Água Morna

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Eleonor enfrentou um pesadelo muito confuso durante aquela noite, estava frio, lá fora a chuva castigava o solo, parecia até que o céu chorava, o porque desse tempo que parecia prelúdio de algum agouro, Eleonor continuou sem saber. Durante seu pesadelo ela se debatia na cama ao som de sua mãe Alícia Bernsfild cantando uma canção de ninar para o seu irmão Petter, Eleonor sempre pensava a mesma coisa ao lembrar dos olhos verdes como esmeraldas de Petter:
- Ele só tinha 4 anos. 
Ao longo do pesadelo Eleonor sabia o que iria acontecer, era o mesmo pesadelo de sempre, ela olharia na direção do seu pai o doutor Henry Bernsfild e de repente o clarão, o grito, a dor e seus olhos em direção a Petter que a olhava com os mesmos olhos verdes esmeralda de sempre, porém naquele momento pareciam olhos de fantasmas sem vida, gritos, choro e sangue, Eleonor sentiu seu corpo nos destroços do carro, ela já não via mais seu pai e sua mãe, só ela, Petter e sangue por todo o lado, logo após um golpe de vento e sentindo a água da chuva no rosto, ela desmaiou. De pronto Eleonor abre os olhos e grita deitada no quarto escuro do dormitório, ela sabia o que iria acontecer, com certeza Clarice iria aparecer batendo na porta como sempre durante os cinco anos já passados naquele dormitório, eleonor esperou e esperou e esperou mais nada da Clarice. Nesse momento Eleonor pensou, pediu, clamou a Deus para que uma alma viva aparecesse na porta do seu quarto e a salvasse do medo, qualquer pessoa.

- TOC, TOC, TOC

O Coração de Eleonor pareceu sair pela boca naquele momento.

- Clarice. (Falou Eleonor)

E sem notar, nem pestanejar, ela se jogou nos braços daquela pessoa que para ela deveria e só poderia ser sua amiga. Porém algo diferente aconteceu, Eleonor pensou: Clarice não dorme sem camisa e tão pouco seu corpo é tão quente. Logo após esse pensamento Eleonor logo imaginou que poderia ser alguém que não era muito bem a Clarice, então ao se desvencilhar dos braços da pessoa ela notou que era Toni, ao vê-lo Eleonor corou, estava de pijamas e com o corpo coberto de suor, sem falar nos olhos marejados de lágrimas.

- Clarice deve estar dormindo com essa chuva.

- Toni me desculpa, achei mesmo que fosse Clarice. (Ela sabia que estava com a voz embargada, mais precisava falar, ele a acharia louca, se não falasse).

- Tudo bem Eleonor, você não me parece muito bem, ouvi seu grito, corri mais achei mais educado bater nas porta antes de entrar.

- Você fez bem. (Eleonor notou que todo o pânico com o pesadelo, estava se esvaindo).

Eleonor e Toni ficaram conversando, ele retornou a perguntar-lhe se ela queria falar sobre seu pesadelo e seu grito mais Eleonor sempre desconversava, mudava de assunto, mudava o foco da conversa. O despertador de Eleonor tocou, ela se assustou, olhou diretamente pro despertador 03:30, estranho seu despertador nunca tocava naquela hora, ela pediu licença a Toni e correu pra desliga-lo, já bastava ela acordar Toni com seu grito não queria acordar o dormitório inteiro.

- O que uma garota faria acordada as 03:30 da madrugada? (Toni perguntou).

- Eu não sei, nunca acordei a essa hora. Que estranho, esse despertador deve estar quebrado.

Mais Eleonor lembrava e sabia sim o que uma garota fazia as 03:30, desde que dormia no seu quarto com paredes pintadas de preto e lilás com borboletas no teto, na sua casa, com Petter no quarto do lado e seus pais no outro lado do corredor, 03:30 era a hora que Eleonor temia no despertador, pois sabia que desde que seus pesadelos começaram aquela era a hora de despertar, toda noite Eleonor despertava de algum pesadelo diferente e seus pais já estavam bem preocupados com isso.
Eleonor decidiu que era melhor colocar Toni de volta no seu quarto, antes que as perguntas ficassem mais e mais constantes, ela não gostava de falar do seu acidente, Clarice nunca perguntava, sabia que doía e preferia resguardar sua amiga, Eleonor pensou que talvez ela deveria voltar a dormir na manhã seguinte ela ainda teria aula. Explicou a Toni que tudo já estava bem e pediu com muita educação que Toni voltasse a dormir, mesmo desconfiado Toni acatou o pedido de Eleonor e voltou pro seu quarto, sem antes lógico lembrar a ela que ele estaria no fim do corredor com fone de ouvidos e se ela quisesse poderia dar uma passada lá, sem cerimônia abrir a porta e chamar por ele.
Mesmo com um pedido totalmente apetitoso, Eleonor não teria cabeça pra pensar mais em nada, não depois do pesadelo, voltou pro seu quarto , acendeu a luz do abajur que ficava ao lado de sua cama, procurou seu diário e começou a escrever.

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⏰ Last updated: Apr 10, 2018 ⏰

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