— Estou cansada disso! Eu não vou! - Exaspera Justine, minha irmã de 13 anos, baixinha, com os cabelos lisos -chapinha agradece - e ruivos, de olhos verdes. Ela tem um olhar cansado mesmo, descobrimos que ela tem leucemia e já fazem 8 meses que estamos levando ela no hospital, para fazer quimioterapia.
Ela era uma garota sempre muito ativa, alegre, mas depois de uns tempos, percebemos que ela andava sempre cansada, com dores de cabeça, estava sempre ofegante e com anemia, quando levamos no hospital e recebemos o diagnóstico, foi horrível. Era como se nosso mundo tivesse acabado! Minha mãe que já trabalhava muito como perfumista, agora ela estava a todo vapor. Mal parava em casa para ter condições de guardar dinheiro para os remédios de Justine.
— Eu sei, mas você tem que ir e não estou pedindo. - Respondi, levantando a bolsinha preta de Justine, para ela pegar.
Estavamos na lista de espera para um doador de medula óssea, mas tem muito mais pessoas na nossa frente, ela mesmo já estava conformada de que iria morrer, e por isso sempre jogava a doença na mesa, para conseguir tudo que quisesse.
— Você sabe o quanto é doloroso pra mim ir? - Ela revira os olhos, e anda até ficar perto de mim, sou mais alta que ela, não muito, mas sou, vejo seu braço magrelo estender, pedindo a bolsa, dou um sorriso sem mostrar os dentes, é doloroso para mim também, ver ela tão desabilitada, ela, que gosta tanto de ser a rainha da casa, tem que receber ordens e fazemos coisas e levarmos ela para lugares que ela não pode ir sozinha, ela olha para cima, com a típica cara de tédio que faz. — Se eu morrer lá vai ser por sua culpa, eu poderia ficar em casa, descansando, assistindo reality show's.
— Claro que poderia, vamos logo que o motorista já está ali na frente. - Ela vai até a porta de madeira, abrindo, eu me viro, indo até minha mochila, que deixei no chão, coloco no ombro, não está muito pesada, era só o primeiro dia de aula, nesse colégio novo.
O uniforme era uma saia de pregas, xadrez cinza com branco, um confortável e quentinho cardigã de lã, cinza, com duas listras nos braços, ele tinha um decote V, o primeiro botão começava na cintura e o segundo um pouco abaixo do umbigo e era só, não tinha outro botão, por baixo eu usava uma camisa social, branca e uma gravata do mesmo tecido da saia. Era obrigatório usar o uniforme, com meias, brancas ou preta, ¾, ⅞ ou a soquete até o ossinho do pé. A mochila era padrão também, preta, vinho ou branca.
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Valentina - Consulado da Supremacia
Teen FictionO que você faria para salvar quem ama? Valentina tem a chance de salvar sua irmã de uma doença fatal, mas para isso precisará espionar pessoas importantes, descobrir seus segredos e chantageá-los com isso. Convocada para fazer parte de um seleto gru...