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A HISTÓRIA ATÉ AQUI
Após o seu sono centenário, a Bela Adormecida abriu os olhos com o beijo do príncipe, apenas para se descobrir despida de suas roupas e com seu coração, assim como o corpo, sob o controle de seu libertador. Imediatamente, Bela foi declarada escrava sexual nua do príncipe, e seu destino era ser levada para o reino dele.
Com o grato consentimento dos pais dela, Bela, inebriada de desejo pelo príncipe, foi então conduzida à corte da rainha Eleanor, mãe dele, para ser mais uma serviçal entre as centenas de príncipes e princesas nus, distrações da corte até o momento que deveriam ser recompensados e enviados de volta aos seus reinos.
Fascinada pela severidade do salão de treinamento, do salão das punições, pelo suplício da senda dos arreios e por seu próprio desejo crescente a satisfazer, Bela continuou a ser a indiscutível favorita do príncipe e o deleite de sua por vezes senhora, a adorável e jovem lady Juliana.
Mesmo assim, não conseguia ignorar sua paixão secreta e proibida pelo belo escravo da rainha, príncipe Alexi, e, finalmente, pelo príncipe Tristan, escravo indisciplinado.
Após ver o príncipe Tristan entre aqueles que caíram em desgraça no castelo, Bela, no que pareceu um momento de inexplicável rebeldia, atrai para si a mesma punição destinada a Tristan: ser expulas da luxuriante corte, rumo à degradação do trabalho pesado na aldeia próxima.
No ponto em que começa nossa continuação, Bela acabou de ser colocada na carruagem com Tristan e os outros escravos
em desgraça para ser levada pela longa estrada rumo a pra a de leiloes do mercado da aldeia.
OS PUNIDOS
A estrela da manhã esvanecia no céu violeta enquanto a enorme carroça de madeira, repleta de escravos nus, avançava lentamente sobre a ponte levadiça do castelo. A tropa de cavalos brancos trotava constante, mas com dificuldade, rumo à estrada sinuosa, e os soldados conduziam suas montarias próximas às grandes rodas de madeira, para mais precisamente atingir com o estalar de seus chicotes as pernas e as nádegas nuas dos príncipes e princesas escravos, que gemiam.
O grupo se espremia freneticamente sobre as tábuas ásperas, as mãos atadas atrás das nucas, as bocas amordaçadas e abertas por pequenas tiras de couro, peitos inchados e nádegas avermelhadas tremendo.
Alguns olhavam desesperados para as altas torres do obscuro castelo. Mas parecia que ninguém estava acordado para ouvir seus gritos. E mil escravos obedientes lá dormiam, nos lençóis de seda do salão dos escravos ou nos suntuosos quartos de seus senhores e senhoras, despreocupados em relação àqueles incorrigíveis que agora eram despachados na sacolejante carroça de laterais altas que rumavam em direção ao leilão da aldeia.
O comandante do comboio sorriu consigo mesmo ao ver a princesa Bela, a mais querida escrava do príncipe real, se esgueirar para a figura alta e musculosa do príncipe Tristan. Ela fora a última a ser embarcada na carroça. Que escrava adorável era ela, pensou ele, com sua boquinha se esforçando para beijar Tristan apesar da tira de couro que a amordaçava. E como o desobediente Tristan poderia, com as mãos atada à
nuca tão firmemente como qualquer outro escravo, confortá- la agora?, perguntou-se o comandante.
Ponderou consigo mesmo se deveria interromper aquela intimidade ilícita. Bastava puxar Bela para longe do grupo e abrir suas pernas, enquanto ele a inclinasse sobre a murada da carroça, surrando seu sexo latejante com seu cinto, punindo-a pela indecência. Talvez Tristan e Bela devessem descer e ser chicoteados atrás da carroça para aprenderem a lição.
Mas na verdade o comandante sentia um pouco de pena dos escravos condenados, tão mimados, mesmo dos voluntariosos Bela e Tristan. Por volta de meio-dia, todos seriam vendidos na praça, e aprenderiam muito durante os longos meses de verão trabalhando na aldeia.
O comandante deu então a volta na carroça, atingindo outra suculenta princesinha com seu cinto, castigando os rosados lábios de sua vagina que surgiam sob um ninho de lustrosos cachinhos negros; e bateu o cinto com toda a força quando um príncipe de longos braços e pernas tentou protegê-la.
Nobreza mesmo na adversidade, riu sozinho o comandante, dando ao príncipe exatamente o que merecia com seu cinto, divertindo-se ainda mais quando vislumbrou o membro duro e torto do rapaz.
Aquele lote era bem treinado, admitiu ele, as adoráveis princesas com seus mamilos durinhos e rostos afogueados, os príncipes tentando esconder os pênis latejantes. E mesmo com a pena que sentia, o comandante não conseguia deixar de pensar no júbilo dos aldeões.
Durante todo o ano, os aldeões economizavam para esse dia, quando bastava um punhado de moedas para poder comprar, por todo o verão, um escravo mimado que fora escolhido para a corte, treinado e arrumado por ela, e que agora deveria obedecer à criada de cozinha ou criado de estábulo de nível mais baixo que oferecesse o bastante no leilão.
E que grupo sedutor formavam dessa vez, seus braços e pernas arredondados ainda cheirando a perfume caro, os pelos pubianos ainda penteados e untados com óleo, como se fossem ser apresentados à própria rainha, e não a milhares de aldeões ávidos e lascivos. Sapateiro, taberneiros, comerciantes os aguardavam, determinados a exigir trabalho duro em troca de seu dinheiro, assim como beleza e submissão miserável.
A carroça balançava os escravos, que gritavam e caíam uns sobre os outros. Agora, o castelo distante não passava de uma sombra cinzenta contra o céu iluminado, seus vastos jardins de prazer escondidos pelos altos muros que o cercavam.
E o comandante sorriu ao cavalgar mais perto do emaranhado de pantorrilhas bem torneada e pés arqueados na carroça, vendo meia dúzia de desgraçados esplêndidos pressionados contra a murada da frente sem esperanças de escapar do cinto dos soldados enquanto os outros se amontoavam sobre eles. Tudo o que podiam fazer era se contorcer sob a divertida agressão, quadris, costas e barrigas expostos novamente ao estalar dos cintos enquanto baixavam o rosto manchado de lágrimas.
Era uma visão realmente sedutora, que se tornava ainda mais sedutora, talvez, pelo fato de que eles não sabiam o que os aguardava. Não importava o quanto os escravos da corte
fossem alertados sobre a aldeia, nunca estavam realmente preparados para o choque que os esperava. Se soubessem, jamais teriam arriscado desagradar a rainha.
Que chorem agora, pensou o comandante. Deixe que se contorçam enquanto o sol surge por entre as colinas verdes e a carroça corre ainda mais rápido pela longa estrada até a aldeia. Que a linda e pequena Bela e o majestoso Tristan fiquem perto um do outro em meio ao empurra-empurra. Logo descobririam o que haviam provocado a si mesmos.
Dessa vez, ele poderia até ficar para o leilão, pensou o comandante, pelo menos o suficiente para ver Bela e Tristan, sendo separados e levados um atrás do outro até a praça como mereciam e então vendidos a seus novos donos.
BELA E TRISTAN
-Mas, Bela, por que você fez isso? – sussurrou Tristan. – Por que resolveu deliberadamente desobedecer? Você queria ser mandada para a aldeia?
Ao redor deles na carroça, príncipes e princesas choravam e gritavam desesperançados.
Porém, Tristan conseguira afrouxar a tira de couro que o amordaçara, deixando-a cair no chão. E Bela conseguiu fazer o mesmo, livrando-se do cruel utensílio com a ajuda de sua língua e cuspindo-o em delicioso desafio.
Afinal, que diferença fazia se eram ou não escravos condenados? Haviam sido dados por seus pais, como tributos totalmente despidos, à rainha, receberam ordens para obedecer durante os anos de serviço. Mas haviam fracassado. Agora estavam condenados ao trabalho pesado e ao uso cruel por pessoas comuns.
-Por quê, Bela? – pressionou Tristan. Mas, mal repetira a pergunta, cobriu a boca aberta de Bela com a sua, e a moça nada podia fazer além de receber o beijo, se equilibrando nas pontas dos pés, o membro de Tristan erguendo seu sexo molhado que clamava por ele desesperadamente. Se suas mão não estivessem amarradas, se pudesse abraçá-lo!
De repente, os pés de Bela não tocavam mais no chão da carroça e ela caiu para a frente, contra o peito de Tristan, cavalgando-o, a pulsação dentro dela tão violenta que obliterava os gritos e as pancadas barulhentas dos chicotes dos soldados montados, e ela sentia sua respiração se esvanecer.
Parecia que flutuaria eternamente, destacada da realidade da imensa carroça de madeira rangente, dos guardas provocadores, do céu pálido arqueando-se sobre as suaves colinas escuras e do obscuro perfil da aldeia ao longe, sob a névoa azulada. Não havia sol nascente, bater das ferraduras dos cavalos, membros macios de outros escravos amassados contra as suas nádegas doloridas. Havia apenas um órgão que a dividia ao meio, a levantava e então a levava a uma silenciosa, mas ensurdecedora explosão de prazer. Suas costas estavam arqueadas, suas pernas esticadas, seus mamilos latejavam contra a carne quente de Tristan, sua boca preenchida pela língua do rapaz, tudo ao mesmo tempo.
E em meio ao êxtase, sentiu os quadris de Tristan entrarem em seu irresistível ritmo final. Ela não suportava mais, ainda que o prazer fosse fragmentado, multiplicado, invadindo-a sem cessar. Em algum lugar além do pensamento, sentiu que não era humana. O prazer dissolvera a humanidade que conhecia. E não era a princesa Bela, levada para servir como escrava no castelo do príncipe. Mas talvez fosse mais correto dizer que era, já que esse prazer excruciante fora aprendido lá.
Ela conhecia apenas a pulsação suave e molhada de seu sexo e o órgão que a erguia e segurava. E os beijos de Tristan, que ficavam mais ternos, mais doces, mais longos. Um escravo chorava pressionando suas costas, carne quente contra a sua. Outro corpo morno esmagava seu lado direito, cabelos sedosos esfregavam seu ombro nu.
- Mas por quê, Bela? – Tristan sussurrou novamente, seus lábios ainda tocando os dela. – Você deve ter fugido do príncipe deliberadamente. Você era admirada demais, perfeita demais. –Seus profundos olhos de um azul quase violeta eram
pensativos, meditativos, relutavam em revelá-lo completamente.
Seu rosto era um pouco mais largo que o da maioria dos homens, de ossatura forte, perfeitamente simétrico, ainda que os traços fossem quase delicados, e sua voz era baixa e mais assertiva que a da maioria dos senhores de Bela. Mas não havia nada além de intimidade naquela voz e isso, além dos longos cílios de Tristan, dourados sob a luz do sol, dava ao rapaz um ar de encanto. Ele falava com Bela como se sempre tivessem sido parceiros escravos.
- Não sei por que fiz aquilo – respondeu Bela, sussurrando. – Não consigo explicar, mas, sim, deve ter sido deliberadamente. – Ela beijou o peito dele, encontrou rapidamente e beijos seus dois mamilos, e então os chupou com sede, um após o outro, e logo sentiu o órgão indo e voltando novamente dentro dela, apesar de ele suplicar a ela suavemente por misericórdia.
É claro que as punições do castelo haviam sido luxuriantes, que fora excitante ser o brinquedinho de uma corte rica, ser objeto de atenção constante. Sim, aquilo fora apaixonante e confuso, assim como as tiras, chicotes e cintos de couro bem talhados que aquilo causara, a disciplina rígida que tantas vezes a fizera chorar e perder o fôlego. E os perfumados e mornos banhos que se seguiam, as massagens com óleos cheirosos, as horas de meio sono nas quais ela se atrevia a não contemplar as tarefas e provações que a esperavam.
Sim, aquilo fora emocionante, sedutor e até mesmo assustador.
E é claro que ela amara o príncipe, alto e de cabelos negros, com suas misteriosas insatisfações, e a doce e adorável lady
Juliana, com sua bela trança loura. Ambos haviam sido torturadores talentosos.
Então por que Bela jogara tudo aquilo fora? Por que, quando ela vira Tristan na estacaria com a multidão de príncipes e princesas desobediente, todos condenados ao leilão na aldeia, desobedecera deliberadamente para partilhar o destino deles?
Ela ainda lembrava a breve descrição que lady Juliana fizera do que os esperava:
 “Esse é um serviço desgraçado. O leilão em si acontecerá logo que eles chegarem e podemos supor muito bem que até mesmo os pedintes e os palermas que vivem pela vila testemunharão o acontecimento. Pois esse dia é declarado feriado.”
E então aquela estranha observação do senhor de Bela, príncipe, que até o momento nunca sonhara que ela pudesse cair em desgraça:
 “Mas por todas essas moléstias e crueldades”, disse ele, “é que se trata de uma punição sublime.”
Será que aquelas palavras a estimularam?
Será que ela desejava ser expulsa da alta corte, que lhe impunha rituais elaborados e sofisticados, rumo a um abandono selvagem em que as humilhações e pancadas viriam com a mesma força e rapidez, mas com um impulso e uma brutalidade muito maiores?
É claro que os limites seriam os mesmos. Nem mesmo na aldeia a carne de um escravo podia ser maculada, um escravo jamais poderia ser queimado ou correr riscos reais. Não, suas
punições apenas melhorariam. E agora ela sabia o quanto poderia ser conquistado com a aparentemente inocente tira de couro negra e a palmatória de couro finamente decorada.
Mas ela não seria princesa na aldeia. Tristan não seria príncipe. E os homens e mulheres rudes que os puniriam e para quem trabalhariam saberiam que com cada pancada gratuita estariam cumprindo as ordens da rainha.
De repente, Bela não conseguia mais pensar. Sim, fora por vontade própria, mas teria cometido um erro terrível?
- E você, Tristan – disse ela de repente, tentando esconder a voz trêmula. – O que você fez também não foi deliberado? Você não provocou seu senhor deliberadamente?
- Sim, bela, mas há uma longa história por trás disso – respondeu Tristan. E Bela podia ver a apreensão em seus olhos, o medo que ele também não conseguia admitir. – Eu servia lorde Stefan, como você sabe. O que você não sabe é que um ano atrás, em outras terras, como iguais, lorde Stefan e eu éramos amante. – Os olhos azul-violeta tornaram –se um pouco mais penetráveis, os lábios um pouco mais quentes, com um sorriso quase triste.
Bela suspirou ao ouvir isso.
O sol estava alto agora, a carroça fizera uma curva fechada e a descida se tornava mais lenta sobre o terreno acidentado, os escravos sendo jogados com mais violência uns contra os outros.
- Você pode imaginar nossa surpresa – disse Tristan – quando nos descobrimos senhor e escravo no castelo, e a rainha, aos ver lorde Stefan ruborizar, imediatamente me deu a ele com a clara instrução de me treinar para ser perfeito.
- Insuportável – disse Bela. – Tendo conhecido o homem antes, caminhado com ele, falado com ele. Como você poderia se submeter?
Todos os senhores e senhoras haviam sido estranhos para ela, definidos perfeitamente no instante em que se deu conta de sua impotência e vulnerabilidade. Ela conhecera a cor e a textura de suas magníficas sapatilhas e bota, o tom rígido de suas vozes, antes que conhecesse seus nomes e rostos.
Mas Tristan abriu o mesmo sorriso misterioso.
- Ah, acho que foi muito pior para Stefan do que para mim – sussurrou ele no ouvido de Bela. – Sabe, havíamos nos encontrado antes em um grande torneio, lutando um contra o outro, e eu o havia superado a cada desafio. Quando caçávamos juntos, eu era o melhor atirador e o melhor cavaleiro. Ele me admirava e venerava, e eu o amava por isso, pois eu sabia a extensão de seu orgulho e de seu amor, que eram iguais. Quando formamos um casal, eu era o líder.
 “Mas tivemos que voltar para nossos reinos. Tivemos que retornar aos deveres que nos aguardavam. Conseguimos roubar três noites de amor, talvez mais, nas quais ele se entregou como um menino se rende a um homem. E escrever cartas finalmente se tornou doloroso demais. Então a guerra. O silêncio. O reino de Stefan se aliou ao da rainha. E depois, o exército dela diante de nossos portões e aquela estranho encontro no castelo da rainha: eu de joelhos esperando ser dado a um senhor valoroso, e Stefan, o jovem protegido da rainha, sentado à sua direita, em silêncio, na mesa de jantar. – Tristan sorriu outra vez. – Não, foi pior para ele. Ruborizo de vergonha ao admitir, mas meu coração pulou ao vê-lo. E fui eu quem, por crueldade, triunfou quando o abandonei.”
- Sim. – Bela entendia, pois sabia que fizera o mesmo com o príncipe e lady Juliana. – Mas você não temia a aldeia? – Mais uma vez, sua voz ficou trêmula. A que distância estariam da aldeia, ao falar sobre ela? – Ou era simplesmente a única solução? – perguntou ela, delicadamente.
- Não sei. Deve haver mais do que apenas isso – sussurrou Tristan. Então ele parou, como se estivesse confuso. – Mas, se você quer mesmo saber – confessou ele -, estou apavorado. – Contudo, ele disse aquilo com tanta calma, sua voz com uma segurança tão tranquila, que Bela não conseguia acreditar.
A carroça rangente fez outra curva. Os guardas haviam avançado para ouvir algumas ordens de seu comandante. Os escravos sussurravam entre si, obedientes e temerosos demais para se livrar da tirinha de couro em suas bocas, mas capazes de discutir freneticamente o que estaria por vir enquanto a carroça rodava lentamente.
- Bela – disse Tristan -, vamos nos separar quando chegarmos à aldeia, e ninguém sabe o que pode nos acontecer. Seja boa, obedeça; não pode ser muito pior... – E mais uma vez ele parou, incerto. – Não pode ser muito pior que o castelo.
Agora, Bela pensou ter ouvido uma breve hesitação na voz do rapaz, mas sua expressão estava quase rígida quando olhou para ele, apenas seus lindos olhos suavizando-a um pouco. Ela via uma penugem dourada em seu queixo, e queria beijá-la.
- Você vai me procurar depois que formos separados, tentar me encontrar, mesmo que seja apenas para dizer algumas palavras? – perguntou Bela. – Só para que eu saiba que você está por perto. Mas não acho que serei boa. Não vejo por que devo continuar sendo boa. Fomos maus escravos, Tristan. Por que deveríamos obedecer agora?
- O que você quer dizer? – perguntou ele. – Fico com medo de você.
Ao longe, podia-se ouvir o rugido de vozes, o som de uma multidão movendo-se preguiçosamente pelas colinas baixas, a nebulosa vibração da feira da aldeia, de centenas de pessoas conversando, gritando, batendo umas nas outras.
Bela encostou-se no peito de Tristan. Ela sentiu uma pontada de excitação entre as pernas, o coração pulando. O membro de Tristan estava duro novamente, mas não dentro dela e mais uma vez era uma agonia que suas mãos estivessem amarradas, impedindo-a de tocá-lo.
De repente, sua pergunta pareceu sem sentido, ainda que ela a repetisse, o som distante aumentando.
- Por que devemos obedecer se já fomos punidos?
Tristan também ouvia os sons crescentes a distância. A
carroça estava ganhando velocidade.
- Ensinaram-nos no castelo que devemos obedecer – disse Bela -, nossos pais quiseram isso quando nos enviaram à rainha e ao príncipe como tributos. Mas agora somos maus escravos...
- Nosso castigo só piorará se desobedecermos – disse Tristan, mas havia algo estranho em seus olhos que traía sua voz. Ele soava falso, como se repetisse algo que achava que deveria dizer, para o bem dela.
- Devemos esperar e ver o que nos acontecerá – disse ele. –
Lembre-se Bela, no final, eles nos vencerão.
- Mas como, Tristan? – perguntou ela. – Você está dizendo que se condenou a isso, e mesmo assim obedecerá? – Mais
uma vez, ela sentiu a mesma excitação de quando deixara o príncipe e lady Juliana chorando atrás dela no castelo. Sou uma menina muito má, pensou. Mesmo assim...
- Bela, a vontade deles prevalecerá. Lembre-se, uma escrava voluntariosa e desobediente os divertirá do mesmo jeito. Por que lutar? – disse Tristan.
- Por que lutar para obedecer? – perguntou Bela.
- Você é forte o suficiente para ser terrivelmente má o tempo todo? – perguntou ele. Sua voz era grave, urgente, seu hálito atingia o pescoço de Bela enquanto ele a beijava novamente. Bela tentou silenciar o som da multidão; era um som horrível, como o de uma enorme besta saindo da toca; ela sabia que estava tremendo.
- Bela, não sei o que fiz – disse Tristan. Ele olhou ansioso na direção do som temeroso e ameaçador: gritos, aclamações, a confusão de uma feira. – Mesmo no castelo – disse ele, os olhos azul-violeta tomados por algo que poderia ser um medo que um príncipe não poderia demonstrar. – Mesmo no castelo eu achava fácil correr quando nos mandavam correr, ajoelhar quando nos mandavam ajoelhar, e há uma certa vitória em fazer isso com perfeição.
- Então por que estamos aqui, Tristan? – perguntou ela, na ponta dos pés para beijá-lo. – Por que somos escravos tão maus? – E embora ela tenha tentado soar rebelde e corajosa, pressionou seu corpo contra o de Tristan ainda mais desesperadamente.
O LEILÃO NO MERCADO
A carroça havia enfim parado, e Bela pôde ver, por entre o emaranhado de braços brancos e cabelos desgrenhados, a murada da aldeia logo abaixo, com os portões abertos e uma multidão disforme que enchia o gramado.
Mas os escravos eram rapidamente desgarrados do veículo, e
obrigados pela força dos cintos a se unirem na grama. Bela foi imediatamente separada de Tristan, que foi brutalmente afastado dela sem nenhuma razão aparente além do capricho de um dos guardas.
As mordaças de couro estavam sendo removidas da boca dos outros.
– Silêncio! – bradou o comandante. – Em aldeia alguma os
escravos têm direito à voz! Quem falar será amordaçado novamente, com mais crueldade que antes!
Ele conduziu seu cavalo em volta do pequeno rebanho,
deixando seus componentes bem juntinhos, e ordenou que as mãos dos escravos fossem desatados. Desgraçado seria aquele que ousasse retirar as mãos da nuca.
– A aldeia não precisa de vozes indecentes! – continuou ele. –
Agora vocês são burros de carga e não interessa se o trabalho é um prazer ou um estorvo! E devem manter as mãos na nuca ou serão presos novamente e forçados a puxar um arado pelos campos!
Bela tremia violentamente. Não conseguia ver Tristan ao ser forçada a avançar. Ao seu redor, havia apenas longos cachos bagunçados pelo vento, cabeças baixas e lágrimas. Parecia que os escravos choravam mais suavemente sem as mordaças, lutando para manter os lábios cerrados, e que as vozes dos guardas eram terrivelmente ríspidas.
– Andem! Cabeça erguida! – ditavam ordens grosseiras e impacientes. Bela sentiu os braços e pernas arrepiarem ao som daquelas vozes raivosas. Tristan estava a algum lugar atrás dela. Como seria bom se ele pudesse se aproximar!
E porque eles haviam descido tão longe da aldeia? Por que a carroça estava dando meia-volta?
De repente, ela entendeu. Eles deveriam ser levados ao
mercado a pé, como um bando de gansos. E tão rápido como o esse pensamento, os guardas golpearam o pequeno grupo e forçaram-no a avançar com uma chuva de chicotadas.
Isto é ruim demais, pensou Bela. Ela tremia quando começou a correr, os golpes, como sempre, atingindo-a quando ela não esperava e fazendo-a voar para frente sobre a terra macia da estrada.
– Trotando, cabeças erguidas! – gritava o guarda. – Joelhos para cima também! E Bela viu os cascos dos cavalos pisando o chão ao seu lado, do mesmo jeito que ela os vira anteriormente na senda dos arreios e sentiu o mesmo tremor selvagem quando atingiu suas coxas e até suas pantorrilhas. Seus seios doíam enquanto corria, e uma dor entorpecente invadia suas pernas inchadas.
Ela não conseguia enxergar a multidão com clareza, mas sabia que as pessoas estavam lá, centenas de aldeões, talvez até milhares, transbordando dos portões para ver os escravos., E nós teremos de passar bem no meio deles. Isso é horrível, pensou ela, e de repente as decisões que tomara na carroça, de desobedecer, rebelar-se, haviam desaparecido. E ela corria pela estrada rumo à aldeia o mais rápido que podia, o couro do chicote sempre a encontrando, não importava o quão veloz corresse, até que percebeu que chegara à primeira fileira de escravos e agora corria com eles sem ninguém para escondê-la da vista da enorme multidão.
Bandeiras tremulavam sobre as muralhas. Braços acenavam e comemoravam erguidos enquanto os escravos se aproximavam, e em meio a toda aquela excitação vinha o som de escárnio. O coração de Bela pulava enquanto tentava não ver claramente o que vinha adiante, embora não pudesse virar as costas.
Nenhuma proteção, nenhum lugar para se esconder, pensou
ela, e onde está Tristan? Porque não posso voltar ao rebanho? Mais quando tentou, o couro estalou sobre Bela novamente e o guarda gritou para que avançasse. Abriu-se uma chuva de chicotadas ao seu redor, fazendo com que a princesinha ruiva ao seu lado caísse ao seu lado m inúteis lágrimas.
– O que acontecerá connosco? Por que desobedecemos? – gemia a princesinha aos soluços, mas o príncipe de cabelos negros ao lado de Bela lançou-lhe um olhar de advertência.
– Fique quieta ou será pior!
Bela não conseguia deixar de pensar em sua longa marcha rumo ao reino do príncipe, em como ele a guiara pelas aldeias onde fora homenageada e admirada como a escrava escolhida. O que estava acontecendo no presente não se parecia em nada com aquilo.
A multidão abrira espaço e agora espalhava dos dois lados do rebanho de escravos, que se aproximava dos portões. Bela podia ver as mulheres em seus belos aventais brancos e tamancos de madeira, e os homens com suas botas de couro cru e coletes de couro, rostos robustos iluminados por um óbvio prazer que fez Bela suspirar e focar no caminho à frente.
Eles estavam passando sob os portões. Uma trombeta soava. E mãos surgiram de todos os cantos para tocá-los, empurrá- los, puxar seus cabelos. Bela sentiu dedos rudes esfregarem seu rosto, tapas atingirem suas coxas. Ela soltou um grito
desesperado, lutando contra mãos que a impulsionavam violentamente para frente enquanto altos e profundos risos de escárnio, berros e exclamações vinham de todas as direções.
Lágrimas rolavam do rosto de Bela e a jovem sequer percebera. Seus seios latejavam com a mesma violência que suas têmporas. Ao seu redor, via as casas altas de madeira da aldeia darem lugar a um enorme mercado. Uma plataforma de madeira alta com uma forca coroava o cenário. E centenas de pessoas se penduravam nas janelas e varandas, acenando com lenços brancos, celebrando, enquanto inúmeros outros enchiam as vielas apertadas que levavam à praça do mercado, lutando para se aproximar dos pobres escravos.
Eles foram colocados em um cercado atrás da plataforma.
Bela viu um lance de frágeis degraus de madeira levando as tábuas acima de uma corrente de couro pendendo da forca distante. Um estava de um lado dela com os braços cruzados, esperando enquanto outro soava novamente a trombeta enquanto os portões eram fechados. A multidão cercou-os, e não havia mais que uma fina cerca protegendo-os. Mãos tentavam tocá-los novamente enquanto procuravam ficar mais próximos uns dos outros. As nádegas de Bela eram beliscadas, seus cabelos levantados.
Com dificuldades, ela tentou chegar ao centro, buscando desesperadamente por Tristan. Ela o viu apenas de relance, enquanto era puxado para perto do inicio da escadaria.
Não. Eu preciso ser vendida com ela, pensou ela, e se lançou violentamente para frente, mas um dos guardas a empurrou novamente para o cercadinho enquanto a multidão gritava, vaiava e ria.
