❦사랑❦

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  Nunca achei sentido naquela palavra que as pessoas sempre idolatraram tanto: amor. Sempre foi apenas uma coisa que diziam para conseguir algo de você e depois te chutar, como qualquer uma outra; uma palavra sem nexo, sem verdade. Isso, até conhecer ele: Lim Changkyun. No nono ano, quando fizemos uma competição de matemática com os melhores alunos de todas as escolas e todos os alunos tiveram que ir pra não levar falta, eu o vi pela primeira vez.

  “De primeira ele se apaixonou”, você deve estar pensando, mas não, eu não o amei de primeira – o achei até normalzinho demais. O que me encantou, de fato, foi quando começaram a fazer as perguntas. Não teve uma vez que ele não apertou o botão – ou tentou – para dizer a resposta, que sempre era a certa. Sim, eu me apaixonei por sua inteligência.

  Meses depois do fim da competição, Lim Changkyun entrou na nossa escola, o único problema é que ele não saía de perto do garoto baixinho de cabelos cor de rosa, então não tinha coragem de falar com ele. Quando não era o baixinho, era um magrelo escandaloso – talvez os amigos fossem seu motivo para se transferir.

  Em um lindo dia, com os pássaros cantando em cima da cerejeira na qual eu estava deitado no tronco, algo fez sombra em mim e meus olhos que estavam fechados foram obrigados a abrir-se.

  – Posso sentar aqui?– O garoto de cabelos castanhos perguntou, sorrindo pequeno.

  Me ajeitei imediatamente e dei espaço para que se sentasse ao meu lado na grama macia do colégio, assim, Changkyun o fez. Estávamos no intervalo após o almoço, o que significava que – como era um colégio cem por cento masculino – estávamos com tempo para aproveitar a paz. E que lugar melhor do que um campo com cerejeiras em plena primavera seria melhor para aproveitá-la?

  Changkyun tinha um livro em mãos com um filósofo na capa, mas não tinha certeza se era Nietzsche ou Platão. Nunca fui fã de filosofia, de qualquer forma.

  Queria conversar com ele, essa era minha chance. Eis o problema: não fazia ideia do que perguntar. Fiz minha respiração calma e silenciosa e tomei ar para falar, mas desisti. Não queria dizer algo idiota, ainda mais na presença de um futuro Albert Einstein.

  – O clima fica mais agradável na primavera.– Changkyun comentou, com os olhos vagando pelas árvores, o que me tirou do meu transe.

  – São sim.– Disse, simples demais. Queria acrescentar algo; algo inteligente, mas só pude pensar em uma coisa:– Sabia que as flores de cerejeira caem a 5cm por segundo?

  Sabe. É claro que ele sabe disso. Quem não sabe?, me castiguei mentalmente pela minha falta de assunto. Ele riu baixo, mas eu sabia que era apenas por educação.

  – Estava esperando você vir falar comigo.– Ele despejou de uma vez e me olhou enquanto eu suava frio.– Por que não veio?

  – Eu... Não sabia o que dizer.– Falei, tentando parecer normal e dando de ombros.– Por que queria que eu fosse falar com você?

  – Minhyuk disse que você me olha muito na hora do lanche, então pensei que talvez fosse algo que queria falar e não tinha oportunidade. Talvez eu esteja enganado.– Ele colocou a mão no chão para se levantar e eu segurei seu pulso, o impedindo. Percebi que havia usado muita força, então desfiz o ato.

  – Eu queria falar com você, mas não algo específico.

  – Como assim?

  Respirei fundo, como se ao invés de oxigênio fosse coragem que eu estava inalando.

  – Eu vi você na competição de matemática, e mesmo que tenhamos levado uma surra por sua causa, eu gostei. Sempre odiei matemática tanto quanto odiei ir a lugares por obrigação, mas você mudou parte da minha percepção. Era tão inteligente e seguro do que dizia que eu achei até que estivesse lendo em alguma placa atrás da platéia com as respostas e cálculos exatos, e eu acho que é esse o tipo de amigo que eu quero.

  Ele continuou me olhando. Não estava esperando que eu prosseguisse ou me julgando, estava me analisando. Analisando para ver se o que eu dizia era mentira e analisando para ver se eu poderia mesmo ser um bom amigo para si.

  Seu período em silêncio me deu tempo para reparar em mais uma coisa: sua beleza. Ele era tão lindo, tão pálido e tão meigo, ainda assim, de um jeito seguro, como um adulto. Tinha um brilho em seus olhos que só se comparava ao de seu sorriso que apareceu quando passamos muito tempo em silêncio. Não, eu não percebi. Sim, eu quis continuar.

  Sem pensar em nada, coloquei as mãos em seu rosto. Minhas palmas passearam pelas suas bochechas e meus polegares passaram por cima de seus lábios. Eram tão macios que poderia beijar, apenas para saber se eram tão doces quanto aparentavam. Gosto de morango, chutei em meus pensamentos. Eram tão vermelhinhos e fofos.

  – Hyung...?– Changkyun me chamou e novamente saí de mais um transe. Tirei as mãos de seu rosto e as juntei em cima das pernas.

  – Perdão.– Ele riu do meu jeito desajeitado e segurou uma de minhas mãos, me fazendo o olhar.

  – Quer mesmo que eu seja apenas seu amigo?

  Pensei por um segundo. Novamente, seus lábios me convidavam de uma forma irresistível.

  – Não.– Respondi, no calor do momento.

  – Quer que eu seja mais?

  – Sim.

  Minhas respostas, mesmo que simples, eram rápidas e seguras. Eu sabia o que estava dizendo, sabia no que poderia resultar e sabia que aquilo não me importava; eu apenas queria ter seus lábios nos meus naquele momento.

  – Talvez isso seja possível.– Changkyun sorriu e eu encarei como um convite. Ignorando qualquer alma viva que pudesse estar nos olhando naquele momento, o beijei. Não era tão calmo, não era tão leve, eu realmente precisava daquilo. Primeiro com uma mão em seu rosto, depois com as duas.

  Errei o seu sabor: tinham um sabor leve entre amora e framboesa que ficava mais saboroso ao que eu podia chupar e morder seus lábios fininhos e macios. Não precisei colocar a língua dentro de sua boca; tudo que queria estava concentrado em seus lábios.

  Movimentei meus lábios nos seus enquanto ele acompanhava em um ritmo mais lento e menos desesperado que o meu. Ele não fugiu, pelo contrário, retribuiu o que fiz, o que só poderia significar que eu tinha chance.

  – Você gostou?– Perguntei. Eu realmente precisava saber.

  Ele mordeu o lábio e arrumou sua postura por um breve momento, então deitou a cabeça em meu ombro.

  – Nada mal pra um primeiro beijo.

  – Como sabe que é meu primeiro beijo?

  – É o seu também?– Nos olhamos de um jeito cômico e rimos. Os lábios dele nunca haviam sido tocados pelos de outra pessoa, o que significava que o privilégio seria sempre meu.

  Um sentimento começou a crescer no pé da minha barriga, depois fez minhas pernas tremerem um pouco – mesmo sentado, pensei que poderia cair. Minha visão se tornou apenas de Changkyun e de seu rosto doce e angelical. Com um tempo, eu já era completamente submisso a seus desejos e vontades.

Então... isso é amor?

❀❦FIM❦❀


OLHA EU DE NOVO!
OneShotzinha dedicada especialmente a kiwihyun Sz
FELIZ PÁSCOA E DIA DA MENTIRA
MUITOS VIEWS EM JEALOUSY!!

Love ❦ JooKyunOnde histórias criam vida. Descubra agora