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Virei os olhos, fitando-o diretamente, e se é possível dizer que alguém consegue sorrir com tal mordaça na boca, eu sorri. Ouvi meu suspiro vir lentamente. Então, apesar do falo em minha boca, assenti.
Seu rosto era claro e belo com eu lembrava. Vi sua figura alta e robusta sob o sol quando ele pegou o açoite de meu senhor.
E quando olhamos um ao outro nos olhos, ele começou a me chicotear.
Sim, a conclusão estava completa. Eu quisera a degradação da aldeia. Eu não suportava o amor de Stefan, suas experimentações, sua incapacidade de me governar. E por sua fraqueza em nossa ligação predestinada, eu o desprezava.
Bela compreendera meus objetivos. Ela conhecera minha alma melhor do que eu. Era disso que eu precisava, que eu tinha fome, porque era algo tão violento quanto o acampamento dos soldados, onde minha dignidade, meu orgulho, meu eu haviam sido tão completamente aniquilados.
Castigo - aqui, nesta praça ensolarada e movimentada, mesmo com menininhas da aldeia em volta, com uma mulher de braços cruzados na porta da estalagem e os golpes barulhentos da chibata -, castigo era o que eu merecia, o que eu cobiçava, mesmo aterrorizado. E em um momento de entrega completa, afastei bem minhas pernas, joguei a cabeça para trás e balancei os quadris em um gesto de total reconhecimento da chicotadas.
O capitão desceu grandes golpes com o açoite de ponta plana. Meu corpo sentia-se vivo com as dores e ardores que ele me
infligia. E certamente meu senhor entendera o segredo. E não haveria piedade para mim, se ao acompanhar esse pequeno diálogo, meu senhor tivesse decidido me levar às últimas consequências. Não importaria se mais tarde eu implorasse com lamúrias.
O açoitamento havia terminado, mas eu não saíra da posição suplicante. O capitão devolveu a chibata e de repente acariciou meu rosto, aparentemente em um impulso, beijou
minhas pálpebras exatamente como meu senhor. O último nó havia se rompido. Era uma agonia não poder beijar seus pés, suas mãos, seus lábios. Eu só podia inclinar meu corpo sofrido em sua direção.
Ele se afastou e seus braços alcançaram meu senhor. Eles pareceram abraçar-se bem naturalmente, meu mestre com seu corpo mais magro, elegante como uma faca de prata finamente entalhada ao lado do sólido corpo do capitão.
- É sempre assim - disse o capitão com um sorriso lento, olhando para os olhos frios e espertos de meu senhor. - Em um lote de centenas de escravinhos enviados para a purificação, sempre há aqueles que chamaram o castigo, precisando da severidade não para purificá-los, mas para domar seus apetites sem limites.
Aquilo era tão verdade que eu estava chorando, a alma dilacerada pelo incentivo que aquilo daria a todos os meus torturadores.
"Mas, por favor", eu queria implorar, "não sabemos o que
estamos fazendo connosco. Por favor, tenha piedade."
- Minha garotinha do Signo do Leão, Bela, é a mesma coisa - disse o capitão. - Uma alma nua e voraz que alimenta meu desejo perigosamente.
Bela. Ele a estivera olhando pela porta da estalagem. Então ele era seu senhor. Senti uma divina onda de ciúme e conforto.
Meu senhor me lançou um olhar penetrante. Os soluços me fizeram tremer, os espasmos passando pelo meu pênis e minhas pantorrilhas doloridas.
Mas o capitão estava ao meu lado.
- Verei você de novo, meu jovem amigo. - Ele respirou perto de minha bochecha, seus lábios aparentemente provando meu rosto, sua língua lambendo meus lábios cruelmente abertos. - Quero dizer, com a permissão de seu gracioso senhor.
Eu estava inconsolável quando seguimos adiante, meu choro baixo fazendo cabeças virarem enquanto marchávamos para fora da praça, por outras ruas, passando por centenas de outros desgraçados. Teriam eles sido expostos como eu, ao mesmo tempo para si mesmos e para seus senhores e senhoras?
Eu estava tão dolorido com o flagelo do capitão que o mais simples toque da chibata me fazia pular, e não tentei me segurar, gemendo enquanto os cavalos me puxavam atrás deles.
Passamos por uma rua estreita onde escravos de aluguel estavam presos pela mãos e pelos pés à parede, pelos púbicos untados com óleo e brilhantes, preços entalhados no cimento acima deles. Em uma lojinha, vi uma costureira nua encurtando uma bainha, e em um pequeno espaço aberto, um grupo de princesas nuas operando uma moenda. Príncipes e princesas ajoelhados pelos cantos com bandejas de bolos frescos para vender, sem dúvida vindos dos fornos do senhor ou da senhora, uma cestinha pendurada na boca para recolher as moedas dos compradores.
Toda a vida normal da aldeia passando como se meu sofrimento não existisse, como se não fosse lamentado em um volume tão alto.
Uma pobre princesa acorrentada a um muro chorava e se debatia enquanto três meninas da aldeia riam e cutucavam seu púbis.
E embora eu não visse em lugar algum a selvageria teatral da noite anterior na praça das punições públicas, a vida cotidiana da aldeia era magnífica e aterrorizante.
Em uma porta, uma senhora gorda sentada em um banco usava a mão larga para espancar sonoramente um príncipe nu apoiado sobre os seus joelhos, castigando-o com raiva. E uma princesa segurando com as duas mãos um jarro de água sobre a sua cabeça esperava obedientemente enquanto seu senhor implantava entre seus lábios vaginais rosados um falo grande preso a uma guia para que ela o seguisse.
Agora estávamos em ruas mais calmas, em que habitavam homens de posses e posição, e havia portas brilhantes com aldravas de latão. E dos altos suportes acima, escravos pediam como enfeites. O silêncio tomava conta e as ferraduras dos cavalos soavam mais alto. Ouvi meu choro ecoar mais claramente pelas paredes.
Eu não conseguia imaginar o que os dias me reversavam. Tudo parecia tão sólido, a população tão acostumada a nossos prantos, nossa escravidão alimentando o lugar tanto quanto carne, bebida ou a luz do sol.
E em meio a tudo isso, eu carregaria uma onda de desejo e redenção.
Chegáramos novamente à casa do meu senhor. Minha casa. Passamos pela porta da frente, tão ornamentada quanto qualquer outra que tivéssemos visto e pelas grandes e caras
janelas de vidro. Contornamos a esquina, na ruazinha que dava na estrada que ladeava a murada.
Tiras e falos foram retirados com muita pressa, os cavalos mandados embora. Caí aos pés de meu mestre, beijando-os por inteiro. Beijei o peito das botas de couro de cabra, os saltos, os cadarços. Meus soluços agonizantes eram cada vez mais altos.
Pelo que eu estava implorando? Sim, faça de mim seu escravo abjeto, seja impiedoso. Mas estou assustado, muito assustado.
E em um momento de pura loucura quis que ele me levasse de volta à praça das punições públicas. Eu correria com todas as minhas forças para a plataforma pública.
Mas ele simplesmente se virou para ir para casa, e fui de quatro atrás dele, lambendo suas botas, lançando-lhe beijos enquanto ele andava, seguindo-lhe pelo corredor, até que ele me deixou na cozinha.
Fui banhado e alimentado pelos jovens criados. Nenhum escravo trabalhava dentro da casa. Aparentemente, eu era mantido sozinho, para tortura.
E silenciosamente, sem qualquer explicação, fui levado a uma pequena sala de jantar. Rapidamente, fui acorrentado à parede, braços e pernas formando um X, e deixado ali.
O cômodo estava limpo e polido - agora eu conseguia vê-lo por inteiro -, um verdadeiro pequeno cômodo de uma casa rica de aldeia, como eu jamais vira no castelo onde nascera e fora criado, ou no castelo da rainha. As vigas baixas do teto
eram pintadas e decoradas com flores, e senti como na primeira vez em que entrara naquela casa, enorme e vergonhosamente exposto dentro dela, um verdadeiro escravo amarrado ali entre as prateleiras de cobre brilhante, as cadeiras de carvalho com encostos altos e a lareira com abóbada limpa.
Mas meus pés estavam completamente apoiados no chão encerado, e eu podia descansar meu peso sobre eles e minhas costas no cimento da parede. Se meu pênis também fosse dormir, eu poderia descansar, pensei.
As criada iam e vinham com suas vassouras e esfregões, discutindo sobre o jantar, se era melhor assar a carne com vinho branco ou tinto, ou se era para colocar as cebolas agora ou depois. Elas sequer notavam minha presença, a não ser quando me davam um tapinha ao passar, limpando ao meu redor, conversando afobadas, e eu sorria, ouvindo a conversa. Mas quando eu estava quase cochilando, abri os olhos surpreso ao ver o rosto e o corpo adoráveis de minha senhora de cabelos escuros.
Ela tocou meu pênis, empurrando-o para baixo, e ele despertou violentamente. Ela tinha vários pensinhos de couro preto com grampos nas mãos, como aqueles que eu usara nos mamilos no dia anterior, e enquanto as criadas continuavam falando atrás da porta, ela prendeu os pensinhos da pele solta do saco. Contraí-me. Eu não conseguia ficar parado. Os pensinhos eram pesados o suficiente para me deixar dolorosamente consciente de cada centímetro da pele sensível e do menor movimento de minhas bolas - e mil pequenos movimentos pareciam inevitáveis. Ela trabalhava com ponderação, beliscando a pele como o capitão fizera usando as unhas. Quando hesitei, ela nem percebeu.
Então ela prendeu um peso pesado na base de meu pênis, que pendeu sob o membro. Quando meu órgão se inclinou para baixo, senti o frio do peso de ferro em meus testículos. O toque daquelas coisas, seus movimentos, eram lembranças insuportáveis desses órgãos salientes, de sua degradante exposição.
O pequeno cômodo ficou menor e mais escuro. A imagem dela cresceu diante de mim. Trinquei meus dentes com força para não implorar com algum choro mortificante, e então a sensação de rendição voltou, e implorei silenciosamente com suspiros e gemidos baixos. Eu fora idiota em pensar que me deixariam em paz.
- Você vai usar isso - disse ela - até seu senhor mandar que o busquem. E se esse peso escorregar de seu pau, é só por um motivo: seu pênis ficou mole e soltou a amarração. E ele será chicoteado por isso, Tristan.
Assenti enquanto ela esperava, incapaz de olhá-la nos olhos.
- Você precisa desse flagelo agora? - perguntou ela.
Eu sabia que não deveria responder. Se eu dissesse não, ela riria e tomaria aquilo como impertinência. Se eu dissesse sim, eu tinha certeza que ela se sentiria ofendida e as chicotadas viriam a seguir.
Mas ela já havia retirado uma pequena e delicada chibata branca debaixo de seu avental azul. Soltei uma série de suspiros curtos. Mas ela chicoteou meu pênis de várias formas, dando choques em todo o meu corpo, meus quadris se erguendo em sua direção. Todos os pensinhos me puxavam, como dedos esticando minha pele e repuxando meu pênis. O
próprio órgão estava roxo-avermelhado, lançando um jato para a frente.
- Isso é só um exemplo - disse ela - Quando você estiver em exibição nesta casa, será tratado apropriadamente.
Assenti mais uma vez. Baixei a cabeça e senti as contas quentes de lágrimas nos cantos de meus olhos. Ela levou um pente até meus cabelos, e passou-o sobre eles com cuidado e delicadeza, arrumando os cachos sobre minhas orelhas e colocando-os de volta sobre a minha testa. Ela sussurrou:
- Devo dizer que você é facilmente o príncipe mais bonito da aldeia. Devo alertá-lo, rapaz, que você corre um grande risco de ser vendido logo, logo. Mas não sei o que você poderia fazer para evitar isso. Comporte-se mal e você precisará ainda mais da aldeia. Flagele seus belos quadris em charmosa submissão e você será ainda mais sedutor. Pode ser que não haja mais esperanças para você. Nicolas, é rico o suficiente para comprá-lo por três anos, se ele desejar. Eu adoraria ver os músculos de suas pernas depois de três anos puxando minha carruagem ou passeando com Nicolas pela aldeia.
Eu levantara a cabeça e estava olhando para seus olhos azuis abaixo. Certamente, ela podia ver que eu estava surpreso. Podiam fazer com que continuássemos ali?
- Ah, ele pode arrumar uma boa desculpa para manter você - disse ela. - Alegar que você precisa de disciplina da aldeia ou talvez até simplesmente que ele afinal encontrou o escravo que desejava. Ele não é um lorde, mas é o cronista da rainha.
Havia um calor crescendo em meu peito, pulsando como o lento ardor em meu pau. Mas Stefan jamais... Então Nicolas estava em mais alta conta que Stefan!
"Ele afinal encontrou o escravo que desejava." Aquelas
palavras saltavam em minha cabeça.
Mas ela me deixou com meus próprios pensamentos confusos e desafiadores na salinha e saiu pelo pequeno corredor escuro, subindo os degraus, suas saias bordô brilhando nas sombras por um instante.
A DISCIPLINA DA SENHORA LOCKLEY
Bela quase terminara suas tarefas matinais no quarto do capitão quando se lembrou, com um choque repentino, de sua impertinência com a senhora Lockley
A memória veio junto com o som baixo de passos nas escadas, avançando em direção à porta do quarto do capitão. De repente ela ficou aterrorizada. Por que ela fora tão insolente? Toda sua determinação em ser uma menininha muito, muito má abandonou-a imediatamente.
A porta se abriu e a arrogante figura da senhora Lockley apareceu, toda em roupas limpas e adoráveis laços azuis, sua blusa tão decotada sobre os seios arredondados que Bela quase conseguiu ver os mamilos. O rosto delicado da senhora Lockley exibia o sorriso mais maldoso, e ela veio direto até Bela.
Bela deixou a vassoura cair e se encolheu em um canto.
Uma risada baixa irrompeu de sua senhora, que logo estava com os cabelos longos de Bela enrolados na mão esquerda e com a direita pegou a vassoura e esfregou suas cerdas pontudas no sexo de Bela, fazendo com que ela gritasse e tentasse fechar bem as pernas.