A princesa ruiva que chorara na estrada agora estava inconsolável e Bela pressionou seu corpo contra o dela, tanto
para consolá-la, quanto para escondê-la. A princesa tinha lindos seios empinados com enormes mamilos rosados, e seus cabelos ruivos caíam como riachos em seu rosto encharcando de lágrimas. A multidão gritava e comemorava novamente agora que o arauto havia terminado.
– Não tenha medo – sussurrou Bela. – Pense que no fim das contas será bem parecido com o castelo. Seremos punidos, forçados a obedecer.
– Não será não – sussurrou a princesa, tentando não mover visivelmente os lábios enquanto falava. – E eu que me achava tão rebelde! Eu me achava tão teimosa!
A trombeta soou com toda a sua potencia pela terceira vez, uma série de notas que ecoava alto. E no silêncio que imediatamente se abateu sobre o mercado, uma voz anunciou:
– O leilão de primavera começará agora!
Uma espécie de rugido tomou tudo à volta deles, um coro quase ensurdecedor, tão alto que chocou Bela, fazendo com que a jovem não conseguisse sentir sua respiração. A visão de seu próprio peito pulsando a deixou pasma, e ao lançar um olhar de relance, viu centenas de olhos passando por ela, examinando-a, medindo seus dotes nus, centenas de lábios sussurrantes e sorrisos.
Enquanto isso, os príncipes eram atormentados pelos guardas, seus pênis chicoteados levemente pelos cintos de couro, mãos batendo em suas bolas, já que não deveriam ficar rígidos, sendo punidos com vários golpes de palmatória nas nádegas se não o fizessem. Tristan estava de costas para Bela. Ela conseguiu ver os músculos perfeitos e duros de suas pernas e nádegas tremendo enquanto o guarda o provocava, esfregando-o violentamente entre as pernas. Ela estava devastada pelo encontro sexual clandestino que tiveram há pouco. Se ele não conseguisse ficar rígido, a culpa seria dela.
Mas a voz estrondosa soou novamente:
– Todos na aldeia conhecem as regras do leilão. Esses escravos desobedientes oferecidos por nossa graciosa Majestade para realizar trabalhos braçais devem der vendidos a quem realizar o lance mais alto para um período de no mínimo três meses nos serviços que seus novos senhores e sonharas acharem adequado. Esses incorrigíveis devem permanecer serviçais mudos e trazidos à praça das punições públicas quando seus senhores e sonharas permitirem, para que possam sofrer, a fim de divertir o público e aperfeiçoar seu caráter.
O guarda se afastara de Tristan, dando-lhe um golpe quase doloroso com a palmatória e sorrindo ao sussurrar algo em seu ouvido.
– Vocês estão seriamente encarregados de desenvolver esses escravos – continuou a voz do arauto da plataforma. – De discipliná-los, não tolerando desobediência ou palavra insolente de alguma parte deles. E qualquer senhor ou senhora pode vender seu escravo dentro da aldeia, a qualquer momento, pela quantia que julgar conveniente.
A princesa ruiva pressionou seus seios nus contra Bela, que
se inclinou para beijar seu pescoço. Bela sentiu os pelos crespos do púbis da jovem contra a sua perna, com sua umidade e calor.
– Não chore – sussurrou ela.
– Quando voltarmos serei perfeita! Perfeita! – confidenciou a princesa, caindo em prantos novamente.
– Mas o que te levou a desobedecer? – sussurrou
rapidamente Bela em seu ouvido.
– Não sei – disse a garota gemendo, abrindo bem seus olhos azuis. – Eu queria ver o que aconteceria! – E começou a chorar copiosamente de novo.
– Que fique claro que, cada vez que vocês punirem um desses escravos sem valor – continuou o arauto – estarão cumprindo ordens de Sua Majestade real. É com a mão dela que estarão desferindo golpes, com os lábios dela repreenderão. Uma vez por semana, todos os escravos deverão ser enviados ao salão de treinamento. Os escravos devem ser alimentados apropriadamente, ter tempo para dormir e exibir permanentemente provas de que foram chicoteados. Insolência e rebeldia devem ser completamente sufocados.
A trombeta soou novamente. Lenços brancos acenaram e centenas de pessoas batiam palmas ao redor. A princesa ruiva gritou quando um jovem inclinou-se sobre a cerca, pegou-a pela coxa e a puxou para ele.
O guarda interrompeu-o com uma reprimenda simpática,
mais não antes do rapaz escorregasse sua mão no sexo molhado da princesa.
Tristan, entretanto, estava sendo levado à plataforma de
madeira. Mantinha a cabeça erguida e as mãos juntas sobre a nuca como antes, em uma atitude de pura dignidade, mesmo com a palmatória soando alto em suas nádegas firmes enquanto ele subia os degraus de madeira.
Bela viu pela primeira vez que sob a forca e sua tira de couro havia uma plataforma giratória para onde um homem alto e abatido vestindo um colete de veludo verde empurrava Tristan. Ele chutou as pernas do príncipe para que elas se abrissem, como se o rapaz não pudesse receber mais simples ordem.
Ele está sendo tratado como um animal pensou Bela
observando.
Atrás dele estava o leiloeiro, um homem alto acionou a plataforma giratória com um pedal, fazendo com que Tristan fosse virado rapidamente.
Bela não teve mais que um vislumbre de seu rosto escarlate e cabelos dourados, olhos azuis quase fechados. O suor brilhava em seu peito e barriga firmes, seu membro enorme e grosso como os guardas queriam, suas pernas tremendo levemente com o esforço para mantê-las separadas.
O desejo revolvia dentro de Bela, e ainda que estivesse com pena dele, sentiu sua vagina latejar e pulsar novamente, e ao mesmo tempo um medo terrível. Não vou conseguir ficar lá sozinha na frente de todo mundo. Não posso ser vendida assim! Não posso!
Mas quantas vezes dissera essas palavras no castelo. Uma explosão de risadas vinda de uma varanda próxima a pegou de surpresa. Por todos os lados havia conversas altas e brigas enquanto a plataforma girava mais e mais, os cachos louros escapando da nuca de Tristan, fazendo com que parecesse ainda mais nu e vulnerável.
– Um príncipe excepcionalmente forte! – gritou o leiloeiro, sua voz ainda mais alta e profunda que a do arauto cortando o rugido das conversas. – Esbelto, compleição robusta. Certamente adequado ao trabalho doméstico, definitivamente apto pro trabalho no campo, inquestionavelmente bom para os estábulos.
Bela recuou.
O leiloeiro tinha em mãos uma palmatória fina e comprida de couro flexível, do tipo que mais parece uma tira rígida que uma palmatória. Com ela, golpeou o pênis de Tristan enquanto este encarava novamente o cercado dos escravos, e anunciou a quem quisesse ouvir:
– Órgão forte e generoso, capaz de grandes serviços, grande resistência. – E ondas de risos emergiram de todos os cantos da praça.
O leiloeiro ergueu a mão e puxou Tristan pelos cabelos, e repentinamente inclinou-o pela cintura, girando novamente a plataforma enquanto o rapaz permanecia naquela posição.
– Excelentes nádegas – anunciou a voz profunda e estrondosa, e então vieram os inevitáveis golpes da palmatória, deixando suas marcas vermelhas na pele de Tristan.
– Flexíveis, macias! – gritou o leiloeiro, cutucando a pele com os dedos. Então suas mãos dirigiram-se ao rosto de Tristan, levantando-o. – Discreto, temperamento calmo, ansioso para obedecer! E assim ele deve ser! – Mais um golpe de palmatória e riso geral.
O que ele está pensando, perguntou-se. Não consigo suportar isso.
O leiloeiro pegara Tristan pela cabeça novamente e Bela o viu levantar um falo de couro negro, que estava pendurado no cinto de seu colete verde por uma corrente. Antes que ele percebesse o que faria, o homem já havia enfiado o couro no ânus de Tristan, trazendo maus gritos de todos os cantos do mercado, enquanto o príncipe inclinava-se sobre a cintura como antes, seu rosto parado.
– Preciso dizer mais? – gritou o leiloeiro. – Que comecem os lances!
E imediatamente eles começaram, lances eram gritados de todas as partes, superados assim que eram ouvidos; uma mulher em uma varanda próxima – a mulher de um comerciante, é claro, com seu rico espartilho de veludo e blusa de linho branco – estava na ponta dos pés para gritar seu lance sob as cabeças dos outros.
E são todos tão ricos, pensou Bela, tecelões, pintores e joalheiros da própria rainha; é assim que qualquer um deles tem dinheiro para nos comprar. Mesmo uma mulher de
aparência rústica com mãos grossas e avermelhadas e um avental sujo deu um lance da porta do açougue, mais rapidamente já estava fora do jogo.
A pequena plataforma girava lentamente, o leiloeiro seduzindo a multidão enquanto as apostas subiam. Com uma fina vara de couro desembainhara como uma espada, ele empurrava a carne das nádegas de Tristan para lá e para cá, cutucando seu ânus, enquanto o rapaz permanecia quieto e humilde, apenas uma furiosa vermelhidão em seu rosto denunciava seu sofrimento.
Mas de repente uma voz emergiu do fundo da praça, cobrindo todos os lances com uma ampla margem, e Bela ouviu um burburinho percorrer a multidão. Ele ficou na ponta dos pés tentando ver o que estava acontecendo. Um homem avançara em direção a plataforma e ela não conseguia vê-lo através da armação que a sustentava. Era um homem de cabelos brancos, embora não fosse velho o bastante para ter cabelos daquela cor, o que lhe conferia certa delicadeza, emoldurando um rosto quadrado e bastante pacífico.
– Então o cronista da rainha quer esta besta jovem e robusta
– gritou o leiloeiro. – Ninguém dá mais? Alguém dá mais por este fabuloso príncipe? Vamos lá...
Outro lance, mas o cronista cobriu-o, sua voz tão suave que foi incrível que Bela a tenha escutado, e dessa vez o lance fora tão alto que claramente ele queria calar a concorrência.
– Vendido – gritou finalmente o leiloeiro –, para Nicolas, cronista da rainha e historiador chefe da aldeia da rainha! Pela soma de 25 moedas de ouro.
E enquanto Bela observava entre lágrimas, Tristan foi violentamente puxado da plataforma, levado escadas abaixo rumo ao homem de cabelos brancos que permanecia de braços cruzados, o cinza-escuro de seu coleto bem cortado
tornava-o parecido com o próprio príncipe, enquanto inspecionava silenciosamente sua aquisição. Com um estalar de dedos, ordenou que Tristan tomasse a sua frente para saírem da praça.
A multidão se abriu relutante para deixar o príncipe passar, empurrando-o e repreendendo-o. Mas Bela mal conseguia vislumbrar a cena quando deu um grito ao perceber que ela própria estava sendo retirada do bando de escravos chorosos e conduzida a escada.
BELA NA PRAÇA
Não, isto não pode estar acontecendo!, pensou ela, e sentiu suas pernas falharem quando a palmatória a atingiu. As lágrimas a cegaram enquanto era quase carregada até a plataforma giratória e lá deixada. Não importava que ela houvesse se recusado a andar até o local.
Lá estava ela! E diante dela, a multidão se espalhava em todas as direções, rostos sorridentes e mãos acenando, meninos e meninas baixos pulando para tentar ver melhor, e os que estavam no balcão se inclinavam para olhar com mais atenção.
Bela achou que fosse desmaiar, mas estava de pé, e quando a bota macia de couro cru do leiloeiro chutou suas pernas para que se abrissem, ela lutou para manter o equilíbrio, seus seios tremendo com os soluços abafados.
– Adorável princesinha! – gritava ele, a plataforma girou de repente e ela quase caiu para frente. Ela viu atrás de si mais centenas de pessoas formando uma multidão que chegava aos portões da aldeia, mais varandas e janelas, soldados descansando ao longo da muralha. – Cabelo de ouro e peitinhos perfeitos!
O leiloeiro se envolveu com o braço, apertando com força seu seio, beliscando seus mamilos. Ela deixou um grito escapar entre seus lábios cerrados, mas imediatamente sentiu uma onda entre suas pernas. Mas se ele a puxasse pelos cabelos como fez com Tristan...
Enquanto pensava nisso, sentiu-se forçada a se inclinar sobre a cintura do mesmo jeito que o rapaz, seus seios parecendo
inchar com o próprio peso ao pender sob ela. E a palmatória voltou a encontrar suas nádegas, para o deleite da multidão, que berrava ainda mais. Palmas, risos, gritos, soavam enquanto o leiloeiro levantava o seu rosto com o couro preto rígido, mas mantendo seu corpo inclinado, girando a plataforma mais rápido.
– Adoráveis dotes, certamente feita para as melhores casas. Afinal, quem desperdiçaria este belo bocado nos campos?
– Venda-a para os campos – gritou alguém. E houve mais comoção e risos. Quando a palmatória atingiu-a novamente, Bela soltou um gemido de humilhação.
O leiloeiro firmou a mão sobre a boca de Bela e forçou seu queixo para cima, deixando-a com as costas arqueadas. Eu vou passar mal, vou desmaiar, pensou Bela, o coração pulando dentro do peito, mas ali estava ela, suportando tudo aquilo, mesmo ao sentir a excitação repentina da vara de couro entre os lábios de sua vagina. Ah, isso não, ele não pode... pensou ela, mas seu sexo molhado já estava latejando, ansiando pelo duro golpe da vara. Ela se contorceu para se afastar daquilo.
A multidão rugiu.
E bela percebeu que estava balançando os quadris de um modo terrivelmente vulgar para escapar daquele exame afiado.
Houve mais palmas e gritos enquanto o leiloeiro enfiava a vara fundo em seu púbis molhado e quente, anunciando, ao mesmo tempo:
– Uma jovem delicada e elegante, perfeita para criada de mais refinada senhora ou para diversão de cavalheiros! – Bela sabia que seu rosto estava avermelhado. Ela jamais sofrera
tamanha exposição no castelo. E quando suas pernas fraquejavam novamente, sentiu as mãos firmes do leiloeiro erguendo seus pulsos acima de sua cabeça até que ela estivesse pendurada sobre a plataforma, então o couro da palmatória golpeou suas vulneráveis pantorrilhas e a sola de seus pés.
Sem querer, Bela começou a chutar inutilmente. Ela havia perdido todo o controle.
Gritando entre os dentes, lutava loucamente, enquanto o homem segurava seus pulsos, deixando-a pendurada. Uma devassidão estranha e desesperada tomou conta dela enquanto a palmatória lambia seu sexo, golpeando-o e espancando-o, e os gritos e rugidos a ensurdeciam. Ela não sabia se estava desejando aquele tormento ou selvagemente tentando acabar com ele.
Sua própria respiração e soluços frenéticos enchiam seus ouvidos e, então, entendeu que estava dando ao publico exatamente o tipo de exibição que ele adorava. Eles estavam recebendo dela muito mais que haviam recebido de Tristan e ela não sabia se se importava ou não. Tristan se fora. Ela fora abandonada.
A palmatória a punia, atormentando-a e fazendo com que seus quadris se arqueassem de forma selvagem, apenas para atingir novamente os pelos molhados de seu sexo, inundando- a com ondas de prazer e de dor.
Em puro desafio, balançou seu corpo com toda a sua força, quase se livrando do leiloeiro, que soltou uma risada alta, surpreso. A multidão berrava enquanto ele tentava pará-la, seus dedos firmes apertando os pulsos da princesa enquanto ele a levantava mais alto, e com o canto dos olhos, Bela viu
dois capatazes vestidos de forma rústica correrem até a plataforma.
Imediatamente, eles amarraram os pulsos dela na corrente de couro que pendia da forca sobre a sua cabeça. Agora ela balançava livremente, a palmatória do leiloeiro fazendo com que se virasse a cada golpe, enquanto ela soluçava e tentava esconder o rosto atrás do braço esticado.
– Não temos o dia inteiro para nos divertirmos com a princesinha – gritou o leiloeiro, apesar da multidão incentiva- lo com gritos de “Bate nela!” e “Castigue-a!”.
– Uma mão firme e disciplina severa para esta adorável senhorita, é isso que estão pedindo? – Ele virou Bela, golpeando as solas nuas de seus pés com a palmatória, puxando sua cabeça entre seus braços para que ela não pudesse mais esconder o rosto.
– Seios adoráveis, braços macios, nádegas deliciosas, e uma doce e pequena fissura de prazer entre as pernas, feita para os deuses!
Mas já havia uma tempestade de lances, sendo cobertos tão rápido que ele não tinha que repeti-los, e com os olhos flutuantes Bela via centenas de olhos fitando-a, os rapazes reunidos bem a beira da plataforma, um par de moças sussurrando e apontando e mais ao longe uma velha se apoiando em uma bengala enquanto estudava Bela, levantando um dedo atrofiado para dar um lance.
Mais uma vez, uma sensação de desinibição tomou conta dela, um ar desafiador, e ela chutou e gemeu entre os lábios fechados, pois pensava não poder gritar alto. Seria mais humilhante admitir que poderia falar? Seu rosto ficaria mais
afogueado se ela tivesse que demonstrar ser uma criatura que pensa e sente, e não uma escrava muda?
Seus soluços eram a única resposta, suas pernas afastadas agora enquanto os lances continuavam, o leiloeiro separando suas nádegas com a vara de couro, assim como fizera com Tristan, batendo em seu anus para que ele berrasse e trincasse os seus dentes, contorcendo-se e tentando chuta-lo se pudesse.
Mas agora ele estava confirmando o lance mais alto, e depois outro e tentando arrancar mais da multidão até que ela finalmente o viu anunciar com a mesma voz profunda:
– Vendida a dona de estalagem, senhora Jennifer Lockley do Signo do Leão pela grande quantia de 27 moedas de ouro. Esta divertida e impetuosa princesinha certamente será chicoteada pelo seu pão de cada dia e por qualquer outra coisa!
AS LIÇÕES DA SENHORA LOCKLEY
A multidão aplaudia enquanto Bela era desamarrada e levada escada abaixo, com as mãos na nuca, fazendo seus seios sobressaírem. Ela não se espantou ao sentir uma tira de couro ser colocada em sua boca, bem em torno a sua cabeça, e os punhos estavam presos a ela, o que também não a surpreendeu após a luta que empreendera.
Deixe que façam isso, pensou desesperada. E quando duas rédeas foram afiveladas, nessas mesmas tiras de couro em sua nuca e dadas à mulher alta de cabelos escuros que estava diante da plataforma. Bela pensou: Muito esperta. Ela me vai puxar atrás dela como se eu fosse um animal.
A mulher a analisava como o cronista examinara Tristan, seu rosto ligeiramente triangular e quase bonito, os cabelos negros e soltos caindo sobre as coxas, a não ser por uma trança fina sobre a testa, o que parecia uma maneira decorativa de manter as grossas mexas escuras longe de seu rosto. Ela vestia um lindo espartilho e saia de veludo vermelho com uma blusa de linho de mangas bufantes.
Uma rica dona de estalagem, Bela deduziu. A mulher alta puxou as rédeas com força, fazendo com que Bela quase perdesse o equilíbrio, e então as colocou sobre os ombros, arrastando a moça em um trote rápido e indesejado atrás dela.
Os aldeães empurravam Bela, cutucavam-na, batiam em suas nádegas doloridas, diziam que ela era uma menina má e perguntavam como gostava que batessem nela e contavam que gostariam de ter uma hora sozinhos com ela para fazer
com que se comportasse. Mas seus olhos estavam naquela mulher e todo o seu corpo tremia, sua mente curiosamente vazia, como se El não estivesse pensando em absolutamente nada.
Mas estava pensando no mesmo que pensara antes: Porque não devo ser tão má quanto quiser? Mas de repente caiu em novas lágrimas e não sabia o por quê. A mulher andava tão rápido que Bela tinha que trotar, quisesse ou não, obedecendo, quisesse ou não as novas lágrimas faziam com que seus olhos doessem, e as cores da praça se tornassem uma nuvem quente e mutante.
Elas entraram em uma pequena rua, passando apressadas por vagabundos que mal olhavam para o lado enquanto se movimentavam pelo mercado. E logo Bela estava trotando sobre as pedras do calçamento de uma viela vazia, silenciosa e tortuosa, que serpenteava entre as casas escuras de madeira com janelas com treliças, e portas e venezianas pintadas de cores vivas.
Placas por todos os lados anunciavam os negócios da aldeia: ali estava a bota do sapateiro, e lá a luva de couro do homem que fazia luvas, e o desenho rústico de uma taça de ouro marcava o negociante de ouro e prata.
Uma estranha tranquilidade se abateu sobre Bela, que sentia todas as dores de seu corpo arderem mais forte. Ela sentiu sua cabeça ser puxada com força para frente com as rédeas de couro que esfregaram suas bochechas. Respirava ansiosamente sobre a tira de couro que a amordaçava, e, por um instante, algo naquela cena a surpreendeu, a viela tortuosa, as lojinhas desertas, a mulher alta com seu espartilho vermelho e saia rodada andando à sua frente, seu
longo cabelo preto cacheado caindo sobre as costas estreitas. Parecia que aquilo tudo já acontecera ou que era algo normal.
E claro que não podia ter acontecido antes. Mas Bela sorriu como se pertencesse àquilo de alguma forma estranha, o terror abrasador do mercado se desfez. Sim, ela estava nua, e suas costas ardiam com as marcas das pancadas, assim como suas nádegas – ela sequer ousava pensar na sua aparência – e seus seios, como sempre, lançavam aquela pulsação por todo o corpo e havia aquele terrível segredo latejando entre as suas pernas. Sim, seu sexo, provocado tão cruelmente pelos golpes daquela palmatória lisa, ainda a enlouquecia.
Mas todas essas coisas agora pareciam quase doces. Até o contato dos seus pés nus com as pedras quentes do chão era quase bom. Sentiu certa curiosidade em relação à mulher alta. E se perguntou o que ela, Bela, faria em seguida.
Ela nunca se fizera essa pergunta nos castelo. Temia o que poderia ser forçada a fazer. Mas agora não tinha certeza se seria forçada a fazer alguma coisa. Ela não sabia.
E mais uma vez veio aquela sensação de completa normalidade diante do fato de que era uma escrava nua, amarrada e punida, sendo puxada cruelmente pela viela. Veio à mente a ideia de que aquela mulher alta sabia exatamente como tratá-la, fazendo-a correr daquele jeito, eliminando qualquer chance de rebeldia. E isso a fascinava.
Ele deixou seu olhar subir pelas paredes e percebeu que havia pessoas nas janelas a observando. Mais à frente viu uma mulher de braços cruzados que a olhava com desprezo. E do outro lado da rua, um pouco mais distante, havia um jovem sentado no peitoril de uma janela que sorriu para ela e lhe soprou um beijo. Então surgiu na viela um homem de
aparência rústica, de pernas tortas, que tirou o chapéu para a “senhora Lockley” e fez uma reverência quando passou. Seus olhos mal pousaram em Bela, mas ele deu um tapinha em suas nádegas ao passar.
Havia o Signo do Urso e o Signo da Âncora, O Signo da Espadas Cruzadas, mas de longe o mais majestoso era o Signo do Leão, pendendo sobre uma ampla entrada para carruagens, sob três andares de janelas fechadas com placas de chumbo. Mas o detalhe mais assustador era o corpo nu de uma princesa balançando sob o letreiro, com os tornozelos e pulsos amarrados por uma corrente de couro; ela parecia uma fruta madura pendurada em um galho, seu sexo vermelho nu dolorosamente exposto.
Essa era exatamente a posição que os príncipes e princesas eram amarrados no salão das punições no castelo, uma posição a que Bela nunca tivera que se submeter e que temia acima de tudo. O rosto da princesa estava preso entre as pernas, a centímetros de seu sexo inchado e impiedosamente revelado, e seus olhos estavam quase fechados. Quando viu as senhoras Lockley, ela gemeu e se contorceu na corrente, esticando-se para frente, suplicando, assim como todos os príncipes e princesas punidos haviam feito no salão das punições.
O coração de Bela parou quando ela viu a garota. Mas foi puxada, passando pela moça, incapaz de virar a cabeça para ver melhor a infeliz, e trotou para o salão principal da estalagem.
Apesar de o dia estar quente, o enorme salão estava fresco, com um fogo baixo para cozinhar aceso na gigantesca lareira, sob uma chaleira de ferro fervente. Havia dúzias de mesas
cuidadosamente polidas e bancos espalhados pelo vasto piso azulejado. Barris gigantes estavam alinhados junto às paredes. Havia uma longa prateleira saindo de uma das extremidades da lareira e, na parte oposta, o que parecia ser um palco pequeno e rústico.
Um longo balcão retangular estendia-se da porta até a lareira, e atrás dele estava um homem com uma jarra na mão e o cotovelo descansando na madeira, como se estivesse pronto a servir a cerveja a qualquer um que pedisse. Ele levantou a cabeça de cabelos desgrenhados, olhou para Bela com seus pequenos olhos escuros e fundos e disse à senhora Lockley, sorrindo:
- Estou vendo que a senhora se deu muito bem.
Demorou um pouco para que os olhos de Bela se acostumassem às sombras, e quando finalmente se acostumaram, ela percebeu que havia outros escravos nus no salão. Um príncipe nu com belos cabelos negros estava ajoelhado em um carro distante esfregando o chão com uma escova pesada que segurava pela alça de madeira com os dentes. Uma princesa de cabelos louros fazia o mesmo sob o espaldar da porta. Outra jovem, de cabelos castanhos enrolados no alto da cabeça, polia um banco, ajoelhada, piedosamente autorizada a utilizar as mãos para fazer isso. Dois outros escravos, um príncipe e uma princesa, cabelos soltos, ajoelhavam-se na extremidade oposta da lareira, sob a luz quente do sol, polindo vagarosamente pratos de zinco.
Nenhum desses escravos se quer se atrevia a olhar para Bela. Sua atitude era puramente de obediência, e quando a princesinha com a escova correu para limpar o chão perto de
seus pés, Bela viu que suas pernas e nádegas haviam sido recentemente castigadas.
Mas quem são esses escravos?, pensou Bela. Ela tinha quase certeza que ela e Tristan estavam no primeiro lote a ser condenado a trabalhos forçados. Será que aqueles incorrigíveis haviam se comportado tão mal que foram sentenciados a um ano na aldeia?
- Pegue a palmatória de madeira – disse a senhora Lockley ao homem no bar. Ela puxou Bela para frente e rapidamente a jogou sobre o balcão.
Bela soltou um gemido que não conseguiu, sentindo suas pernas pendendo sobre o chão. Ela não havia decidido se deveria obedecer ou não quando sentiu a mulher desamarrar a mordaça e a fivela, e depois dar um tapa em sua nuca.
Mas a outra mão da mulher havia passado entre as pernas de Bela e seus dedos encontraram o que procuravam: seu sexo molhado, seus lábios latejantes e ate o botão ardente de seu clitóris, fazendo Bela trincar os dentes em um lamento que pedia piedade.
A mão da mulher atormentou-a.
Bela respirou livremente por um instante, então sentiu a superfície suave da palmatória de madeira pressionando levemente as suas nádegas, e as marcas em sua pele pareceram arder novamente.
Vermelha de vergonha com o pequeno exame, Bela ficou tensa, esperando pelos golpes inevitáveis, que, no entanto, não vieram. A senhora Lockley virou seu rosto para a esquerda, para que Bela pudesse ver a porta aberta.
- Você esta vendo a bela princesinha pendurada no letreiro?
– perguntou a senhora. Ela agarrou os cabelos de Bela, puxando e empurrando a sua cabeça, como se a moca assentisse. Bela entendeu que não deveria falar, e ela decidira obedecer por enquanto. Assentiu por vontade própria. O corpo da princesa movia-se um pouco para o lado e para outro. Bela não conseguia lembrar se o sexo da moça estava molhado sob o inadequado véu de pelos.
- Você quer ficar pendurada no lugar dela? – perguntou a senhora Lockley. Sua voz era desafinada, severa e fria.
