Sempre

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Era uma noite fria, onde o vento soprava forte e cortante, assobiando por entre as árvores. O homem tentava correr, mas era em vão, pois depois de 3 facadas, uma nas costas, uma no abdômen e outra na coxa, essa era uma tarefa quase impossível.

Logo atrás de si, ele já podia escutar o som dos saltos agulha contra o pavimento se aproximando, o pânico se instalara em seu coração. A cada passo que dava, uma onda de dores indescritíveis reverberava por todo seu corpo. O homem não tinha forças nem para gritar, então sua única alternativa era, simplesmente tentar fugir.

A poucos metros de distância, a bela jovem se divertia com a cena, exibindo um pequeno e sarcástico sorriso sádico nos lábios. Uma mão estava no bolso, e a outra segurava uma de suas lâminas mortais, nada sobrevivia a um encontro com qualquer uma delas, a não ser que a própria assassina quisesse. Ela sabia do que era capaz e se orgulhava disso, com seus 24 anos, Rey era a mais nova da organização, e já era super admirada por todos pela sua técnica e precisão em campo.

O homem olhou rapidamente para trás, e viu, que para seu espanto, a jovem ainda o seguia a passos lentos, parecia que ela estava se deleitando com a situação. Ele sabia quem a mandara, sabia de seus erros, mas não estava preparado pra morrer, não daquela maneira pelo menos. Tentou inutilmente acelerar o passo e recebeu uma advertência dolorosa do corpo. Já perdera muito sangue, e se não encontrasse ajuda logo, tudo estaria perdido.

Alguns metros a frente, avistou uma igreja em meio a rua deserta e sombria, havia luzes acesas dentro da mesma, fazendo seu coração se encher de expectativa. Ignorando a dor lancinante, o homem se obrigou a tentar correr, e ganhou um pouco de velocidade. Se adentrou no perímetro da igreja, e com o coração batendo mais rápido que a bateria de uma banda de rock, e a respiração extremamente pesada, ele pisou nas escadas do deck de pedra.

Estava a um passo de abrir a porta quando sentiu a terrível dor de algo perfurando profundamente suas costas. O homem não conseguiu gritar, apenas caiu de joelhos com a boca formando um "O" de pânico, e depois de bruços, absorvendo todo o choque e dor do que estava acontecendo. Depois de alguns segundos ele lentamente se virou de barriga pra cima e encarou a sua carrasca, linda como um sonho, tentadora como um beijo, mortal como uma serpente.

Ela sorria, vitoriosa, era assustador a maneira como ela o encarava, havia prazer em seus olhos, e aquilo fez o homem estremecer de medo.

Ofegante, ele parecia a criatura mais vulnerável do mundo, e aquilo divertia Rey, ela gostava da ideia de "Brincar de ser Deus", decidindo quem vivia ou não.

- Uma igreja?-ela olhou a estrutura.- Que poético.-o sarcasmo em sua voz era cruel.

- Vai pro inferno.-o homem ousou dizer, engasgando em seu próprio sangue.

Rey riu, se abaixou sob as botas de cano alto, e sem que o homem percebesse, tirou uma de suas facas do cinto especial.

- Ah meu querido.-ela sorriu friamente.- Eu já vivo nele.-ela sussurrou antes de passar a lâmina em seu pescoço rápida e precisamente, arrancando dele a mais pura expressão de terror.

Enquanto via a vida se esvaindo pela garganta do homem, Rey se levantou, e limpou suas lâminas, para em seguida, como se nada tivesse acontecido, sair dali calmamente, com o vento a bagunçar-lhe os cabelos

***

Na sala privada da casa noturna, quatro homens jogavam poker silenciosamente. O mais sério, era o novato, um moreno alto, forte e intimidador. Ele basicamente não falara desde que o jogo começara, e talvez fosse por essa razão que estivesse ganhando. Acumulando um total de 800 dólares, ele se vangloriava com pequenos e discretos sorrisos a cada jogada bem sucedida, e isso não estava agradando nenhum pouco os outros 3.

Fight for UsWhere stories live. Discover now