- Minha escravinha tem uma língua! - disse ela. Bela começou a soluçar. Mas não conseguia se libertar para beijar as botas da senhora Lockley e não se atrevia a falar. Tudo o que conseguia fazer era pensar em Tristan dizendo a ela que era necessária muita coragem para ser má o tempo todo!
A senhora Lockley forçou-a a ficar de quatro e Bela sentiu a vassoura atrás de si, expulsando-a do quartinho.
Desça as escadas! - disse a senhora, sussurrando, sua ferocidade queimando a alma de Bela e fazendo-a cair em prantos e correr para a escada. Ela teve que se levantar para descer, mas a vassoura guiava-a maliciosamente, penetrando nela, cutucando e arranhando os macios lábios de sua vagina, enquanto a senhora Lockley vinha logo atrás.
A estalagem estava vazia, silenciosa.
- Mandei minhas crianças malvadas para a loja de punições para o açoitamento matinal. Assim posso me concentrar em você! - Veio a voz da senhora, entre os dentes. - Teremos uma liçãozinha sobre como usar essa língua adequadamente quando é solicitada! Agora, para a cozinha!
Bela pôs-se de quatro novamente, desesperada para obedecer, as ordens furiosas, deixando-a em pânico. Ninguém jamais a havia atacado com tanta raiva, e para piorar, seu sexo já estava se enchendo de desejo.
A luz do sol enchia o grande cômodo imaculado, entrando pelas duas portas abertas que davam para o quintal, atingindo os potes e panelas de cobre pendurados em ganchos no alto, e iluminando as portas de ferro do forno de tijolos e o gigantesco bloco retangular que ficava no meio do chão ladrilhado, alto e largo como o balcão de bebidas onde Bela fora castigada pela primeira vez.
A senhora Lockley colocou Bela de pé e enterrou a vassoura com força entre suas pernas, fazendo com que as cerdas duras a levantassem e a inclinou contra o bloco. Então ergueu as
pernas , fazendo com que Bela rapidamente se arrastasse sobre a madeira coberta por uma fina camada de farinha.
Bela esperava a palmatória e ela sabia que seria pior do que antes, com aquela voz furiosa guiando a ação. Mas a senhora Lockley deitou Bela de frente, rapidamente prendeu suas mãos à borda da tábua, sobre a cabeça, e disse a Bela para abrir as pernas ou elas seriam abertas para ela.
Bela lutou para abrir as pernas o máximo possível. A farinha sobre a madeira lisa parecia seda sob suas nádegas. Mas seu corpo estava esticado ao máximo agora que seus tornozelos também estavam presos, e Bela entrou novamente em pânico, debatendo-se inutilmente na madeira lisa e resistente ao perceber que não poderia se libertar.
Ela tentou implorar a senhora Lockley com uma enxurrada de gritos urgentes e fracos. Mas, no instante em que viu a senhora rindo para ela, sua voz esvaneceu na garganta e ela mordeu os lábios com força, olhando para cima, para os olhos negros límpidos que tremulavam levemente com as risadas.
- Os soldados gostaram desses seios, não gostaram? - perguntou a senhora Lockley. E usou as duas mãos para beliscar os mamilos de Bela com os indicadores e polegares. - Responda-me!
- Sim senhora - gemeu Bela, sua alma trepidando com a sensação de vulnerabilidade em relação àqueles dedos, a carne ao redor dos mamilos tremendo enquanto eles próprios ficavam duros como pedra. Uma dor forte e profunda entre suas pernas fez com que ela tentasse fechá-las, o que era impossível. - Por favor senhora, eu nunca vou...
Ssshhhh! - A senhora Lockley tapou a boca de Bela com a mão e a moça arqueou as costas, soluçando. Ah, era pior ficar amarrada, ela não conseguia ficar parada. Mas ela olhou para a senhora Lockley com os olhos arregalados e tentou assentir, apesar da mão que a impedia.
- Escravos não tem voz! - disse a senhora -, até que o senhor ou a senhora peçam para escutar sua voz. Aí você responde com o devido respeito. - Ela soltou a boca de Bela.
- Sim, senhora! - respondeu Bela.
Os dedos firmes agarraram novamente seus mamilos.
- Como eu ia dizendo - continuou a senhora Lockley -, os soldados gostaram desses seios.
- Sim senhora! - respondeu Bela, sua voz trêmula.
- E esse buraquinho faminto. - Ela baixou a mão e apertou os lábios vaginais de Bela, fechando-os. O líquido que os lubrificava transbordou e a garota sentiu uma coceira enquanto ele escorria.
- Sim senhora - respondeu ela, sem fôlego.
A senhora Lockley ergueu um cinto de couro branco e mostrou-o para Bela, como uma língua que saísse de sua mão. Ela pegou o seio esquerdo de Bela com os dedos da mão esquerda, juntou a carne e golpeou-o enquanto Bela sentia o calor cobrindo seu peito. Ela não conseguia ficar quieta. O líquido entre suas pernas escorria pela fenda de suas nádegas. Seu corpo esticado, de braços e pernas abertos, tentava em vão se fechar.
Os dedos puxaram seu mamilo esquerdo e apertaram-no. E
então a língua branca do cinto de couro espancou seu seio
com uma série de golpes fortes e barulhentos. "Ai!", gemeu Bela, alto, inevitavelmente. As pancadas que a mão grande e quente do capitão dera em seus seios não se pareciam em nada com aquilo. O desejo de se libertar e cobrir os seios, ao dois, era irresistível e impossível! Mesmo assim, seus peitos ferviam com uma sensação desconhecida e o corpo de Bela se contorcia sobre a madeira. A pequena tira batia cada vez mais forte em seu mamilo e em sua carne saliente.
Bela estava em um frenesi quando a senhora Lockley voltou a atenção a seu seio direito, golpeando-o da mesma forma, açoitando o mamilo. Os gritos de Bela ficaram cada vez mais altos, sua luta mais violenta. Os mamilos estavam duros como pedra sob a torrente de chicotadas.
Bela fechou a boca, bem firme. Ela teria gritado com toda força de seus pulmões: " Não, eu não consigo suportar." Os golpes se concentraram em um espaço de tempo menor, cada vez mais rápidos. Seu corpo tornou-se os seios torturados, seu desejo suscitado pelas chicotadas como a chama de uma tocha.
Bela balançou a cabeça tão violentamente que o cabelo caiu sobre sua face. A senhora Lockley colocou-o para trás, inclinou-se e olhou para Bela, mas a moça não podia olhar para ela.
- Tão rebelde, tão exposta! - disse ela para Bela, e então massageou seu seio direito, fazendo-o inchar novamente, para voltar a espancá-lo. Bela soltou um grito alto e choroso entre os dentes trincados. Os dedos puxavam os mamilos, massageavam a carne, e o calor ardeu por todo o corpo de Bela, quadris pulando para frente em uma convulsão violenta e repentina.
- É assim que uma menina má deve ser punida - disse a senhora.
- Sim, senhora - gemeu Bela imediatamente.
Piedosamente os dedos se afastaram. Os seios de Bela pareciam enormes, pesados, um turbilhão de dor, calor e pulsação dentro dela. Seus suspiros baixos e doloridos ficaram presos na garganta.
E ela chorou baixinho quando percebeu o que estava por vir. Ela podia sentir os dedos da senhora Lockley entre suas pernas, abrindo seus lábios mesmo que Bela tentasse fechar as pernas, seus músculos esticando-se em vão. Seus calcanhares bateram na madeira, as tiras de couro pressionando a carne de seus pés. Ela perdeu o controle mais uma vez, debatendo-se em uma tempestade de lágrimas. Mas o cinto lambia seu clitóris. Ela gritou novamente com a intensidade da abrasadora mistura de prazer e dor, seu clitóris parecendo endurecer mais do que nunca, o cinto descendo sobre ele várias e várias vezes enquanto a senhora Lockley golpeava debaixo do sexo com a mão direita.
Bela podia sentir os lábios inchando, o líquido jorrando, as chicotadas soando cada vez mais molhadas. Ela rolou a cabeça sobre a madeira. Gritava cada vez mais alto, seus quadris se projetando para a frente para encontrar o cinto, todo o seu sexo uma explosão ardente dentro dela.
O cinto parou. Era pior, o calor estava aumentando, o formigamento como uma coceira que precisava encontrar sua divina fricção. A respiração de Bela vinha ofegante, suplicante, junto com os gemidos. Entre lágrimas, ela viu a senhora Lockley olhando para ela.
- Você é minha escrava impertinente? - perguntou ela.
- Sua escrava devotada. - Bela sufocava com as lágrimas. - Sua escrava devotada, senhora. - E mordeu o lábio em uma careta, rezando para aquela ser a resposta certa.
Seus seios e seu sexo estavam fervendo com o calor, e ela ouvia seus quadris chocando-se contra a madeira sob eles, apesar de não ter consciência de que os estava movendo. Em meio à névoa de lágrimas, ela viu os belos olhos negros da senhora Lockley, os cabelos pretos com sua trança bem-feita coroando a cabeça, seus seios inchados tão lindos na blusa de linho branquíssimo com seus grandes babados. Mas a senhora segurava algo nas mãos. O que era? Estava se mexendo.
E Bela viu que era um grande e bonito gato brando que olhava para ela com olhos azuis amendoados, daquele jeito inquisitivo dos gatos, a língua rosada lambendo rapidamente o focinho preto.
Uma onda de absoluta vergonha tomou conta de Bela. Ela padecia sobre a madeira, uma criatura impotente e sofredora, ainda mais baixa que aquele animalzinho cheio de orgulho e desdenhoso que a espiava dos braços da senhora com os olhos brilhantes. Mas a senhora Lockley se abaixara, aparentemente pegando algo.
E Bela a viu erguer-se novamente com uma boa quantidade de creme amarelo nos dedos. Os dedos espalharam o creme nos mamilos latejantes de Bela e entre suas pernas, pingando e deslizando pequenos blocos para dentro de sua vagina.
- É só manteiga, docinho, manteiga fresca - disse a senhora. - Nada de unguentos perfumados por aqui. - E de repente, ela deixou o gato cair sobre a barriga e o peito macio de Bela, e a
moça sentiu as almofadas macias das patas do gato movendo- se sobre seu peito em uma velocidade enlouquecedora.
Ela se contorceu, puxando as tiras. O animalzinho havia baixado a cabeça e sua linguinha dura e áspera alimentava-se sobre o mamilo, devorando a manteiga que o cobria. Um medo muito profundo, e até então desconhecido veio à tona, fazendo com que Bela se debatesse ainda mais furiosamente.
Mas o monstrinho indiferente, com seu refinado rostinho branco, continuava comendo, e o mamilo de Bela explodia sob as lambidas, todo o seu corpo ficou tenso, erguendo-se da madeira e então caindo sobre ela.
A criatura foi levantada, levada para o seio direito e Bela puxou as tiras com toda a sua força, os soluços fazendo-os tremer, os lindos pezinhos pisando fundo em sua barriga, os pelos macios do gato tocando-a enquanto a língua lambia novamente, limpando completamente o mamilos.
Bela trincou os dentes, fechando-os bem outra vez, apenas para abri-lo com a visão do rostinho em forma de coração mergulhando em movimentos rápidos e curtos enquanto a língua lambia, o mamilo empurrado para a frente e para trás pela força da lambida áspera, a sensação tão única, tão terrível, que Bela gritou ainda mais alto do que já gritara sob a palmatória.
Mas o gato fora levantando. Bela debatia-se de um lado para o outro, trincando ainda mais os dentes pra evitar o "não" que deveria soltar enquanto sentia aquelas orelhas sedosas e aquele pelo entre suas pernas, a língua lançando-se sobre seu clitóris intumescido. "Não, por favor, não, não", gritava ela no santuário de sua mente, mesmo quando o prazer se descarregava por ela, misturando-se ao ódio daquele felino
peludo e seu terrível e descuidado banquete. Seus quadris congelaram-se no ar, a centímetros da madeira, o nariz e a boca peludos indo cada vez mais fundo nela. Não havia mais língua no clitóris, apenas o topo da cabecinha esfregando-se enlouquecedoramente contra ele, e não era o bastante, não era o bastante. Ah, seu monstrinho!
Para sua completa vergonha e derrota, Bela lutava para pressionar sua púbis contra a criatura, pressioná-la sobre o pequeno crânio, fazendo-o massagear o clitóris com a mais leve pressão. Mas a língua havia descido ainda mais, lambendo a base de sua vagina, lambendo a fenda de suas nádegas e seu sexo clamava em vão enquanto o prazer tornava-se um tormento agudo.
Bela trincou os dentes e balançou a cabeça enquanto a língua lambia seus pelos pubianos, sorvendo o que queria, inconsciente do desejo que a assaltava.
E quando ela achou que não aguentaria mais, que enlouqueceria, o gato foi levado embora. Ele a espiava dos braços da senhora Lockley, a senhora com um sorriso que parecia tão doce quanto o gato.
Bruxa!, pensou Bela, sem ousar falar, e fechou os olhos, seu sexo trêmulo com todo o desejo que ela já conhecera.
A senhora Lockley soltou o gato. Ele foi embora, saiu de vista. E Bela sentiu as tiras em seus pulsos serem desamarradas, e depois as do tornozelo.
Ela ficou tremendo, resistindo com toda a sua força ao desejo de fechar as pernas, de virar-se sobre a tábua de madeira, abraçando os seios com uma das mãos enquanto tocava seu sexo ardente com a outra, em uma orgia de prazer privado.
Ela não receberia tal piedade.
- Fique de quatro no chão - disse a senhora Lockley. - Acho que você finalmente está pronta para a palmatória.
Bela desceu.
E, confusa, se virou e apressou-se para acompanhar as botas que já estavam distantes enquanto caminhavam sonoramente para fora da cozinha.
O movimento de suas pernas ao engatinhar apenas aumentava sua excitação.
E quando chegaram ao salão principal da estalagem, ela imediatamente subiu no balcão, obedecendo ao estalar dos dedos da senhora Lockley.
As pessoas passavam de um lado para o outro na praça, conversavam na beira do poço. Duas meninas da aldeia cumprimentaram alegremente a senhora Lockley enquanto passavam por ela rumo à cozinha.
Bela estava tremendo, parecendo gaguejar seus gritinhos, o queixo para cima, as nádegas esperando pela palmatória.
