado mentir, era pecado, mas não queria ir até a festa da igreja e também não queria ir jantar com os Tuan. A única coisa que desejava era ficar em casa, trancado no quarto, jogando Resident Evil 7 e torcendo para não morrer no jogo o tanto que já esperava. Com sorte seus pais voltariam de madrugada e com isso teria ainda mais tempo para pedir pizza ou qualquer coisa que lhe agradasse.

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