– Você quer ficara ali hora após hora, dia após dia, com essa boquinha aberta e faminta para todos verem?
Bela negou com a cabeça, com bastante sinceridade.
- Então você vai parar com a insolência e rebeldia que demonstrou no leilão e obedecerá a cada ordem que lhe for dada, e beijará a mão de seu senhor e os pés de sua senhora, e chorará de gratidão quando receber seu jantar e lamberá seu prato até limpá-lo.
Ela forçou a cabeça de Bela, que se sentiu estranhamente excitada, a assentir novamente. Ela assentiu mais uma vez, por vontade própria. Seu sexo pulsava contra a madeira do bar. A mão da mulher moveu-se sob ela e juntou seus seios, segurando-os como se fossem dois pêssegos macios retirados de uma árvore. Os mamilos de Bela ardiam.
- Estamos entendidas, não estamos? – perguntou ela.
E bela depois de um estranho momento de hesitação, consentiu.
- Agora, entenda isso – disse a mulher, na mesma voz assertiva. – Vou bater até você ficar em carne viva. E não haverá lordes e ladies ricos para se deleitarem com isso, nenhum soldado ou cavaleiro para se divertir, apenas eu e você preparando a abertura diária da estalagem e fazendo o que tem que ser feito. Estou fazendo isso por uma única razão: você sentirá tanta dor que o simples toque da minha unha fará você berrar e se apressar a obedecer a meus comandos. Você ficará em carne viva todos os dias deste verão em que for minha escrava, e correrá para beijar os meus sapatos depois de eu espancá-la, porque será pendurada sob aquele letreiro se não fizer isso. Hora após hora, dia após dia, você ficará pendurada ali, sendo retirada apenas para dormir e comer, com as pernas presas separadas e as mãos amarradas às costas; e suas nádegas serão espancadas do jeito que farei agora. E depois será recolocada ali onde machões da aldeia poderão rir de você e de seu pequeno sexo sedento. Entendeu?
A mulher esperou, uma das mãos ainda apertando os seios de Bela, a outra nos cabelos da moça.
Bem devagar, Bela assentiu.
- Muito bem – disse a mulher, suavemente. Ela virou Bela e a estirou sobre o balcão, com a mão em direção à porta. Ela ergueu o queixo de Bela para que ela olhasse direito pela porta aberta para a pobre princesa pendurada. Então a palmatória de madeira golpeou novamente suas nádegas, pressionando gentilmente as marcas das pancadas e fazendo suas nádegas parecerem enormes e quentes.
Bela ficou parada. Ela estava quase se deleitando com a estranha calma que sentira na viela de pedrinhas, mas além disso havia a crescente excitação entre as suas pernas. Era como se a excitação eliminasse tudo – até medo e tremores – do caminho. Ou melhor, a voz da mulher removera os obstáculos. Se eu quiser, posso desobedecer, pensou Bela com aquela mesma estranha calma. Seu sexo estava incrivelmente inchado e molhado.
- Escute mais isso – continuou a senhora Lockley. – Quando eu baixar esta palmatória, você vai se mover para mim, princesa. Vai se contorcer e gemer. Não vai lutar para escapar de mim. Você não faria isso. E também não vai tirar as mãos da nuca. Nem abrir a boca. Mas vai se contorcer e gemer. Na verdade, você vai se balançar sob a minha palmatória. Porque, a cada pancada, vai me mostrar como está se sentindo, o quanto está gostando, o quanto é grata pelo castigo que está recebendo e que sabe que está tendo o que merece. E se não exatamente isso que acontecer, você será pendurada sob o letreiro quando o leilão terminar, a multidão vier e os soldados pedirem seu primeiro caneco de cerveja.
Bela estava impressionada.
No castelo, ninguém nunca havia falado com ela daquele jeito, com tamanha frieza e simplicidade, mas por trás daquilo parecia haver uma incrível eficácia que quase fez Bela sorri. É claro que era exatamente aquilo que aquela mulher deveria fazer, refletiu Bela. Por que não? Se Bela possuísse uma estalagem e pagasse 27 moedas de ouro por uma escravinha rebelde, ela faria a mesma coisa. E é claro que pediria à escrava para se contorcer e gemer, para mostrar que entendia
que estava sendo humilhada, para treinar a alma do escravo em sua totalidade, em vez de simplesmente dar umas pancadas.
A estranha sensação de normalidade voltou à Bela.
Ela entendeu aquela estalagem fria e sombria com o sol brilhando sobre as pedras do calçamento do lado de fora e compreendeu perfeitamente a estranha voz que falava com ela com um ar distante, dando-lhes ordens. Comparada àquilo, a linguagem açucarada do castelo era ridícula e, sim, raciocinou Bela, pelo menos por enquanto, ela obedeceria, se contorceria e gemeria.
Afinal, isso ia doer, não ia? Ela descobriu abruptamente.
A palmatória a golpeou, suscitando sem esforço o primeiro gemido alto. Era uma grande palmatória estreita de madeira, que provocava um som cortante e perturbador quando a atingiu novamente e em meio à salva de pancadas que tocava suas nádegas doloridas. Bela se pegou sem que aquilo fosse uma decisão consciente, se contorcendo e chorando, as lagrimas brotando frescas em seus olhos. A palmatória parecia fazê-la se contorcer e virar, jogando-a de um lado para o outro sobre o balcão rústico espancando suas nádegas e fazendo com que se erguessem novamente. Ela sentiu o balcão crepitar enquanto seus quadris levantavam e baixavam. Ela sentiu seus mamilos se esfregando contra a madeira. Mas manteve seus olhos cheio de lágrimas, focados na porta aberta e, perdida entre o som da palmatória a espancá-la e os gritos altos sufocados por seus lábios cerrados, ela não conseguia evitar se imaginar no lugar dela, se perguntando se a senhora Lockley estava satisfeita com aquilo, se era o suficiente.
Bela ouviu seu próprio gemido. Vindo do fundo dos seus pulmões, em seus ouvidos, e ela se erguia da tábua como se perguntasse com todo o seu corpo: “Ela sentiu as suas lagrimas, deslizando pelas bochechas para a madeira. Seu queixo doía enquanto ela subia sob a palmatória, e sentiu o seu longo cabelo cair em volta dos ombros, abrigando o rosto. A palmatória realmente doía agora, ferindo-a insuportavelmente... não é o bastante, senhora, não chega?” Nunca, em nenhuma das provações do castelo, ela demonstrara tanto sofrimento.
A palmatória parou. Um suave fluxo de soluços preencheu o repentino silêncio e, humildemente, Bela se contorceu contra o balcão, como se implorasse à senhora Lockley. Algo esfregou muito suavemente suas nádegas doloridas e, ela soltou um gritinho por entre os dentes trincados.
- Muito bem – veio a voz – Agora ponha-se de pé com as pernas abertas. Agora!
Bela rapidamente cumpriu a ordem. Ela deslizou do balcão e ficou de pé com as pernas o mais afastadas que conseguia, o corpo tremendo com suas fungadas e soluços.
Sem olhar para cima, ela conseguia vê a figura obscura da senhora Lockley com os braços cruzados, o branco das suas mangas bufantes brilhando nas sombras, a grande palmatória oval em suas mãos.
- Ajoelhe-se! – veio o ríspido comando, com o acompanhar de um estalar de dedos. – E coloque essas mãos na nuca, o queixo no chão, engatinhe ate a parede do outro lado e volte. Rápido!
Bela apressou-se para obedecer. Era um sofrimento tentar engatinhar daquela maneira, com cotovelos e queixo no chão, e ela não conseguia suportar pensar em como devia parecer estranha e deprimente, mas alcançou a parede e imediatamente voltou até às botas da senhora Lockley. Em um impulso violento, beijou as botas. A pulsação entre suas pernas se intensificava, como se um punho pressionasse seu sexo, e Bela quase suspirou. Se ela pudesse juntar mais as pernas... mas a senhora Lockley veria e jamais perdoaria.
- Ajoelhe-se – ordenou a senhora Lockley, e agarrou os cabelos de Bela, fazendo com eles um circulo atrás da cabeça da moça. Tirou grampos dos seus bolsos e prendeu-o.
Então estalou os dedos.
- Príncipe Roger – disse ela. – Traga o balde e a escova até aqui.
O príncipe de cabelos escuros imediatamente obedeceu, movendo-se com uma elegância silenciosa, apesar de estar sobre suas mãos e joelhos, e Bela viu que suas nádegas estavam em carne viva, vermelhas como se ele tivesse sido obrigado a conhecer a disciplina da palmatória de madeira há não muito tempo. Ele beijou as botas da senhora, seus olhos escuros bem abertos e fixos, e se retirou para o quintal pela porta dos fundos. Os pelos negros que circulavam o buraco rosado de seu ânus eram grossos, suas nádegas pequenas belamente arredondadas para um homem.
- Agora pegue essa escova com os dentes e esfregue o chão, começando por aqui e indo até ali – disse a senhora Lockley friamente. – Você tem que deixá-lo brilhante e limpo. E tem que manter as pernas bem abertas enquanto faz isso. Se eu vir
essas pernas juntas, se eu vir esse buraquinho sedento contra o chão ou tocando-o, você será pendurada entendeu?
Imediatamente, Bela voltou a beijar as botas da senhora.
- Muito bem – disse ela. - Esta noite os soldados pagarão alto por essa vagina apertadinha. Eles a alimentarão bem o bastante. Por enquanto, você ficará faminta em obediência e submissão, e fará o que eu mandar.
Bela logo começou a trabalhar com a escova, esfregando com força o chão azulejado com um movimento de vai e vem de sua cabeça. Seu sexo doía quase tanto quanto suas nádegas., mas enquanto trabalhava a dor parecia cada vez mais fraca e sua mente estranhamente vazia.
O que aconteceria, ela se perguntou, se os soldados a adorassem, pagassem muito por ela, inundassem seu sexo, por assim dizer, e aí então ela fosse desobediente? Poderia a senhora Lockley pendurá-la do lado de fora?
Estou me tornando uma menininha má, pensou Bela.
Mas o estranho naquilo era que seu coração batia rápido ao pensar na senhora Lockley. Bela gostava da sua frieza e rigidez de um jeito que nunca pudera gostar em sua bajuladora senhora do castelo, lady Juliana. E ela não conseguia evitar se perguntar se todas aquelas palmadas não davam pelo menos um pouquinho de prazer à senhora Lockley. Afinal, a senhora fazia aquilo muito bem.
Ela esfregava enquanto pensava, tentando deixar os azulejos marrons do chão o mais brilhantes e limpos que podia, quando de repente notou uma sombra a encobrindo, vinda da porta aberta. E ouviu a voz da senhora Lockley dizer, suavemente:
- Ah, capitão!
Bela ergueu o olhar com precaução, mas corajosamente, perfeitamente ciente de que aquilo poderia ser uma insolência. Ela viu um homem louro à sua frente. Sua botas de couro iam até os joelhos e uma adaga cravejada de pedras preciosas estava presa ao grosso cinto de couro, assim como uma espada larga e uma longa palmatória de couro. Para ela, ela parecia maior que todos os homens que conhecera no reino, mas ainda assim tinha uma compleição magra, exceto por seus ombros enormes. Seu cabelo amarelado caía em abundância pelo pescoço, formando cachos espessos nas pontas, e as extremidades de seus olhos verdes brilhantes adquiriram rugas de expressão quando ele olhou para baixo, na direção dela.
Bela sentiu uma pontada de medo, apesar de não saber por que, como se a frieza e a rigidez que a afetavam repentinamente derretessem. E com uma indiferença calculada, voltou a esfregar.
Mas o homem se colocou à sua frente.
- Eu não o esperava tão cedo – dizia a senhora Lockley. –
Achei que essas noite o senhor traria toda a guarnição.
- Certamente, senhora – disse ele. Sua voz era quase límpida. Bela assentiu um aperto peculiar na garganta e continuou
esfregando. Tentando ignorar as botas de pele de bezerro levemente marcadas à sua frente.
- Vi essa pequena perdiz sendo leiloada – disse o capitão. E Bela ruborizou quando ficou óbvio que o homem estava andando em círculos ao seu redor. - Exatamente a rebeldezinha. Surpreendeu-me que você tenha pago tanto por ela.
- Eu tenho jeito com rebeldes, capitão – disse a senhora Lockley, com sua voz dura e fria, sem qualquer orgulho ou humor. – E ela é perdiz excepcionalmente suculenta. Achei que o senhor se divertiria com ela hoje à noite.
- Limpe-a e mande-a agora para meu quarto – disse o capitão.
– E não pense que quero esperar até esta noite.
Bela virou a cabeça, lançando deliberadamente um olhar duro em direção ao capitão. Ele era bonito de uma forma ousada, com um tufo de barba loura no queixo, como se seu rosto tivesse sido pincelado com um pó dourado. E o sol deixara sua marca sobre ele, bronzeando profundamente sua pele e ornando assim suas sobrancelhas douradas e dentes brancos ainda mais brilhantes. Ele calçava uma luva na mão que mantinha sobre o quadril e quando a senhora Lockley mandou rapidamente que Bela baixasse os olhos, ele apenas sorriu diante da insolência dela.
A ESTRANHA HISTORINHA DO PRÍNCIPE ROGER
Bela foi violentamente posta de pé pela senhora Lockley, que torcendo os pulos da moça às suas costas, forçou-a a sair pela porta dos fundos em direção a um quintal gramado, com árvores frutíferas de troncos pesados.
Numa cabana aberta, meia dúzia de escravos nus dormiam, sobre tábuas lisas de madeiras, tão fácil e profundamente quanto no suntuoso salão dos escravos do castelo. Mas uma mulher de aparência grosseira, com as mangas da camisa enroladas, matinha outro escravo num barril de água com sabão, as mãos dele presas a um galho de árvore acima. O escravo era esfregado brutalmente pela mulher como se fosse um pedaço de carne sendo salgado para o jantar.
Logo ela entendeu o que estava acontecendo. Bela fora forçada a entrar em um recipiente semelhante, a água com sabão serpenteando entre seus joelhos, e quando suas mãos foram amarradas ao galho da figueira acima, ela ouviu a senhora Lockley chamar o príncipe Roger.
O príncipe apareceu imediatamente, dessa vez de pé, com a escova na mão, e logo começou a trabalhar em bela, cobrindo- a com água morna e esfregando seus cotovelos e joelhos, e então sua cabeça, virando de um lado para outro muito rápido.
Tudo ali era uma questão de necessidade, não havia luxo algum. Bela recuou quando ele esfregou a escova entre as suas pernas, e gemeu quando as cerdas duras castigaram as marcas avermelhadas e hematomas.
A senhora Lockley se retirara. A mulher pesada espancara o pobre escravo choroso para que ele voltasse para a cama e
então desapareceu dentro da estalagem. E o jardim, exceto pelos que dormiam, estava vazio.
– Você me responderá se eu falar? – sussurrou Bela. A pela escura do príncipe parecia macia e escorregadia ao toca a dela, enquanto ela curvava a cabeça dela para trás e derramava uma jarra de água morna em seu cabelo. Ele tinha olhos alegres agora que estavam sozinhos.
–Sim, mas tome muito cuidado! Se nos pegarem, seremos mandados para a punição pública. E odeio divertir o público de pessoas comuns da cidade na plataforma pública.
– Mas por que você está aqui? Perguntou Bela. – Pensei ter vindo com a primeira leva de escravos do castelo.
– Estou na aldeia há anos – disse ele. – Mal me lembro do castelo. Fui condenado por escapar com uma princesa. Nós nos escondemos por dois dias inteiros antes de eles nos acharem! – O rapaz sorriu. – Mas nunca serei chamado de volta.
Bela estava chocada. Ela se lembrou de sua própria escapadela com o príncipe Alexi perto do quarto da rainha.
– E o que aconteceu com ela?
– Ah, ela passou um tempo na aldeia e depois retornou ao castelo. Ela se tornou uma das grandes favoritas da rainha. E quando chegou a hora de ser enviada para casa, ela permaneceu por lá para viver como uma lady.
– Isso não pode ser verdade! – disse Bela, estupefata.
– Sim, ela se tornou membro da corte. Ela até veio aqui para me ver com todas as suas roupas e joias refinadas e perguntou se eu queria voltar a ser seu escravo. Ela disse que a rainha
permitira, pois prometera me punir com muita severidade e me tratar cruelmente. Ela disse que seria a senhora mais malvada que um escravo já tivera. Eu estava muito impressionado, com você pode imaginar. Na última vez em que eu a vira, ela estava nua, virada sobre o joelho de seu mestre. E agora ela montava um cavalo branco e vestia um lindo vestido negro com enfeites dourados, seus cabelos estavam trançados com ouro e ela estava pronta para me carregar nu em sua sela. Fugi, e ela conseguiu que o capitão da guarda me trouxesse de volta, então ela me espancou sobre seu cavalo com a palmatória, bem no meio da praça, diante de uma multidão de aldeões. Ela se divertiu imensamente.
– Como ela pôde fazer uma coisa dessas? – Bela estava horrorizada. – Você disse que ela usava tranças?
– Sim – disse ele. – Ouvi dizer que ela nunca usa os cabelos soltos. Lembra-a demais de quando era escrava.
– Não pode ser lady Juliana!
– Ela era minha torturadora no castelo, minha senhora, tanto quanto o príncipe era meu senhor – disse Bela. Como ela podia enxergar claramente o adorável rosto de lady Juliana, com aquelas tranças grossas! Quantas vezes ela fugira de sua palmatória pela senda dos arreios? – Ah, que coisa horrível da parte dela! Mas o que aconteceu depois? Como você conseguiu escapar dela?
– Eu disse que fugi dela e o capitão da guarda teve que me trazer de volta. Estava claro que eu não me encontrava pronto para retornar ao castelo. – Ele riu. – Disseram-me que ela implorou e suplicou por mim. E prometeu me domar sem a ajuda de ninguém.
– Monstro. – Disse Bela.
O príncipe secou seus braços e seu rosto.
– Saia do barril – disse ele – e fique quieta. Acho que a senhora Lockley está na cozinha. – Então ele acrescentou, sussurrando: - A senhora lockley não me deixaria partir. Mas Juliana não foi a primeira escrava a continuar e se tornar uma torturadora. Talvez um dia você encare a escolha e de repente tenha a palmatória nas mãos e todas aquelas nádegas nuas ã sua mercê. Pense Nisso – disse ele, seu rosto escuro enrugando-se com uma risada amigável.
– Nunca! – Suspirou Bela.
– Bem, temos que nos apressar. O capitão está esperando.
A imagem de lady Juliana nua com o príncipe Roger brilhava na cabeça de Bela. Como ela gostaria de ter lady Juliana virada sobre os seus joelhos, pelo menos uma vez. Mas o que estava pensando? A simples menção ao capitão causou-lhe uma fraqueza imediata. Ela não tinha uma palmatória em mãos e ninguém à sua mercê. Ela era uma escrava má, nua e prestes a ser enviada a um soldado duro com um óbvio gosto por rebeldes. E vislumbrando o belo rosto bronzeado e os profundos olhos brilhantes, ela pensou: Se sou uma menina tão má, então devo me comportar como tal.
O CAPITÃO DA GUARDA
A senhora Lockley saíra pela porta. Ela desamarrou as mãos de Bela e secou seu cabelo com rispidez. Então segurou as mãos de Bela junto às costas, fez com que entrasse na estalagem e depois subisse uma escada de madeira estreita e curva que ficava atrás da lareira. Bela podia sentir o calor da chaminé pela parede, mas foi levada para o andar superior tão rápido que mal percebeu qualquer coisa.
A senhora Lockley abriu uma pequena e pesada porta de carvalho e forçou Bela a se ajoelhar no quarto, empurrando a para frente de modo que a moça tivesse que usar as mãos para se apoiar.
– Aqui está ela, meu belo capitão – disse a senhora.
Bela ouviu a porta se fechar atrás de si. Ela se ajoelhou, ainda incerta sobre o que deveria fazer, o coração acelerando ao ver as familiares botas de pele de bezerro, o brilho do fogo da lareira e a grande cama de madeira sob um teto inclinado. O capitão estava sentado em uma pesada poltrona ao lado da longa mesa de madeira escura.
Mas enquanto ela esperava ele não dera ordens.
Em vez disso, sentiu a mão dele pegando seu cabelo e levantando-a por ele, fazendo com que ela tivesse que engatinhar um pouco para a frente e ajoelhar-se na sua frente. Ela olhou para o homem com os olhos impressionados, vendo mais uma vez aquele rosto belo e audacioso, os cabelos louros luxuriantes que ele certamente adorava e os olhos verdes profundos em sua pele bronzeada. Seu olhar encontrava o
dela com a mesma intensidade.
Uma terrível fraqueza tomou conta dela. Algo dentro de Bela suavizou-se completamente, e essa suavidade parecia crescer, infectando todo «seu corpo e espírito. Rapidamente, ela interrompeu o processo. Mas ela estava começando a entender algo... O capitão a levantou e a pôs de pé, os cabelos da moça enrolados em sua mão esquerda. Encobrindo-a com sua altura, chutou suas pernas para que se abrissem.
– Você vai se mostrar para mim — disse ele, com um vago sinal de sorriso, e antes que ela pudesse pensar no que fazer, ele soltou seu cabelo, deixando-a livre. Uma onda de humilhação tomou conta dela.
Ele mergulhou novamente na cadeira, confiante na obediência da moça. O coração dela batia tão forte que ela se perguntou se ele podia ouvir.
– Ponha as mãos entre as pernas e abra os lábios de sua
Vagina. Quero ver seus dotes.
Uma vermelhidão queimou seu rosto. Ela olhou para ele e não moveu. Seu coração estava disparado.
E, em um instante, ele havia levantado, prendido seus pulsos, a erguido e sentando-a com brutalidade na mesa de madeira. Ele inclinou as costas da moça, que agora tinha os pulsos empurrados contra a coluna, e usando o joelho, forçou as pernas dela a se afastarem bem, enquanto ele olhava para ela.
Ela não hesitou ou desviou o olhar, mas fitou direto o rosto do capitão enquanto sentia seus dedos cobertos por luvas fazerem exatamente o que ordenara a ela, abrindo bem os lábios de sua vagina, que agora ele olhava.
Ela lutou, contorceu-se, tentou desesperadamente se libertar, os dedos abrindo-a, beliscando com força seu clitóris. Ela sentiu a vermelhidão ferver seu rosto e balançou os quadris em pura rebeldia. Mas, sob o couro áspero das luvas do homem, seu clitóris endurecia, crescia, queimando entre o polegar e indicador dele.
Ela arfava e virou o rosto, e quando o ouviu desabotoando
as calças e sentiu a cabeça dura de seu pênis contra a sua coxa, gemeu e levantou os quadris, oferecendo-se.
Imediatamente, o membro estava se movimentando dentro dela. Ele a preenchia tão completamente que sentiu os pelos púbicos quentes e molhados do capitão fechando sua vagina, e as mãos dele em suas nádegas doloridas, levantando-as.
Ele a levantou da mesa quando os braços da moça envolveram seu pescoço e suas pernas circundaram sua cintura, e com as mãos controlou os movimentos dela sobre o seu pênis, que não parava de ir e voltar, erguendo-a quando ela estava quase gritando e então baixando-a novamente, enfiando todo o seu órgão dentro dela. Ele a movimentava
com cada vez mais força, e ela nem percebia que ele agarrara sua cabeça com a mão direita ou que ele virara seu rosto para cima ou que enfiara a língua em sua boca. Ela sentia apenas as inebriantes explosões de prazer invadindo seus quadris e então sua boca agarrou a dele, e seu corpo
estava tenso e leve, sendo levado para cima e para baixo, para cima e para baixo, até que com um grito alto, um grito indecente, ela teve o destruidor orgasmo final.
E eles continuaram, a boca dele sorvendo os gritos dela, sem deixá-la, e só quando ela pensou, agonizante, que aquilo teria um fim, ele chegou a seu próprio clímax dentro dela, Ela
ouviu um gemido profundo vindo de sua garganta. Os quadris do homem congelaram e ele penetrou-a em um frenesi de movimentos rápidos e curtos.
De repente, o quarto ficou silencioso. Ele continuou agarrado a ela, o órgão dentro dela dando pequenos espasmos ocasionais que a faziam gemer suavemente.
Então ela se sentiu esvaziada. Tentou protestar em silêncio, mas ele ainda a estava beijando.
Ela fora colocada no chão novamente, com as mãos atrás do pescoço, as pernas separadas pelo leve toque de suas botas, e mesmo com toda a sua doce exaustão, ela continuou de pé. Ela olhava para a frente, não enxergando nada além de um facho de luz.
– Agora teremos a pequena demonstração que pedi – disse ele, beijando novamente a boca virada da jovem, abrindo-a e enfiando a língua dentro de seus lábios. Ela olhou nos olhos dele. Não havia nada além daqueles olhos fitando-a. Capitão, ela pensou na palavra. Então ela viu uma mecha de cabelos louros sobre a testa bronzeada com suas rugas profundas.
Mas ele havia se afastado, deixando-a ali de pé.
– Você colocará as mãos entre as pernas — disse ele, suavemente, sentando-se novamente em sua poltrona de carvalho, suas calças bem fechadas — e me mostrará suas partes íntimas imediatamente.
Ela tremeu. Olhou para baixo. Seu corpo estava quente, exaurido e aquela fraqueza agora infeccionava todos os seus músculos. Para sua própria surpresa, ela baixou as mãos entre as suas pernas e sentiu os lábios molhados e escorregadios
ainda ardendo, ainda pulsando com a penetração do capitão. Com a ponta do dedo, ela tocou a vagina.
– Abra-a e mostre-a para mim — disse ele, relaxando na poltrona, o cotovelo no braço do móvel, a mão fechada sob o queixo. — Isso mesmo, abra mais. Mais!
Ela esticou os lábios de baixo sem acreditar que ela, a menina má, estava fazendo aquilo. Uma sensação suave, uma espécie de prazer preguiçoso, o eco do êxtase do abraço íntimo deixou-a mais tranquila. Mas os lábios estavam tão separados que quase doíam.
– E o clitóris — disse ele. – Levante-o.
O pequeno órgão ardeu em seu dedo quando ela obedeceu.
– Mova seu dedo para o lado para eu poder ver disse ele. E ela fez isso rápido, o mais graciosamente que podia.
– Agora abra bem esse buraquinho de novo e empurre seus quadris para a frente.
Ela obedeceu, mas outra onda de prazer tomou conta dela quando moveu os quadris. Ela podia sentir o rosto enrubescendo, sua garganta e seios ardendo também. Ela pôde ser ouvir gemendo. Ergueu os quadris ainda mais alto, moveu-os ainda mais para a frente. Ela podia ver seus
mamilos contraindo-se em pedrinhas rosadas e duras. E ouviu seu gemido tornar-se mais alto e suplicante.
Começaria a qualquer momento aquele desejo que se aprofundava tão docemente. Mesmo agora ela podia sentir os lábios inchando em volta de seus dedos, o clitóris pulsando forte como um pequeno coração e a carne rosa ao redor de seus mamilos latejando.
Ela mal conseguia suportar o desejo, e então sentiu a mão do capitão em seu pescoço. Ele a virara para a frente, sentando-a em seu colo, a cabeça dela inclinada para trás sobre a curva de seu braço direito, sua mão esquerda afastando bem as pernas dela, e Bela sentiu o macio colete de pele de bezerro em sua lateral nua, o couro das botas
compridas sob suas coxas, o rosto dele sobre ela. Ela sentiu os
olhos dele penetrando-a. Ele a beijava devagar, e ela sentiu levantarem. Ela tremeu.
Ele segurava algo lindo e fascinante contra a luz, à sua frente, piscou para enxergá-lo: era o cabo de sua adaga, grosso, incrustado com ouro, esmeraldas e rubis.
O objeto sumiu e de repente ela sentiu o metal frio sendo empurrado em sua vagina.
– Aaaaahhh... – gemeu ela, sentindo o cabo deslizando para dentro dela, mil vezes mais duro e cruel que o maior dos pênis, e quando ele a levantou parecia estar esmagando seu clitóris ardente.