- Você lembra que eu disse que cozinharia suas nádegas para o café da manhã? - disse a senhora com voz fria e monótona.
- Sim, senhora - soluçou Bela.
- Nenhuma palavra agora, só concorde com a cabeça!
Bela assentiu violentamente, apesar da sua cabeça levantada. Os seios doloridos eram puro calor contra a madeira, seu
sexo pingando. A tensão era insuportável.
- Você foi bem temperada com seus próprios líquidos, não foi? - perguntou a senhora.
Bela soltou um forte gemido choroso, não sabendo com responder.
A mão da senhora Lockley massageou suas nádegas com força, apertando-as como fizera com os seios.
E então eles vieram, os duros golpes punitivos, e Bela balançava e contorcia-se e gritava entre os dentes, como se nunca tivesse conhecido resistência, dignidade. Qualquer coisa para agradar aquela terrível, fria e inflexível senhora, qualquer coisa para fazer com que ela soubesse que Bela seria boazinha, que Bela não era uma menina má, que ela estava errada. E Tristan a havia alertado. O espancamento continuou, castigando-a de verdade.
- Está quente o suficiente? Está cozido o suficiente? - perguntou a senhora, descendo a palmatória cada vez mais rápido. Ela parou e colocou a mão fria sobre a carne ardida. - Sim, acho que temos uma princesinha bem passada!
E ela bateu novamente, os soluços de Bela emergindo como se fossem expulsos de dentro dela.
E o pensamento de que ela deveria esperar até a noite, esperar pelo capitão antes que seu sexo torturado pudesse se libertar, fez com que ela chorasse em um abandono quase agradável.
Acabara. Os estalos ainda soavam em seus ouvidos. Ela ainda podia sentir a palmatória, como em um sonho. E seu sexo era como uma câmara oca na qual todos os prazeres que ela já conhecera houvessem deixado seu eco alto e reverberante. E
demorariam horas e horas até que o capitão viesse. Horas e horas.
- Levante-se e ajoelhe-se - disse a senhora Lockley. Por que ela estava hesitando?
Ela foi ao chão e pressionou os lábios freneticamente contra as botas da senhora, beijando as pontinhas afiadas dos dedos, os pequenos e bem contornados tornozelos que apareciam sob o fino invólucro de couro. Ela sentiu as anáguas da senhora Lockley sobre sua testa molhada e seu cabelo, e seus beijos tornaram-se ainda mais fervilhantes.
- Agora você vai trabalhar para limpar a estalagem de cima a baixo - disse a senhora. - E vai manter as pernas bem abertas enquanto faz isso.
Bela assentiu.
A senhora Lockley afastou-se dela, rumo à porta da estalagem.
- Onde estão minhas gracinhas? - murmurou ela, de forma mal-humorada. - Essa loja de punições demora horrores.
Bela ajoelhou-se olhando para a bonita e pequena figura da senhora Lockley contra a luz da porta, a cintura fina tão destacada pelo cinto branco e a faixa do avental. Bela respirou fundo. Tristan, você estava certo, pensou ela. É difícil ser má o tempo todo. E assoou o nariz nas costas das mãos silenciosamente.
O grande e esquivo gato branco chegou perto, a centímetros de Bela. Ela recuou, mordendo o lábio novamente e então cobriu a cabeça com os braços, pois a senhora Lockley estava
apenas descansando apoiada na porta da estalagem e o grande gato chegava cada vez mais perto.
TROCAS DE EBOOI<S
CONVERSA COM O PRÍNCIPE RICHARD
Era final da tarde e Bela estava deitada na relva fresca com os outros escravos, espetada apenas vez ou outra pela vara pontuda de uma das criadas da cozinha, que a obrigavam rudemente a afastar as pernas. É, ela não podia fechar as pernas, pensou, sonolenta.
O trabalho da dia a exaurira. Ela deixara cair algumas colheres de latão e fora acorrentada de cabeça para baixo à parede da cozinha durante uma hora. De quatro, carregara nas costas os pesados cestos de roupa lavadas até os varais, e ajoelhada imóvel enquanto as aldeãs conversavam em volta dela, pendurando os lençóis. Ela havia esfregado, limpado e polido, fora espancada pela palmatória a cada sinal de desleixo ou hesitação. E de joelhos, sorvera seu jantar do mesmo grande prato que os outros escravos, agradecendo silenciosamente pela água fresca que veio em seguida.
Agora era hora de dormir e ela estivera cochilando por mais ou menos uma hora.
Muito lentamente, percebeu que não havia ninguém acordado. Estava sozinha com escravos que dormiam e viu que o belo príncipe ruivo estava deitado de frente para ela, a bolacha sobre a mão, olhando para ela.
Ele era o príncipe que Bela vira na noite anterior sentado no colo de um soldado, beijando-o. Agora ele sorria e, com os dedos da mão direita soprou um beijinho em direção a Bela.
- O que a senhora Lockley fez com você hoje de manhã? -
sussurrou ele. Bela ruborizou.
Ele esticou o braço e cobriu a mão dela com a sua.
- Tudo bem - sussurrou ele. - Nós adoramos ir à loja das punições - disse ele, e riu baixinho.
- Há quanto tempo você está aqui? - perguntou ela. Ele era ainda mais bonito que o príncipe Roger. Ela nunca vira no castelo um escravo tão aristocrático. Os traços de seu rosto eram fortes como os de Tristan, mas seu corpo era menos robusto e mais adolescente.
- Fui expulso do castelo um ano atrás. Meu nome é príncipe Richard. Passei seis meses no castelo até ser declarado incorrigível.
- Mas por que você foi tão mau? - perguntou Bela. - Foi de propósito?
- De jeito nenhum - respondeu ele. - Tentei obedecer, mas entrava em pânico e corria para um canto. Ou simplesmente não conseguia executar uma tarefa por vergonha ou humilhação. Eu não conseguia me controlar. Eu me excitava com facilidade, como você. Cada palmatória ou pênis ou adorável mão de mulher que me tocasse suscitava uma mortificante e incontrolável demonstração de prazer. Mas eu não conseguia obedecer. Então fui leiloado para ser domado aqui durante um ano.
- E agora? - perguntou Bela.
- Já cheguei longe demais - disse ele. - Fui ensinado. E devo isso à senhora Lockley. Se não fosse por ela, não sei o que teria acontecido comigo. Ela me amarrou, puniu, arreou e me forçou a cumprir dúzias de tarefas antes de esperar qualquer coisa de minha vontade própria. Noite sim, noite não eu era espancado na plataforma pública, obrigado a correr em
círculos em volta do mastro. Fui amarrado em uma barraca da praça das puniços e obrigado a tomar todos os pênis que vieram até mim. Fui provocado e perseguido pelas moças. Geralmente passava o dia pendurado sob a placa da estalagem. E tinha pés e mãos amarrados para o açoitamento diário. E só depois de boas quatro semanas fui desamarrado e mandado acender o fogo e pôr a mesa. Eu cobria as botas dela de beijos. Lambia a comida literalmente da palma de sua mão.
Bela assentiu lentamente, surpresa que ele tivesse levado tanto tempo.
- Eu a venero - disse ele. - Tremo ao imaginar o que teria acontecido se tivesse sido comprado por alguém mais afável.
- Sim - admitiu Bela, e o sangue subiu para seu rosto novamente. E sentiu o mesmo em suas nádegas doloridas.
- Nunca pensei que pudesse ficar parado sobre o bar para o açoitamento matinal - disse ele. - Nunca achei que pudesse andar desamarrado rumo à praça das punições ou que subiria os degraus da plataforma pública e me ajoelharia ali sem correntes. Ou que poderia ser enviado à loja das punições aonde fomos hoje de manhã, mas agora consigo fazer tudo isso. Também jamais pensei que pudessem agradar aos soldados da tropa sem tremer ou demonstrar pânico quando me feriam. Não há nada que não possa suportar completamente.
Ele fez uma pausa.
- Você já aprendeu essas coisas - disse ele. - Posso dizer isso pela noite passada e por hoje. A senhora Lockley ama você.
- É mesmo? - Bela sentiu um forte desejo ondulando em sua carne. - Ah, você deve estar enganado.
- Não estou, não. É difícil um escravo chamar a atenção da senhora Lockley. Ela dificilmente tira os olhos de você quando você está por perto.
O coração de Bela começou a acelerar silenciosamente.
- Sabe, tenho algo terrível para te contar - disse o príncipe.
- Você não tem que me contar. Eu sei - sussurrou Bela. - Agora que o ano acabou, você não suporta a ideia de voltar para o castelo.
- Exatamente - disse ele. - Não que eu possa obedecer e agradar. Tenho certeza que consigo fazer isso . Mas é... diferente.
- Sei - disse Bela. Mas a cabeça dela estava martelando. Então sua cruel senhora a amava? E por que isso dava a Bela tanta satisfação? Ela nunca se importou realmente se lady Juliana no castelo a amava. E aquela pequena dona de estalagem malvada e orgulhosa e o distante capitão da guarda estranhamente tocavam seu coração.
-Preciso de castigos duros - disse o príncipe Richard. - Preciso de ordens diretas, para saber meu lugar sem hesitar. Todos aqueles cuidados e bajulações não são mais bem- vindos. Eu preferiria ser jogado sobre o cavalo do capitão, levado para o acampamento, acorrentado a um poste e usado da maneira que fui antes.
A imagem surgiu claramente em um relance na cabeça de
Bela.
- O capitão da guarda te possuiu? - perguntou ela, timidamente.
- Sim, é claro. Mas não tenha medo. Eu o vi ontem à noite. Ele também está bem apaixonado por você, e quando o assunto são príncipes, eles gosta dos que são um pouco mais fortes do que eu, apesar de às vezes... - Ele sorriu.
- E você tem que voltar ao castelo? - perguntou Bela.
- Não sei. A senhora Lockley está em alta conta com a rainha, pois uma grande parte de sua tropa se hospeda aqui. E acho que a senhora Lockley poderia me manter aqui se me pagasse. Rendo muito para a estalagem. E cada vez que sou enviado à loja de punições, os clientes de lá pagam pela minha penitência. Lá há sempre gente reunida tomando café, bebendo, mulheres costurando... vendo os escravos serem espancados um a um. E apesar de o senhor e a senhora terem que pagar pelo serviço, os clientes podem dar mais dez centavos para mais uma chibatada se quiserem. Quase sempre sou açoitado três vezes quando estou lá, e metade do dinheiro vai para a loja e a outra metade vai para a senhora. Então, agora já recuperei meu preço várias vezes e poderia fazê-lo de novo se a senhora Lockley quiser me manter.
- Ah, acho que eu também devo conseguir fazer isso - sussurrou Bela. - Talvez eu tenha me provado obediente demais, cedo demais! - Sua boca se contorceu angustiado.
- Nada disso. O que você tem que fazer é conquistar o afeto da senhora Lockley. E não se faz isso com obediência, mas com uma boa demonstração de submissão. E quando você for à loja de punições...o que certamente acontecerá, pois ela não tem tempo de nos espancar direito todos os dias, deve exibir o melhor espetáculo possível não importa o quanto seja difícil. E às vezes é mais difícil que a plataforma pública.
- Por quê? Eu vi a plataforma e parecia terrível.
- A loja das punições é mais intimista e menos teatral - explicou o príncipe. - Como eu te disse, o lugar fica lotado. Os escravos ficam enfileirados em uma rampa baixa ao longo da parede da esquerda, esperando como fizemos hoje de manhã. Então o senhor fica com seu criado em um pequeno palco, de mais oi menos um metro de altura. As mesas com os clientes são colocadas à rampa e ao palco, eles riem e conversam entre si, ignorando a maior parte do que está acontecendo, apenas fazendo comentários de vez em quando.
"Mas se gostarem de um escravo, param de falar e assistem. Dá para vê-los de rabo de olho, com os cotovelos na borda do palco, e então vêm os gritos de "dez centavos!" e tudo começa de novo. O senhor é um homem grande e rude. Você é jogado sobre os joelhos. Ele usa um avental de couro. Lubrifica você bem antes de começar, e você fica grato por isso. Isso faz as pancadas doerem mais, mas salva sua pele, de verdade. E o criado levanta o queixo e espera para levá-lo embora. E os dois riem e falam bastante. O senhor sempre me aperta com força e me pergunta se estou sendo bonzinho, exatamente do jeito que falaria com um cachorro , com a mesma voz. Ela puxa meu cabelo, provoca meu pênis cruelmente e me alerta para manter os quadris levantado para meu membro não cair em desgraça sobre o seu avental.
" Lembro-me de uma manhã em que um príncipe gozou no colo do senhor. E da forma como foi punido. A palmatória foi implacável, e depois ele foi conduzido em voltas pela taberna, agachado, e obrigado a tocar cada bota do local com a ponta do pênis, implorando por perdão, com as mãos atrás do pescoço. Você deveria tê-lo visto se contorcendo, os clientes às vezes sentindo pena e mexendo em seus cabelos, mas na maioria das vezes o ignoravam. E então ele foi levado para
casa com o mesmo agachamento doloroso e humilhante, seu pênis desgraçado, amarrado para apontar para o chão, mesmo que já estivesse duro o suficiente naquele momento. Nas noites em que os clientes estão bebendo vinho e o lugar está iluminado por velas, pode ser pior que a plataforma pública. Nunca me descontrolei, chorei e solucei tanto implorando por piedade na plataforma pública."
Bela estava em silêncio, fascinada.
- Lembro-me de uma noite na loja em que me compraram três espancamentos além do pedido pela senhora. Achei que certamente não tomaria o quarto, que era demais. Eu estava soluçando e havia uma longa fila de escravos esperando. Mas a mão veio novamente com o creme. Esfregando minhas marcas e feridas, e deu um tapa no meu pênis, e então eu estava sobre aqueles joelhos novamente, dando um espetáculo ainda melhor que os anteriores. E não colocaram o saco de dinheiro na minha boca para levar para casa, como na plataforma pública. Ele foi perfeitamente enfiado no meu ânus, com as cordinhas pendendo para fora. E depois, naquela noite, fui obrigado a circular por toda a taberna, parando a cada mesa para receber mais algumas moedas de cobre, e eles foram enfiando-as dentro de mim até que eu estivesse recheado como uma galinha para assar. A senhora Lockley deleitou-se com o dinheiro que eu ganhara. Mas minhas nádegas estavam tão doloridas que quando ela as tocou com os dedos, gritei desesperadamente. Pensei que ela teria piedade de mim, ou pelo menos de meu pênis, mas essa não seria a senhora Lockley. Naquela noite, ela me deu aos soldados, como sempre. Tive que sentar em muitos colos ásperos com aquelas nádegas doloridas, e me pênis foi acariciado, torturado e espancado não sei quantas vezes antes
que eu fosse finalmente autorizado a mergulhar em uma princesinha gostosa. Até nessa hora eu estava sendo açoitado com um cinto para me estimular. E os golpes não pararam quando gozei, simplesmente continuaram. A senhora disse que eu tinha uma pele muito resistente, que muitos escravos não teriam aguentado. Depois disso, vi que tomara tanto quanto podia suportar, exatamente como ela me falara.
