Capitulo 2 | O reencontro com o peão rústico

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Saí do carro, ele me deixou naquela praça frio da região central de São Paulo, ainda não sei descrever como eu me sentia, não sei se fui usado, se me deixei usar, se estava fascinado por aquela situação, me sentei num banco e respirei um pouco, mas não dava pra pensar muito, estava esquisito e amanhã era dia de trabalho para o gato borralheiro. Segui pra casa, subi as escadas daquele velho prédio com o pensamento a mil por hora. Abri a porta e nem liguei pra toda aquela bagunça, conheci um cara delicioso, bruto, que me tratou mal, mas me deixou louco. Deitei e dormir com aquela roupa e o cheiro do motel.

Já era dia seguinte quando acordei e percebi que estava excitado, e o pensamento logo veio com o tal peão, estava sentindo a sensação de que ele estava pensando em mim, mas foi pior, olhei para o relógio e percebi que eu estava atrasado, um pobre plebeu apaixonado, cheio de contas e atrasado, me aprontei em poucos minutos, mal tomei banho e me vesti, já estava saindo de casa para pegar o ônibus. Corri e para minha sorte quando cheguei no ponto ele estava chegando. Fiquei em pé dentro daquele coletivo já apertado numa manhã de quarta-feira, mas nem me importava, meu pensamento era no meu peão, será que ele estava pensando em mim? Será que ele tinha gostado da noite anterior? Será que iriamos nos ver? Como ele não me deu seu numero só me restava torcer pra que ele estivesse lá no horário marcado, e será que eu iria? Ele foi tão bruto comigo.

Cheguei no trabalho, era sorriso pra todo lado, acho que foi o dia em que melhor tratei os clientes em todos aqueles anos que eu estava ali, dei bom dia, sugestões, terei todas as dúvidas que podia, mas o tempo não passava, já tinha atendido inúmeros clientes e meu chegou o meio-dia, a tarde então foi uma tortura, mas em fim, chegou as 18:00h e eu enfim pude sair. Corri para o banheiro do shopping, me aprontei, me perfumei e corri feito um louco para o local onde ele me deixou e disse que me encontraria.

Cheguei rápido, 18:20h já estava eu lá sentado na frente do shopping sem na verdade saber se ele iria aparecer, as pessoas passavam, alguns eu conhecia do trabalho, já estava envergonhado daquela situação, o tempo foi passando, chegou as 19:00h e nada do peão, passou mais 5 minutos e eu não saia de lá e nada dele, mais 10 minutos e nada dele, chegou 19:30h e nada, continuei sentando, já estava certo de que quem nasce pra plebeu, vai ser sempre plebeu. Quando de repente passa a moça que trabalhou comigo aquela tarde e pergunta:

- Ainda ai?

- Sim, esperando um amigo – Respondi eu morrendo de vergonha.

Ela olhou pra mim com uma cara de riso e descrença e completou seguindo em frente.

- Sei...

Aquilo me bateu no peito como um gele, quando de repente ouço uma buzina louca "Fomfom!". Olhei pra o outro lado da pista, era ele o meu peão me chamando:

- Bora? Vamos? O senhor tá atrasado! – Disse ele mais uma vez com aquela voz de macho.

Sai atravessando a rua feito um louco com o coração saindo pela boca, já excitado, com a alegria de uma criança que ganha o melhor vídeo game do mundo, mas se eu não tinha ganho um jogo, a coisa que eu iria brincar era muito boa.

Entrei no carro e para meu delírio o cheiro de suor de macho invadiu minhas narinas, um super misto de homem trabalhador, cheiro de cavalos, de roça e aquele homem com a voz grossa hoje mais falante que na noite anterior me perguntando como foi meu dia e eu respondi que foi bom, que trabalhei muito, quando prestou melhor atenção, ele estava dirigindo pelas ruas de São Paulo, todo suado e sujo, abrindo o zíper da calça, um jeans velho revestindo um par de pernas grossas, quando salta um cacetão pra fora e ele de forma mandona ordena:

- Vem macho, cai de boca logo aqui que "tô" sem tempo!

O cara bruto estava de volta, ainda fui questionar.

- Mas aqui na rua. Alguém pode ver!

- Vem, chupa logo essa porra fresco! Caralho!

Completamente intimidado, mas tarado por aquela rola eu me pus a chupar, era grande, grossa, tinha cheiro de suor e urina, mas tinha bolas grandes e uma cabeça maravilhosa, preenchia toda minha boca. Mamava muito, passava a língua e ele me humilhando, me chamando de viado, de fresco, me mandando chupar mais, quando o carro parava em algum sinal ele empurrava minha cabeça com toda força pra engolir todo aquele cacete, aquilo me deixava sem ar, quando menos esperei ele segurou minha cabeça de vez e inundou minha boca de porra, tentei sair, tirar minha cabeça daquele chafariz de porra, mas ele era bem mais forte que eu, bruto, me obrigando a engolir tudo. Fiquei envergonhado, me recoloquei no banco me sentindo humilhado mais uma vez, sei lá, era estranho. Ele então seguiu com o carro para o mesmo lugar que me deixou na noite anterior sem dizer uma palavra, eu pensava que aquela seria a noite dos sonhos, mas o cara só me usou, me humilhou, ele então estacionou o carro.

- Foi muito bom cara, você tem uma boca maravilhosa, me dá teu numero de telefone ai!

Aquilo não foi um pedido, foi uma ordem, ainda pensei em dar o numero errado, afinal, criei toda expectativa para aquela noite e nem gozei, o cara não pensou em mim um minuto, mas não sei porque eu dei o numero correto e ele falou.

- Massa, quando eu tiver afim, eu te ligo!

Fiquei pasmo olhando pra ele, sem saber o que dizer e já fora do carro, vi ele saindo sem olhar pra trás como se tivesse deixado ali um estranho, uma prostituta que ele usou e estava ali descartando. Foi pra casa desolado, cansado, frustrado, com vontade de chorar. Cheguei em casa, tudo bagunçado, roupas jogadas, roupa suja pra lavar, a solidão, a cama e no dia seguinte, mas um dia de trabalho.

CONTINUA...

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⏰ Last updated: Apr 30, 2018 ⏰

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MEU PEÃO, UM VIDA DE MENTIRASWhere stories live. Discover now