Ela quase gritou de desejo, sua cabeça caindo para trás, seus olhos cegos para qualquer coisa além dos olhos do capitão a observando. Seus quadris ondulavam selvagemente contra o colo dele, o cabo da adaga indo e voltando, indo e voltando, até que ela não conseguiu mais suportar e o êxtase paralisou-a novamente, silenciando sua boca aberta, a visão do capitão desaparecendo no momento da entrega total.
Quando ela voltou a si, ainda havia um tremor selvagem em seus quadris, sua vagina em espasmos silenciosos, mas Bela estava sentada com as costas eretas, o capitão segurando seu rosto com sua mão e beijando suas pálpebras.
— Você é minha escrava – disse ele. Ela assentiu.
— Quando eu vier à estalagem, você pertencerá a mim. Não importa onde estiver, você virá até mim e beijará minhas
botas — disse ele.
Ela assentiu.
Ele a colocou de pé, e antes que ela entendesse o que estava acontecendo, ela havia sido expulsa do quartinho, pulsos às costas, e era levada pela pequena escadaria curva pela qual subira.
Sua cabeça estava girando. Ele a abandonaria agora e ela não suportava pensar nisso. Ah, não, por favor, não me deixe, pensou ela, desesperada. Ele deu ternas palmadas em suas nádegas, com suas grandes mãos cobertas por luvas de couro macio e a obrigou a retornar à fria escuridão da estalagem, onde seis ou sete homens já estavam bebendo.
Bela ouviu as risadas, a conversa, o som de uma palmatória descendo e um escravo gemendo e soluçando em algum lugar.
Mas ela estava sendo levada à praça aberta diante da estalagem.
– Cruze seus braços atrás das costas – disse o capitão. – Você deve marchar diante de mim com os joelhos altos e olhando para frente.
PRAÇA DAS PUNIÇÕES PÚBLICAS
Por um instante, a luz do sol pareceu brilhante demais. Mas Bela estava ocupada cruzando os braços e marchando, levantando as pernas o mais alto que conseguia. Finalmente a praça tornou-se visível quando eles a adentraram. Ela viu a multidão de pessoas ociosas e fofoqueiras, vários jovens sentados na larga borda de pedra do poço, cavalos presos às entradas das estalagens e outros escravos nus aqui e ali, alguns ajoelhados, outro marchando como ela.
O capitão a virou com outro daqueles golpes largos e macios, apertando um pouco sua nádega direita ao fazê-lo.
Ela parecia estar meio sonhando, meio acordada, e Bela deu por si em uma rua larga, cheia de lojas, assim como a viela pela qual ela chegara, mas estava cheia e todos se ocupavam comprando, barganhando, discutindo.
A terrível sensação de normalidade voltou a ela, a mesma ideia de que tudo aquilo acontecera antes, ou pelo menos de que tudo era tão familiar que poderia ter acontecido. Um escravo nu apoiado em suas mão e joelhos que limpava uma vitrine parecia muito comum, e a visão de outro carregando um cesto preso às costas, marchando como Bela diante de uma mulher que o guiava com uma vara – sim, aquilo também parecia normal. Até os escravos nus às paredes, pernas abertas, rostos sonolentos pareciam a coisa mais comum. Por que os jovens aldeões não deveriam provocá-los ao passar, batendo em um pênis ereto aqui, beliscando uma pobre e tímida bocetinha ali? Sim, era normal.
Até a estranha saliência de seus seios, seus braços cruzados às costas para forçá-los para a frente, tudo aquilo parecia bastante prático e uma forma adequada de marchar, pensou
Bela. E quando ela sentiu outra pancada quente, marchou mais rápido e tentou levantar os joelhos mais graciosamente.
Agora chegavam ao outro lado da aldeia, ao mercado, e viu centenas de pessoas moendo grãos em volta da plataforma vazia. Aromas deliciosos emergiam das pequenas barracas de comida, e ela conseguia até sentir o cheiro do vinho que um rapaz trazia em uma caneca entre as barracas. Viu rios de panos vindos da loja de tecidos e pilhas de cestos e cordas sendo vendidos. Em todos os cantos, escravos nus executavam mil diferentes tarefas.
Um escravo ajoelhado varria vigorosamente o chão de um beco com uma pequena vassoura. Dois outros estavam de quatro, carregando cestos cheios de frutas em suas costas, e avançavam em um trote rápido por uma porta. Uma princesa esbelta estava pendurada de cabeça para baixo em um muro, seus pelos pubianos brilhando sob o sol, seu rosto vermelho e inchado de lágrimas, seus pés cuidadosamente presos ao muro com tornozeleiras bem apertadas.
Mas eles haviam chegado a outra praça que dava para a primeira, uma estranha praça de chão de terra batida, macia e recentemente resolvida, como na senda dos arreios. Bela foi autorizada a parar e o capitão ficou ao seu lado com os polegares apoiados no cinto, observando tudo.
Bela viu outra plataforma giratória elevada, como a do leilão, e um escravo estava ali amarrado, sendo surrado com a palmatória por um homem que fazia a plataforma girar com um pedal, como fizera o leiloeiro, batendo forte em suas nádegas nuas cada vez que ele chegava à posição adequada. A pobre vítima era um príncipe de músculos vistosos, com as mãos amarradas às costas e o queixo apoiado em uma coluna de madeira, para que todos pudessem ver seu rosto enquanto
era punido. Como ele consegue manter os olhos abertos?, perguntou-se Bela. Como ele suporta olhar para eles? A multidão em volta da plataforma gritava de um modo tão estridente quanto no leilão.
E quando o torturador levantou sua arma de couro indicando que o castigo estava no fim, o pobre príncipe, com o corpo em convulsão, o rosto contorcido e molhado, teve restos de frutas e lixo atirados sobre si.
Aquela praça, assim como a outra, tinha a atmosfera de uma feira, com as mesmas barracas de comida e vendedores de vinho. Centenas de pessoas assistiam de janelas elevadas, braços cruzados em peitoris e beiradas das varandas.
Mas as palmadas na plataforma giratória não eram a única forma de castigo. Um longo mastro de madeira ficava nos fundos, à direita, com várias tiras de couro compridas descendo de um anel de ferro em seu topo. Na ponta de cada tira negra estava um escravo preso a uma coleira de couro que forçava sua cabeça para cima, e todos marchavam devagar, mas com passos elegantes, circundando o mastro, obedecendo aos golpes constantes de quatro palmatórias, de quatro torturadores instalados em quatro pontos do círculo, como se fossem quatro pontos de uma bússola. Uma trilha circular se desenhava na poeira sob os pés descalços. Algumas mãos estavam presas às costas, outras apenas se juntavam, sem amarras.
Um grupo de homens e mulheres desocupados assistia à marcha circular, fazendo um ou outro comentário, e Bela observou, em um silêncio estupefato, uma das escravas, uma jovem princesa com grandes cachos largos, ser desamarrada e devolvida ao senhor que esperava, que então golpeou seus tornozelos com uma vassoura de palha enquanto a guiava.
- Lá - disse o capitão, e Bela marchou obedientemente ao seu lado em direção ao mastro alto com suas tiras de couro giratórias.
- Amarre-a – disse ele ao guarda, que rapidamente puxou Bela e afivelou a coleira de couro ao redor de seu pescoço de modo que seu queixo fosse forçado para cima pela borda do instrumento.
Em um borrão, Bela viu o capitão observando. Duas aldeães estavam perto e falavam com ele, e Bela o viu dizer algo bastante direto.
A longa tira de couro que descia do alto do mastro era pesada e se movimentava no anel de ferro de acordo com o ritmo dos outros, e Bela quase foi empurrada para frente pela coleira. Ela marchou um pouco mais rápido para que isso não acontecesse, mas foi jogada para trás, até que finalmente acertou o passo e sentiu o primeiro golpe barulhento de um dos quatro guardas que casualmente esperavam para castigá- la. Bela percebeu que havia tantos escravos trotando no círculo que os guardas estavam sempre descendo suas brilhantes palmatórias ovais de couro negro, e ela estava sendo abençoada com alguns lentos segundos entre os golpes, a poeira e a luz do sol ferroavam seus olhos enquanto ela olhava os cabelos desgrenhados do escravo à sua frente.
Punição pública. Ela lembrou as palavras do leiloeiro dizendo a todos os senhores e senhoras para adotá-la quando julgassem necessário. E ela sabia que o capitão, diferentemente dos senhores e senhoras bem-educados e das belas palavras do castelo, nunca pensaria em dizer-lhe o motivo. Mas o que importava? Sua vontade de puni-la por tédio ou curiosidade já era razão suficiente, e cada vez que completava o círculo, ela o enxergava claramente por alguns
instantes, os braços apoiados nos lados, as pernas firmemente afastadas, os olhos verdes fixos nela. Qualquer motivo seria besteira, pensou ela. E quando se preparou para mais um golpe certeiro – perdendo o equilíbrio e a graça em meio à poeira por um breve instante, quando a palmatória empurrou seus quadris para a frente -, sentiu um estranha satisfação, diferente de tudo que conhecera no castelo.
Não havia tensão alguma dentro dela. Aquela dor familiar em sua vagina, o desejo pelo pau do capitão, a pancada da palmatória, tudo isso estava ali, enquanto ela marchava, a coleira de couro balançando cruelmente sob o seu queixo erguido, seus calcanhares batendo no chão duro, nada era tão horrivelmente aterrorizante quanto o que ela conhecera anteriormente.
Mas seu devaneio foi interrompido por um grito alto vindo da multidão ao seu redor. Por sobre as cabeças daqueles que olhavam com malícia para ela e os outros escravos marchando, viu o pobre príncipe castigado ser retirado da plataforma giratória onde fora objeto de escárnio público por tanto tempo. E então outra escrava, uma princesa de cabelos louros como os de Bela foi obrigada a se colocar naquele lugar, costas curvadas para baixo, bunda para cima, queixo apoiado.
Ao completar outra volta no pequeno círculo poeirento, Bela viu que a princesa se contorcia ao ter os braços amarrados às costas, e o apoio do queixo era apertado por um parafuso de ferro, impedindo que ela virasse a cabeça. Seus joelhos foram presos à plataforma giratória e ela distribuía chutes furiosamente. A multidão estava tão excitada quanto na demonstração de Bela no leilão. E mostrava seu prazer com gritos empolgados.
Mas o olhar de Bela captou o príncipe que acabara de descer; ela o viu correndo para um pelourinho próximo. Na verdade, havia vários pelourinhos enfileirados em uma mesma clareira. Ali, o príncipe foi forçado a inclinar-se na altura da cintura, suas pernas afastadas com um chute, como sempre, seu rosto e mãos presos nos locais certos, a tábua de cima caindo sobre a outra com uma pancada barulhenta para mantê-lo olhando para frente, incapaz de esconder seus rosto ou de fazer qualquer coisa.
A multidão fechou-se em torno da figura impotente. Quando Bela completou outra volta, gritando repentinamente ao ser atingida por uma pancada estranhamente forte da palmatória, ela viu as outras escravas, todas princesas, também serem colocadas no pelourinho, torturadas pela multidão que as tocava, as cutucava, as beliscava como quisesse, apesar de um aldeão estar dando um gole d’água a uma delas.
Obviamente, a princesa teve que lamber o líquido, e Bela viu a ponta rosada de sua língua descer no pires raso; de qualquer forma, aquilo pareceu um gesto de piedade .
Enquanto isso, a princesa na plataforma giratória chutava e sacudia-se, uma exibição absolutamente maravilhosa, seus olhos fechados, sua boca em uma careta, a multidão cantando os golpes em voz alta, em um ritmo que parecia estranhamente assustador.
Mas a provação de Bela em volta do mastro estava chegando ao fim. Ela foi solta da coleira com muita rapidez e habilidade, e então foi retirada do círculo, arfando. Suas nádegas doíam e pareciam inchar, como se esperassem pela pancada seguinte, que nunca veio. Seus braços doíam cruzados às costas, mas continuou esperando.
A grande mão do capitão a virou, e ele pareceu encobri-la, dourado sob o sol, seus cabelos brilhando em volta da sobra escura de seu rosto quando ele se inclinou para beijá-la. Ele agarrou sua cabeça com as mãos e sugou seus lábios, abrindo- os e enfiando sua língua dentro dela, e então a soltou.
Bela suspirou ao sentir os lábios dele se afastarem, o beijo enraizando-se profundamente em sua carne. Seus mamilos roçavam as correntes grossas que decoravam o colete de couro cru do capitão e a fivela fria de seu cinto a queimava. Ela viu seus rosto escuro se abrir em um lento sorriso e seu joelho pressionar seu sexo dolorido, deixando-o sedento. De repente, ela sentiu que sua fraqueza era completa e que não tinha nada a ver com os tremores em suas pernas ou sua exaustão.
- Marche – disse ele. E ao virá-la, dirigiu-a ao outro lado da praça, com um apertãozinho em suas nádegas.
Eles pararam perto dos escravos no pelourinho, que se contorciam sob as zombarias e pancadas do público que os torturava. Atrás de tudo, Bela viu pela primeira vez uma longa fileira de barracas de cores vivas montadas atrás de uma fila de árvores, cada uma delas com sua entrada abobadada aberta. Havia um rapaz bem-vestido em frente a cada barraca, e apesar de Bela nada conseguir ver nos interiores obscuros, ela ouviu as vozes dos homens que, um de cada vez, tentavam o público:
 “Belo príncipe aqui, senhor, apenas dez centavos” ou “Adorável princesinha, senhor, para seu prazer, por apenas quinze centavos”, entre outros convites como esse. “Se não pode comprar seu próprio escravo, tenha o melhor por apenas dez centavos.” “Belo príncipe precisando de castigo, madame. Cumpra as ordens da rainha por apenas quinze
centavos.” E Bela se deu conta de que homens e mulheres entravam e saíam das barracas, um de cada vez, e às vezes juntos.
E assim até o mais ordinário aldeão pode desfrutar o mesmo prazer, pensou Bela. E mais à frente, no final da fileira de barracas, ela viu um grupo de escravos nus e empoeirados, de cabeças baixas, as mãos atadas ao galho de árvore acima deles, atrás de um homem que anunciava:
- Contrate por dia ou por hora essas belezuras, para os piores serviços. – Ao seu lado, havia uma mesa rústica com toda uma variedade de amarras e palmatórias.
Ela continuou marchando, absorvendo esses espetáculos como se as imagens e sons a espancassem, a mão grande e firme do capitão castigando-a de tempos em tempos. Quando finalmente chegaram à estalagem, Bela foi colocada novamente no quartinho, pernas separadas, mãos na nuca e pensou, inebriada: Você é meu mestre e senhor.
Parecia que passara toda a sua vida na aldeia em outra encarnação, servindo um soldado, e a mistura de sons vinda da praça do lado de fora era uma música confortante.
Sim, ela era escrava do capitão, completamente dele, feita para correr pelas ruas, ser punida, totalmente subjugada.
E quando ele a jogou na cama, batendo em seus seios, tomando-a com força novamente, ela virou a cabeça para um lado e para o outro, sussurrando:
- Meu Senhor, sempre meu senhor.
Lá no fundo ela sabia que era proibido falar, mas aquilo não parecia ser mais que um grito ou gemido. Sua boca esta aberta ela gemeu quando gozou, os braços erguidos envolvendo o pescoço do capitão. Os olhos dele piscaram, e depois
resplandeceram na escuridão. E então vieram seus últimos movimentos, levando Bela além dos limites, ao delírio.
Ela ficou deitada, parada, por um bom tempo, a cabeça no travesseiro. Sentiu a longa tira de couro do mastro forçando-a a trotar como se ainda estivesse perdida na praça das punições públicas.
Parecia que seus seios explodiriam com o latejar das últimas pancadas. Mas ela percebeu que o capitão tirara toda a roupa e estava deitado na cama nu ao seu lado.
A mão quente dele pousou sobre o seu sexo encharcado, os dedos abrindo os lábios suavemente. Ela chegou mais perto de seus membros nus, braços e pernas poderosos cobertos por uma penugem macia, cacheada e dourada. Seu queixo mal barbeado arranhava sua bochecha. Então seus lábios a beijaram.
Ela fechou os olhos sob a luz da tarde que caía na pequena janela. Os sons confusos da aldeia, as vozes da rua, as explosões maçantes de riso na estalagem abaixo, tudo aquilo se misturava e um burburinho baixo que embalava seu sono. A luz tornou-se mais brilhante antes de começar a esvanecer. O fogo baixo ardia na lareira, e o capitão cobriu Bela com seus braços e pernas, e caiu em um sono profundo junto a ela.
TRISTAN NA CASA DE NICOLAS, O CRONISTA DA RAINHA Tristan:
Em um quase atordoamento, eu pensava nas palavras de Bela, mesmo enquanto o leiloeiro pedia os lances, meus olhos meio fechados, os gritos da multidão ao meu redor como um turbilhão. Por que deveríamos obedecer? Se éramos maus, se fomos condenados àquela penitência, por que deveríamos cumprir qualquer ordem?
As perguntas dela ecoavam em meio aos gritos e zombarias, à grande barulheira desarticulada que a verdadeira voz da massa, puramente brutal, de um vigor infinitamente renovado. Apeguei-me à bela lembrança de seu pequeno e refinado rostinho oval, seus olhos brilhando com uma independência irrepreensível, enquanto eu era cutucando, espancado, girado, examinado.
Talvez eu tenha me refugiado em um estranho diálogo interno, pois era um sofrimento excruciante suportar a flamejante realidade do leilão. Eu estava na praça, exatamente como eles haviam ameaçado que me poderia acontecer. E os lances aumentavam, de todas as partes.
Parecia que ao mesmo tempo eu enxergava tudo e nada, e em um momento de insuportável remorso, lamentei ter sido aquele escravo idiota, sonhando com a desobediência e a aldeia nos jardins do castelo.
—Vendido para Nicolas, o cronista da rainha.
E então eu era violentamente retirado escada abaixo e o homem que me comprara ficou na minha frente. Ele parecia uma chama silenciosa em meio à de mãos ásperas batendo em meu falo ereto, beliscando-me, puxando os cachos de meus
cabelos. Envolto em um silêncio próprio perfeito, ele levantou meu queixo, nossos olhares se encontraram e com um choque delicado, pensei: sim, este é meu senhor!
Delicado.
Se não o homem em si, robusto o suficiente para alguém alto e magro, pelo menos seus modos.
A pergunta de Bela ecoava em meus ouvidos. Acho que fechei os olhos por um instante.
Eu estava sendo empurrado por entre a multidão, centenas de pessoas me mandando marchar, levantar os joelhos, erguer o queixo, manter meu pênis ereto, enquanto o latido alto do leiloeiro chamava o próximo escravo para a plataforma. Todo aquele barulho, que parecia um rugido, me envolvia.
Eu apenas olhara rápido meu senhor, mas aquela olhada fixou perfeitamente todos os detalhes de seu ser. Apenas um centímetro mais alto que eu, ele tinha um rosto quadrado, mas fino, e abundantes cabelos brancos formavam cachos grossos bem acima de seus ombros. Ele era jovem demais para os cabelos brancos, quase um menino, apesar de sua altura e de seu olhar gélido, seus olhos azuis obscuros no centro. Parecia bem—vestido demais para os padrões da aldeia, mas havia outro como ele nas varandas sobre a praça, assistindo sentados em cadeiras de espaldares altos colocadas atrás de janelas abertas. Certamente comerciantes ricos e suas esposas, mas eles o haviam chamado de Nicolas, o cronista da rainha.
Ele tinha mãos longas e bonitas, com as quais acenava quase languidamente para que eu o seguisse.
Finalmente, cheguei ao fim da praça, recebendo os últimos tapas e beliscões brutos. Peguei—me marchando ofegante em uma rua vazia cercada de pequenas tavernas, estalagens e portas trancadas. Percebi, aliviados, que todos estavam no leilão. E que ali era tranquilo.
Não havia nada além do som de meus pés nas pedras e o bater rápido das botas de meu senhor atrás de mim. Ele estava muito perto. Tão perto que quase podia senti-lo roçando em minhas nádegas. E, com um choque, senti a pancada vigorosa de um cinto e sua voz muito baixa perto de meu ouvido:
— Levante esses joelhos e mantenha a cabeça para o alto e para trás. — Imediatamente me endireitei preocupado por ter me deixado perder qualquer traço de dignidade. Meu membro ficou duro, apesar da fadiga em minhas pantorrilhas. Vi sua imagem novamente, tão misterioso, aquele rosto suave e jovem, os cabelos brancos brilhantes e a túnica de veludo finamente alinhavada.
A rua fez uma curva, estreitou-se, ficou um pouco mais escura enquanto os telhados pontudos sobressaíam no alto, e ruborizei ao ver um rapaz e uma mulher vindo rápido em nossa direção, com suas roupas limpas e engomadas, seus olhos me examinando cuidadosamente. Eu podia ouvir minha respiração difícil ecoando pelas paredes. Um velho sentado num banco diante de uma porta olhou para cima.
O cinto me golpeou novamente enquanto o casal se colocou ao lado e ouvi o homem rir para si mesmo e murmurar: — Um escravo belo e forte, senhor.
Mas por que eu tentara marchar mais rápido, manter a cabeça erguida? Por que eu sentira aquela mesma ansiedade?
Bela parecia tão rebelde ao fazer aquelas perguntas. Pensei em seu sexo apertando tão corajosamente meu pênis. Aquilo e a voz do me senhor me dando novas ordens me enlouqueceram.
— Pare — disse ele, de repente, puxando meu braço de forma que eu ficasse de frente para ele. Mais uma vez vi aqueles grandes olhos azuis sombrios com seus centros negros, e sua boca larga e bonita sem qualquer sinal de escárnio ou rigidez. Várias sombras apareceram ã nossa frente, e tive uma horrível sensação de estar afundando quando pararam para nos observar.
— Nunca o ensinaram a marchar, não é? – perguntou ele, erguendo tanto meu queixo que gemi, e tive que usar toda a minha força de vontade para não resistir nem um pouco. Não ousei responder. — Bem, você aprenderá a marchar frente. Pegou meu rosto com as duas mãos, apesar de ainda manter o cinto na mão direita, e o virou para cima.
Senti-me impotente e envergonhado ao fitá-lo. Eu podia ouvir o som dos rapazes ao redor murmurando e rindo consigo mesmos. Ele me forçou para frente, até que eu sentisse a protuberância de seu falo em suas calças. Então minha boca se abriu e o beijei fervorosamente. Seu órgão despertou sob meus lábios. E senti meus próprios quadris se movimentarem, apesar de eu tentar Pará-los. Eu tremia todo. Seu pênis pulsava sob a seda como um coração. Os três observadores se aproximavam.
Por que obedecemos? Não é mais fácil obedecer? A questão me atormentava.
— Agora, ponha-se de pá e ande rápido quando eu mandar. E
levante esses joelhos – disse ele. Então virei e levantei, o cinto
castigando minhas coxas. Os três rapazes se afastaram quando comecei a andar, mas eu podia sentir a atenção daqueles jovens comuns, de roupas grosseiras. O Cinto me atingia com golpes rápidos e sonoros. Um príncipe desobediente mais humilhado que os vagabundos da aldeia, alguém para ser punido e servir de diversão aos outros.
Eu estava mergulhando em calor e confusão, mas depositei todas as minhas forças na execução do que me fora ordenado, o cinto lambendo minhas pantorrilhas e a parte de trás de meus joelhos, antes de atingir duramente a curva de minhas nádegas.
O que eu dissera a Bela? Que não viera ã aldeia para resistir? Mas o que eu queria dizer? Era mais fácil obedecer. Eu já conhecerá a angústia que me irritava e poderia ser corrigido novamente na frente daqueles garotos comuns. Eu podia ouvir aquela voz de novo, e dessa vez, com raiva.
O que poderia ter me tranquilizado? Uma palavra gentil de aprovação? Eu ouvira tantas de lorde Stefan, meu senhor no castelo, e mesmo assim eu o havia deliberadamente provocado, desobedecido. Nas primeiras horas da manhã, eu levantara e corajosamente saíra do quarto de lorde Stefan, libertando-me e correndo para os limites do jardim, onde os pajens me viram. Eu lhes proporcionara uma animada caçada entre as árvores grossas e arbustos. E quando fui pego, lutei e chutei até, amordaçado e amarrado, ser colocado diante da rainha e de um Stefan triste e desapontado.
Eu havia deliberadamente me rebaixado. Ainda assim, no meio daquela praça aterrorizante, com seu povo violento e zombeteiro, eu lutava para me manter à frente da tira de couro para outro senhor. Meu cabelo estava sobre os olhos,
que flutuavam em lágrimas que ainda não haviam começado a rolar. A viela tortuosa com suas placas infinitas e janelas iluminadas, mas obscuras à frente.
– Pare – disse meu senhor, e obedeci, com gratidão, sentindo os dedos dele envolvendo meu braço com uma estranha ternura. Atrás de mim, havia o som de vários pés e uma pequena erupção de risos masculinos. Então aqueles detestáveis jovens haviam nos seguido!
Ouvi meu senhor dizer:
— Por que vocês estão assistindo a isso com tanto interesse?
— falava com os garotos. — Vocês não querem assistir ao leilão?
— Ah, há muito mais para ver, senhor — disse um deles. – Só estávamos admirando esse aí, senhor, as pernas e o pênis desse aí.
— Vocês vão comprar algo hoje? — perguntou o senhor.
— Não temos dinheiro para comprar, senhor.
— Termos que esperar pelas barracas — disse uma segunda voz.
— Bem, venham aqui — disse meu senhor. Para meu terror, ele continuou: — Vocês podem dar uma olhada nele antes de eu levá-lo para dentro; ele é uma beleza. — Fiquei petrificado quando ele me virou e me forçou a encarar o ele fiquei feliz em manter meus olhos baixos, vendo nada mais que suas velhas botas amareladas de couro cru e calças cinzentas surradas. Eles chegaram mais perto.
— Vocês podem tocá-lo, se quiserem — disse o senhor e, levantando meu rosto novamente, disse a mim: — Levante os braços e segure firme a alça de ferro acima de você.
Senti a alça de ferro presa na parede antes de realmente vê-la, e era tão alta que tive que ficar na ponta dos pés para alcançá- la, deixando um espaço de cerca de um metro atrás de mim.
O senhor chegou para trás e cruzou os braços, seu cinto pendendo ao seu lado, brilhando, e vi as mãos dos jovens se aproximando, senti então os apertões inevitáveis em minhas nádegas ardentes, antes de levantarem minhas bolas e apertarem-nas de leve. A carne macia despertou de repente, latejando, tremendo. Contorci-me, quase incapaz de ficai parado, e senti a dor provocada pelos risos imediatos. Um dos rapazes bateu em meu falo, que balançou forte.
— Olhe para ele, duro feito pedra! - disse ele, batendo em meu pênis novamente, por todos os lados, enquanto outro garoto apertava as bolas, brincando um pouco com elas.
Lutei para engolir o imenso nó em minha garganta e parar de tremer. Senti que perdia a razão. No castelo, havia aqueles belos salões reservados exclusivamente para o prazer, escravos cuidados com tanto refinamento que pareciam esculturas. É claro que eu havia sido treinado. Eu fora treinado no acampamento meses antes de os soldados me levarem ao castelo. Mas aquela era uma rua comum, com calçamento de pedras, como as de tantas cidades que eu conhecera, e eu não era o príncipe montado em meu belo cavalo, mas um fraco escravo nu examinado por três jovens bem em frente às lojas e estalagens.
O grupinho se movia para a frente e para trás, um dos rapazes empurrou minhas nádegas e perguntou se podia ver meu ânus.
—E claro — disse o senhor.
Senti toda a minha força esvanecer. Imediatamente, minhas nádegas foram afastadas do mesmo jeito que fizeram no leilão, e senti um polegar duro me penetrando. Tentei soltar um gemido alto e quase soltei a alça de ferro.