Bela estava impressionada demais para dizer qualquer coisa.
- E eu serei mandada para lá - murmurou ela.
- Ah, certamente. Pelo menos duas vezes por semana todos nós somos enviados. Fica só a alguns metros rua acima e sempre somos mandados sozinhos, o que por algum motivo parece uma terrível parte do castigo. Mas não tenha medo quando chegar a hora. Apenas se lembre, se você voltar com aquele saquinho de moedas nas nádegas, deixará sua senhora muito feliz.
Bela encostou a bochecha na relva fresca. Nunca mais queria voltar para o castelo, pensou ela. Não importa o quanto seja difícil aqui, o quanto seja assustador! Ela olhou para o príncipe Richard.
- Você já pensou em fugir? - perguntou ela. - Fico me perguntando se os príncipes não pensam nisso.
- Não. - Ele riu. - E aliás, quem fugiu ontem foi uma princesa. E vou lhe contar um segredo. Eles não a encontraram. E também não querem que ninguém saiba. Agora volte a dormir. O capitão estará muito aborrecido esta noite se eles não a tiverem capturado. Não penso em fugir. E você?
- Não. - Bela balançou a cabeça.
Ele se virou para a porta da estalagem.
- Acho que os ouvi chegar. Volte a dormir se puder. Ainda temos cerca de uma hora.
TROCAS DE EBOOI<S
BARRACAS PÚBLICAS
No início da noite, eu era novamente um cavalo, seguro em meus arreios, pensando quase sardonicamente em meu medo na noite anterior, quando o rabo e a mordaça pareciam humilhações impensáveis. Chegamos ao solar antes de escurecer, e fui escolhido para ser um apoio de pés para meu senhor durante horas sob a mesa de jantar.
A conversa foi longa. Havia outras pessoas ali, ricos comerciantes e fazendeiros da região, falando sobre colheitas, o tempo e o preço dos escravos e sobre o inegável fato de que a aldeia precisava de mais escravos, não apenas as boas e por vezes temperamentais gracinhas do castelo, mas sólidos tributos inferiores que não precisavam jamais ter visto a rainha, os filhos e filhas da pequena nobreza sob sua proteção. Aquele tipo de escravo surgia de tempos em tempos no leilão de mercado. Por que não poderia haver mais?
Meu senhor estava bastante quieto o tempo todo. Comecei a ansiar pelo som da sua voz. Mas ele riu dessa última sugestão e perguntou secamente:
- E quem gostaria de pedir uma coisa dessas a Sua
Majestade?
Ouvi cada palavra atento, não tanto por que aquilo concentrasse um conhecimento que não possuía, mais por que aumentava a minha consciência de minha inferioridade. Eles contavam historinhas sobre maus escravos, castigos, acontecimentos comuns que achavam engraçados. Como se nenhum dos escravos servindo a mesa ou usados de apoio pra os pés, como eu, tivessem ouvidos ou raciocínio, ou merecessem a menor consideração.
Finalmente, era hora de partir.
Com o pênis explodindo, tomei meu lugar para puxar a carruagem de volta à casa da aldeia, perguntando-me se os outros cavalos haviam se satisfeito como sempre no estábulo. Quando chegamos à aldeia e os cavalos foram dispensados, minha senhora começou a me chicotear na curta caminhada descalça pela rua escura rumo à praça das punições públicas. Comecei a chorar, esgotado e desesperado pelas pancadas e privação da minha carne. A senhora estalou o chicote ainda mais vigorosamente que o senhor. E fui impiedosamente torturado pela perceção de que era ela quem estava atrás de mim, em seu adorável vestido, me estimulando com aquela mãozinha. Aquele dia parecia infinitamente mais longo que o anterior, e se antes a plataforma pública parecera bem-vinda, agora me provocava um temos desesperado. Meu medo era pior do que na noite anterior. Eu sabia como era ser açoitado ali. O afeto do senhor que se seguiu parecia um absurdo, fruto de minha imaginação.
Mas o que me esperava não eram os círculos em volta do mastro ou a plataforma giratória com sua iluminação brilhante.
Fui levado por entre o povo que passava até uma das
pequenas barracas atrás dos pelourinhos. Minha senhora pagou dez centavos na entrada e então me levou atrás dela em direção às sombras.
Uma princesa nua com longas tranças acobreadas estava
agachada em um banquinho, joelhos afastados, tornozelos amarrados um ao outro, as mãos acorrentadas à viga da barraca bem acima dela. Ela mexia os quadris desesperadamente quando nos ouviu entrando, mas seus olhos estavam cobertos com uma venda de seda vermelha.
Quando vi o sexo doce, macio e unido cintilando sob a luz das tochas da praça, pensei que não conseguiria mais me controlar.
Baixei a cabeça, perguntando-me que tormento enfrentaria agora, mas a senhora me disse com muita delicadeza que eu deveria enrijecer.
- Paguei dez centavos para que você a possuísse, Tristan.
Eu mal conseguia acreditar no que ouvira. Primeiro me virei pra beijar os sapatos da senhora, mas ela apenas riu e me disse para levantar e aproveitar a garota como quisesse. Comecei a obedecer, mas parei a cabeça ainda baixa, o pequeno sexo apertado bem na frente do meu, ao perceber que a senhora o observava bem de perto. Ela até mesmo acariciou meus cabelos. E entendi que estava ali para ser observado, ou até examinado.
Meu corpo inteiro tremeu um pouco. E quando me conformei com aquilo, um novo elemento aumentou minha excitação. Meu pênis escureceu ainda mais e latejou como se tentasse me puxar para frente.
- Devagar, se você quiser - disse minha senhora. - Ela é muito adorável para brincar.
Assenti. A princesinha tinha um buraquinho refinado, lábios vermelhos e trêmulos que agora arfavam de apreensão e expectativa. Só seria melhor se Bela estivesse ajoelhada ali. Beijei a princesa violentamente, minhas mãos gulosas agarrando seus peitinhos pesados, balançando-os massageando-os. Ela entrou em um ataque de desejo. Sua boca chupava a minha, todo o seu corpo se esticava para frente, abaixei a cabeça para chupar seus peitos, um de cada vez, enquanto ela gritava, seus quadris balançando selvagemente. Era quase demais para esperar.
Mas fui para trás dela, passando minhas mãos por suas maravilhosas nádegas, enquanto eu beliscava suas pequenas marcas, marcas realmente pequenas, ela me soltou um adorável e convidativo gemido e arqueou suas costas para me mostrar seu macio sexo avermelhado por trás, o melhor que conseguia, esticando a corda que prendia suas mãos a cima dela.
Era assim que eu queria possuí-la, penetrando sua vagina por trás, erguendo-a ao cavalga-la, e quando deslizei por dentro dela, seu pequeno sexo apertado pareceu quase pequeno demais e soltou arfadinhas quando abri caminho para suas profundezas quentes e molhadas.
Seus gritos assumiram um desespero. Ela estava sendo bem usadas, mas seu clitóris não estava sendo tocado pelo meu pênis, eu sabia disso e não iria desapontá-la. Alcancei sua frente e encontrei o botãozinho sob seu capuz de pele molhada, abrindo seus lábios inchados com um pouco de brutalidade, e quando apertei o clitóris, ela soltou um grito agudo de gratidão, esfregando suas pequenas nádegas macias em mim.
Minha senhora chegou mais perto. Suas saias grandes e
cheias tocaram minha perna e senti sua mão sob meu queixo. Era uma agonia perceber que ela estava olhando para mim e veria meu rosto enrubescido na hora do clímax.
Mas essa era minha parte. E uma exaltação tomou conta de
mim bem no meio do prazer. Senti a mão da senhora em minhas nádegas. Martelei a princesinha ainda mais forte, sentindo o olhar da senhora, e acariciei o clitóris molhado com uma pressão pontual e ritmada.
Meu pênis explodiu enquanto eu trincava os dentes, meu rosto queimando, meus quadris em um vai e vem inevitável. Um gemido longo e grave arrebentou de dentro de meu peito.
A senhora segurava minha cabeça com as mãos. E minha respiração se tornou alta e ofegante, com a princesinha gritando no mesmo êxtase.
Inclinei-me para a frente, abraçando o corpinho quente, e apoiei minha cabeça sobre a da princesa, virando-me para encarar minha senhora. Senti seus dedos tranquilizadores em meus cabelos. E seus olhos fitavam-me continuamente. Ela tinha no rosto uma estranha expressão, pensativa, quase penetrante. Virou um pouco a cabeça para o lado, como se estivesse tirando algumas conclusões. E colocou a mão em meu ombro para sinalizar que eu deveria ficar parado, abraçando a princesa, e chicoteou minhas nádegas com o cinto enquanto eu olhava para ela. Fechei os olhos. Mas os abri imediatamente, com a dor do golpe. E passamos pelo momento mais estranho.
Se eu estivesse dizendo algo em silencia seria: "Você é minha senhora. Você me possui. E não desviarei o olhar até que você mande. Olharei para o que você é e o que você faz". E ela parecia ouvir isso, fascinada.
Ela se afastou um pouco e me deixou ficar tempo o suficiente para recuperar minhas forças. Beijei o pescoço da princesinha. Então, como fazendo um teste, ajoelhei-me, beijei os pés da senhora e a ponta do cinto em sua mão.
A princesinha não fora o bastante pra mim. Me pênis já estava enrijecendo. Eu poderia ter possuído qualquer escravo na barraca. E em um momento de desespero, estive tentado a beijar novamente os sapatos da minha senhora e balancei os quadris para dizer-lhe isso. Mas a clara vulgaridade do gesto estava além de mim. Além disso, ela poderia simplesmente ter rido e me chicoteado. Não, eu tinha que obedecer à sua vontade. E nos últimos dois dias, me parecia que eu não havia
falhado, falhado de verdade, em nada. E agora eu também não falharia.
Olhei para a plataforma pública, um pouco temeroso que pudesse dar-lhe ideias ao fazer isso, mais incapaz de não olhar.
Uma princesa de pele escura que eu não conhecia era a vítima, seus cabelos negros presos sobre a cabeça, seu corpo longilíneo, sedutor e robusto sacudindo sob o estalo da palmatória sem amarras. Ela estava esplêndida, seus olhos escuros espremidos e molhados, sua boca aberta em gritos selvagens. Ela parecia se entregar completamente.
O povo dançava e berrava, incentivando. E antes de chegarmos à barraca de banho, a vi ser regada com moedas como eu fora.
Enquanto eu era lavado, um dos príncipes mais bonitos que já tinha visto, o príncipe Dmitri do castelo, estava sendo levado para seu turno da plataforma pública. E minhas bochechas se afoguearam de vergonha por ele quando o vi amarrado pelos joelhos e pelo pescoço, mãos atadas enquanto o povo vaiava. Ele soluçava sob a mordaça de couro e se segurava sob a palmatória.
Mas minha senhora me vira olhando a plataforma e com uma pontada de pânico, baixei os olhos.
Mantive-os assim enquanto era levado para casa, marchando pela rua de trás.
Pensei, agora devo dormir em um canto qualquer, amarrado e talvez até amordaçado. É tarde e meu pênis parece uma estaca de ferro entre minhas pernas e meu senhor provavelmente está dormindo.
Mas eu estava sendo encaminhado pelo corredor. Vi a luz sob a porta dele. E minha senhora bateu na porta, sorrindo.
- Adeus, Tristan - sussurrou ela, e brincou com um cachinho do meu cabelo antes de me deixar ali.
OS AFETOS DA SENHORA LOCKLEY
Estava quase escuro quando Bela acordou. Ainda havia luz no céu, mas algumas estrelinhas já haviam surgido. E a senhora Lockley, sem dúvida vestida para a noite, com um traje vermelho com mangas bufantes bordadas, estava sentada na grama, as saias formando um lindo círculo ao seu redor. A palmatória de madeira estava acorrentada à faixa do seu avental, mas metade dela estava enterrada no linho branco. Ela estalou os dedos para que os escravos que despertavam viessem até ela, e quando se reuniram ao seu redor, ajoelhados, nádegas doloridas sobre os calcanhares, ela alimentou-os delicadamente com os dedos, dando-lhes pedaços de peras e maçãs frescas.
- Boa menina - disse ela, acariciando o queixo de uma linda princesa de cabelos castanhos enquanto colocava um pedaço de maçã descascada em sua boca faminta. E apertou seu mamilo suavemente.
Bela ruborizou. Mas os outros escravos não estavam de modo algum surpresos por aquele afeto repentino.
E quando a senhora Lockley olhou direto para ela, Bela inclinou a cabeça para frente pelo pedaço da fruta húmida, tremendo quando os dedos tocaram seus mamilos doloridos. Com uma confusa e repentina sensação, ela lembrou cada detalhe do suplício na cozinha. Quase envergonhada, enrubesceu novamente, olhando timidamente para o príncipe Richard, que olhava para a senhora avidamente.
O rosto da senhora Lockley estava calmo e bonito, seus cabelos negros uma sombra escura atrás dos ombros. Ela
beijou o príncipe Richard, suas bocas abertas se uniram, a mão dela acariciou o pênis ereto do rapaz e baixou para agarrar suas bolas. A curta história dele invadira os sonhos de Bela enquanto ela dormia na grama, e ela sentiu uma pontada quente de ciúme e excitação. O príncipe Richard exibia uma atitude quase encantadora, os olhos repletos de bom humor e sua boca longa, quase doce, brilhava com o suco do pedaço de pêssego que lhe era lentamente empurrado.
