E toda vez que você me disser Oi

Único; Oi

Sana sempre soube que Mina era densa, mas não esperava que a garota fosse tão densa assim.

Já tinha feito de tudo.

Mas parecia que a japonesa levava tudo na esportiva, ou pior, como coisas que amigos sempre fazem.

— Mina, pelo amor de Deus, amigos não fazem as coisas que eu quero fazer com você… — Sana reclamou e choramingou.

Não era ruim ser amiga da mais nova, era incrível! Adorava a companhia da garota, poderia ficar horas com ela, conversando ou apenas aproveitando a presença da mesma.

Mas seu peito não aguentava mais, queria gritar para Mina que a amava de um jeito diferente e bem, conforme o tempo passava, o medo de que a garota se apaixonasse por alguém ocupava sua mente.

— Meu Deus… — Estava jogada na sua cama, refletindo sobre o que fazer sobre isso.

Estava cansada.

A sensação de andar tão perto da garota e não poder beijá-la.

— Por quê?! — Gritou e se jogou de cara no travesseiro, gritando o mais alto que podia.

Estava se sentindo mal por pensar nisso, mas não aguentava mais, era um tanto doloroso.

Mas...

Como se afastar de Mina?

Havia se acostumado com a presença da garota.

Lembrou de Jeongyeon, a garota falou que existiam algumas coisas que faziam ela perder o interesse em conversar com alguém.

"Quando demoram para me responder ou me respondem de forma seca, eu já fico bem bads"

Certo, teria que fazer isso.

Mas era tão raro Mina puxar assunto.

— Sana, isso é por um bom motivo… — Murmurou. — Você precisa se afastar um pouco, ficar grudada nela assim só vai fazer você se apaixonar mais e mais, até você explodir de amores por aquela emo linda, sexy e perfeita.

Suspirou.

Mina era o amor da sua vida, era injusto alguém tão perfeito assim existir.

Só de pensar em escutar a voz de Mina toda manhã, já se sentia nas nuvens.

Mas não.

Precisava se afastar, isso estava saindo do controle.

Não podia simplesmente continuar grudada nela sem controlar seus malditos sentimentos.

— Certo, demorar pra responder e ignorar.

Pegou o celular e ficou encarando o chat de Mina.

— Mas será que ela vai me chamar? — Indagou.

Não tinha como ignorar alguém que não puxava assunto com ela.

— Certo, eu não vou conseguir nada ficando grudada no celular assim… — Falou e respirou fundo. — Vou cochilar.

•°•

Escutou um toque especial, significava que Mina tinha mandado mensagem.

Levantou tão rápido que sua visão ficou completamente escura.

Viu o simples ‘oi’ da garota e começou a digitar loucamente.

Não estava em seu melhor estado e estava alterada pela soneca mal dormida.

Nem sabia nem dizer se realmente estava acordada.

Só voltou a si quando estava prestes a apertar o botão enviar.

"Meu Deus! Eu tenho que ignorar ela e mandar só um oi."

— Certo. — Murmurou e enviou o ‘oi’, e logo desceu para a cozinha.

Precisava de um copo d'água pra se estabilizar.

Quando voltou, seu coração quase pulou pela boca.

Seu celular estava quase caindo de tanto vibrar.

Esse era o efeito de mandar um oi seco para a Mina?

— Meu Deus, o que está… — Parou de falar quando leu o chat.

Okay.

Tinha mandado o ‘oi’, mas não tinha apagado nada que tinha digitado antes disso

[Sana: Mina-chan, eu não aguento amsi, pelo amor de Deus eu te amo muito, será que a gente pode dar uns beijo debaixo de uma arvre? Te amo, vamo namorar, não aguento mais isso, meu coração não ageutna, meu deus o que eu tô falandokkk, vo apagar
Oi]

Definitivamente tinha mandado mais que um oi.

[Mina-chan <3: ?
                             ???????????????
                                       ? sana????]

Sana ficou sem reação.

Mina só tinha mandado várias interrogações e ficado offline.

Ou seja, nem adiantava mais apagar a mensagem.

— Oh não, oh não, oh não! Sana era pra você ignorar, não se declarar! — Reclamou e agarrou o travesseiro, o aproximou do rosto, novamente gritando contra o mesmo.

Parou de gritar quando escutou a campainha, e logo ouviu alguém subir as escadas.

Sua mãe havia deixado a porta aberta?

Será que agora seria morta?

Mas por que tocaram a campainha?

Bom, já estava tudo ferrado mesmo.

Simplesmente se jogou na cama e fechou os olhos, aceitando seja qual  fosse o seu destino.

Ouviu a porta abrir devagar e nem sequer olhou quem era.

— Sana-Chan… — Escutou a voz de Mina e continuou de olhos fechados.

— Não acredito que você realmente gosta de mim assim. Sério, eu queria muito que isso não fosse uma pegadinha de Primeiro de Abril. — Mina murmurou e Sana franziu o cenho.

— Primeiro de Abril?! — Sana perguntou confusa, levantando-se da cama e quase matando Mina de susto.

— Estamos em Abril?! — Sana perguntou e Mina assentiu lentamente.

— Espera... Você não sabia? Então, não era brincadeira? — Mina perguntou e Sana negou com a cabeça.

— Você quer ser minha namorada de verdade ou isso foi sua brincadeira de primeiro de abril?! — Sana perguntou confusa.

— Era brincadeira porque eu achei que você estava brincando! — Mina falou e Sana a olhou confusa.

— Então isso quer dizer que você quer ser minha namorada ou não!? — Sana perguntou confusa.

— Quero! — Mina falou e bufou.

— Então tá!

Ficaram alguns minutos em silêncio se encarando e logo começaram a rir.

— Então … — Mina falou e olhou para o outro lado. — Nós podemos ir agora para debaixo de uma árvore.

— Não! — Sana falou e Mina a olhou confusa.

— Já enrolamos demais! Pode ser aqui mesmo. — Sana falou e praticamente se jogou na mais nova.