—Pode bater nele com o cinto, se quiser — disse o senhor, e vi suas mãos entregando o instrumento pouco antes de ser virado de lado e ser violentamente atingido nas nádegas. Dois dos rapazes ainda brincavam com meu pênis e minhas bolas, puxando os pelos e a pele de meu saco e apertando-o brutalmente. Eu tremia com cada cintada dolorida em minhas nádegas. Não consegui evitar outro gemido alto, já que as pancadas dos garotos eram mais fortes que as de qualquer senhor, e quando os dedos inquietos tocaram a cabeça de meu membro, recuei desesperadamente, tentando controlá-lo. O que significaria gozar nas mãos daqueles rapazes rudes? Eu não suportava sequer pensar nisso. E mesmo assim, meu pênis estava vermelho-escuro e duro como pedra com aquela tortura.
— Como foi a flagelação? — disse o que estava atrás de mim, pegando meu rosto e virando-o para ele. - Tão boa quanto a de seu senhor?
— Vocês já brincaram o bastante — disse meu senhor. Ele deu um passo para a frente, pegando o cinto de couro, e recebeu os agradecimentos deles assentindo educadamente enquanto eu continuava tremendo.
Aquilo apenas começara. O que viria a seguir? E o que teria acontecido a Bela?
Outras pessoas passavam pela rua. Parecia que eu ouvia um rugido distante, como o de uma multidão. Havia o in- confundível som de uma trombeta. Meu senhor estava me examinando, mas olhei para baixo sentindo a excitação em espasmos em meu membro. Minhas nádegas tensionando e relaxando involuntariamente.
A mão de meu senhor tocou meu rosto. Seus dedos passaram por minhas bochechas e levantaram vários cachos de meu cabelo. Eu podia ver a luz do sol empoeirada refletindo na grande fivela de latão do seu cinto e o anel em sua mão esquerda com a qual ele segurava uma tira de couro grossa. O toque de seus dedos era sedoso, e senti meu pênis subir em pulsações obscenas e incontroláveis.
— Para dentro de casa, engatinhando — disse ele, gentil- mente. E abriu a porta à minha esquerda. — Você sempre vai entrar por aqui, sem eu precisar mandar. - E me peguei passando silenciosamente por um chão cuidadosamente encerado, em direção a pequenos cômodos cheios de coisas; parecia uma pequena mansão, uma casa rica, na verdade, com escadinhas imaculadamente limpas e espadas cruzadas sobre a pequena lareira.
Estava escuro, mas logo vi belas pinturas nas paredes de lordes e damas se divertindo na corte, com suas centenas de escravos nus obrigados a executar as mais diferentes tarefas e posições. Passamos por um pequeno armário muito entalhado. E por cadeiras de espaldares altos. E o corredor se tornou estreito e opressor.
Ali eu me sentia enorme e vulgar, mais animal que humano, engatinhando dolorosamente pelo mundinho de riqueza de um burguês. Sem dúvida eu não era um príncipe, mas um animal domesticado. Vi meu reflexo em um belo espelho, em meio a um silencioso ataque de preocupação.
— Para os fundos, por aquela porta - ordenou meu senhor, e entrei em uma alcova onde uma aldeã bem-arrumada, certamente uma criada, moveu-se para o lado com sua vassoura quando passei por ela.
Eu sabia que meu rosto estava deformado pelo esforço. E de repente me dei conta do que era verdadeiramente terrível na aldeia.
Era o fato de que ali havia escravos de verdade. Não brinquedos em um palácio de prazer, como os escravos das pinturas nas paredes, mas verdadeiros escravos nus, em uma aldeia de verdade, e sofreríamos com as vontades de homens comuns em seus momentos de lazer ou trabalho, e senti minha agitação aumentar ao som de minha respiração ofegante.
Mas havíamos entrado em outro cômodo.
Passei pelo tapete macio desse novo quarto sob a luz brilhante dos lampiões a óleo, e recebi a ordem de permanecer parado, o que fiz, sem sequer tentar ajeitar meus membros por medo de reprovação.
Primeiro, vi apenas livros, brilhando sob a luz dos lampiões. Pareciam ser paredes de livros, todos encadernados em couro de cabra e decorados com ouro; certamente eram pagamento do rei. E havia lampiões a óleo em estrados espalhados pelo ambiente e sobre uma escrivaninha de carvalho coberta por
folhas soltas de pergaminho. Penas de escrever ficavam reunidas em um suporte de metal. Havia potes de tinta. E, no alto das prateleiras, mais pinturas surgiam.
E então, de rabo de olho, vi uma cama em um canto.
Mas o que mais me surpreendeu naquele cômodo, mais que a incalculável riqueza dos livros, foi a vaga forma de uma mulher materializando-se lentamente diante de meus olhos. Ela escrevia diante da escrivaninha.
Eu não conhecia muitas mulheres que soubessem ler e escrever, apenas algumas grandes damas. Muitos dos príncipes e princesas do castelo sequer sabiam ler os anúncios das punições que eram pendurados em seus pescoços quando desobedeciam. Mas essa dama escrevia bastante rápido, e quando olhou para cima captou meu olhar antes que eu baixasse os olhos, subserviente. Então ela se levantou da escrivaninha e vi suas saias se espalhando na minha frente Ela era toda pequenina, com pulsos finos e mãos graciosas e longas como as do senhor. Não ousei olhar para cima, mas consegui ver que seu cabelo era castanho-escuro, dividido ao meio, e que caía em ondas sobre suas costas. Ela usava um vestido bordo, rico como as roupas do homem, mas também usava um avental azul-escuro, e havia manchas de tinta em seus dedos que a tornavam interessante.
Eu tinha medo dela e do homem que estava atrás de mim, em silêncio, medo daquele quartinho silencioso e de minha própria nudez.
— Deixe que eu dê uma olhada nele - disse ela, e sua voz, como a de meu senhor, era bem fina e levemente ressonante. Ela colocou suas mãos sob meu queixo e me mandou ajoelhar. Então pressionou minha bochecha molhada com o polegar, o
que me fez ruborizar ainda mais. Naturalmente, baixei os olhos, mas vira seus seios empinados e salientes, seu pescoço delgado, e um rosto que lembrava o do homem, não fisicamente, mas com o mesmo ar sereno e impenetrável.
Escorreguei minhas mãos pela minha nuca e desejei desesperadamente que ela não flagelasse meu pênis, mas ela fez com que eu me levantasse. Ela olhava fixamente para ele.
— Afaste as pernas, você sabe fazer melhor do que ficar de pé desse jeito - disse ela, com firmeza, mas lentamente. — Não, abra bem — continuou ela —, até você sentir esses belos músculos de sua coxa. Está melhor. É assim que sempre se apresentará a mim, com as pernas bem afastadas, quase agachado, mas não exatamente. E não vou repetir essas palavras. Os escravos da aldeia não ficam ouvindo ordens o tempo todo. Você será amarrado à plataforma da punição se errar.
Essas palavras me fizeram tremer. Estranhamente aquele parecia ser meu destino. Suas mãos pálidas quase brilhavam sob a luz dos lampiões, enquanto se dirigiam ao meu pênis. E então ela apertou sua ponta, extraindo dela uma gota de um líquido límpido. Suspirei, sentindo o orgasmo prestes a explodir dentro de mim, subindo pelo meu falo e par fora dele. Mas piedosamente ela o soltou e levantou minhas bolas mais alto que os rapazes.
Suas pequenas mãos as sentiram massageando-as suave- mente, movendo-as para a frente e para trás dentro do saco, e a luz trêmula dos lampiões parecia aguçar e escurecer minha visão.
— Perfeito - disse ela ao senhor. — Lindo.
— É, também achei — disse ele. — O melhor do rebanho, com certeza. E o preço nem foi tão alto, já que foi o primeiro a ser leiloado. Acho que se ele fosse o último teria custado o dobro. Olhe só as pernas, como são fortes, e esses ombros.
Ela ergueu as duas mãos e moveu meus cabelos para trás.
— Eu conseguia ouvir o povo daqui - disse ela. - Eles estavam em fúria. Você o examinou por completo?
Tentei refrear meu pânico. Afinal, eu passara seis meses no castelo. Por que aquele quartinho, aqueles dois burgueses seriam tão aterrorizantes?
— Não. Isso tem que ser feito agora. Seu ânus tem que ser medido disse o senhor.
Perguntei-me se eles conseguiam perceber o efeito que as palavras tinham sobre mim. Desejei ter possuído Bela pelo menos meia dúzia de vezes na carroça, pois assim pelo menos eu conseguiria controlar melhor meu pênis, mas pensar naquilo apenas me excitava mais.
Congelado naquela posição vergonhosa, pernas abertas, assisti impotente ao meu senhor indo até uma das prateleiras e pegando um estojo forrado de couro, que ele pôs sobre a escrivaninha.
A mulher me virou, de modo que fiquei de frente para a escrivaninha. Ela baixou minhas mãos e colocou-as na borda do móvel, fazendo com que eu ficasse inclinado, e lutei para abrir as pernas o máximo que podia para ela não ter que me castigar.
— E suas nádegas estão bem vermelhas, isso é bom — disse ela. Senti seus dedos brincarem com as partes marcadas e
doloridas. Pequenos ataques de dor irromperam em minha carne, como luzes na minha cabeça e, bem à minha frente, vi o estojo aberto, e dois falos forrados de couro serem retirados dele. Eu diria que um era do tamanho do pênis de um homem, e que o outro era um pouco maior. O falo maior tinha a base decorada com uma mecha longa e fofa de cabelo negro, a cauda de um cavalo. Cada um deles possuía uma argola, uma espécie de alça.
Tentei me firmar. Mas minha mente se rebelava quando eu olhava para aqueles cabelos grossos e lustrosos. Não podiam me fazer usar uma coisa daquelas, algo que faria com que eu parecesse inferior a um escravo, algo que faria com que eu parecesse um animal!
A mão da mulher abriu um pote de vidro vermelho que estava sobre a escrivaninha, e a luz pareceu iluminá-lo pela primeira vez quando percebi sua existência. Seus longos de- dos pegaram um punhado de creme e ela desapareceu atrás de mim.
Senti o frio da substância em meu ânus, e experimentei a mesma fraqueza estarrecedora que sempre vivenciava quando meu ânus era tocado, aberto. Suave mas rapidamente, ela espalhou o creme, passando-o bem na abertura e depois dentro do cu, enquanto eu tentava permanecer em silêncio. Senti os olhos frios do senhor. Senti as saias da senhora roçarem em mim.
O menor dos falos foi retirado da escrivaninha e enfiado brusca e firmemente dentro de mim. Tremi, tenso.
— Shhh, não fique teso — disse ela. — Empurre seus quadris para trás e abra-se para mim. Sim, assim é bem melhor. Não
me diga que você nunca foi medido ou sentado em um falo no castelo.
Minhas lágrimas vieram em uma enxurrada. Tremores violentos desciam pelas minhas pernas e senti o falo escorrendo para dentro, impensavelmente grande e duro, meu ânus se contraindo em espasmos. Era como se fosse a primeira vez, embora todas as outras vezes tivessem sido tão debilitantes, tão mortificantes quanto essa.
— Ele é quase virgem - disse ela — uma criança. Sinta isso,
— Ela levantou meu peito com a mão esquerda, até eu estar novamente de pé, as mãos na nuca, pernas latejando, o falo enfiado dentro de mim, sua mão segurando-o.
Meu senhor colocou-se atrás de mim, e senti o falo em um movimento de vai e vem. Senti-o mover-se em mim mesmo quando Nicolas claramente o havia soltado. Senti-me cheio e empalado. Meu ânus era um buraco quente e trêmulo ao redor do instrumento.
— E por que essas adoráveis lágrimas? — A senhora chegou perto de meu rosto, sua mão esquerda levantando-o ainda mais alto. — Vários desses serão encomendados para você mesmo, com as mais diferentes ornamentações e graus de dureza. Só de vez em quando deixaremos seu ânus vazio. Agora, mantenha suas pernas separadas. — E ela disse a meu senhor: — Nicolas, passe-me o outro.
Protestei o melhor que podia com um grito abafado repentino. Eu não suportava olhar para a mecha grossa de crina, mas mesmo assim fitei-a diretamente quando foi erguida. Mas a senhora apenas abriu um leve sorriso e tocou novamente meu rosto.
— Assim, assim — disse ela, honestamente. E o falo menor foi retirado em um piscar de olhos, deixando meu ânus contrair-se com uma estranha sensação que me deixou trêmulo.
Ela estava aplicando mais daquele creme gelado, esfregando- o mais fundo dessa vez, abrindo-me com o movimento de seus dedos enquanto mantinha meu rosto erguido coma a mão esquerda; o quarto não era mais que luzes e cores diante de mim. Eu não podia ver meu senhor. Ele estava atrás de mim. Então senti o falo maior me arrombando, e gemi. Mais uma vez, ouvi-a dizer:
— Empurre seus quadris para trás. Abra, abra...
Eu queria gritar: "Não consigo!", mas eu sentia o falo movimentar-se para frente e para trás, esticando meu ânus, atei escorregar para dentro, fazendo com que meu ânus parecesse imenso, latejando em volta daquele objeto, que parecia três vezes maior do que o que eu vira no estojo à minha frente.
Não havia uma dor - apenas a intensificação da sensação de ser aberto, ficando indefeso. E aquela crina áspera parecia fazer cócegas em minhas nádegas, movendo-se para cima e para baixo, seu toque quase enlouquecedoramente delicado. Eu não suportava pensar naquela imagem. Acho que a senhora estava segurando-o pela alça, movimentando o gigantesco consolo, empurrando-o para cima, obrigando-me a ficar nas pontas dos pés o máximo que conseguia. Ela disse:
— Isso, excelente.
Lá estavam elas, as doces palavras de aprovação, e senti o nó na minha garganta se desfazendo, o calor em meu rosto e em meu peito aumentar. Minhas nádegas latejavam. Senti-
impulsionado para a frente pelo objeto, mas permaneci parado, e as cócegas suaves da crina eram ainda mais mortificantes.
— Os dois tamanhos — disse ela. — Usaremos os menores no dia a dia e os maiores quando parecer necessário.
— Muito bom — disse o senhor. — Farei as encomendas esta tarde.
Mas ela não retirou o instrumento maior. Olhava para meu rosto com muita atenção, e pude ver a luz cintilando em seus olhos. Engoli um gemido que tentava subir pela minha garganta silenciosamente.
— Está na hora de irmos para a fazenda — disse meu senhor, e aquelas palavras pareciam me beneficiar. - Já mandei que a carruagem viesse com um arreio livre para esta aqui. Deixe o falo grande onde está por enquanto, será bom para nosso jovem príncipe ser arreado como se deve.
Mas só tive um ou dois segundos para entender o que aquilo significava. Imediatamente, o senhor já estava comi a mão na alça do falo, empurrando-me para a frente sob a seguinte ordem:
— Marche. — A crina tocou e fez cócegas na parte de trás de meus joelhos. O falo parecia mover-se dentro de mim como se tivesse vida própria, empurrando-me e impulsionando-me para a frente.
UMA ESPLÊNDIDA CARRUAGEM
Tristan:
Não, pensei, não posso ser levado para fora, desfigurado por esse ornamento animalesco. Por favor... Mesmo assim, fui conduzido apressadamente pelas portas dos fundos, em direção a uma larga rua pavimentada, cujo outro lado era fechado pela alta murada de pedra da aldeia.
Aquela rua era muito maior do que a anterior, pela qual eu fora trazido. Era ladeada por árvores altas e conseguia ver os guardas acima caminhando descontraidamente ao longo dos muros. Logo encarei a vista chocante de carruagens e carroças do mercado, sendo puxadas por escravos em vez de cavalos. Enquanto cerca de oito a dez escravos estavam arreados às grandes carruagens, aqui e ali se via uma charrete menor sendo puxada por apenas dois, e havia até mesmo carroças do mercado sendo puxadas por um único escravo, os senhores ao lado, a pé.
Mas antes que eu pudesse sair do estado de choque ou perceber como os escravos eram tratados, via a carruagem de couro de meu senhor surgir à minha frente puxada por cinco escravos, dois pares e um sozinho, todos com botas, bem armados com arreios pendendo atrás de suas cabeças e as bundas nuas decoradas com rabos de cavalo. A carruagem em si era aberta, com dois assentos altos forrados de veludo. O senhor deu a mão para que a senhora subisse no veículo enquanto um jovem bem-vestido me empurrava para a frente, para que eu formasse o terceiro e último par, aquele que ia mais próximo do veículo.
Por favor, não, pensei, como fizera mil vezes no castelo. Eu imploro... Mas eu não acreditava realmente que pudesse
resistir. Eu estava em poder daqueles aldeões, que colocaram o arreio firmemente em minha boca e as rédeas sobre os meus ombros. O falo grosso me castigava ao se mover para cima e notei que eu havia sido cuidadosamente arreado, com tiras finas que iam de meus ombros até um cinto em meus quadris, que fora imediatamente afivelado, bem firme, à alça do falo. Agora, eu não podia mais empurrar o objeto para fora. Na verdade, ele estava enfiado fundo e preso a mim, e senti um forte puxão que quase me desequilibrou quando um par de rédeas foi fixado àquela alça e dado ao senhor e à senhora atrás de mim, que agora podiam controlar tanto o arreio quanto o falo enquanto me guiavam.
Quando olhei para a frente, percebi que todos os escravos estavam amarrados daquela mesma maneira e que todos eram príncipes, as longas rédeas daqueles à minha frente passando ao lado de minhas coxas ou sobre os meus ombros. Anéis de couro bem apertados uniam-nas bem à minha frente e, provavelmente, bem atrás de mim. Mas me assustei ao sentir meus braços sendo cruzados sobre minhas costas e puxados pelas tiras ásperas. Mãos rudes e enluvadas rapidamente pregaram pequenos pesos de couro aos meus mamilos, dando-lhes palmadinhas para garantir que estavam presos. Eles pareciam lagrimas de couro, aparentemente sem nenhum outro objetivo a não ser aumentar toda a inenarrável degradação daquele comboio.
E com a mesma rapidez silenciosa, meus pés foram colocados em botinas grossas com ferraduras, como as que eram usadas no castelo para as devastadoras corridas pela senda dos arreios. Eu sentia o couro gelado em minhas pantorrilhas e as ferraduras pesavam.
Mas nenhuma corrida louca naquele caminho guiado pela palmatória de um cavaleiro fora tão degradante quanto estar
preso àqueles cavalos humanos. Mesmo que eu acreditasse que o pior já havia passado – estava vestido exatamente como todos os outros que vi galopando pela estrada movimentada-, minha cabeça estava inclinada para cima, e senti dois fortes puxões das rédeas, que colocaram todo o grupo em movimento.
De rabo de olho, vi o escravo ao meu lado levantando o
joelho na altura normal de marcha, e fiz o mesmo, o arreio repuxando o consolo em meu ânus enquanto o senhor gritava:
- Mais rápido, Tristan, quero melhor do que isso. Lembre-se de como o ensinei a marchar. – E uma tira grossa desceu com um estalo alto sobre as marcas em minhas coxas, enquanto eu corria com os outros, em um borrão.
Era impossível que estivéssemos indo muito rápido, mas
parecia que corríamos. À minha frente, eu via um céu azul infinito, as muralhas, os passageiros e condutores de outras carruagens em seus assentos elevados. E mais uma vez senti aquela terrível sensação de realidade, de que aqui éramos verdadeiros escravos nus, e não brinquedos reais. Éramos as entranhas de um lugar tão vasto, vital e poderoso que fazia o castelo parecer um monstruoso artifício.
Os príncipes à minha frente se esforçavam sob as rédeas, quase ultrapassando uns aos outros em velocidade, nádegas avermelhadas sacudindo os lânguidos rabos de cavalo para a frente e para trás, músculos salientes em suas fortes pantorrilhas sobre o couro apertado das botas, ferradura tilintando nas pedras do calçamento. Gemi quando as rédeas jogaram minha cabeça para cima, o chicote atingiu a parte de trás de meus joelhos e lágrimas rolaram mais livres do que nunca pelo meu rosto, de forma que era quase um ato de piedade me colocarem uma mordaça para sufocar meus gritos. Os pesos pendiam de meus mamilos, se chocavam
contra o meu peito, lançando ondas de sensibilidade pelo meu corpo. Senti minha nudez como talvez nunca sentira antes, como se os arreios, rédeas e o rabo de cavalo apenas me expusessem mais.
Puxaram as rédeas três vezes. A tropa desacelerou, passando para um trote ritmado, como se já conhecessem aquele comando. Sem ar e encharcado de lágrimas, assumi o passo, dando graças. O chicote desceu sobre o príncipe ao meu lado, e o vi arquear as costas e levantar os joelhos ainda mais alto.
E sobre a confusão de sons, os galopes das ferraduras, os gemidos e gritos lancinantes dos outros cavalos, eu podia ouvir o som variável da conversa entre o senhor e a senhora. As palavras não soavam claras, mas aquele era o som inconfundível de uma conversa.
- Cabeça erguida, Tristan! – disse o senhor, rispidamente, e então veio um puxão cruel na mordaça e outro no anel de meu ânus, erguendo-me do chão por um instante. Gritei alto sob a mordaça e corri quando voltei ao solo, o falo parecendo crescer dentro de mim, como se meu corpo só existisse para envolvê-lo.
Gemi sob a mordaça, tentando recuperar o fôlego para
alcançar e aguentar o ritmo da tropa. E então o som da conversa emergiu novamente, e em me senti completo desalento.
Nem as chicotadas no acampamento dos soldados do qual eu
tentara escapar na viagem até o castelo me agrediram e me humilharam tanto quanto esse castigo. E a visão daqueles nas muralhas acima, inclinando-se preguiçosamente sobre as pedras ou apontando de tempos em tempos para as carruagens que passaram apenas fazia minha alma parecer mais frágil. Algo dentro de mim estava sendo absolutamente aniquilado.
Fizemos uma curva e a estrada tornou-se mais larga, os passos velozes das ferraduras e o rolar das rodas ficaram mais altos. O falo parecia me guiar, me impulsionando para a frente, a longa chibata estalando em minhas pantorrilhas quase como uma brincadeira. Pareci ter recuperado o fôlego, ter conseguido um pouco de vento, e as lágrimas que rolavam por meu rosto estavam frias sob a brisa, em vez de ardentes.
Passávamos sobre os altos portões, saindo da aldeia por um caminho diferente daquele pelo qual eu entrara com os outros escravos naquela manhã.
Então vi ao redor as terras cultivadas, salpicadas de casinhas com tetos de palha e pequenos pomares, e a estrada sob meus pés tornou-se terra recém-revolvida, macia. Mas um novo temor tomou conta de mim. Uma sensação de calor subiu pelas minhas bolas nuas, alongando e endurecendo meu órgão sempre disposto.
Vi escravos nus presos a arados ou trabalhando de quatro sobre o trigo. E a sensação de estar completamente exposto se intensificou.
Outros cavalos humanos, galopando em nossa direção e passando por nós provocavam tremores cada vez maiores em mim. Eu parecia com eles. Eu era apenas mais um deles.
Agora virávamos em uma estrada menor, trotando rápido em direção a um grande solar com várias chaminés saindo de seus telhados pontudos de ardósia. Agora a chibata só me atingia de vez em quando, me ferroando e fazendo meus músculos saltarem.
Fizeram-nos parar com um forte puxão nas rédeas. Minha
cabeça deu uma guinada para trás e gritei, o som completamente distorcido pela grossa mordaça. Parei como os outros, ofegante e trêmulo, enquanto a poeira da estrada baixava.
A FAZENDA E O ESTÁBULO
Tristan:
De uma só vez, vários escravos nus vieram em nossa direção. Eu ouvia a carruagem rangendo enquanto o senhor e a senhora recebiam ajuda para descer. Aqueles escravos, com bronzeados bem intensos e cabelos bagunçados e lustrosos clareados pelo sol, começaram a nos soltar dos arreios e retiraram o imenso falo de minhas nádegas, deixando-o preso aos equipamentos. Larguei a mordaça cruel com um suspiro. Senti-me vazio como um saco, leve e sem vontade.
Quando dois jovens grosseiramente vestidos apareceram, carregando varas de madeira longas e achatadas, segui os outros cavalos ao redor de uma construção baixa, que claramente era um estábulo.
Logo fomos colocados inclinados, na altura da cintura, contra um imenso esteio de madeira, com nossos paus forçados para baixo pela estrutura, e obrigados a segurar com
os dentes os anéis de couro que pendiam de outra barra rústica à nossa frente. Tive que me esticar para agarrar o objeto com os dentes, a barra de madeira arranhando a carne
de minha barriga e, quando consegui alcançá-lo, meus pés quase deixaram o solo. Meus braços ainda estavam amarrados às costas, de forma que eu não poderia evitar uma
queda. Mas não caí. Agarrei logo o couro macio do anel, como os outros. E senti-me profundamente grato pelo jorro de água morna em meu dorso dolorido.
Essa é a sensação mais deliciosa que já tive, pensei. Quer dizer, até ser secado e o óleo ser esfregado em meus músculos. Aquilo era o êxtase, ainda que fosse tão torturante alongar meu pescoço. E não importava que aqueles escravos bronzeados fossem tão rudes e rápidos, seus dedos pressionavam com força as marcas e lacerações. Ouvi gemidos vindos de todos os cantos, tanto pelo prazer quanto pelo esforço de morder o anel. Nossos sapatos foram removidos e meus pés que tanto ardiam foram envoltos em óleo, o que os fizera latejar perfeitamente.
Então fomos puxados para cima e levados para outro esteio, onde nos forçaram a nos inclinarmos na mesma posição, lambendo nossa comida de uma gamela, como se fôssemos cavalos.
Os escravos comiam com vontade. Lutei para superar a pura mortificação daquela imagem. Mas meu rosto estava pressionado contra o cozido. Era gostoso. Com os olhos
novamente cheios de lágrimas, lambi a comida tão grosseiramente quanto os outros, com o escravo-tratador levantando meu cabelo e tocando-o quase carinhosamente. Percebi que ele me acariciava da maneira que alguém acaricia um cavalo bonito. Na verdade, ele estava dando tapinhas no meu traseiro. E me senti mortificado de novo, meu pênis empurrando o esteio que o mantinha apontado para o chão e minhas bolas parecendo cruelmente pesadas.
Quando não pude mais comer, uma tigela de leite foi colocada na minha frente para que eu sorvesse, e empurrada várias e várias vezes em direção ao meu rosto, enquanto eu apressadamente tentava esvaziá-la. E quando terminei de lamber tudo, recebi um pouco de água fresca e toda a dolorosa
fatiga de minhas pernas se evaporou. O que sobrara foram as marcas latejantes, a sensação de que minhas nádegas estavam assustadoramente inchadas e vermelhas com as chicotadas e de que meu ânus era um buraco para o falo que o alargara.
Mas eu era apenas um entre seis, com os braços amarados, com um nó bem apertado como os outros. Todos os cavalos eram iguais. Como poderia ser diferente?
Minha cabeça estava erguida e outro anel de couro macio ligado a uma longa corrente de couro foi enfiado em minha boca. Mordi o utensílio e fui puxado para cima por ele, afastando-me da gamela. Todos os cavalos foram puxados para cima daquele mesmo jeito e correram, com dificuldade, atrás de um escravo que nos puxava pela correia até o pomar.
Trotamos rápido, impulsionados por puxões fortes e humilhantes, gemendo e rosnando quando nossos pés esmagavam a grama. Agora nossos braços estavam sendo desamarrados.
Pegaram-me pelo cabelo e removeram o anel de minha boca. Então fui empurrado para baixo, ficando de quatro. Os galhos das árvores espalhavam-se acima, formando uma sombra verde, e vi ao meu lado o belo tom de bordô do vestido de minha senhora.
Ela me pegou pelo cabelo, do mesmo jeito que o escravo- tratador fizera, e levantou minha cabeça de forma que, por um instante, pude olhar direto para ela. Seu pequeno rosto era muito pálido, e seus olhos eram cinza-escuros, com o mesmo centro escuro dos olhos de meu senhor, mas imediatamente desviei o olhar para baixo, meu coração pulando com o medo de ser castigado.