Bela não sabia exatamente por que seu coração estava saltando.
A senhora Lockley brincava da mesma maneira com todos os escravos. Ela fez um carinho entre as pernas de uma princesa loura até a garota se contorcer como o gato branco da cozinha, e então fez com que ela abrisse a boca para recolher as uvas que deixava cair acima. Ela beijou o príncipe Roger ainda mais demoradamente que o príncipe Richard, puxou os cachos escuros em volta de seu pênis e examinou sua bolas enquanto ele ruborizava tanto quanto Bela.
Então a senhora se sentou, como se estivesse pensando. Bela achava que os escravos pareciam estar sutilmente tentando manter sua atenção. Na verdade, a princesa de cabelos castanhos inclinou-se e beijou a ponta dos sapatos da senhora Lockley que apontavam sob suas anáguas brancas de babados.
Mas uma das criadas da cozinha vinha com uma grande tigela branca que colocou sobre a grama e, com um estalar de dedos, foi ordenado a todos que lambessem o delicioso vinho tinto ali contido.
Uma sopa pesada veio a seguir, com pedaços de carne macia fortemente apimentados.
Então os escravos reuniram-se novamente. A senhora Lockley apontou para o príncipe Richard e Bela e depois para a porta da estalagem. Os outros lançaram olhares duros e hostis. Mas o que está acontecendo?, pensou Bela. Richard moveu as mãos e joelhos o mais rápido que podia, mas sem nunca perder seus modos ágeis. E Bela o seguiu, sentindo-se esquisita em comparação a ele.
A senhora Lockley liderou o caminho escada acima, pelos degraus estreitos atrás da chaminé e pelo corredor até outro quarto, depois do capitão.
Assim que a porta se fechou, a senhora Lockley acendeu as velas, Bela percebeu que era um quarto de mulher. A cama adornada estava arrumada com lençóis bordados, vestidos estavam pendurados em ganchos nas paredes e havia um grande espelho sobre a lareira.
Richard beijou os pés da senhora e olhou para cima.
- Sim, você pode tirá-los - disse ela. E enquanto o príncipe desamarrava as botas, a senhora Lockley desamarrava seu próprio espartilho e o deu a Bela para que ela o dobrasse e colocasse sobre a mesa. Ao ver a blusa solta e as marcas das amarrações do espartilho ainda presentes no linho amassado, Bela sentiu uma tempestade dentro de si. Seus seios doíam como se ainda estivessem sendo espancados sobre o bloco de madeira da cozinha. Ajoelhada, Bela obedeceu ao comando, as mãos tremendo ao dobrar o tecido.
Quando ela virou de volta, a senhora Lockley havia retirado a blusa branca de babados. A visão de seus seios era maravilhosa. Ela desatou a palmatória e despiu as saias dela, afastando-as de seus pés. Então as anáguas caíram e Bela as pegou, seu rosto pulsando, muito vermelho novamente, e ela
observou os macios pelos pubianos negros e cacheados e os grandes seios com os mamilos escuros apontando para cima.
Bela dobrou as anáguas e colocou-as no chão, e timidamente olhou para trás. A senhora Lockley, nua como uma escrava, e facilmente tão bonita quanto, os cabelos um véu negro sobre as costas, acenou para que os dois escravos fossem até ela.
Ela alcançou a cabeça de Bela e levou-a lentamente até si. A respiração da escrava era difícil e ansiosa. Ela fitava o triângulo de pelos à sua frente, os lábios rosa-escuro quase invisíveis sob eles. Ela já vira centenas de princesas nuas em todas as posições, mas a visão daquela senhora nua a atordoava. Seu rosto estava todo molhado. E por vontade própria, ela pressionou sua boca sobre os pelos brilhantes e os lábios escondidos, recuando como se fossem brasa, mãos no rosto, incerta.
Então colocou sua boca aberta no sexo, sentindo os pequenos cachos contra si, e os lábios macios e salientes pareciam diferentes de tudo o que ela já beijara.
A senhora Lockley moveu os quadris para a frente, então Bela repentinamente envolveu a senhora com os braços. Os seios de Bela inchavam como se fossem implodir os mamilos e seu próprio sexo latejava ardentemente. Ela abriu bem a boca e correu a língua sob a grossa capa de dobras avermelhadas e de repente enfiou a língua entre os lábios, provando os líquidos salgados almiscarados. Com um suspiro violento, apertou a senhora Lockley nos braços. Ela mal estava consciente de que Richard levantara-se atrás da senhora e deslizara os braços sob os dela, apoiando-a. As mãos dele estavam sobre os seios da senhora, pressionando os mamilos.
Mas Bela já não sabia mais quem era ela. A seda quente dos cabelos, os lábios molhados e inchados, o líquido pingando em sua língua, tudo a queimava em um furor.
E o suave suspiro da mulher acima, seu suspiro incontrolável acendeu uma nova chama em Bela. Ela lambeu e cravou a língua loucamente como se estivesse faminta pela deliciosa carne salgada e tomou o clitóris duro e arredondado com a ponta da língua; chupou-o com toda a pressão que conseguia exercer, os pelos molhados cobrindo a boca e o nariz, encharcando-a com o cheiro doce e almiscarado, enquanto ela suspirava ainda mais alto que a senhora. A própria pequenez do órgão a excitava, era diferente de um pau, mas ao mesmo tempo tão parecido, aquele pequeno nódulo que ela conhecera era a fonte do êxtase de sua senhora, e, focada em nada além do êxtase, lambeu, chupou e o arranhou com os dentes até que a senhora abriu as pernas, movendo os quadris para a frente e para trás e gemendo alto. Todas as imagens da tortura na cozinha surgiam em relances na cabeça de Bela - aquela era a pessoa que espancara seus seios - e ela meteu a boca cada vez mais fundo, quase mordendo a saliência, sorvendo com a língua, enterrando-se no sexo e movendo seus próprios quadris em um movimento sincronizado. Finalmente, a senhora Lockley gritou, os quadris congelaram no ar e todo seu corpo enrijeceu.
- Não! Chega! - a senhora quase gritou. Ela agarrou a cabeça de Bela, soltando-a levemente, e afundou nos braços do príncipe, a respiração irregular.
Bela caiu de volta sobre os calcanhares.
Ela fechou os olhos tentando não esperar por satisfação, tentando não imaginar o púbis escuro e brilhante novamente
ou pensar em seu rico sabor. Mas sua língua não parava de tocar o céu da boca, como se ainda estivesse lambendo a senhora Lockley.
Finalmente, a senhora Lockley ficou de pé, e, virando-se para trás, abraçou Richard. Ela o beijou e agitou os quadris ao se esfregar no rapaz.
Para Bela, era doloroso assistir àquilo, mas ela não conseguia tirar os olhos das duas figuras acima dela. Os cabelos ruivos de Richard caíam sobre a testa e seus braços musculosos estreitava, as costas finas da senhora contra ele.
Mas então a senhora Lockley virou-se e, puxando Bela pela mão, conduziu-a até a cama.
Ajoelhe-se na cama, virada para a parede - disse ela, o vermelho belamente afogueando suas bochechas. - E abra bem essas maravilhosas perninhas - acrescentou. - Ninguém precisa mais repetir isso para você.
Bela obedeceu imediatamente, engatinhando para a ponta da cama que encostava na parede, de costas para o quarto, como a senhora ordenara. A excitação dentro dela era tão furiosa que ela não conseguia acalmar os quadris. Mais uma vez, viu relances da tortura na cozinha, o rosto sorridente e a língua branca do cinto estalando em seu mamilo.
Ah, maldito amor, pensou ela, tem tantos componentes sem nome.
Mas a senhora Lockley estava deitada na cama sob as pernas abertas de Bela, olhando para ela, acima.
Seus braços envolveram as coxas de Bela e puxaram-nas para baixo, enquanto Bela sentava sobre ela.
Bela olhou para baixo, para os olhos da senhora, enquanto suas pernas afastavam-se mais e mais, até que seu sexo estava logo acima do rosto da senhora Lockley, e de repente ela temeu a boca vermelha sob si tanto quanto temera a boca do gato branco na cozinha. Os olhos, tão grandes e embaciados, eram como os olhos do gato.
Ela vai me devorar, pensou ela. Ela vai me comer viva! Mas seu sexo abriu-se em silenciosas e vorazes convulsões.
Por trás, as mãos de Richard tocaram Bela, pegando seus seios doloridos da mesma forma que haviam acabado de pegar os seios da senhora Lockley e, ao mesmo tempo, Bela sentiu um solavanco em direção à cabeceira da cama e viu a senhora enrijecer e fechar os olhos.
Richard penetrara a senhora Lockley, ficando na frente da cama, entre as suas pernas abertas, e Bela balançou com o rápido vai e vem.
Mas imediatamente a língua quente e delicada lambeu Bela. As lambidas eram longas e lentas em seus lábios vaginais e ela suspirou com a incrível doçura da penetrante sensação.
Ela pulou, com medo da boca molhada mesmo a desejando. Mas seu clitóris havia sido pego pelos dentes da senhora Lockley, que o mordiscava, chupava e lambia com uma ferocidade que impressionava Bela. A língua a penetrava, preenchendo-a, e os dentes a arranhavam, e Richard apoiou todo o peso de Bela em seus braços delgados e poderosos, enquanto sua cavalgada balançava a cama em um ritmo constante. Oh, ela sabe fazer isso!, pensou Bela. Mas ela perdeu o fio do pensamento, sua respiração longa e baixa, as mãos delicadas de Richard massageando seus seios machucados, o rosto sob ela pressionando sua vagina, a língua
lavando-a, os lábios da senhora fechando-se sobre todo o seu órgão e a chupando em uma orgia que fez com que o orgasmo queimasse dentro dela.
Ele veio em ondas claras, fazendo com que ela quase desmoronasse, e os movimentos do príncipe eram cada vez mais rápidos, e a senhora Lockley gemeu sob Bela e o príncipe soltou o mesmo grito gutural atrás dela.
Bela tombou exausta nos braços dele.
Libertada, ela caiu languidamente para o lado, e por longo tempo seus membros aninharam-se ao lado da senhora Lockley. Richard também estava deitado na cama e Bela quase dormia, ouvindo os sons obscuros lá de baixo, as vozes no salão, os gritos ocasionais da praça, os sons da noite caindo sobre a aldeia.
Quando ela acordou, Richard estava ajoelhado, amarrando o avental da senhora. Ela penteava seus longos cabelos escuros.
Ela estalou os dedos para que Bela levantasse. Ela saiu da cama e rapidamente ajeitou a colcha.
Bela se virou e olhou para a senhora. Richard já estava ajoelhado em frente ao avental branco como neve. E Bela tomou seu lugar ao lado dele. A senhora sorriu para ambos.
Ela observou os dois escravos. Então estendeu o braço para baixo e agarrou o sexo de Bela. Ela manteve a mão quente ali até que os lábios da vagina de Bela inchassem levemente e o latejar penetrante recomeçasse. Com a outra mão, a senhora despertou o pênis do príncipe, apertando a ponta, batendo de brincadeira em suas bolas e sussurrando:
- Vamos lá, rapaz, não há tempo para descansar.
Ele soltou um leve suspiro, mas o pênis era obediente. Os dedos quentes testaram a umidade dos lábios intumescidos de Bela.
- Viu, essa boa menininha já está preparada para o serviço.
Então ela ergueu seus queixos e sorriu para os dois. Bela sentiu-se tonta, fraca e completamente sem resistência. Olhou obedientemente para cima, para os adoráveis olhos escuros.
E de manhã ela me espancará sobre o balcão exatamente como faz com os outros, pensou Bela. E sua fraqueza só aumentou. A história de Richard tomou conta dela com uma vivacidade pavorosa: a loja das punições, a plataforma pública. A aldeia ardia em sua mente e ela se sentia abatida, impressionada e incapaz de saber se era boa ou má ou as duas coisas.
- Levante-se - veio a voz baixa e suave -, e marche rápido. Já está escuro e você ainda não foi lavada.
Bela levantou-se, assim como o príncipe, e soltou um gritinho quando sentiu a palmatória de madeira estalar em suas nádegas.
- Joelhos para cima - disse o sussurro delicado. - Ouviu -
outra pancada -, rapaz?
Eles foram espancados impetuosamente escada abaixo, Bela abalada, ruborizada e tremendo com a excitação que fora renovada; e então conduzidos até o quintal para serem lavados nos barris de madeira pelas criadas da cozinha, que puseram mãos à obra com suas escovas e toalhas ásperas.
Tristan:
SEGREDOS NO QUARTO
O quarto do senhor estava imaculado quando entrei, assim como na noite anterior, a cama coberta por cetim verde cintilando sob a luz de velas. E quando vi meu senhor sentado diante da escrivaninha, pena na mão, movimentei-me o mais silenciosamente possível pelo chão de carvalho polido e beijei suas botas, não do velho modo respeitoso, mas com todo meu afeto.
Temi que ele me impedisse quando lambi seus tornozelos e mesmo quando ousei beijar o couro suave de suas pantorrilhas, mas ele não o fez. Ele sequer pareceu notar minha presença.
Meu pênis doía. A princesinha da barraca pública fora apenas o aperitivo. E o simples fato de entrar naquele quarto dobrava minha fome. Mas, como antes, não ousei implorar com um movimento vulgar qualquer, eu não desagradaria meu senhor por nada.
Olhei sorrateiramente para cima, para seu rosto concentrado, o cabelo branco reluzindo ao redor. Ele se virou, olhando para mim, e timidamente desviei o olhar, apesar de ter usado todo meu controle para fazer isso.
- Você está bem lavado? - perguntou ele. Assenti e beijei suas botas novamente.
- Vá para a cama. E sente ao pé dela, no canto mais próximo à parede.
Eu estava em êxtase. Tentei me recompor, a colcha de cetim como gelo aliviando minhas feridas. Os dias de chicotadas
constantes haviam feito com que até a contração de um músculo tivesse reverberações infinitas.
Eu sabia que meu senhor estava se despindo, mas não ousei olhar. Então ele soprou todas as velas, menos aquela perto da cabeceira da cama, onde havia uma garrafa de vinho aberta entre dois cálices incrustados como pedras preciosas.
