saudades

1.

Ele sentia saudades de Jaemin.

Jaemin era seu sol.

Renjun se sentia um completo inútil por não ter conseguido ajudar o outro, por mais que tentasse, Jaemin não deixava.

Jaemin sofria.

Renjun não via.

Jaemin não era feliz.

Renjun era a alegria em pessoa.

Jaemin chorava todos os dias.

Renjun não tinha motivos 'pra chorar.

Renjun estava vivo.

Jaemin estava morto.

Renjun não sabia quase nada de Jaemin, admitia, mas sempre que tentava saber de algo, Jaemin nada respondia ou dava respostas curtas.

Jaemin não queria que Renjun soubesse o que passava.

O dia em que foi visitar Jaemin e o encontrou jogado no chão do quarto chorando, foi expulso da casa do outro pelo mesmo e Jaemin o proibiu de ir a sua casa. Esse dia não saía de sua cabeça.

Aquela semana também não.

A semana em que Jaemin apareceu na escola com alguns machucados no rosto, Renjun perguntava a Jaemin todos os dias o que tinha acontecido, mas nada era respondido.

Uma semana depois, Jaemin sumiu.

Sumiu e não voltou por duas semanas.

Foi numa quinta-feira que o coreano deu sinal de vida, ele bateu na porta da casa de Renjun.

O mais novo estava sujo e cheirando a cigarro, Renjun queria perguntar por qual razão o outro tinha sumido, mas sabia, sabia bem que não iria receber respostas.

Cuidou do outro, com a ajuda de sua mãe, até que ele estivesse bem.

Em todos aqueles dias na casa de Renjun, Jaemin não abriu um sorriso sequer.

Aquele sorriso maravilhoso, maravilhoso ao ponto de fazer o coração de Renjun disparar.

O sorriso de Na Jaemin era a coisa mais linda e brilhante que Huang Renjun já tinha visto.

Mas aquele sorriso não poderia mais ser admirado, o dono dele não estava vivo.

Jaemin levou toda a alegria de Renjun consigo, para debaixo da terra.

A alegria de Renjun? Estava morta, junto com Jaemin.

Não era fácil.

Era doloroso.

Era sufocante.

Era triste.

Era tudo, menos feliz.

Renjun estava entrando em depressão e o fato de ficarem falando sobre Jaemin pelos corredores da escola, só pioravam as coisas.

Ele queria estar ao lado do melhor amigo, num lugar melhor e longe daquele inferno.