– Sua boca é suave, príncipe? — perguntou ela. Eu sabia que não deveria falar e, confuso com sua pergunta, assenti suavemente. A meu redor, os outros cavalos estavam ocupados com alguma tarefa, mas eu não conseguia ver claramente o que faziam. A senhora empurrou meu rosto para a grama. Na minha frente, vi uma maçã verde madura.
– A boca suave vai pegar aquela fruta firmemente com os dentes e depositá-la naquele cesto, como os outros escravos, sem deixar a menor marca nela.
Quando ela soltou meu cabelo, peguei a maçã e, buscando freneticamente o cesto, trotei para a frente para colocar a maçã nele. Os outros escravos trabalhavam rápidos e me apressei a igualar sua velocidade, vendo não apenas as saias e botas da senhora, mas também o senhor, que estava não muito longe dela. Cumpri desesperadamente minha tarefa, encontrando outra maçã e outra e mais outra, sendo tomado por ansiedade e nervosismo quando não consegui achar mais.
Mas, de repente, outro falo fora enfiado a seco em meu ânus, e fui empurrado para a frente com uma velocidade tão impressionante que certamente era uma longa vara que o guiava. Eu estava correndo atrás dos outros para o interior do pomar, a grama espetando meu pênis e minhas bolas, e mais um vez tinha uma maçã entre os dentes, e o falo me apunhalava em direção ao cesto. Vi as botas gastas de um rapaz atrás de mim. E o fato de não ser o senhor ou a senhora me deu certo alívio.
Tentei encontrar a próxima maçã sozinho, esperando que o instrumento fosse removido, mas fui empurrado para frente por ele e não consegui chegar ao cesto rápido o bastante. O falo me dirigia de um lado para outro enquanto eu empilhava
as maçãs, até que o cesto ficou cheio e todos os escravos foram na andados correndo, em um pequeno rebanho, em direção a outro conjunto de árvores. Eu era o único a ser guiado por um falo. Meu rosto ardia ao pensar que só eu tinha que usar aquilo, e não importava o quanto eu corresse, o objeto sempre me empurrava rudemente para a frente. A grama torturava meu pênis, a parte interna macia de minhas coxas e até mesmo minha garganta, quando eu pegava as maçãs. Mas nada me impediria de tentar seguir o ritmo.
E quando vi as obscuras figuras do senhor e da senhora bem longe, indo para o solar, senti uma onda de gratidão por eles não estarem mais ali para ver minhas dificuldades. E continuei trabalhando freneticamente.
Finalmente, todos os cestos estavam cheios. Procuramos em vão por mais maçãs. Fui empurrado junto com o pequeno grupo quando nos levantamos e começamos a trotar novamente rumo aos estábulos, nossos braços cruzados às costas como se tivessem sido amarrados ali. Então achei que o falo fosse me deixar em paz, mas ele me deu uma pontada que me deixou paralisado, e tive que me esforçar para acompanhar os outros.
A visão dos estábulos encheu-me de medo, mas eu não sabia por quê.
Chicotearam-nos até chegarmos a um cômodo forrado de feno, que era agradável sob meus pés, e então os outros escravos tiveram que engatinhar, um de cada vez, sob um esteio longo e grosso que ficava a pouco mais de um metro de chão e a mais ou menos a mesma distância da parede que ficava atrás. Todos os escravos tinham os braços amarrados, cotovelos apontados para a frente. E as pernas estavam
afastadas para os lados e para trás, deixando o corpo baixo, de forma que os pênis e as bolas sobressaiam dolorosamente. As cabeças estavam curvadas sob o esteio, cabelos caídos sobre
os rostos afogueados. Tremendo, esperei pelo mesmo, percebendo que tudo aquilo fora feito muito rápido, todos os cinco escravos haviam sido amarrados imediatamente e eu fora poupado. Aquele medo dentro de mim ardeu ainda mais.
Mas fui forçado a ficar de quatro novamente e guiado em direção ao primeiro dos escravos, o que liderara o grupo, um escravo louro com um físico poderoso que girou
e empurrou seus quadris para fora quando me aproximei, parecendo lutar por algum conforto naquele terrível agachamento.
Imediatamente me dei conta do que deveria fazer e parei absolutamente perplexo. Eu estava sedento por aquele pênis grosso deslumbrante à minha frente. Mas como chupar aquilo torturaria meu próprio órgão! Porém, quando abri a boca, o tratador deu um empurrão no falo.
– Primeiro as bolas disse ele. Encharque-as com essa língua.
O príncipe gemeu e moveu os quadris em minha direção. Apressei-me para obedecer, minhas nádegas erguidas pelo falo, meu pênis pronto para explodir. Minha língua lambeu a pele macia e salgada, levantando as bolas e deixando-as deslizarem para fora de minha boca, então lambi mais rápido de novo, tentando cobri-las, enquanto o gosto de sal e carne quente me intoxicava. O príncipe tremulava e tentava se esquivar enquanto eu lambia suas pernas extraordinariamente musculosas flexionando-se para cima e
para baixo, o máximo que o espaço permitia. Coloquei todo o saco na boca, chupei e mordi. E, incapaz de esperar mais pelo pênis, recuei um pouco e fechei meus lábios em volta dele, enfiando-o na boca até chegar aos pelos, chupando-o com fúria. Minha boca foi e voltou até eu perceber que o príncipe ditava o ritmo. Tudo o que eu precisava fazer era manter minha cabeça parada, o falo ardendo em meu ânus enquanto o pênis deslizava para dentro e para fora de meus lábios, arranhando meus dentes, enquanto eu delirava ainda mais com sua grossura, sua umidade, sua cabecinha macia tocando o céu de minha boca, meus quadris no mesmo ritmo, num vai e vem sem pudor. Mas seu jorro em minha garganta não aliviou meu pênis, que dançava no vazio. Tudo o que pude fazer foi engolir, sedento, o fluido azedo e salgado.
Fui imediatamente puxado para trás. Deram-me um prato de vinho para sorver. E então me fizeram marchar até o próximo príncipe, cheio de tesão, que já se movia violentamente naquele inevitável ritmo.
Minha mandíbula doía ao final da luta.
Minha garganta doía. E meu membro não poderia estar mais duro e faminto, agora eu estava à mercê do tratador e desesperado por pelo menos um sinal de que receberia algum alívio da tortura.
Logo ele me amarrou ao esteio, meus braços esticados acima dele, as pernas agachadas da mesma forma estranha e degradante dos outros. Mas não havia um escravo para me satisfazer. E quando o tratador deixou-nos sozinhos no estábulo, comecei a soltar gemidos abafados, meus quadris inevitavelmente esticando-se para a frente.
Agora, o estábulo estava em silêncio.
Os outros deviam ter dormido. O sol do fim da tarde penetrava como vapor pela porta aberta. Eu sonhava com o alívio em todas as suas gloriosas formas. Lorde Stefan deitado sob mim naquela terra onde fôramos amigos e amantes há tanto tempo, antes que chegássemos a este estranho reino, Bela deliciosamente montada em meu pênis, a mão do senhor me tocando.
Mas isso só piorou as coisas.
Então, ouvi o escravo ao meu lado falar baixinho.
– É sempre assim — disse ele, sonolento. Ele alongou o pescoço, virando a cabeça, o que fez com que seus cabelos negros soltos caíssem livres sobre o rosto. Eu só conseguia ver um pouco de sua face. Como todos os outros, ele era obviamente bonito. — Escolhem um para satisfazer os outros
— disse ele —, e quando há um escravo novo, ele sempre é, o escolhido. Outras vezes a escolha é feita de maneiras diferentes, mas o escolhido deve sofrer.
– Entendi — disse eu, sofrendo. Parecia que ele estava caindo no sono novamente.
– Qual é o nome de nossa senhora? insisti, imaginando que ele soubesse, já que certamente aquele não era seu primeiro dia.
– Senhora Julia é seu nome, mas ela não é minha senhora sussurrou ele. — Descanse agora. Você precisa descansar, por mais que seja desconfortável. Acredite em mim.
– Meu nome é Tristan disse eu. Há quanto tempo você está aqui?
— Dois anos — respondeu ele. — Meu nome é Jerard. Tentei fugir do castelo e quase cheguei à fronteira do outro reino. Lá eu estaria seguro. Mas quando eu estava a quase uma hora de lá, um bando de camponeses me perseguiu e me pegou. Eles nunca ajudam um escravo fujão. E eu roubara roupas da casa deles. Eles me despiram rapidamente, amarraram minhas mãos e pés e me levaram de volta, e lá me condenaram a três anos na aldeia. A rainha nunca mais olhou para mim.
Senti minha testa franzir. Três anos! E ele já havia cumprido dois!
– Você realmente estaria seguro se...
– Sim, mas o mais difícil é chegar à fronteira.
– Mas você não teve medo de que seus pais... Eles não te enviaram para a rainha e mandaram obedecer?
– Eu tinha medo demais da rainha disse ele. E de qualquer forma, não voltaria para casa.
– Você tentou de novo desde então?
– Não. — Ele riu baixinho. — Sou um dos melhores cavalos da aldeia. Fui logo vendido aos estábulos públicos. Sou alugado todos os dias por senhores e senhoras ricos, apesar de o senhor Nicolas e a senhora Juba me alugarem com mais frequência. Ainda espero pela clemência de Sua Majestade, que me permitiria voltar mais cedo ao castelo, mas se isso não acontecer não vou chorar. Se não me tratassem com rigidez todos os dias, provavelmente ficaria ansioso. Às vezes, fico nervoso e começo a chutar e lutar, mas uma boa surra me acalma maravilhosamente. Meu senhor sabe exatamente quando estou precisando; mesmo se eu tiver sido muito bom,
ele sabe. Gosto de puxar uma carruagem bonita como a do seu senhor. Aprecio as rédeas e arreios novos e brilhantes, e o chicote que o cronista da rainha baixa é duro. Você sabe que ele está levando a sério. De vez em quando ele para e alisa meu cabelo ou me dá um beliscão, e quase gozo na hora. Ele também confirma sua autoridade sobre o meu pênis, açoitando-o e depois rindo. Eu o adoro. Urna vez ele me fez puxar uma carroça de duas rodas sozinho, enquanto o acompanhava a pé. Odeio essas carroças pequenas, mas com seu senhor eu quase enlouqueci de orgulho. Foi tão adorável.
– Por que foi adorável? — perguntei, com uma fascinação muda. Eu tentava imaginá-lo, seu longo cabelo negro, o pelo do rabo de cavalo e a figura esbelta e elegante de meu
senhor caminhando a seu lado. Todo aquele adorável cabelo branco sob o sol, o rosto fino e amável de meu senhor, aqueles olhos azul-escuros.
– Não sei — disse ele. — Não sou muito bom com palavras. Sempre me sinto orgulhoso quando estou trotando.
Mas eu estava completamente sozinho com ele. Saímos da aldeia para uma caminhada no campo ao pôr do sol. Todas as mulheres estavam nos portões para desejar uma boa noite a ele. Os cavalheiros passavam, voltando para suas casas na aldeia após um dia de inspeção em suas fazendas.
"Às vezes seu senhor levantava meu cabelo da nuca e o afastava. Ele me amarrava com a rédea tão alta que minha cabeça ficava inclinada para trás, e ele me dava vários golpes nas pernas de que eu não precisava, só porque ele gostava. Trotar pela estrada ouvindo o som de suas botas ao meu lado me dava a sensação mais excitante do mundo. Não me importava se eu veria o castelo de novo. Ou se algum dia
deixaria o reino. Seu senhor sempre me pede. Os outros cavalos morrem de medo dele. Eles voltam ao estábulo com as nádegas em carne viva e dizem que ele os surra duas vezes mais que qualquer outra pessoa, mas eu o venero. Ele é bom no que faz. E eu também. E agora que ele é seu senhor, você também será.”
Não consegui responder.
Ele não disse mais nada depois. Assim que caiu no sono, fiquei parado agachado, minhas coxas doendo, meu pênis sofrendo tanto quanto antes, pensando em suas pequenas descrições. Tremi todo ao ouvir o que ele dissera, mas mesmo assim eu entendia o que ele dissera.
Aquilo me irritava. Mas eu entendia.
Quando nos soltaram e nos levaram até a carruagem, já estava quase escuro, e me senti fascinado pelo arreio, o grampo nos mamilos, as rédeas, as correias e o falo quando eles lotam recolocados. É claro que os acessórios me machucavam e assustavam. Mas eu pensava nas palavras de Jerard. Eu podia vê-lo arreado à minha frente. Vi a forma como ele jogava a cabeça para trás e batia seus pés no chão, como se para ajustar as botinas. Eu olhava para a frente, para o nada, com os olhos esbugalhados e confusos, enquanto o falo era enfiado fundo dentro de mim e as tiras de couro me apertavam, levantando-me do chão. Fomos então lançados em um trote veloz pela estrada, afastando-nos do solar.
As lágrimas já deslizavam pelo meu rosto quando fizemos uma curva, as muralhas escuras da aldeia brilhando à nossa frente. Luzes ardiam nas torres norte e sul. E devia ser aquela mesma hora do final da tarde que Jerard descrevera, pois havia poucas carruagens na estrada e as mulheres estavam
em seus portões, acenando quando passávamos. De vez em quando eu via um homem caminhando sozinho. Eu marchava o mais rápido que conseguia, meu queixo dolorosamente erguido, o falo pesado e grosso parecendo pulsar quente dentro de mim.
Eu era espancado sem parar pelo chicote, mas não fui repreendido nenhuma vez. E pouco antes de chegarmos casa do senhor, lembrei assustado o que Jerard dissera sobre quase alcançar o reino vizinho! Talvez ele estivesse errado ao achar que seria recebido. E o pai dele? O meu dissera para obedecer, que a rainha era todo-poderosa e eu seria bem recompensado pelos meus serviços, que me tornaria muito mais sábio. Tentei afastar esse pensamento de minha mente. Eu nunca havia realmente pensado em fugir. Esse pensamento era muito desconcertante, totalmente oposto àquela semente de ideia que já fora tão difícil de absorver.
Estava escuro quando paramos à porta do senhor. Minhas botas e arreios foram retirados. Tudo, menos o falo, e todos os outros cavalos foram chicoteados até os estábulos públicos, puxando a carruagem vazia.
Continuei pensando nas outras palavras de Jerard e divagando sobre o estranho e quente tremor que tomou conta de mim quando a senhora levantou meu rosto e penteou meu cabelo para trás.
– Assim, assim — disse ela novamente com aquela voz gentil. Ela secou minha testa e bochechas molhadas com um lenço de linho branco. Olhei bem dentro dos olhos dela e ela beijou meus lábios, meu pênis quase dançando enquanto o beijo me tirava o fôlego.
Ela retirou o falo tão rápido que perdi o equilíbrio, e olhei para ela assustado. E então ela desapareceu dentro da casinha rica enquanto fiquei tremendo, olhando para cima, o teto pontudo e o belo brilho das estrelas sobre ele, e percebi que estava sozinho com o senhor, que segurava sua chibata grossa, como sempre.
Ele me virou e me fez marchar ao longo da larga rua pavimentada, em direção ao mercado.
A NOITE DOS SOLDADOS NA ESTALAGEM
Bela dormiu horas. E só notou vagamente o capitão puxando a corda do sino. Ele se levantou e se vestiu sem dirigir qualquer ordem a ela. E quando Bela abriu completamente os olhos, ele estava na frente dela sob a luz baixo de um fogo recém-acesso, seu cinto ainda desafivelado. Em um movimento rápido, ele o retirou da cintura e deu uma chibatada no chão ao seu lado. Bela não conseguia decifrar sua expressão. Era dura e distante, mas mesmo assim ainda havia um sorrisinho em seus lábios, fazendo com que a carne dela imediatamente o reconhecesse. Ela sentiu uma leve descarga de fluídos.
Antes que ela pudesse vencer a languidez, ele a puxou e a
colocou de quatro no chão, pressionando seu pescoço para baixo e separando bem seus joelhos. O rosto de Bela ardia enquanto o cinto castigava-a entre as pernas, batendo em seu púbis latejante. E veio mais uma pancada forte nos lábios, fazendo com que Bela beijasse as tábuas do chão, balançando as nádegas para cima e para baixo, submissa. O cinto lambeu-a de novo, mais cuidadosamente, quase acariciando ao punir os lábios protuberantes, e Bela, lágrimas frescas derramadas pelo chão, suspirou com a boca aberta, levantando os quadris cada vez mais alto.
O capitão deu um passo para frente e com sua mão grande e nua cobriu as nádegas doloridas de Bela e virou-a lentamente.
A respiração de Bela parou. Ela sentiu seus quadris
erguerem-se, balançando movendo-se para baixo e um som pulsante veio de dentro dela. Ela ainda conseguia se lembrar do príncipe Alexi no castelo, dizendo-lhe para balançar os quadris daquele modo terrível.
Os dedos do capitão pressionaram a carne dela, apertando suas nádegas uma contra a outra.
– Mexa esse quadril! – disse o comando baixo. E sua mão levantou as nádegas de Bela tão alto que sua testa tocou o chão, seus seios pulsando contra as tábuas de madeira. Bela soltou um gemido ritmado.
Não importava mais o que ela pensara e temera no
castelo, há tempo. Ela balançou o quadril no ar. A mão se afastou. O cinto lambeu seu sexo e numa violenta orgia de movimentos ela sacudiu e sacudiu as nádegas como fora ordenado.
Seu corpo liberou-se e alongou-se. Se ela estivera em qualquer outra posição, não conseguiu se lembrar. “Mestre e senhor”, suspirou ela, e o cinto atingiu seu pequeno monte de vênus, o couro castigando seu clitóris que endurecia. Bela movia seus quadris em círculo cada vez mais rápido e quanto mais forte o cinto a atingia, mais seus líquidos se agitavam, até que ela não conseguia mais ouvir o som do cinto batendo em seus lábios molhados, seus gritos vindos do fundo da garganta, quase irreconhecíveis a ela mesma.
Pelo menos as pancadas haviam parado. Ela viu os
sapatos do capitão à sua frente e a mão dele apontando para uma vassoura de cabo pequeno ao lado da lareira.
– Não vou repetir que esse quarto deve ser varrido e limpo, os lençóis trocados, a lareira acesa – disse ele, calmamente. – Você fará isso todos os dias ao acordar. E fará isso agora, esta noite, para aprender. Depois será lavada no quintal da estalagem para servir à tropa apropriadamente.
Imediatamente, Bela se pôs a trabalhar, de joelhos, com movimentos rápidos e cuidadosos. O capitão deixou o quarto e em uma questão de segundos o príncipe Roger surgiu com uma pá, uma escova e um balde. Ele mostrou a ela como
cumprir essas pequenas tarefas, como mudar a roupa de cama, colocar a lenha na lareira, limpar as cinzas.
E não pareceu surpreso por Bela apenas assentir e não falar com ele. Ela se quer pensou em falar com ele.
O capitão dissera “todos os dias”. Então ele queria continuar com ela. Bela podia ser propriedade do Signo do Leão, mas fora escolhida por seu cliente principal.
Ela não podia cumprir suas tarefas bem o suficiente. Ela fez a cama, poliu a mesa, cuidando para estar sempre ajoelhada e só levantar quando devesse.
A porta abriu-se novamente, a senhora Lockley pegou-a pelo cabelo e então a moça sentiu a palmatória de madeira conduzindo-a escada abaixo. Ela estava dominada e excitada ao pensar no capitão.
Em segundos, ela estaria dentro do barril de madeira rústica. Tochas tremeluziam na porta da estalagem e ao lado do galpão. A senhora Lockley esfregava rápido e rudemente, molhando a vagina dolorida de Bela com água e vinho. Ela untou suas nádegas com creme.
Nenhuma palavra foi pronunciada enquanto ela virava Bela de um lado para o outro, forçando-a a se agachar, passando espuma em seus pelos pubianos e secando-a grosseiramente.
Bela viu escravos sendo banhados com aquela violência por todos os lados e ouviu as vozes altas e irritantes da mulher rude de avental e de suas aldeãs fortes que cumpriam aquela tarefa, parando de vez em quando para bater nas nádegas de um escravo, sem razão aparente. Mas Bela só conseguia pensar que pertencia ao capitão, ela deveria ver a tropa. Certamente ele estaria lá. E os gritos e risos da estalagem a atormentavam.
Quando Bela estava totalmente seca e de cabelos penteados, a senhora Lockley colocou o pé na beirada do barril, apoiou a moça sobre seu joelho e bateu forte com a palmatória de madeira várias vezes. Depois colocou Bela de quatro, fazendo com ela tivesse que lutar respirar e se equilibrar.
Obviamente era estranho ninguém lhe dirigisse a
palavra, nem mesmo para dar ordens ríspidas e impacientes, Bela olhou para cima quando a senhora Lockley se aproximou dela e por um instante conseguiu um sorriso calmo, antes que a mulher pudesse percebê-lo. De repente, a cabeça de Bela foi erguida suavemente com o peso dos seus cabelos e o rosto da senhora Lockley pôs-se bem acima do seu.
– E pensar que você seria minha menininha
problemática. Eu cozinharia sua bundinha durante muito mais tempo que as dos outros para meu café da manhã.
– Talvez você deva fazer isso – sussurrou Bela, sem
pensar. – Se é disso que gosta no café da manhã. – Mas a moça começou a tremer violentamente assim que ela terminou. O que ela fizera?
O rosto da senhora Lockley se iluminou com a mais
curiosa das expressões. Um riso quase preso escapou de seus lábios.
– Minha querida, verei você no café da manhã junto com os outros. Quando o capitão tiver ido embora, a estalagem estiver tranquila e não houver mais ninguém aqui além dos outros escravos esperando em fila pelas chicotadas matinais. Vou te ensinar a abrir a boca sem permissão. – Mais isso foi dito com uma ternura incomum, e as bochechas da senhora Lockley estavam rosadas. Ela era tão bonita. – Agora, trote – disse ela, suavemente.
O salão da estalagem já estava lotando de soldados e outros homens bebendo.
O fogo já ardia e um carneiro girava em um espeto. Escravos de colunas retas e cabeças baixas corriam nas pontas dos pés enchendo dúzias de canecos de ferro com vinho e cerveja. Bela olhou para a multidão de bebedores com suas roupas escuras, pesadas botas de montaria e espadas, e vislumbrou bundas nuas e pelos pubianos lustrosos enquanto os escravos serviam pratos de comida quente, inclinavam-se para limpar comes e bebes derramados, engatinhavam de quatro para esfregar o chão ou corriam pra pegar uma moeda que alguém jogara de brincadeira nas serragens.
De um canto escuro emergiu o som profundo e ressoante de um alaúde, a batida de um pandeiro e uma corneta tocando uma melodia. Mas uma chuva de gargalhadas afogou o som. Fragmentos de um coro irromperam em toda sua potência apenas para esvanecer. Clamores por carne e bebida vinham de todos os lados, assim como chamados por escravos bonitos para divertir a companhia.
Bela não sabia para que lado olhar. Em um canto, um robusto oficial da guarda em sue colete de malha de aço erguia uma princesa muito pálida e rosada, e a colocava de pé sobre a mesa. Com as mãos atrás da cabeça, a garota rapidamente se pôs a dançar e pular como lhe haviam ordenado, seus seios balançando, seu rosto enrubescido, os cabelos louro-platinado voando em ondas longas e perfeitas sobre os ombros. Seus olhos brilhavam com uma mistura de medo e excitação. Em outro, uma escrava delicada era jogada sobre um colo grosseiro e espancada, enquanto suas mãos desesperadas tentavam cobrir o rosto antes de serem afastadas e alegremente seguradas à sua frente por um expectador que se divertia.
Mais escravos estavam entre os barris encostados na parede, pernas separadas, quadris projetados para frente, aparentemente esperando serem escolhidos. E em um canto do salão, um belo príncipe com grandes cachos vermelhos sobre os ombros estava de pernas abertas no colo de um soldado rude, suas bocas presas em um beijo enquanto o soldado acariciava o órgão rígido do príncipe. O rapaz ruivo beijou a barba escura e malfeita do soldado, mordeu seu queixo e então abriu seus lábios novamente para beijá-lo. Suas sobrancelhas estavam franzidas com a intensidade da excitação, apesar de ele se sentar tão imóvel e frágil, como se tivesse sido amarrado ali, suas nádegas se erguendo com o movimento do joelho do soldado, o soldado beliscando a coxa do príncipe para fazê-lo erguer-se, o braço esquerdo do príncipe solto ao redor do pescoço do soldado, a mão direita enterrada nos cabelos grossos com os dedos movendo-se lentamente.
Uma princesa de cabelos negros em um canto distante girava com dificuldade, mãos segurando os tornozelos, pernas abertas, cabelos longos varrendo o chão, enquanto uma jarra de cerveja era despejada em suas partes íntimas e os soldados inclinavam-se alegremente para lamber o líquido de seus pelos pubianos cacheados. De repente, ela foi colocada de ponta-cabeça, apoiando-se nas mãos, pés suspensos lá no alto, e um soldado encheu sua vagina de cerveja até transbordar. Mas a senhora Lockey puxou Bela para que ela pegasse uma garrafa de cerveja e um prato de comida quente. Quando virou o rosto, a moça viu a distante figura do capitão. Ele estava sentado em uma mesa cheia do outro lado do salão, encostado na parede, à perna esticada no banco à sua frente, com os olhos fixos em Bela.
Ela se apressou, ajoelhada, coluna ereta, a comida erguida, até se postar ao lado dele e passar o banco para colocar a comida na mesa. Apoiado no cotovelo, ele acariciou o cabelo de Bela e estudou sua expressão como se estivessem sozinhos, os homens rindo, conversando, cantando. A adaga dourada brilhava sob a luz de velas, assim como os cabelos dourados do capitão, os pelos raspados sobre seus lábios, e suas sobrancelhas. A ternura incomum de sua mão levantando o cabelo de Bela acima dos ombros e o acariciando fez com que os braços e a garganta de Bela tremessem, e um inevitável espasmo lhe escapasse entre as pernas.
Seu corpo ondulou suavemente, sem querer. Logo em seguida a forte mão do capitão agarrou os punhos de Bela e ele levantou do banco, erguendo-a do chão, deixando-a pender à sua frente.
Desprevenida, Bela empalideceu e sentiu o sangue inundar seu rosto, e enquanto era virada de um lado para o outro, ela viu os soldados virarem para vê-la.
- Para meus soldados, que tão bem serviram á Rainha – disse o capitão, e logo se seguiram palmas e botas batendo no chão.
– Quem será o primeiro? – perguntou ele.
Bela sentiu seus pequenos e grandes lábios aumentarem e se aproximarem, com um jorro húmido transbordando da abertura, mas um silencioso ataque de horror paralisou-a. O que vai acontecer comigo?, pensou ela, enquanto os corpos escuros se aproximavam. A figura rude de um homem forte surgiu à sua frente. Seus dedos afundaram suavemente suavemente em suas axilas enquanto ele a agarrava firmemente, afastando-a do capitão. Sua respiração ficou presa na garganta.
Outras mãos guiaram suas pernas ao redor da cintura do soldado. Ela sentiu sua cabeça tocar a parede atrás de si e
colocou as mãos atrás da nuca, apoiando-se, enquanto olhava para o rosto do soldado que abria a braguilha com a mão direita.
O homem cheirava a estábulo, cerveja, um cheiro que se unia ao delicioso odor de pele bronzeada e couro cru. Seus olhos negros tremularam e se fecharam quando seu pênis penetrou Bela, abrindo seus lábios distendidos, e então os quadris dela começaram num vai e vem frenético.
Agora. Sim. Agora. O medo se dissolvera em uma emoção inominável. Os dedos do homem mergulhavam nas axilas de Bela enquanto a trepada continuava. À sua volta, sob a luz baixa, ela via inúmeros rostos olhando para eles, os sons da estalagem aumentando e diminuindo em jatos violentos.
O pênis descarregou seu fluido quente e molhado dentro dela
e o orgasmo irradiou por todo seu corpo, cegando-a, deixando-a de boca aberta, jorrando gritos.