Imaginei que ele fosse o homem mais rico da aldeia para ter tanta luz. E senti puro orgulho de ser o escravo de um senhor rico. Qualquer ideia do príncipe que eu fora em minha terra me abandonara.
Ele subiu na cama e se sentou encostado nos travesseiros, com um joelho para cima e o braço esquerdo descansando sobre ele. Esticou o braço, encheu os dois cálices e me ofereceu um deles.
Fiquei desconcertado. Ele realmente queria que eu bebesse dali, com ele? Imediatamente peguei o cálice e me sentei, segurando-o. Agora eu o fitava sem vergonha, ele não me impedira. E seu peito rígido e magro com seus cachos de pelos brancos em volta dos mamilos e descendo até o meio de sua barriga refletia belamente a luz das velas. Seu pênis ainda não estava duro como o meu. Eu queria remediar isso.
- Você pode beber o vinho como eu. - disse ele, como se lesse meus pensamentos. E, bastante surpreso, bebi como um homem pela primeira vez em seis meses, sentindo-me um pouco estranho ao fazê-lo. Dei um gole grande demais e tive de parar. Mas era um Borgonha bem envelhecido que não se comparava a nenhum outro em minha memória.
- Tristan - disse ele delicadamente.
Olhei-o bem nos olhos e lentamente baixei o cálice.
- Você deve falar comigo agora - disse ele. - Para me responder.
Fiquei mais impressionado.
- Sim, senhor - disse eu, suavemente.
- Você me odiou ontem à noite quando fiz com que o açoitassem na plataforma giratória? - perguntou ele.
Eu estava chocado.
Ele deu mais um gole no vinho, mais sem tirar os olhos de mim. De repente, ele pareceu ameaçador, apesar de eu não saber por quê.
- Não, senhor - sussurrei.
- Mais alto - disse ele. - Não consigo te ouvir.
- Não, senhor. - respondi. Meu rosto ficou mais vermelho do que nunca. Era realmente desnecessário lembrar a plataforma. Nunca parei realmente de pensar nela.
- Você odiou Julia quando ela alargou seu ânus como falo de rabo de cavalo?
- Não, senhor. - Meu rosto estava ficando ainda mais quente.
- Você me odiou quando o amarrei aos cavalos e fiz com que você puxasse a carruagem até o solar? Não estou falando de hoje, depois de você ter sido tão bem manejado e domesticado. Digo ontem, quando você olhou para os arreios com tanto horror.
- Não, senhor. - protestei.
- Então o que você sentiu quando todas essas coisas aconteceram?
Eu estava estupefato demais para responder.
- O que eu queria de você, hoje, quando o amarrei atrás do par de cavalos, quando coloquei os falos em sua boca e em seu ânus e fiz com que marchasse com pés descalços?
- Submissão - eu disse, com a boca seca. Minha voz parecia estranha para mim.
- E... quero mais detalhes.
- Que eu... eu marchasse rápido. E que fosse conduzido pela aldeia... daquele jeito. - Eu estava tremendo. Tentei firmar o cálice com a outra mão, como se fosse um gesto impensado.
- De que jeito? - pressionou ele.
- Arreado, amordaçado.
- E...?
- E empalado com o falo e descalço. - Engoli seco, mas não desviei o olhar dele.
- E o que eu quero de você agora? - perguntou ele. Pensei por um instante.
- Eu não sei... que eu... responda às suas perguntas.
- Exatamente. Então você vai responder a elas por completo.
- disse ele educadamente, levantando ligeiramente as sobrancelhas. - E com passagens bastante descritivas, sem esconder nada e sem me adular. Você dará respostas longas. Na verdade, vai continuar respondendo até eu fazer outra pergunta. - Ele pegou a garrafa e encheu meu cálice. - E beba quanto vinho quiser. Há bastante.
- Obrigado, senhor - murmurei, olhando para a taça.
- Assim já é um pouco melhor! - disse ele, observando minha resposta. - Agora vamos recomeçar. Na primeira vez em que viu o conjunto de cavalos e percebeu que teria de se juntar a eles, o que passou por sua cabeça? Deixe-me lembrá-lo que você tinha um grande falo em seu traseiro, com um bom rabo de cavalo preso a ele. Mas então vieram as botas e os arreios. Você está ruborizado. O que pensou?
- Que eu não conseguiria suportar - disse eu, sem me atrever a parar, minha voz trêmula. - Que não podiam me obrigar a fazer aquilo. Que de alguma forma eu fracassaria. Que eu não podia ser arreado a uma carruagem e obrigado a puxá-la como um animal, e o rabo em mim parecia um terrível ornamento, um estigma. - Meu rosto fervia. Ele deu um gole no vinho, mas não havia falado, e isso significava que eu tinha que continuar respondendo! - Achei melhor quando apertaram os arreios e eu não podia escapar.
- Mas você não fez um gesto para escapar antes disso. Quando o amarrei e saímos à rua, eu estava sozinho com você. Você não tentou fugir naquela hora, nem quando os valentões da aldeia o chicotearam.
- Bem, que vantagens teria fugir? - perguntei, confuso. - Eu havia sido ensinado a não fugir! Eu simplesmente teria sido amarrado em algum lugar, espancado, talvez tivesse meu pênis chicoteado... - Parei, chocado com minhas próprias palavras. - Ou talvez simplesmente fosse pego e arreado de qualquer jeito, e puxado, submetido aos outros cavalos. E a humilhação teria sido maior, porque todos saberiam que eu estava morrendo de medo, fora de controle e sendo violentamente obrigado àquilo.
Bebi de meu cálice e tirei os cabelos dos olhos.
- Não, se aquilo tinha de ser feito, então era melhor me submeter, não dava para escapar, então eu tinha de aceitar.
Fechei bem os olhos por um segundo. O calor e o rio de palavras que eu dissera me impressionavam.
- Mas você fora ensinado a se submeter ao lorde Stefan, e no entanto, não se submeteu.
- Eu tentei! - explodi. - Mas o lorde Stefan...
- Sim...
- Foi o que o capitão disse - balbuciei. Minha voz me parecia fraca. As palavras fluíam rápido demais. - Ele fora meu amante antes, e em vez de usar essa intimidade a seu favor como o senhor, permitiu que o enfraquecesse.
- Que declaração interessante! Ele falava com você como estou falando agora?
- Não, ninguém nunca fez isso! - Dei uma risada breve, seca. - Quero dizer, não comigo respondendo. Ele me dava ordem como qualquer lorde do castelo. Ele dava as ordens com rigidez, mas em um terrível estado de agitação. Não tenho palavras para expressar como ele se excitava ao me ver ereto e me curvando aos seu desejos, mas mesmo assim ele não conseguia suportar. Eu penso que... às vezes que se o destino tivesse feito com que nossas posições fossem invertidas, eu poderia ter mostrado a ele como fazer.
Meu senhor riu, e seu riso era livre e lento. Ele bebeu de seu cálice. Seu rosto estava vivaz e um pouco mais quente agora. Quando olhei para ele, tive a terrível sensação de que minha alma estava em perigo.
- Ah, provavelmente isso é verdade - disse ele - Às vezes os melhores escravos fazem os melhores senhores. Mas pode ser que você nunca tenha a oportunidade de prová-lo. Falei sobre você com o capitão esta tarde. Fiz uma pesquisa completa. Quando você estava livre, anos atrás, superou o lorde Stefan de todas as maneiras, não foi? Melhor cavalheiro, melhor espadachim, melhor arqueiro. E ele o amava e o admirava.
- Tentei brilhar como seu escravo - disse eu. - Passei por humilhações excruciantes. A senda dos arreios, os outros jogos das noites de festival nos jardins da rainha; vez por outra eu era o brinquedinho da rainha; lorde Gregory, o senhor dos escravos, incitava-me o pior dos temores. Mas eu não agradava ao lorde Stefan porque ele mesmo não sabia como ser agradado! Ele não sabia como dar ordens! Eu sempre era perturbado pelos outros lordes!
- Minha voz parou na garganta. Porque eu deveria contar aqueles segredos? Porque eu deveria soltar tudo e aumentar as revelações do capitão? Mas meu senhor não disse nada. O silêncio tomara conta novamente e eu estava caindo no jogo.
- Eu continuava pensando no acampamento dos soldados - continuei, o silêncio pulsando em meus ouvidos.- Eu não sentia amor pelo lorde Stefan. - Olhei nos olhos de meu senhor. O azul era apenas um reflexo, os centros escuros eram escuros e quase brilhantes.
- Deve-se amar o senhor ou senhora - disse eu. - Até os escravos dos casebres da aldeia, eles podem amar seus senhores e senhoras grosseiros e ocupados, não podem? Como eu amava... os soldados do acampamento que me chicoteavam diariamente. Como amei por um instante...
- Sim? - perguntou ele.
- Como amei até o mestre flagelador da plataforma à noite passada. Por um instante. - Aquelas mãos erguendo meu rosto, apertando minhas bochechas, o sorriso crescendo sobre mim. O poder daquele braço forte... Agora eu tremia tanto quanto tremera então. Mas o silêncio continuava...
- Até aqueles valentões, como você os chama, que me açoitaram na rua enquanto o senhor assistia - disse, desviando-me da imagem da plataforma giratória. - Eles tinham seu poder rústico.
Eu apenas achara estar ruborizado antes. Tentei me acalmar com o vinho, reforçar minha voz, aquele silêncio se prolongando de novo enquanto eu bebia.
Levantei minha mão esquerda para cobrir os olhos.
- Abaixe essa mão - disse ele -, e me diga o que sentiu quando foi obrigado a marchar, depois de ser devidamente arreado.
A palavra "devidamente" me apunhalou.
- Era disso que eu precisava - disse eu. Tentei não olhar para ele, mas fracassei. Seus olhos estavam arregalados, e sob a luz das velas, seu rosto era quase perfeito demais para um rosto masculino, refinado demais. Senti o nó em meu peito soltando, quebrando. - Quero dizer, se sou um escravo, era disso que precisava. E hoje, quando fiz isso de novo, senti orgulho.
Minha vergonha era demasiada. Meu rosto latejava.
- Eu gostei disso! - sussurrei. - Sabe, esta noite, quando fomos ao solar... eu gostei. Ao correr descalço pela aldeia, aprendi que alguém podia sentir orgulho ao ser arreado daquele jeito, em vez do outro. Eu queria agradá-lo.
Bebi todo o cálice e o baixei. O vinho estava sendo despejado nele novamente e os olhos do senhor não se desviavam de mim enquanto ele colocava a garrafa de volta na mesa.
Tive a sensação de estar caindo, eu estava sendo aberto pelas minhas confissões tão certamente quanto fora pelos falos.
- Mas talvez esta não seja toda a verdade - disse eu, olhando para ele atentamente. - Mesmo se não tivesse sido obrigado a correr descalço pela aldeia, eu teria gostado dos arreios de cavalo. E talvez, apesar de toda a dor e humilhação, eu tenha gostado da corrida descalça pela aldeia porque você estava me conduzindo e me observando. Senti pena dos escravos que ninguém parecia ver.
- Sempre tem alguém observando na aldeia. - disse ele. - Se eu te amarrar a um muro lá fora, e farei isso, haverá aqueles que notarão você. Os valentões da aldeia virão te atormentar de novo, gratos por um escravo inesperado que possam torturar por nada. Eles o açoitariam até deixá-lo em carne viva em menos de meia hora. Alguém sempre vê e vem castigar. E como você disse, eles têm seu charme rústico. Para um escravo bem treinado, a faxineira mais rude ou um limpador de chaminés podem ter um encanto sobrepunjante se a disciplina for esmagadora.
- Esmagadora - repeti a palavra. Era perfeita.
Minha visão ficou turva. Comecei a levantar novamente a mão, mas a abaixei.
- Então você precisava disso - disse ele. - Você precisava ser arreado , amordaçado, ferrado e conduzido com rigidez.
Assenti. O nó na minha garganta era tão grande que eu não conseguia falar.
- E queria me agradar - disse ele. - Mas por quê?
- Eu não sei.
- Você sabe!
- Pela minha única esperança de um amor profundo, em que eu perdesse a mim mesmo por alguém sublimemente cruel, bom na dominação. Alguém que pudesse, de alguma forma, no ardor do meu sofrimento, ver a profundidade de minha submissão e me amar também. - Aquela revelação era demais. Eu parei, arrasado, certo de que era incapaz de continuar.
Mas continuei, lentamente.
- Talvez eu pudesse ter amado qualquer senhor ou senhora. Mas o senhor possui uma beleza misteriosa que me debilita e me absorve. O senhor ilumina os meus castigos. Eu não... eu não entendo.
- O que você sentiu quando percebeu que estava na fila para a plataforma pública? - perguntou ele - Quando me implorou com todos aqueles beijos nas minhas botas e o povo riu de você?
As palavras foram lancinantes. Mais uma vez, aquilo era real demais para lembrar. Engoli em seco.
- Entrei em pânico. Chorei por ser punido tão rápido, depois de tentar com tanto empenho. Não como um espetáculo, pensei, para uma multidão de pessoas ordinárias, e que multidão, todos ali para interferir no castigo. E quando o senhor me repreendeu por implorar, fiquei... envergonhado por ter pensado que poderia escapar daquilo. Lembrei que não era necessário que eu merecesse a punição. Eu a merecia pelo simples fato de estar lá, e ser o que era. Enchi-me de
remorso por ter implorado ao senhor. Nunca mais farei isso. Eu juro.
- E depois? - perguntou ele - Quando foi levado para lá e castigado sem correntes? Você aprendeu algo com isso?
- Sim, muitíssimo. - Soltei outra risada baixa e áspera. Dificilmente passou de uma sílaba. - Foi devastador! Primeiro houve aquele medo de perder o controle quando o senhor disse ao guarda: "Sem correntes."
- Mas por quê? O que teria acontecido se você tivesse resistido?
- Eu teria sido amarrado. Eu sabia. Hoje à noite eu vi um escravo amarrado assim. Ontem à noite simplesmente presumi que isso aconteceria. Eu teria resistido com todo meu corpo, empinando a cabeça, debatendo-me, o terror chocando-se contra mim e me deixando.
Parei. Esmagador. Sim, aquilo estava se tornando esmagador.
