Doentias Migalhas

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©Essa história foi escrita por Kaline Bogard sem fins lucrativos, feito de fã para fãs. Cópia parcial ou total, assim como o uso do enredo, está terminantemente proibido. Plágio é crime.

***

E mais uma vez estavam presos naquele ciclo que parecia sem fim. Mais uma noite estavam entregues ao vicio secreto que condenava suas almas a um abismo de culpa e escuridão do qual já sabiam não poder escapar.

Naruto avançou pela cama, posicionando-se sobre o corpo de Kiba, sem desviar da mirada intensa em momento algum. Repetia a cena comum na casa em que moravam juntos, noite após noite, numa busca por afeto. Mas buscavam o amor onde sabiam, nunca iriam encontrar.

O desejo que via refletido naqueles olhos de iris selvagens só era menor do que o desejo que seus próprios olhos explicitavam.

Não falaram nada.

Então veio o beijo. Afoito. Bruto. Violento.

As presas afiadas de Kiba machucando os lábios de Naruto, o gosto de sangue se tornando um elemento familiar no ato de luxúria.

Beijo interrompido por alguns instantes, para que Naruto ajudasse Kiba a livrar-se das roupas, peça por peça, até que seu corpo se revelasse sem pudores. Era um corpo de constituição firme, agradável ao toque, não completamente desenvolvido pela adolescência, embora já apontasse o tipo físico quando se tornasse adulto.

- Sua vez... - Kiba provocou querendo que Naruto se despisse também. Mas o rapaz segurou-lhe os pulsos com cuidado e firmeza e os empurrou de volta para a cama, um em cada lado da cabeça.

- Quietinho... - pediu e ganhou um rolar de olhos em troca, apesar de ser obedecido.

Naruto e sua maldita consciência pesada.

- Então me faça calar.

O outro balançou a cabeça, aceitando o desafio.

Voltou a beijar os lábios que adorava. Ao mesmo tempo, passou as mãos por baixo dos joelhos de Kiba e o fez flexionar as pernas, para que pudesse se encaixar melhor sobre seu corpo.

Um gemido entrecortou o beijo quando o dedo de Naruto deslizou devagar pelo períneo, até alcançar-lhe o ânus. Por um segundo encantador, Kiba teve a sensação de que teriam preliminares e momentos de carinho antes do sexo, para variar.

Esperança que logo se desfez.

Naruto usou uma das mãos para desabotoar a calça e baixá-la um pouco, junto com a boxer, o suficiente apenas para expor o membro que saltou ereto, já gotejando o pré-gozo.

Enquanto Kiba, secretamente, desejava que a intimidade fosse além do ato em si, Naruto era o contrário. Para ele, o contato de peles era aterrador. O mínimo sinal de afeto, imperdoável. Ali, na sua casa, cometiam o pior crime. A maior das traições. Enquanto tudo fosse instintivo e quase irracional, poderia lidar com o dia seguinte. Se olhar no espelho sem que a culpa em seus ombros se tornasse insustentável.

Muitos consideravam Naruto um herói. Ele sabia que a verdade estava bem, bem longe disso.

- O lubrificante... - Kiba se conformou sem sequer pôr em palavras que desejava algo mais que apenas sexo. Não serviria para nada além de causar uma briga.

- Eu sei - a voz de Naruto quase falhou. Arrastando-se um pouco, alcançou a gaveta do criado-mudo, onde guardavam o tubo de lubrificante. O folego oscilava, em antecipação. Sentia pressa, urgência. Demorar na consumação era o mesmo que abrir uma brecha para o arrependimento. Não podia pensar, sequer um ínfimo instante.

Fragile (NaruKiba)Where stories live. Discover now