Ela foi erguida novamente e esvaziada.
E sentiu ser colocada de joelhos sobre a mesa. Eles foram afastados e suas mãos colocadas sob os seios.
Enquanto sua boca faminta chupava seu mamilo, ela levantou os seios, arqueando as costas, os olhos timidamente desviados daqueles que a cercavam. A boca faminta agora se alimentava de seu seio direito, chupando-o firmemente enquanto a língua lambia a ponta dura de seu mamilo.
Outra boca tomou o outro seio. Enquanto ela pressionava o seu corpo contra as bocas que a sugavam, o prazer quase exagerado, algumas mãos abriram suas pernas mais e mais, e seu sexo quase se encostou na mesa.
O medo quase voltou, queimando-a como brasa. Mãos tocavam todo o seu corpo, os braços sendo segurados, as mãos presas às costas. Ela não conseguia se livrar das bocas chupando violentamente seus seios. Seu rosto fora erguido e
uma sombra escura a cobria enquanto ela estava ali, pernas arreganhadas. O pênis penetrou em sua boca aberta, seus olhos fixos na barriga peluda acima. Ela chupou o membro com toda vontade, tão forte quanto a boca em seus seios, gemendo enquanto o medo evaporava.
Sua vagina tremeu, líquidos escorreram por suas coxas deixando-a de boca aberta, jorrando gritos. Rosto vermelho, nua, ela exibiu seu prazer bem no meio daquela estalagem ordinária.
Ela foi erguida novamente e esvaziada.
E sentiu ser colocada de joelhos sobre a mesa. Eles foram afastados e suas mãos colocadas sob os seios.
Enquanto uma boca faminta chupava seu mamilo, ela levantou os peitos, arqueando as costas, os olhos timidamente desviando daqueles que a cercavam. A boca faminta agora se alimentava de seu seio direito, chupando-o firmemente enquanto a língua lambia e punha dura o seu mamilo.
Outra boca tomou o outro seio. Enquanto ela pressionava seu corpo contra as bocas que a sugavam, o prazer quase exagerado, algumas mãos abriram suas pernas mais e mais, e seu sexo quase se encostou na mesa.
O medo quase voltou, queimando-a como brasa. Mãos tocavam todo o seu corpo, os braços estavam sendo segurados, as mãos presas às costas. Ela não conseguia se livrar das bocas chupando violentamente seus seios. Seu rosto fora erguido e uma sombra escura cobria enquanto ela estava ali, pernas arreganhadas. O pênis penetrou na sua boca aberta, seus olhos fixos na barriga peluda acima. Ela chupou o membro com toda a vontade, tão forte quanto as bocas em seus seios, gemendo enquanto o medo evaporava.
Sua vagina tremeu, líquidos escorreram por suas coxas afastadas e jorros violentos de prazer tomaram conta dela. O
pênis em sua boca a provocava, mas não a satisfazia. Ela o enfiou cada vez mais findo, até sua garganta se contrair, o esperma a metralhá-la, as bocas puxando suavemente seus mamilos, pressionando-os, seus lábios de baixo fechando-se em vão no vazio.
Mas algo tocou seu clitóris pulsante, rompendo a grossa camada húmida. Ele penetrou seus lábios vaginais famintos. Mais uma vez, era o cabo duro e decorado da adaga... certamente era... ele foi enfiado dentro dela.
Ela gozou em uma turbulência de gritos abafados, seus quadris pulando, todas as imagens, sons e cheiros da estalagem se dissolvendo em seu frenesi. O cabo da adaga a mantinha daquele jeito, o punho enfiado em seu púbis não deixava o orgasmo parar, fazendo com que ela soltasse gritos e mais gritos.
Mesmo quando foi deitada na mesa a adaga continuava a atormentando, fazendo-a se contorcer e movimentar os quadris. Em um borrão, ela viu o rosto do capitão sobre ela. E ela se arqueava como um gato enquanto o cabo da arma a movia para cima e para baixo, seus quadris chocando-se contra mesa.
Mas ela não tinha permissão para voltar a gozar tão cedo.
Ela estava sendo levantada. E sentiu ser colocada sobre um barril largo. Suas costas arqueavam-se sobre a madeira molhada; ela sentia o cheiro da cerveja, seu cabelo caía até o chão, a estalagem de cabeça para baixo em uma confusão de cores diante de seus olhos. Outro pênis se dirigia à sua boca, enquanto mão firmes ancoravam suas coxas à curva do recipiente e outro falo entrava na sua vagina gotejante. Ela não tinha peso ou equilíbrio. Ela não via nada além do saco escuro à sua frente, as calças abertas. Seus peitos eram espancados, chupados, massageados por dedos fortes. Suas
mãos agarraram as nádegas do homem que enchia sua boca e ela se prendeu a ele, movendo a boca sobre seu pênis. Mas outro pênis imprensava-a contra o barril, enfiava-se nela, esfregando-se em seu clitóris em um ritmo diferente. Ela sentiu todo o corpo queimar, como se aquele calor não viesse de entre suas pernas, e seus seios pulsavam. Todo o corpo tornara-se o orifício, o órgão.
Ela estava sendo carregada para o quintal, os braços em volta de ombros firmes e poderosos.
Um jovem soldado de cabelos castanhos a carregava, beijando-a, acariciando-a. Os homens cobriam todo o gramado, rindo sob as tochas, enquanto cercavam os escravos nos baris d’água, seus modos mais tranquilos agora que a excitação ardente fora satisfeita.
Eles circundavam Bela quando os pés da moça foram imersos na água quente. Eles se ajoelharam com um odre de vinho nas mãos e despejaram seu conteúdo sobre ela, fazendo-lhe cócegas, limpando-a. Eles deram-lhe banho com a escova e o pano, brincando um pouco com ela, competindo para ver quem enchia sua boca lenta e cuidadosamente com o vinho ácido e fresco, para ver quem a beijava.
Ela tentou lembrar o rosto, o riso, a pele macia daquele com o pênis mais grosso, mas foi em vão.
Eles a deitaram na grama sob as figueiras. Ela foi então cavalgada novamente, com seu jovem captor, o soldado de cabelos castanhos, alimentando-se sonhador de sua boca, e depois a conduzindo em um ritmo mais lento e suave. Ela jogou o braço sobre ele e alcançou a pele fresca e nua de suas nádegas, o pano de suas calças baixadas até os joelhos. Ao tocar o cinto solto, o tecido amassado e o torso seminu, ela apertou bem a vagina ao redor do pênis dele, fazendo-o gemer alto, como um escrava sobre ela.
Isso aconteceu horas depois.
Ela se enroscou no colo do capitão, a cabeça encostada em seu peito, os braços em volta de seu pescoço, meio adormecida. Ele se alongou sob ela como um leão e sua voz soava como um rugido baixo vindo de seu peito largo enquanto ele falava com o homem à sua frente. Ele envolveu a cabeça dela com a mão esquerda e seu braço parecia imenso e poderoso sem esforço.
Só de vez em quando ela abria os olhos sob a claridade esfumaçada da estalagem.
Mais tranquila, mais ordenada que antes. O capitão falava sem parar. As palavras “princesa fujona” soaram claras para ela.
Princesa fujona, pensou Bela, sonolenta. Ela não podia se
preocupar com esse tipo de coisa. Ela fechou novamente os olhos, enterrando-se no colo no capitão, que apertou mais o braço esquerdo em volta dela.
Como ele é esplêndido, pensou ela. Que beleza rústica. Ela amava as rugas profundas em seu rosto bronzeado, o brilho de seus olhos. Um pensamento estranho ocorreu-lhe. Ela não se importava com o conteúdo daquela conversa mais do que ele se importara em falar com ela. Ela sorriu consigo mesma: era sua escrava nua e trêmula. E ele era seu rude e brutal capitão.
Mas seus pensamentos voaram até Tristan. Ela havia se declarado tão rebelde para ele!
O que tinha acontecido a ele e Nicolas, o cronista? Como ela
descobriria? Talvez o príncipe Roger pudesse lhe contar algumas novidades. Talvez aquele denso mundinho da aldeia tivesse suas próprias vias secretas de informação. Ela precisava saber se Tristan estava bem. Ela queria apenas vê-lo E sonhando com Tristan, caiu no sono novamente.
Tristan:
GRANDE DIVERSÃO
Sem os terríveis arreios de cavalo eu me sentia grosseiramente nu e vulnerável enquanto marchava rápido rumo ao fim da estrada, esperando a qualquer momento o puxão das rédeas como se ainda estivesse preso a elas. Varias carruagens passavam por nos agora, decoradas com lanternas, os escravos trotando rápido, cabeças erguidas, exatamente como as minha estivera. Será que eu preferia daquele jeito? Ou deste? Eu não sabia! Só conhecia o medo e o desejo, e uma absoluta consciência de que o senhor Nicolas, meu senhor, mais rígido que tantos outros, caminhavam atrás de mim.
Uma luz brilhante caía sobre a estrada à frente. Chegávamos ao limite da aldeia. Mas enquanto eu marchava em volta do ultimo dos prédios altos a minha esquerda, vi algo que não era o mercado, mais outra praça aberta, muitíssimo movimentada e cheia de luzes de tochas e lanternas. Eu sentia o cheiro de vinho no ar e escutava as risadas altas e bêbadas. Casais dançavam de braços dados e vendedores de vinhos com odres cheios sobre os ombros abriam caminho entre a multidão, oferecendo canecos a todos que ali chegavam.
De repente, meu senhor parou e deu uma moeda a m deles, e segurou o caneco diante de mim para que eu sorvesse o vinho de dentro deles. Enrubesci até a raiz do cabelo com a gentileza daquele ato, e bebi o vinho com vontade, mais com o maior cuidado que podia. Minha garganta estivera ardendo.
E quando olhei para cima vi claramente que aquela deveria ser uma espécie de feira dos castigos. Certamente aquele lugar
se tratava do que o leiloeiro chamara de praça das punições publicas.
De um lado, escravos sofriam em uma longa fila de pelourinhos, outros estavam acorrentados em barras escuras com entradas abertas a livre circulação de aldeões, que pagavam uma moeda a um criado. Outros, também acorrentados, corriam em círculos em volta de um mastro, sendo punidos por quatro palmatórias. Aqui e ali um par de escravos chafurdava na poeira para encontrar algum objeto jogado para eles, enquanto homens e mulheres jovens gritavam para incentiva-los, certamente tendo apostado dinheiro em alguns deles. Uma roda gigantesca girava lentamente encostada na muralha ao fundo, e escravos de braços abertos rodavam junto com ela, suas coxas e nádegas avermelhadas servindo de alvo para restos de maçãs, sementes de pêssegos e até ovos crus lançados pelo povo, enquanto vários outros escravos se arrastavam agachados atrás de seus mestres, pescoços presos aos joelhos afastados por duas correntes curtas de couro, os braços esticados para aguentar varas compridas com cestos de maçãs à venda presos nas pontas. Duas princesinhas rosadas e peitudas, brilhando de suor, cavalgavam cavalos de madeira que balançavam selvagemente, suas vaginas obviamente empaladas por paus de madeira. Enquanto eu assistia aquilo impressionado, meu senhor conduzia-me lentamente agora, seus próprios olhos examinando a feira, uma das princesas, rosto afogueado, atingiu o clímax diante da multidão e obviamente foi aclamada vencedora do concurso. A outra foi espancada, castigada e vaiada por aqueles que haviam apostado nela.
Mas a grande diversão era a plataforma giratória alta onde um escravo estava sendo espancado por uma longa palmatória retangular de couro. Meu coração parou quando vi aquilo. Lembrei as palavras da senhora ameaçando-me com a plataforma pública.
E eu estava sendo levado direto para lá. Abríamos caminhos pelo mar de espectadores que bradavam e gritavam, espalhando-se por um raio de uns quinze metros ao redor da plataforma, bem em direção aos escravos ajoelhados com as mãos na nuca, sendo repreendidos pelo público enquanto obviamente esperavam nos degraus de madeira, para serem levados para cima e espancados.
Quando eu começava a ficar incrédulo, meu senhor me conduziu direto para o final da fila. Moedas eram passadas para um criado. Fui forçado a me ajoelhar, incapaz de esconder meu medo, as lágrimas imediatamente ferroado meus olhos, todo o meu esqueleto tremia. O que eu fizera? Dúzias de rostos redondos estavam virados para mim. Eu podia ouvir provocações:
- Ah, esse escravo do castelo é bom demais para a plataforma pública? Olha só o pênis dele! Esse pênis foi malvado, é? Por que ele vai ser chicoteado, senhor Nicolas?
- Porque é bonito - disse meu senhor, com o leve toque de humor negro. Mas agora ajoelhado, eu só conseguia ver degraus mais baixos, o povo ocupando um raio de uns cinco a dez metros em todas as direções. Mas houve uma explosão de risadas com a resposta de meu senhor, a luz das tochas cintilando nas bochechas e olhos húmidos. O escravo à minha frente tentava avançar enquanto outro era levado rapidamente escada acima. De algum lugar, veio o toque alto
de um tambor e novos berros emergiam da multidão. Contorci-me pra tás, desesperado para encarar meu mestre. Abaixei-me beijando suas botas. O povo apontou e riu.
- Principezinho desesperado – zombou um homem. – Saudades do banhozinho perfumado do castelo? A rainha te colocava sobre os joelhos para dar palmadas? Olha esse pênis, está precisando de um bom senhor ou senhora.
Senti uma mão firme agarrar meu cabelo e levantar minha cabeça, e entre lágrimas vi aquele belo rosto, ao mesmo tempo suave e rígido, acima de mim. Os olhos azuis se espremeram muito devagar, as pupilas negras pareceram dilatar-se enquanto ele levantava a mão direita, o indicador balançando de um lado para o outro, os lábios silenciosamente formando a palavra “não”. Perdi o fôlego. Os olhos tornaram-se frios e parados e sua mão esquerda me soltou. Voltei-me para a fila sozinha, juntando as mãos atrás do pescoço, tremendo e engolindo em seco enquanto o povo me dava “oh! oh!” zombeteiros.
- Bom menino- gritou um homem em meu ouvido. – Você não quer desapontar esse povo quer? – senti suas botas tocarem minhas nádegas – apostei dez centavos que você será o melhor desta noite.
- E quem vai julgar? – perguntou outro.
- Aposto dez centavos que ele realmente é capaz de mexer as nádegas!
Pareceu uma eternidade enquanto eu via o próximo escravo subir, e depois outro, até que finalmente eu era o último tentando avançar no chão poeirento, o suor descendo em rios pelo meu corpo, os joelhos ardendo e a cabeça flutuando. Até
aquele momento eu acreditava que seria resgatado de alguma forma. Meu senhor tinha que ser piedoso e mudar de ideia, perceber que eu não fizera nada para merecer aquilo. Isso tinha que acontecer porque eu não suportaria aquele castigo.
A multidão se virou e tentou se aproximar, se espremendo. Gritos altos emergiam quando a princesa sendo espancada lá em cima berrava e eu ouvia seus pés trovejando sobre a plataforma. Senti o impulso repentino de levantar e fugir, mas não me movi, e o barulho na praça parecia ter aumentado ainda mais com os tambores que voltavam a rufar. O espancamento terminaria para cima enquanto eu me rebelava com toda a minha alma, e ouvi a ordem firme de meu mestre:
- Sem correntes.
Sem correntes. Então a escolha fora essa. Quase caí em uma luta selvagem. Oh, por favor, correntes. Mas para meu horror eu estava me esticando para colocar meu queixo no suporte alto de madeira, afastando os joelhos e juntando as mãos na nuca por vontade própria, as mãos ásperas dos criados simplesmente me guiando.
E então eu estava sozinho. Nenhuma mão me tocou. Meus joelhos se apoiavam nos entalhes mais baixos da madeira. Nada alem do fino tronco com apoio para o queixo entre mim e milhares de pares de olhos, meu peito e minha barriga contraindo-se em espasmos.
A plataforma foi rapidamente girada e vi a enorme figura de um mestre flagelador de cabelos embaraçados, manga de camisa enrolada acima dos cotovelos, a gigantesca palmatória em sua imensa mão direita enquanto ele usava a esquerda para alcançar um balde de madeira, de onde pegou uma grande quantidade gotejante de creme cor de mel.
-Deixa-me adivinhar! – gritou ele. – É um garotinho novo do castelo que nunca foi espancado aqui! Macio e rosado como porquinho, com todos esses cabelos dourados e pernas fortes. Você dará um belo espetáculo a esses bons cidadãos, meu jovem? – Ele fez com que a plataforma descesse mais meia- volta e esfregou o creme grosso em minhas nádegas, espalhando-o muito bem, enquanto a multidão lembrava-o aos berros de que ele precisaria de muito. Os tambores produziram novamente aquele som gutural que dava calafrios. Vi toda praça ocupada diante de meus olhos, centenas de aldeões excitados e boquiabertos. E os pobres infelizes dando voltas ao redor do mastro, os escravos no pelourinho sofrendo ao serem beliscados e espetados, escravos pendurados de cabeça para baixo em um carrossel sendo lentamente girado enquanto agora eu era movimentado em um circulo infinito.
Minhas nádegas esquentaram e pareceram ferver e cozinhar com sob a massagem do creme grosso. Eu quase podia senti- las brilhando. E ajoelhei-me livre, sem correntes! De repente, meus olhos estavam tão ofuscados pelas tochas que pisquei.
-Você me ouviu, rapaz – disse novamente a retumbante voz do mestre flagelador, e eu estava mais uma vez de frente para ele enquanto ele limpava a mão em seu avental manchado. Ele esticou o braço e agarrou meu queixo, apertando minhas bochechas enquanto movia minha cabeça para frente e para trás. – Agora você dará a essas pessoas um grande espetáculo!
– Disse ele, alto. – Você me ouviu, rapaz? E você sabe por que lhes dará um bom espetáculo? Porque vou castigar essas suas nádegas bonitinhas até que você dê!
- A multidão soltava risadas de escárnio. – você vai mexer esse lindo rabinho, escravo, como nunca mexeu antes. Essa é a
plataforma publica! – E com uma pisada forte no pedal, girou a plataforma mais uma vez, a longa palmatória retangular espancando minhas duas nádegas com um golpe destruidor, fazendo com que eu tentasse desesperadamente me equilibrar.
O povo soltou um alegre rugido quando fui girado novamente e senti o segundo golpe, e então mais outro e mais outro. Prendi meus gritos entre os dentes e a dor quente irradiava de minhas nádegas para meu pênis. Eu ouvia as zombarias: “Mais forte!”, “Dá nele”, “Mexe esse rabo!”, “Deixa esse pênis duro!” E percebi que estava obedecendo a essas ordens, não por vontade própria, mais por fraqueza, balançando ao ser lançado a um turbilhão desesperado a cada golpe ensurdecedor, me esforçando para não escorregar na plataforma.
Tentei fechar os olhos mais eles se arregalavam a cada pancada e minha boca estava aberta, meus gritos irrompendo incontrolavelmente. A palmatória descia em um lado e depois no outro, quase me fazendo cair e depois me ajeitando, e mesmo assim eu sentia meu pênis sedento apontando para frente a cada golpe, latejando de desejo a cada golpe, e a dor deu uma pontada em minha cabeça como um fogo explodindo.
A miríade de cores e formas da praça se misturara. Meu corpo, preso num redemoinho de pancadas, parecia se destacar de mim mesmo. Eu não conseguia mais lutar por equilíbrio, mais a palmatória não me deixava escorregar ou cair, nunca houve esse perigo. E fiquei preso a velocidade dos giros, aceitando o calor e a força da palmatória, gritando alto em explosões curtas e arrebatadoras, o povo aplaudindo, berrando e cantarolando.
Todas as imagens do dia fundiram-se em meu cérebro, o estranho discurso de Jerrad, a senhora enfiando o falo entre minhas nádegas abertas – e mesmo assim eu não pensava em nada com clareza, a não ser nas pancadas da palmatória e os risos do povo que parecia emergir infinitamente da plataforma. Saudações roucas e ásperas, a palmatória atingindo primeiro o lado esquerdo depois o direito de minhas nádegas, e então descendo para minhas pantorrilhas e subindo para minhas coxas e nas minhas nádegas novamente.
Eu nunca estivera tão perdido. Os gritos e zombarias tomavam conta de mim, assim como a luz e a dor. Eu era apenas minhas marcas ardidas, minha carne inchada e um pênis duro como uma vara indo e voltando em vão enquanto a multidão gritava, a palmatória descendo sem parar, meus próprios gritos competindo com os golpes. Nada me secara e me esvaziara tanto.
Eu havia sido mergulhado nas profundezas da aldeia e lá abandonado. E de repente, era luxuriante, terrivelmente luxuriante que todos tivessem que testemunhar aquela humilhação delirante. Se tenho que perder meu orgulho, minha vontade, minha alma, deixe que se alegrem com isso. E também era natural que centenas de outros, infligindo sofrimento na praça, sequer percebessem.
Sim, agora era isso. Essa massa nua e latejante de genitália e músculos doloridos, o cavalo que puxava a carruagem, o objeto choroso e suado de escárnio publico. E eles podiam sentir prazer com isso ou ignorar, se quisessem.
O mestre flagelador deu um passo para trás. Ele girou a plataforma várias vezes. Minhas nádegas ferviam. Minha boca aberta tremulava, os gritos saindo mais altos do que nunca.
- Coloque as mãos entre as pernas e cubra as bolas! – Rugiu o mestre. E sem me importar, em um ultimo gesto de humilhação, obedeci, arqueando-me, meu queixo ainda bem projetado, protegendo minhas bolas enquanto a multidão gritava e sapateava ainda mais. De repente, vi uma chuva de objetos cruzando o ar. Eu estava sendo atacado com restos de maçãs, migalhas de pão, o impacto macio de ovos crus quando as cascas explodiam em minhas nádegas, costas e ombro. Senti picadas em minhas bochechas, nas solas de meus pés descalços, meus olhos arregalados enquanto a tempestade continuava. Até meu pênis foi atingido, o que suscitou uma onda de risos agudos.
Agora uma chuva de moedas antigas atingia as tábuas. O
mestre flagelador gritava:
-Mais! Vocês sabem que está sendo bom! Mais! Comprem o flagelo desse escravo e seu senhor o trará mais cedo!
- E vi um jovem ansiosos correndo em círculos ao meu redor, recolhendo o dinheiro. Ele era depositado em um saquinho fechado com um cordão. E quando minha cabeça foi levantada pelo cabelo, o saco foi enfiado em minha boca ofegante enquanto eu gemia impressionado. Palmas soavam de todos os lados, gritos de “Bom garoto!”. E perguntas provocantes: como eu gostava de ser espancado? Eu queria mais na noite seguinte?
Eu estava sendo puxado e levado apressadamente escada abaixo, para fora do alcance das luzes brilhantes das tochas, para longe da plataforma. Fui jogado para frente, ficando de quatro, guiado pela multidão até ver as botas de meu mestre e, ao olhar para cima, vi sua languida figura inclinada contra o balcão de madeira de uma pequena barraca de vinho. Ele me
fitou de cima abaixo, sem esboçar sorriso ou palavra. Pegou o saquinho de minha boca, pesou-o em sua mão direita, deixou- o de lado e continuou olhando para mim.
Baixei a cabeça, encostei-a no chão empoeirado e senti minhas mãos deslizarem, saindo de baixo de mim. Não conseguia me mexer, mas, piedosamente, ele não ordenou que me movesse. E o barulho da praça fundiu-se em um único som, que era quase silêncio.
Mais senti as mãos do meu mestre, não macias, mãos de um cavalheiro, levantando-me. Vi uma pequena barraca de banho a minha frente, onde um homem esperava com uma escova e um balde. E fui levado até ela com bastante firmeza, e então entregue ao homem que, baixando seu caneco de vinho, recebeu uma moeda de meu mestre, agradecido. Ele silenciosamente me obrigou a sentar sobre o balde fumegante.
Em qualquer outro momento dos últimos meses, os grosseiros banhos públicos próximos ao povo indiferente tinha sido inenarrável. Agora, não era nada alem de voluptuosos. Eu mal estava consciente quando a água morna tocou minhas marcas ardidas, quando ela lavou a mancha de ovo grudenta e a poeira preza a ela, mal estava consciente do meu pênis e minhas bolas sendo bem enxaguadas e untadas com óleo, tudo rápido demais para aliviar sua sede mortificante.
O QUARTO DE NICOLAS
Tristan:
Quando chegamos à estrada, meu senhor disse para que eu me levantasse, e mandou que eu “andasse”. Sem hesitar, beijei suas botas e me levantei para encarar a estrada, obedecendo- lhe. Coloquei minhas mãos na nuca, como fazia quando tinha de marchar. Entretanto, de repente, ele me tomou em seus braços, virou-me, baixou minhas mãos e me beijou.
Por um instante, fiquei tão perplexo que sequer reagi, mas então devolvi o beijo, quase ardendo. Minha boca se abriu para receber sua língua e tive que recuar meu quadril para que meu pênis não o tocasse.
Meu corpo parecia perder a última de suas forças, com todo o vigor que sobrara concentrado em meu órgão. Meu senhor recuou um pouco e sorveu minha boca e ouvia meus próprios suspiros sonoros ecoando pela paredes. Tentei levantar os braços e nada fez para me impedir de abraçá-lo. Senti o veludo macio de sua túnica e a seda suave de seus cabelos. Quase entrei em êxtase.
Meu pênis se agitava, crescia, e toda a dor em mim pulsava com um novo ardor. Mas ele me soltou, virou-me e colocou minhas mãos na nuca novamente.
- Você pode andar devagar – disse ele. E seus lábios tocaram minha bochecha, e a mistura de agonia e desejo dentro de mim era tão enorme que quase voltei a chorar.
Apenas umas pouca carruagens seguiam pelo caminho, aparentemente por diversão, fazendo um círculo largo quando
chegavam até a praça e voltando, passando rápido por nós. Vi escravos com arreios brilhantes e pesados sinos de prata tocando em sua genitália e uma rica burguesa com capa e capuz de veludo vermelho vivo descendo uma longa chibata prateada sobre esses cavalos.
Pensei que meu senhor deveria comprar acessórios como aqueles, e sorri para mim mesmo com a qualidade do pensamento.
Mas eu ainda estava transtornado pelo beijo e totalmente vencido pela plataforma pública. Quando meu senhor se pôs a caminhar ao meu lado, achei que estivesse sonhando. Senti o veludo de sua manga em minhas costas e sua mão tocando meu ombro. Eu estava tão debilitado que tive de me forçar a avançar.
Sua mão envolvendo minha nuca fez meu corpo todo tremer. O nó em meu pênis doía e apertava, mas eu me excitava com essas sensações. Com os olhos semicerrados, vi as lanternas e tochas à frente como explosões de luz. Agora estávamos longe do barulho da praça pública, e meu senhor caminhava tão perto de mim que senti sua túnica em meu quadril e seus cabelos tocando meu ombro. Nossas sombras surgiram à nossa frente por um instante enquanto passávamos por uma porta iluminada por tochas, e vi que tínhamos quase a mesma altura, um homem nu e outro elegantemente vestido, com uma chibata na mão. E aí veio a escuridão.
Chegamos à casa dele, e enquanto ele girava a chave de ferro na pesada porta de carvalho disse, suavemente:
- Ajoelhe-se. – E obedeci, entrando no mundo mal iluminado do corredor polido. Movi-me junto a ele até ele parar diante
de uma porta, e me vi entrando em um quarto novo e estranho.
Velas estavam acesas, havia um fogo baixo na lareira, talvez para secar a umidade das paredes de pedra, e uma pesada cama feita de carvalho entalhado encostada na parede, com um dossel coberto por cetim verde. Ali também havia livros, velhos pergaminhos e edições encadernadas de couro. E uma escrivaninha com penas e, mais uma vez, aquelas pinturas. Mas esse quarto era maior do que o outro, mais escuro, mas mais confortante.