- Mas permaneci parado - disse eu - Enquanto percebi que não escorregaria sob os golpes, toda a tensão foi liberada. Conheci esse regozijo notável. Eu estava sendo oferecido ao povo e me submeti a isso. Tomei todo o frenesi do povo para mim mesmo , e eu pertencia àquela multidão, a centenas e centenas de senhores e senhoras. Eu me rendi a sua luxúria. Eu não contive nada, não resisti a nada.
Parei. Ele assentiu devagar, mas não falou. O calor latejava silenciosamente em minha têmporas. Bebi um gole de vinho, pensando em minhas palavras.
- Foi a mesma coisa, mas em uma dimensão menor - disse eu
-, quando o capitão me açoitou. Ele estava me punindo por ter
falhado após seu treinamento. Mas ele também estava me testando para ver se eu dissera a verdade sobre Stefan, se era de dominação que eu precisava. Ele estava me colocando à prova, dizendo, na verdade: "Eu vou dar isso a você e veremos se pode aguentar." E me ofereci a chibata, ou pelo menos foi isso o que pareceu. Eu nunca pensei, nem no acampamento, enquanto os soldados me castigavam, ou no castelo, quando lordes e ladies observavam, que eu pudesse dançar sob o açoite de um soldado no meio de um dia quente em uma praça de aldeia, cheia de gente passando. Os soldados treinaram meu pênis. Eles me treinaram. Mas nunca consegui uma coisa dessas de mim. E mesmo que esteja aterrorizado com o que está por vir, aterrorizado até mesmo com os arreios de cavalo, sinto que estou me abrindo para todos os castigos, em vez de triunfar sobre eles de uma forma sublime como eu fazia no castelo. Estou sendo virado de cabeça para baixo. Pertenço ao capitão, ao senhor, a todos que me observam. Estou me tornando meus castigos.
Silenciosamente, ele chegou perto de mim, pegou o cálice, colocou de lado e, me tomou nos braços e me beijou.
Minha boca se abriu enorme e faminta. Então ele me colocou de joelhos e se abaixou para colocar a boca em meu pênis, abraçando minhas nádegas. Ele chupou meu órgão inteiro quase selvagemente, envolvendo-o no calor apertado e molhado enquanto seus dedos, abrindo minhas nádegas, metiam-se em meu ânus. E sua cabeça ia para frente e para trás, abocanhando toda a extensão de meu pênis, lábios apertando e soltando enquanto a língua circundava a ponta; a chupada rápida, quase louca, continuava. Seus dedos alargavam meu ânus. Minha mente esvaziou-se. Sussurrei:
- Não consigo segurar. - E quando ele chupava ainda mais forte, com movimentos violento, segurei sua cabeça com as duas mãos e jorrei dentro dele.
Meus gritos saíram em um ritmo de curtas explosões e ele parecia querer me esvaziar com a sucção. E quando eu não conseguia mais suportar, e tentei delicadamente soltar sua cabeça, ele levantou e me empurrou na cama, de costas, colocando minhas coxas para cima, afastadas, e pressionando minhas nádegas sobre o lençol com as palmas das mãos antes de deitar-se e enfiar p pau dentro de mim. Eu estava espalhado como um sapo sob ele. Os músculos de minhas coxas realmente rugiam com uma dor deliciosa. Seu peso me pressionava para baixo com ainda mais força. Seus dentes abriam-se levemente em minha nuca. Suas mãos se encaixaram em meus joelhos curvados e forçaram-nos ainda mais para cima, perto do travesseiro. E meu pênis exausto latejava e crescia sob mim.
Minhas nádegas inchavam, gemi com a pressão. E seu pênis apunhalando minhas nádegas bem abertas, parecia um instrumento inumano me perfurando, chegando ao meu centro, me esvaziando.
Gozei novamente em uma série de jorros selvagens, incapaz de ficar deitado, chocando-me contra ele , e ele enfiou ainda mais, soltando seu gemido baixo do clímax.
Fiquei deitado ofegante, sem ousar mover as pernas curvadas e achatadas. Então o senti puxar meus joelhos para baixo. Ele estava deitado ao meu lado. Ele me virou para encará-lo e, naquele ápice de exaustão, começou a me beijar.
Tentei lutar contra o torpor do sono, meu pau implorando por um instante de trégua. Mas ele havia agarrado meu corpo
novamente. Estava me colocando de joelhos, direcionando minhas mãos a uma alça de madeira acima de nossas cabeças no teto do dossel, e bateu em meu pênis com as mãos, sentado a minha frente, pernas cruzadas.
Vi meu órgão engordar com o sangue sob os tapas, o prazer mais lento, mais completo, mais excruciante. Gemi mais alto e tentei recuar quase antes que eu pudesse impedir. Mas ele me puxou para frente, juntando minhas bolas ao meu pênis com a mão esquerda, enquanto continuava o espancamento impiedoso com a outra.
Meu corpo estava na tortura. Minha cabeça estava na tortura, e agora eu percebera, enquanto ele apertava a ponta de meu pênis, que ele queria provocá-la, que eu reagisse. Apertando, acariciando com o dedos e então lambendo com a língua, ele me levava a um frenesi. Ele pegou o creme do pote que havia usado na noite passada, lambuzou sua mão direita e puxou meu pênis, apertando-o como se fosse destruí-lo. Eu estava gemendo sob meus dentes trincados, meus quadris balançando, e então ele jorrou para frente de novo, esguichando forte várias vezes. E eu pendia da alça de madeira estupefato e realmente vazio.
Uma luz ainda ardia.
Eu não sabia quanto tempo passara quando abri os olhos. Mas devia ser cedo. Carruagens ainda rodavam pela rua do outro lado da janela.
E percebi que meu senhor estava vestido e andando de um lado para o outro, as mãos unidas atrás das costas, o cabelo desgrenhado. Seu colete de veludo azul estava desamarrado e sua blusa de linho com sua longas mangas-balão também estava aberta na frente. De vez em quando ele se virava, do
nada, parava, passava os dedos no cabelo e então voltava a andar.
Quando me apoiei sobre os cotovelos, com medo de ser mandado para fora, ele apontou para o cálice de vinho e disse:
- Beba, se quiser.
Imediatamente o peguei e me sentei encostado na cabeceira, observando-o.
Ele caminhou de novo, uma vez, para um lado e para outro, e então se virou, olhando para mim.
- Estou apaixonado por você! - Ele chegou mais perto e olhou dentro dos meus olhos. - Estou apaixonado por você! Não apenas por punir você, apesar de que farei isso, ou com a subserviência, que também amo e desejo. Estou apaixonado por você, por sua alma secreta que é tão vulnerável quanto a pele avermelhada sob meu chicote, e por toda a sua força reunida sob nosso controle!
Fique sem palavras. Tudo o que eu podia fazer era olhar para ele, perdido no calor de sua voz e no olhar em seus olhos. Mas minha alma estava nas nuvens.
Ele se afastou da cama e, olhando direto para mim, andou e andou de novo.
- Desde que a rainha começou as importações de escravos nus para o prazer - disse ele, olhando para o tapete sob seus pés -, tenho tentado entender o que torna um príncipe forte e bem-nascido um escravo obediente com uma tão completa submissão. Tenho fundido meu cérebro para entender. - Ele fez uma pausa e então continuou, as mãos soltas ao lado do corpo se erguendo de vez em quando em um gesto calmo.
- Todos aqueles que questionei no passado me deram respostas tímidas e resguardadas. Você falou com a alma, mas o que está claro é que você aceita sua escravidão tão facilmente quanto eles. É claro que, como a rainha me explicou, os escravos são examinados. E só apenas os que provavelmente darão certo, assim como os bonitos, são escolhidos.
Ele me fitou. Eu nunca percebera que houvera um exame. Mas logo me lembrei dos emissários da rainha que me haviam mandado encontrar no castelo de meu pai. Lembrei-me deles me mandando tirar as roupas e como haviam me tocado enquanto eu ficava parado para seus dedos inquisitivos. Eu não havia exibido nenhuma excitação repentina. Mas talvez seus olhos treinados tinham visto mais do que eu percebera. Eles haviam massageado minha carne, me fizeram perguntas, examinaram meu rosto enquanto eu ruborizava e tentava responder.
- Raramente, muito raramente, um escravo foge - continuou meu senhor. - E a maioria daqueles que fogem quer ser pega. Isso é óbvio. O desafio é motivador, o tédio, o incentivo. Os poucos que gastam tempo roubando roupas do senhor ou da senhora conseguem escapar.
- Mas a rainha não desconta sua fúria em seus reinos? - perguntei - Meu pai me disse que a rainha era toda-poderosa, temerária. Seu pedido por tributos de escravos não podia ser negado.
- Besteira - disse ele - A rainha não mandaria seus escravos à guerra por causa de um escravo nu. O que acontece é que o escravo volta a seu país de origem em uma espécie de desgraça. Pede-se que seus pais os enviem de volta. Se eles
não o fizerem, então o escravo não recebe grande recompensa. Só isso. Nenhum saco de ouro. Escravos obedientes são mandados para casa com uma grande quantidade de ouro. E é claro que geralmente há a vergonha dos pais por seu queridinho ter-se provado frágil e inconstante. Irmãos e irmãs que estão em casa, mas já serviram como escravos, se ressentem do desertor. Mas o que é isso tudo para um jovem e forte príncipe que acha o serviço intolerável?
Ele parou de andar e me fitou.
- Um escravo fugiu ontem - disse ele. - Era uma princesa, e agora estão eles estão quase desistindo da busca. Ela não foi pega pelos camponeses leais ou qualquer outra aldeia. Ela alcançou o reino vizinho do rei Lysius, onde escravos sempre têm passagem segura garantida.
Então o que o escravo-cavalo Jerard dissera era verdade! Eu me sentei, impressionado pelo fato de que essa palavras tiveram um impacto tão pequeno. Minha cabeça estava um caos.
Ele começou a andar novamente, devagar, mergulhado em seus pensamentos.
- É claro que há escravos que jamais correriam esse risco - recomeçou ele, de repente. - Eles não conseguem suportar a ideia das equipes de busca, da captura, da humilhação pública e dos castigos até piores. E repentinamente suas excitações são estimuladas, satisfeitas, estimuladas novamente, satisfeitas novamente, até que não conseguem mais distinguir castigo de prazer. É isso que a rainha quer. E esses escravos provavelmente não conseguem aguentar a ideia de chegar em casa apenas para tentar convencer um pai ou mãe ignorante
de que o serviço aqui era insuportável. Como descrever o que acontecera? Como descrever tudo o que suportaram ou o prazer que é inevitavelmente lhes é incitado? E, no entanto, como aceitam isso prontamente? Por que se esforçam para agradar? Por que ficam presos as visões da rainha, de seus senhores e senhoras?
Minha cabeça dava voltas. E não era culpa do vinho.
- Mas você uma luz tamanha sobre a mente do escravo - disse ele olhando para mim de novo, o rosto sincero, simples e bonito sob o brilho das velas. - Você me mostrou que, para um escravo de verdade, a severidade do castelo e da aldeia torna- se uma grande aventura. Há algo inquestionável no escravo de verdade que venera aqueles do poder inquestionável. Ele ou ela deseja uma perfeição mesmo como escravo, e a perfeição para um escravo nu deve se render aos castigos mais extremos. O escravo espiritualiza essas provações, não importa o quão cruéis e dolorosas. E todos os tormentos da aldeia, ainda mais que as humilhações inofensivas do castelo, atropelam uns aos outros em uma corrente infinita de excitação.
Ele se aproximou da cama. Acho que conseguia ver o medo no meu rosto quando olhei para cima.
- Quem mais entende, mais venera o poder do que aqueles que o tiveram? - disse ele - Você que teve poder entendeu isso quando se ajoelhou aos pés do lorde Stefan. Pobre lorde Stefan.
Levantei e ele me tomou em seus braços.
- Tristan - sussurrou ele -, meu lindo Tristan. Nossa excitação fora satisfeita, nos beijamos febrilmente, nossos braços apertados em volta do outro, o afeto transbordando.
- Mas tem mais - sussurrei em seu ouvido enquanto ele beijava meu rosto quase faminto. - Nesta descida, é o senhor que cria a ordem, o senhor que resgata o escravo do caos esmagador de abusos, quem disciplina o escravo, refina-o, leva-o mais longe de formas que castigos aleatórios podem nunca levar. É o senhor, e não os castigos, que o aperfeiçoa.
- Então não é esmagador - disse ele, beijando-me ainda. - É
abarcador.
- Estamos sempre perdidos - disse eu -, apenas para sermos encontrados pelo senhor.
- Mas mesmo sem esse amor todo-poderoso - insistiu ele -, vocês estão envolvidos em um casulo de atenção e prazer cruéis.
- Sim - concordei. Assenti, beijando seu pescoço, seus lábios.
- Mas é uma glória - sussurrei - quando alguém adora seu senhor, quando o mistério é intensificado pela irresistível figura no centro de tudo isso.
Nosso abraço era tão bruto e doce, nem parecia que o sexo pudesse ter sido melhor.
Muito lentamente, com delicadeza, ele me afastou.
- Levante-se - disse ele. - É apenas meia-noite e o ar da primavera está quente lá fora. Quero caminhar pelo campo.
SOB AS ESTRELAS
Ele abriu as calças e colocou a camisa para dentro. Fechou- a e amarrou os cadarços de suas botas, mas ele nem se deu conta disso. Acenou para que eu me levantasse novamente e o seguisse.
Em instantes já estávamos do lado de fora, o ar estava quente e caminhávamos silenciosamente pelas ruas que se entrecruzavam, a oeste, para fora da aldeia. Caminhei ao se lado com as mãos cruzadas atrás das costas e quando passávamos por outras figuras escuras, em maioria senhores solitários com apenas um escravo marchando, baixava meus olhos por respeito.
Muitas luzes ardiam atrás das casas de telhados próximos. E quando viramos em uma rua larga, pude ver ao longe, a leste, as luzes do mercado e ouvir o rugido sombrio do povo na praça das punições públicas.
Mesmo a simples visão do perfil de meu senhor na escuridão, a luminosidade sombria de seus cabelos, me excitava. Meu pênis desgastado já havia voltado à vida. Um toque, mesmo uma ordem, teria terminado o serviço, E aquele estado de prontidão dissimulado apurava todos os meus sentidos.