Eu não ousava esperar ou temer o que pudesse acontecer aqui. Meu senhor despia suas roupas; eu o observava maravilhado tirando tudo, dobrando bem e colocando na arca ao pé da cama. Então ele se virou para mim. Seu sexo estava alerta e duro como o meu. Era um pouco mais grosso, mas não mais comprido, seus pelos eram tão imaculadamente brancos quanto seus cabelos que pareciam quase etéreos sob a luz das lâmpadas a óleo.
Ele retirou a colcha verde da cama e acenou para que eu fosse até ela.
Eu estava tão surpreso que, por um instante, não consegui me mexer. Olhei para a fina trama dos lençóis de linho. Por três noites e dois dias eu estivera no grosseiro cercado do castelo. E aqui eu esperara dormir em algum terrível canto, sobre as tábuas do chão. Mas isso era o de menos. Eu poderia ver a luz brincando no peito e nos braços musculosos de meu senhor, e seu pênis parecendo crescer enquanto eu observava. Olhei bem no fundo de seus olhos azul-escuros e fui até a cama, subi nela, ainda de joelhos e ele se ajoelhou sobre a colcha, me encarando. Eu estava de costas para os travesseiros, ele
passou os braços ao meu redor e beijou-me novamente. E em resposta à forte e completa absorção de sua boca, não consegui impedir as lágrimas de rolarem pelas minhas bochechas, o soluço preso em minha garganta ao tentar escondê-lo.
Ele me empurrou para trás suavemente, e com a mão esquerda levantou suas bolas e seu pênis. Abaixei-me e imediatamente beijei suas bolas. Lambi-as como havia aprendido com os cavalos do estábulo, colocando-as na boca e sentindo-as macias em meus dentes, então enfiei seu pênis na minha boca com força, um pouco assustado com sua grossura. Mas não era mais grosso que o falo grande, pensei. Não, era exatamente da mesma grossura, e me ocorreu que talvez ele houvesse me preparado para si mesmo, e quando pensei nele me penetrando daquele jeito, fiquei quase incontrolavelmente excitado. Chupei e lambi o pênis, sentindo o gosto e pensando que aquele era o senhor, não um dos escravos, esse é o homem que durante todo o dia, silenciosamente, deu-me ordens, subjugou-me, venceu-me, e senti minhas pernas se afastarem, minha barriga afundar no colchão e minhas nádegas se levantarem em um movimento espontâneo enquanto eu chupava, gemendo suavemente.
Quase chorei quando ele levantou meu rosto. Ele apontou para um pote pequeno em uma prateleira na parede almofadada. Imediatamente, eu o abri. O creme dentro dele era grosso e de um branco puro. Ele apontou para seu pênis e imediatamente peguei um pouco de creme com meus dedos. Mas antes de aplicá-lo, beijei a ponta e senti o gosto de um traço de seu líquido. Passei minha língua pelo buraquinho, sorvendo todo o fluido transparente que havia ali.
Então espalhei bem o creme, envolvendo inclusive as bolas e os pelos grossos e brancos até que brilhassem com a substância. Agora o membro estava vermelho-escuro e tremendo.
O senhor estendeu as mãos para mim. Atrevi-me a colocar mais creme em seus dedos. Ele gesticulou pedindo mais, e apliquei.
- Vire-se – disse ele. E assim fiz, meu coração acelerado. Senti o creme grosso em meu ânus, esfregando fundo, e então suas mãos me envolveram, a esquerda puxando minhas bolas para cima e unindo a carne mole ao meu pênis, fazendo com que elas fossem empurradas para a frente. Soltei um grito, implorando, enquanto seu órgão deslizava para dentro de mim.
Ele não encontrou resistência. Fui empalado novamente assim como fora empalado pelo falo, o pênis dele latejando forte dentro de mim e eu o sentindo penetrar cada vez mais fundo. A mão em volta de meu pênis forçava-o a ficar reto, e senti a mão direita do senhor em volta da ponta, o creme deslizando pela carne atormentada, a mão apertando e forçando o pênis para cima e para baixo, no mesmo ritmo da cavalgada nas minhas nádegas.
Meus gemidos altos ecoavam por todo o quarto. Toda a minha excitação acumulada saiu em um jato, meus quadris balançando violentamente para a frente e para trás, o pênis me arrombando, meu próprio órgão lançando seus fluidos em jorros selvagens.
Por um instante, não vi nada. Senti os espasmos na escuridão. Sentei-me desprotegido no pênis enfiado em mim. E gradualmente, no finzinho do êxtase, senti meu pênis subir
de novo. As mãos engorduradas de meu senhor o estavam persuadindo a subir. Ele havia sido atormentado durante tempo demais para se satisfazer tão facilmente. Mas a jornada era excruciante. Quase chorei para ser libertado, mas o choro soava como suspiros de prazer. Sua mão estava me dando um bom trato e me ouvi soltando os mesmos gritos curtos, a boca aberta, que eu dera sob a palmatória do mestre flagelador na plataforma. Senti meu pênis pulsando como lá e todos aqueles rostos à minha volta, e eu sabia que estava sozinho no quarto do senhor e que eu era seu escravo e que ele não me soltaria até que trouxesse novamente aquele jorro de dentro de mim.
Meu pau não se lembrava de nada. Ele ia para a frente e para trás entre seus dedos escorregadios, e seu vai e vem em meu ânus tornou-se mais longo, mais rápido, mais duro. Eu me senti chegando ao ápice quando seus quadris chocaram-se contra minhas nádegas ardentes. E quando ele soltou um gemido trêmulo, cavalgando-me selvagemente, senti meu membro explodir novamente no aperto de sua mão, e dessa vez o estouro pareceu mais lento, mais profundo, mais completamente devastador. Caí para trás sobre ele, minha cabeça rolando sobre o seu ombro, seu falo indo e voltando dentro de mim.
Não nos movemos durante um bom tempo. Então ele me levantou e me empurrou para os travesseiros. Deitei e ele se deitou ao meu lado. Seu rosto estava virado para o outro lado e olhei sonolento para seu ombro nu e seus cabelos brancos. Dormir era irresistível. Mas não caí no sono.
Continuei pensando que estava sozinho com ele no quarto e ele ainda não havia me mandado embora, e que eu não esqueceria o que acontecera comigo. Tudo aquilo ficaria ainda mais presente em minha cabeça. Isso fez com que minha
língua se movesse em minha boca, como se eu estivesse prestes a falar. Isso resultou em que meus olhos permanecessem abertos.
Uns quinze minutos se passaram. As velas forneciam uma adorável luz baixa e dourada; inclinei-me para a frente e beijei o ombro de meu senhor. Ele não me impediu. Beijei a parte de baixo de suas costas e então beijei suas nádegas. Macias, livres de qualquer marca ou vermelhidão, virginais, as nádegas de um senhor da aldeia, de um lorde ou soberano do castelo.
Senti-o movimentar-se sob mim, mas ele não disse nada. Então beijei a fenda entre suas nádegas, e enfiei minha língua no círculo rosado de seu ânus. Senti-o despertar suavemente. Ele afastou as pernas com a mesma leveza e separei um pouco mais suas nádegas. Lambi seu buraquinho rosado, sentindo sua estranha acidez. Mordisquei-o com os dentes.
Meu pau inchou contra os lençóis. Cheguei um pouco mais para baixo na cama e pus-me levemente sobre suas pernas, curvando-me sobre ele, e pressionei meu pênis contra suas pernas, enquanto lambia o ânus rosado e enfiava minha língua dentro dele.
Ouvi-o dizer baixinho:
- Pode me possuir, se quiser.
Senti o mesmo assombro paralisante de quando ele me chamou para ir para a cama. Massageei e beijei suas nádegas sedosas, então cheguei para cima, cobrindo-o, pressionando minha boca em sua nuca e deslizando minhas mãos sob ele. Encontrei seu pênis já rígido e segurei-o com minha mão esquerda enquanto enfiava o meu dentro dele. Seu ânus era apertado, arrepiante e incrivelmente delicioso.
Ele se contraiu um pouco. Mas eu ainda estava bem lubrificado e me movimentei para a frente e para trás facilmente. Apertei seu pau com minhas duas mãos e o empurrei para cima, fazendo com que Nicolas quase ficasse de joelhos, seu rosto pressionado contra o travesseiro. Então o cavalguei com vontade, minha barriga chocando-se contra suas nádegas limpas e macias enquanto eu o ouvia gemer, seu pênis ficando cada vez mais rígido, até que o ouvi gritar; então o soltei e seu sêmen jorrou sobre os meus dedos.
Dessa vez, quando deitei, soube que conseguiria dormir. Minhas nádegas ferviam sob mim, e as feridas atrás de meus joelhos coçavam, mas eu estava satisfeito. Olhei para a cobertura de cetim verde sobre minha cabeça e a consciência me espaçou. Eu sabia que ele estava nos cobrindo com a colcha, que havia apagado as velas e que seu braço estava sobre o meu peito. Então eu não sabia de mais nada, apenas que eu estava afundando, e a dor em meus músculos e em minha carne era adorável.
MAIS REVELAÇÕES SOBRE A ALMA DE TRISTAN
Tristan:
Devia ser o meio da manhã quando fui acordado e rapidamente puxado da cama por um dos criados. Certamente jovem demais para seu um senhor, o garoto parecia apreciar a tarefa de servir meu café da manhã em uma panela no chão da cozinha.
Então me levou apressadamente para a estrada atrás da casa, onde dois esplêndidos cavalos estavam lado a lado, suas rédeas ligadas a um único arreio segurado cerca de um metro e meio atrás deles por um garoto que rapidamente ajudou o outro a me atar ao conjunto. Meu pênis já estava alerta, apesar de eu me sentir gelar inexplicavelmente, fazendo com que os meninos tivessem que me prender com brutalidade.
Não havia carruagem por perto, exceto aquelas que passavam por nós, cavalos trotando a toda velocidade, chibatas estalando. Pensei que ferraduras humanas tinham um som metálico e pontual, mais leve e rápido que de cavalos de verdade, e meu pulso já estava acelerado.
Fui posicionado sozinho atrás dos dois, e tiras foram rapidamente atadas em volta de minhas bolas e de meu pau, na verdade, unindo minhas bolas a meu pau para que fossem puxadas para a frente sob ele. Eu não conseguia evitar me contorcer quando aquelas mãos firmes deram aqueles laços apertados e colocaram um cinto grosso em volta de meus quadris, meu pau preso a ele. Um falo foi posto no meu traseiro, atado por correntes à parte de trás do cinto e também à parte da frente, passando sob minhas pernas.
Parecia muito mais confortável do que ontem. Mas não havia um rabo de cavalo e não me deram botas, e quando percebi isso, fiquei com muito mais medo.
Eu podia sentir minhas nádegas, fechando-se sobre as correntes de couro que seguravam o falo, e isso fez com que eu me sentisse mais aberto e nu. Afinal, o rabo de cavalo servira como uma espécie de proteção.
Mas senti pânico de verdade pela primeira vez quando um arreio foi colocado em minha cabeça e nos ombros. As tiras eram finas, quase delicadas e bem lustrosas; uma saía do topo da minha cabeça e descia pelos lados, afinando-se perfeitamente para ajusta-se a minhas orelhas sem cobri-las e se conectando ao pescoço com uma coleira grossa e solta. Outra tira fina descia sobre o meu nariz, dividindo uma terceira, que dava a volta em minha cabeça direto até minha boca, segurando nela o falo curto, mas incrivelmente grosso, que foi enfiado entre meus lábios antes que eu pudesse gritar em protesto. Ele enchia minha boca, apesar de não chegar muito fundo, e mordi e lambi o instrumento quase incontrolavelmente. Eu conseguia respirar bem o bastante, mas minha boca estava tão dolorosamente esticada quanto meu ânus. E a sensação de ser alargado e penetrado pelos dois buracos era desesperadoramente entorpecedora, fazendo com que eu chorasse de sofrimento. Tudo aquilo estava apertado e ajustado, a coleira afivelada atrás de meu pescoço e as rédeas dos cavalos à minha frente acorrentadas sobre meu ombro à fivela de trás. Outro conjunto de rédeas saía de meus quadris bem arreados e estava presa à fivela do cinto que circundava minha barriga.
Aquele arreamento era mais engenhoso. Eu seria empurrado para a frente pela marcha deles e não podia cair, mesmo se
perdesse o equilíbrio. Havia dois deles para contrabalançar meu peso, e pude ver pelos grossos músculos de suas pantorrilhas e coxas que eram cavalos perfeitos.
Eles giravam as cabeças enquanto esperavam, como se gostassem do toque do couro, e eu já podia sentir as lágrimas fluindo. Por que eu não podia ser atrelado à carruagem como eles? O que estavam fazendo comigo? De repente, pareciam elegantes e privilegiados, com seus rabos de cavalo brilhantes e suas cabaças altivas e me senti como um prisioneiro inferior. Meus pés descalços pisariam a estrada atrás do alto som metálico de seus pés abotinados. Eu me contorcia e puxava, mas as tiras estavam apertadas, e os garotos, ocupados untando minhas nádegas com óleo, me ignoravam.
Mas de repente fui surpreendido pela voz do senhor, que pude ver com o canto do olho, a longa chibata de couro pendurada na cintura, perguntando suavemente se eu estava pronto. Os garotos responderam que sim, um deles me dando um belo tapa com a mão aberta, outro empurrando o falo em minha boca aberta com mais firmeza. Tossi desesperado e vi o senhor dar um passo à minha frente.
Ele vestia um belo corpete de veludo cor de ameixa com bonitas mangas-balão, e cada pedacinho seu parecia tão refinado quanto os príncipes do castelo. O calor de nosso sexo da noite anterior tomou conta de mim, fazendo-me engolir silenciosamente meus gritos. Mas sons desesperados desconhecidos emergiam de mim.
Tentei me conter, mas eu já estava tão severamente limitado que parecei perder toda a capacidade de dar ordens a mim mesmo. Ao lutar contra as amarras, logo percebi que eu
estava absolutamente impotente. Não conseguiria sequer cair, se quisesse, e os outros cavalos seguravam-me sem esforço.
Meu senhor chegou perto de mim e, virando minha cabeça violentamente em sua direção, beijou minhas pálpebras. A delicadeza de seus lábios e o cheiro de limpeza de sua pele e seus cabelos trouxeram de volta toda a proximidade do quarto. Mas ele era o senhor. Ele sempre fora o senhor, mesmo quando o cavalguei e fiz com que ele gemesse sob mim. Meu pênis contorceu-se e uma nova onda de gritos e gemidos emergiu de dentro de mim.
Vi um longo instrumento, duro e plano, em sua mão, e ele agora o testava em um dos cavalos. Ele consistia em meio metro de cabo rígido terminando em mais meio metro de palmatória de couro plana que ficava reta quando não estava sendo usada para golpear as nádegas dos cavalos.
Com sua voz clara, ele disse:
- A volta matinal pela aldeia, o de sempre.
Os cavalos se puseram em movimento imediatamente e me atrapalhei ao começar a marchar atrás deles.
Meu senhor caminhava ao meu lado. Era como se fosse a noite anterior, em que nós dois caminhamos por aquela rua, só que agora eu era prisioneiro daquelas tiras monstruosas, desses falos apertados. E aterrorizado com a possibilidade de ser repreendido por ele, tentei marchar tão bem quanto ele havia me ensinado.
O passo não era rápido demais. Mas a chibata plana brincava com minhas feridas. Ela espancava e afagava a parte de baixo de minhas nádegas. Meu senhor seguiu em silêncio, e o par à frente fez a curva, como se conhecesse o caminho, rumo ao
centro da aldeia. Era a primeira vez que eu via a aldeia realmente, em um dia normal, e estava impressionado.
Aventais brancos, tamancos de madeira, calças de couro cru. Mangas enroladas e vozes altas e alegres. E em todos os cantos havia escravos trabalhando. Vi princesas nuas esfregando batentes de portas, varandas e vitrines de lojas. Vi príncipes carregando cestos nas costa, saltando à frente de açoite de suas senhoras o mais rápido que podiam, e , por um portão aberto, vi um monte de nádegas nuas e avermelhadas em volta de um grande tanque de lavar roupas.
Uma loja de arreios cresceu à nossa frente quando viramos uma curva, com uma princesa tão amarrada quanto eu e pendurada em uma placa sobre a porta, e então veio uma estalagem na qual vi uma fila de escravos ao longo do muro esperando para serem punidos, um a um, em um pequeno palco, para a diversão indiferente de dúzias de patrões. Ao lado, havia uma loja de falos e, no mostruário à frente, havia três príncipes agachados com os rostos virados para a parede, suas nádegas bem fornidas com amostras das mercadorias.
Eu podia ser um deles, pensei, agachado sob a poeira do sol quente enquanto o povo passava. Seria pior do que trotar com a respiração ansiosa, minha cabeça e meus quadris inexoravelmente puxados para a frente, minha carne dolorida reanimada pelo som alto do açoite atrás de mim? Eu não conseguia ver realmente meu senhor. Mas a cada golpe, eu o via como ele fora na noite anterior, e a calma com que ele voltara a me torturar me assustou. Nunca achei que aquilo fosse parar por causa de nossos abraços. Mas para ter se intensificado dessa forma... De repente, tive uma incrível noção da profundidade da submissão que ele queria de mim.
Os cavalos rompiam orgulhosamente a multidão, fazendo cabeças se virarem, enquanto aldeões corriam de um lado para outro com cestos de mercado ou escravos acorrentados. E o cronista sempre olhava dos cavalos refinadamente tratados para o escravo atrás deles. Mas se eu esperava olhares de escárnio me desapontei. O que eu vira foram simplesmente olhares silenciosos de diversão. Para cada canto que aquelas pessoas olhassem, elas viam algum adorável pedaço de carne nua, castigada, posicionada ou arreada para seu prazer.
E enquanto virávamos esquina após esquina, correndo pelas ruas estreitas, tive certeza de me sentir mais perdido do que na plataforma giratória.
Cada dia seguiria seu terrível curso, com suas surpresas destruidoras. E embora eu chorasse mais desesperadamente ao pensar nisso, meu pênis inchou entre os laços, e marchei mais forte, tentando desviar dos golpes do açoite, e meus arredores ganharam um estranho resplendor. Senti a inegável vontade de cair aos pés de meu senhor, dizer a ele silenciosamente que entendia minha função, que entendia mais claramente a cada teste excruciante e que agradecia do fundo do meu ser que ele tivesse me domado tão completamente. Ele não usara essa expressão ontem, “domar” um escravo novo, dizendo que o falo grosso era bom pra mim? E um falo estava alargando-me novamente, enquanto outro esticava minha boca, tornando meus gritos roucos e animalescamente incontroláveis.
Talvez ele entendesse seus gritos. Se pelo menos ele cedesse a me confortar com um leve toque de seus lábios... E percebi quase assustado que nunca havia me sentido tão manso e subserviente com todo o vigor do castelo.
Chegamos a uma grande praça. Vi placas de estalagens por todos os lados, entradas para carruagens e janelas altas. As estalagens eram ricas e enfeitadas, as janelas ornamentadas como as do solar. Fui chicoteado e puxado para um círculo lago em volta de um poço, o povo deixando os cavalos passarem de bom grado, e fiquei chocado ao ver o capitão da guarda da rainha descansando em uma porta.
Sem dúvida, era o capitão.
Lembrei-me de seus cabelos louros, a barba por fazer e aqueles olhos verdes pensativos. Bastante inesquecível. Fora ele que me levara de minha terra natal, me capturara quando tentei fugir do acampamento e me trouxera de volta, mãos e tornozelos amarrados a uma trave carregada entre dois de seus cavaleiros. Eu ainda podia sentir aquele pênis grosso me ferroando e seu sorriso silencioso ao ordenar que eu fosse chicoteado noite após noite no acampamento, até que chegássemos ao castelo. E aquele estranho e inexplicável momento quando nos separamos e olhamos um para o outro.
- Adeus, Tristan – dissera ele, com a mais cordial das vozes, e eu beijara suas botas por vontade própria, meus olhos ainda fixos nele, em silêncio.
Meu pênis também o reconheceu. E quando fui levado para mais perto dele, fiquei repentinamente aterrorizado com a possibilidade de que ele pudesse me ver.
Minha desgraça parecia grande demais para suportar. Todas as estranha regras do reino agora pareciam imutáveis e justas, e eu estava destinado, penitente, condenado à aldeia. Ele saberia que eu fora enviado do castelo para um tratamento mais duro do que o que ele me dera.
Mas ele estava assistindo a alguma coisa pela porta aberta do Signo de Leão, e com um olhar vislumbrei o pequeno espetáculo. Uma adorável aldeã vestindo uma bela saia vermelha e uma blusa branca com babados espancava seu escravo diligentemente sobre o balcão de madeira, e o belo rosto que sobressaía entre as lágrimas era o de Bela. Ela se contorcia e se debatia sob a palmatória. Mas pude ver que ela estava desacorrentada, assim como eu estivera na plataforma pública na noite anterior.
Passamos pela porta. O capitão olhou para cima e ouvi meu senhor parar os cavalos., como se fosse um pesadelo. Fiquei parado, meu pênis espremido pelo couro. Mas aquilo era inescapável. Meu senhor e o capitão estavam se cumprimentando e trocando elogios. E o capitão estava admirando os cavalos. Ele levantou violentamente o rabo de cavalo da direita, erguendo e acariciando a crina negra, e então beliscou suas nádegas avermelhadas, enquanto o escravo revirava a cabeça e tremia entre os arreios. O capitão riu.
- Ah, temos alguém bem-humorado por aqui! – disse ele, e virou-se para o cavalo com as duas mãos, como se tivesse sido provocado por aquele gesto. Ele levantou o queixo do cavalo, depois o falo e empurrou-o várias vezes para cima, com força, até que o cavalo deu um coice e mexeu as pernas alegremente. Então veio um tapinha leve nas nádegas e o cavalo ficou quieto.
- Sabe, Nicolas – disse ele, naquela voz gutural conhecida, capaz de me aterrorizar com apenas uma sílaba -, eu já disse várias vezes à Sua Majestade que ela deveria deixar de lado seus cavalos de verdade nas viagens curtas e usar os escravos- cavalos. Poderíamos organizar um ótimo estábulo rápido o
bastante, e penso que ela acharia muito prazeroso. Mas ela enxerga isso como algo da aldeia e não leva a ideia realmente em consideração.
- Ela tem um gosto muito particular, capitão – disse meu senhor. – Mas, diga-me, você já viu esse escravo?
E para meu horror, ele puxou minha cabeça para trás pelas tiras do arreio.
Eu podia sentir os olhos do capitão sobre mim, apesar de não estar olhando. Eu conseguia enxergar minha boca cruelmente estirada, as tiras do arreio me cortando.
Ele chegou mais perto. Ele não estava a mais de dez centímetros de mim. Então ouvi sua voz grave ainda mais profunda.
- Tristan! – E sua mão grande e quente se fechou sobre o meu pênis. Ele apertou forte, fechando a ponta e depois o soltou, provocando o surgimento de uma sensação ao final. Ele acariciou minhas bolas, beliscando com as unhas a pele que os laços já deixavam tão apertada sobre elas.
Meu rosto estava vermelho. Eu não conseguia olhá-lo nos olhos, meus dentes mordendo o enorme falo quase como se eu pudesse devorá-lo. Senti minhas mandíbulas trabalhando, minha língua lambendo o couro como se alguém me obrigasse. Ele acariciou meu peito, meus ombros.
A imagem do acampamento surgiu em um relance, e me vi sendo acorrentado aos grande X de madeira em um círculo repleto de Xs, e os soldados gastando seu tempo comigo, provocando meu pênis, educando-o enquanto eu esperava cada hora passar, até o açoitamento da noite. E o sorriso
misterioso do capitão, que passava com sua capa dourada sobre um dos ombros.
- Então esse é o nome dele – disse meu senhor, sua voz soando mais jovem e refinada que o murmúrio gutural do capitão. – Tristan. – Ouvir meu senhor pronunciar meu nome me torturava.
- É claro que o conheço – disse o capitão. Sua figura grande e sombria moveu-se um pouco, deixando um grupo de moças, que riam e falavam alto, passar. – Eu o levei para o castelo apenas seis meses atrás. Ele era o mais selvagem, fugiu para a floresta quando mandaram que tirasse a roupa, mas o domei lindamente e o deixei aos pés de Sua Majestade. Ele havia se tornado o queridinho dos dois soldados encarregados de açoitá-lo diariamente no acampamento. Eles sentiram mais a falta dele do que de qualquer outro escravo que tiveram de disciplinar.
Tremi silenciosamente, engolindo o som, o que a mordaça estranhamente tornava mais difícil.
- Uma excitação vulcânica – disse a voz ao mesmo tempo suave e retumbante. – Não foi a severidade dos flagelos que o fizeram comer na minha mão, mas o ritual diário.
É verdade, pensei. Senti uma pontada em meu rosto. A sensação aterrorizante e inevitável de nudez baixou mais uma vez sobre mim. Eu ainda podia ver a terra fresca em frente às cabanas, sentir as tiras e ouvir os passos e a conversa enquanto eles seguiam comigo. “Só mais uma barraca, Tristan.” Ou a saudação de todas as noites. “Tristan, veja para nosso passeio pelo acampamento, isso, isso, veja isso, Gareth, veja como esse rapaz aprende rápido. Eu não disse, Geoffrey, que depois de três dias não precisaria mais usar as amarras?”
ou quando eles me alimentavam com as duas mãos, limpando minha boca quase carinhosamente, dando-me tapinhas amigáveis e vinho demais para beber, e me levando para a floresta depois que escurecia. Lembrei de seus pênis, da brigas para decidir quem seria o primeiro, e era melhor na boca ou no ânus, e às vezes um depois do outro, e o capitão aparentemente nunca muito longe, e sempre sorrindo. Então eles haviam se afeiçoado a mim. Aquilo não fora fruto de minha imaginação. Nem a ternura que eu sentia por eles. E eu estava chegando lentamente a uma inegável conclusão.
- Mas ele era um dos melhores, mais refinados de todos os príncipes – murmurou o capitão, a voz parecendo vir do peito, e não de sua boca. De repente, eu queria virar a cabeça e olhar para ele, ver se continuava tão bonito quanto antes. Meu vislumbre anterior havia sido rápido demais. – Foi dado ao lorde Stefan como escravo pessoal – continuou ele -, com a bênção da rainha. Estou surpreso de vê-lo aqui. – A raiva tomou conta de sua voz. – Eu disse à rainha que eu mesmo o havia domado.
Ele levantou minha cabeça e a virou de um lado para outro. Percebi com uma tensão crescente que eu estivera quase em silêncio durante aquele tempo todo, lutando para não emitir um som em sua presença, mas agora entregava os pontos, e finalmente não pude mais controlar. Soltei um lamento baixo, mas era melhor que chorar.
- O que você fez? Olhe para mim! – disse ele. – Você desagradou a rainha.
Neguei com a cabeça, mas não olhei em seus olhos, e todo o meu corpo parecia inchar sob os arreios.
- Foi a Stefan que você desagradou?
Assenti. Olhei em seus olhos e desviei a vista, incapaz de suportar. Uma estranha ligação existia entre nós. E nenhuma ligação – e isso era o mais terrível daquilo tudo – existia entre mim e Stefan.
- Ele fora seu amante anteriormente, não fora? – insistiu o capitão, chegando perto de meu ouvido, apesar de eu saber que meu senhor podia escutá-lo. – Anos antes de você vir para o reino.
Assenti novamente.
- E a humilhação foi maior do que você pôde suportar? – perguntou ele – Você que foi ensinado a abrir as nádegas para soldados comuns?
- Não! – gritei por trás da mordaça, balançando a cabeça violentamente. Ela estava latejando. E a lenta e inescapável conclusão que vinha se desenhando há apenas alguns instante se tornava cada vez mais clara.
Com a mais pura frustração, chorei. Se pelo menos eu pudesse explicar.
Mas o capitão agarrou a fivela prateada do falo em minha boca e empurrou minha cabeça para trás.
- Ou será que – disse ele – seu ex-amante não teve força para dominá-lo?


   
       
       
           
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Punição da Bela  Trilogia Erótica #02  Onde histórias criam vida. Descubra agora