Chegamos à praça das estalagens. De repente, havia luzes brilhando a toda a nossa volta. Tochas reluziam sob a placa pintada do Signo do Leão, e o barulho de uma grande multidão vazava pela porta aberta.
Segui meu senhor pela entrada, e ele fez um sinal para que eu me ajoelhasse enquanto ele adentrava o local, deixando-
me ali. Relaxei sobre os calcanhares e espiei pela escuridão. Por todos os lados, homens riam, conversavam, bebiam de seus canecos. Meu senhor estava no balcão comprando um odre inteiro de vinho, que ele já tinha em mãos enquanto falava com a bela mulher de cabelos escuros e saias vermelhas que eu vira castigando Bela naquela manhã.
E então, no alto da parede atrás do balcão, vi Bela. Ela estava presa à parede, mãos acima da cabeça, os belos cabelos dourados caindo sobre os ombros e suas pernas estavam abertas sobre o imenso barril sobre o qual ela estava sentada, seus olhos aparentemente fechados em um agradável sono, sua boca rosada semiaberta. E de cada lado dela havia escravos na mesma situação, todos cochilando como se muito cansados, todos em uma postura de satisfação desesperançada.
Oh, se Bela e eu pudéssemos ter um momento sozinhos. Se eu pelo menos pudesse falar com ela, contar o que aprendera e os sentimentos que haviam sido despertados em mim.
Mas meu senhor voltara, e me mandando levantar conduziu-me para fora da praça. Logo estávamos nos portões a oeste da aldeia e caminhávamos pela estrada campestre que levava até o solar.
Ele me envolveu com os braços e me ofereceu o odre. Agora, havia um lindo silêncio sob o alto domo de estrelas. Apenas uma carruagem passara por nós na estrada e parecia uma visão provocada pelo luar.
Um grupo de doze princesas a puxava rapidamente, as belezas arreadas em grupos de três com couro branco como neve, e a carruagem em si era finamente adornada em ouro. Para minha surpresa, era minha senhora Julia quem guiava a
carruagem ao lado de um homem alto, e ambos acenaram para meu senhor quando passaram.
- Esse é o lorde prefeito da aldeia - contou-me meu senhor, baixinho.
Viramos antes de chegar ao solar. Mas eu sabia que já estávamos em suas terras, e caminhamos sobre a relva, por entre as árvores frutíferas, rumo às colinas próximas que eram cobertas por uma floresta densa.
Não sei por quanto tempo andamos Talvez uma hora. E finalmente paramos em uma elevação alta no meio da colina, com o vale se espalhando à nossa frente. A clareira era apenas grande o suficiente pata fazermos uma pequena fogueira e descansarmos sobre a colina, as árvores escuras pairando sobre nós.
Meu senhor alimentou o fogo até que ele estivesse queimando bem. Então ele se deitou. Sentei-me com as pernas cruzadas olhando para as torres e telhados da aldeia. Eu podia ver a claridade brilhante da praça das punições públicas. O vinho me deixou sonolento e meu senhor se espreguiçou, com as mãos acima da cabeça e os olhos bem abertos fixos no céu azul-escuro enluarado sobre nós e a grande abóbada de constelações.
- Nunca amei um escravo como amo você - disse ele, calmamente.
Tentei me conter. Ouvir apenas as batidas de meu coração por um instante, na quietude. Mas eu disse rápido demais:
- 0 senhor me comprará da rainha e me manterá na aldeia?
- Você sabe o que está pedindo? Você enfrentou apenas dois dias aqui.
- Faria alguma diferença se eu implorasse de joelhos, beijasse suas botas, me humilhasse?
- Isso não é necessário - disse ele. - Ao final da semana, irei até a rainha com meu relato das atividades de inverno da aldeia. Tenho certeza de que farei uma oferta para comprá-lo e farei uma boa pressão para isso.
- Mas o lorde Stefan...
- Deixe o lorde Stefan comigo. Vou dar uma prévia sobre o lorde Stefan: a cada solstício de verão um estranho ritual é encenado. Todos na aldeia que desejarem se tornar escravos pelos próximos doze meses se apresentam para serem examinados privadamente. Montam-se barracas para isso e os aldeões são despidos e cuidadosamente observados em cada detalhe. O mesmo acontece entre os lordes e ladies do castelo. Ninguém tem muita certeza de quem se disponibilizou para a avaliação.
"Mas à meia-noite do solstício de verão, anuncia-se, tanto no castelo quanto na plataforma do mercado da aldeia, aqueles que foram aceitos. É claro que é apenas uma pequena parcela dos que se ofereceram. Apenas os mais bonitos, os de aparência mais aristocrática, os mais fortes. A cada nome que é chamado, o povo se vira procurando pelo escolhido
- Naturalmente, todo mundo aqui conhece todo mundo - e ele ou ela é logo encontrado, levado rapidamente à plataforma e então despido. É claro que há medo, arrependimento, um terror abjeto com o desejo sendo violentamente satisfeito, as roupas rasgadas, os cabelos soltos; o povo gosta disso tanto
quanto do leilão. Os príncipes e princesas escravos normais, especialmente aqueles que foram castigados pelo novo aldeão-escravo, gritam de alegria e aprovação.
"Então as vítimas da aldeia são mandadas para o castelo, onde servem durante um glorioso ano nas atividades mais baixas, mas são quase indistintos dos príncipes e princesas.
"E recebemos do castelo aqueles lordes e ladies que se ofereceram da mesma forma, sendo despidos por seus pares nos jardins de prazer do castelo. Às vezes são tão poucos que se resumem a três. Você não sabe a empolgação que toma o solstício de verão quando eles são levados a leilão. Lordes e ladies na praça. Os preços são enlouquecedores. O lorde prefeito quase sempre compra um, desistindo relutantemente do prêmio do ano anterior. Às vezes minha irmã Julia compra outro. Uma vez houve cinco deles, ano passado apenas dois, e de vez em quando apenas um. E o capitão da guarda disse-me que este ano todos apostam que os exilados do castelo incluirão lorde Stefan. "
Eu estava entretido e surpreso demais para responder.
- Pelo que você disse, lorde Stefan não sabe mandar e a rainha sabe disso. Se ele se oferecer, será escolhido.
Ri discretamente comigo mesmo.
- Ele nem imagina o que o espera!-disse eu, baixinho. Balancei a cabeça e então ri de novo em silêncio, tentando conter o riso.
Ele virou a cabeça e riu para mim.
-Você será meu, todo meu, por três, talvez quatro anos. - E
quando de levantou o cotovelo, deitei ao seu lado e o abracei.
A excitação estava chegando novamente, mas mandou que eu me acalmasse e fiquei parado, tentando obedecer; minha cabeça em seu peito, sua mão em minha testa.
Depois de um longo tempo, perguntei:
- Senhor, um escravo pode fazer um pedido?
- Quase nunca - sussurrou ele -, porque o escravo nunca é autorizado a perguntar. Mas você pode perguntar. Permitirei isso a você.
- É possível que eu saiba como vão as coisas para escrava, se ela está sendo obediente e resignada ou sendo punida por rebeldia?
- Por quê?
- Eu vim na carroça com a escrava do príncipe. Seu nome é Bela. Ela era passional, uma sensação no castelo por sua excitação ardente e sua incapacidade de esconder até
as emoções mais passageiras. Na carroça, ela me fez a mesma pergunta que o senhor: por que obedecemos? Agora ela está no Signo do Leão. Ela é a escrava cujo nome o capitão mencionou ao senhor hoje no poço, depois de me açoitar. Há alguma forma de descobrir se ela encontrou a mesma aceitação que eu? Só perguntar, talvez...
Senti sua mão delicadamente puxar meu cabelo, sua boca beijar minha testa. Ele disse, suavemente:
- Se você quiser, deixarei que você a veja e pergunte a ela amanhã.
- Senhor! - Eu estava tão agradecido e impressionado que não podia expressar em palavras. Ele me deixou beijar seus
lábios. Beijei suas bochechas e até suas pálpebras, com ousadia. Ele me deu o mais leve sorriso. Então me acomodou de volta sobre o seu peito.
- Você sabe que seu dia será duro e muito ocupado antes de vê-la - disse de.
- Sim, senhor - respondi.
- Agora, durma - disse de. - Há muito trabalho para você amanhã nos pomares da fazenda antes de voltarmos à aldeia. Você será arreado para puxar um grande cesto de frutas até minha casa e quero que tudo esteja terminado até meio-dia, pois é o horário mais duro em que você pode ser castigado na plataforma pública.
Um pequeno ataque de pânico se acendeu em mim por um instante, Abracei-o um pouco mais apertado. Senti seus lábios tocarem o alto da minha cabeça ternamente.
Delicadamente, ele se soltou de mim e se virou de costas para dormir, seu rosto virado para o outro lado, seu braço esquerdo dobrado sob si.
- Você passará toda a tarde nos estábulos públicos para ser alugado - disse ele. - Trotará na pista de cavalos de lá, arreado e pronto, e espero que mostre tamanha atitude a ponto de ser alugado imediatamente.
Olhei para sua forma alongada e elegante sob o luar, o branco brilhante de suas mangas, a forma perfeita de suas pernas em sua cobertura de couro macio. Eu pertencia a ele. Eu pertencia completamente a ele.
- Sim, senhor - disse eu, suavemente.
Ajoelhei-me e, inclinando-me sobre ele em silêncio, beijei sua mão direita que descansava na grama ao seu lado.
- Obrigado, senhor.
- À noite - disse ele conversarei com o capitão sobre enviar
Bela.
REVELAÇÕES E MISTÉRIOS
Assim que Bela terminou o banho, os cabelos longos e secos, a senhora Lockley espancou-a com a palmatória pela estalagem lotada, levando-a até o lado de fora, para ficar na calçada sob o Signo de Leão iluminado.
A praça estava cheia, rapazes entrando e saindo de várias estalagens, a maioria comerciantes, pouquíssimos soldados.
A senhora Lockley alisou os cabelos de Bela, afofou violentamente os cachos entre suas pernas e ordenou a Bela que ficasse de pé, coluna reta e os seios bem projetados para frente.
Quase ao mesmo tempo Bela ouviu os passos sonoros de um cavalo se aproximando e ao olhar para a direita, para os fundos da praça, viu os portões da aldeia abertos e as formas escuras do campo sob o céu pálido e a figura negra de um soldado alto montado sobre um cavalo se aproximando.
Os cascos se chocavam sonoramente contra as pedras, ecoando pelas paredes, enquanto o cavaleiro galopava rumo ao Signo do Leão, controlando rigidamente sua montaria.
A senhora Lockley empurrou Bela para frente, afastando-a da porta da estalagem, e o capitão conduziu o cavalo lentamente ao redor da moça banhada pela luz, olhando para os próprios seios trêmulos, o coração saltando deliciosamente.
A enorme espada do capitão cintilou na luz e sua capa de veludo caiu atrás dele, formando uma sombra rosa-escuro.
A respiração de Bela parou quando viu as brilhantes botas
polidas e o poderoso corpo do cavalo passando mais uma vez na frente. Então, quando o cavalo aproximou-se perigosamente e ela quase recuou, sentiu o braço do capitão agarrando-a e levantando-a para coloca-la sobre o cavalo de frente para ele, as pernas nuas envolvendo a cintura dele enquanto ela jogava os braços firmemente em volta de seu pescoço.
O cavalo empinou e avançou correndo para fora da praça, ultrapassando os portões da aldeia, rumo á estrada que passava pelas terras cultivadas.
Bela era lançada para cima e para baixo, seu sexo completamente aberto contra o metal gelado da fivela do cinto do capitão. Seus seios pressionavam o peito dele, sua cabeça aninhada entre a cabeça e o ombro do homem.
Ela viu casebres e campos passarem voando sob a luz da lua crescente, viu o contorno escuro de um elegante solar.
O cavalo fez uma curva sob a densa escuridão da floresta, galopando enquanto o céu acima desaparecia, a brisa levantando os cabelos de Bela, a mão esquerda do capitão segurando-a.
Finalmente Bela viu luzes á frente, o piscar de figueiras de acampamento. O capitão diminuiu o passo. Eles se aproximaram de um pequeno círculo de quatro barracas, e Bela viu um grupo de homens reunidos em torno de uma grande fogueira no centro do círculo.
O capitão desceu do cavalo, colocando Bela nos joelhos ao seu lado, onde ela se encolheu, sem ousar olhar para os outros soldados. As árvores altas encobriam o acampamento, delineadas pelo cintilar apavorando da fogueira.
Bela sentiu-se eletrizada com o tremeluzir assustador, apesar de ele iniciar um fio de terror dentro dela.
E então, para seu choque, ela viu uma rústica cruz de madeira no chão à sua frente, com um falo curto e grosso saindo do ponto em que as duas tábuas se uniam, a cruz não era tão alta quanto um homem, e essa peça estava pregada na frente de outra viga, falo projetado para cima e para frente, levemente inclinado.
Bela sentiu um nó na garganta ao olhar para aquilo sob a luz cruel e instável da fogueira. Ela olhou rapidamente para as botas do capitão.
- Bem, as patrulhas voltaram? - perguntou o capitão a um de seus homens. Bela podia ver seus pés plantados à sua frente, - Tiveram alguma sorte?
- Todas as patrulhas voltaram exceto uma, senhor - disse o homem.
- E tivemos sorte, mas não a que esperávamos. - A princesa não está em um lugar onde possa ser encontrada. - Ela pode ter chegado à fronteira.
O capitão bufou de desgosto.
- Mas temos isso - disse o homem -, tiramos da floresta ao pé da montanha ao pôr do sol.
Timidamente, Bela olhou para cima para ver um príncipe nu alto, de estrutura larga, ser levado até a luz da fogueira, seu corpo coberto de sujeira, suas bolas amarradas bem apertadas ao seu pênis ereto, com um par de pesos consideráveis de ferro pendendo do couro. Sua longa cabeleira castanha estava cheia de terra e de pedaços de folhagens. As pernas e o peito
enorme exalavam poder. Ele era um dos maiores escravos que Bela já vira. E ele olhava direto para o capitão com grandes olhos castanhos que demonstravam medo, raiva e excitação.
- Laurent - murmurou o capitão. - E ainda não tivemos nenhum alerta do castelo de que ele estava desaparecido?
- Não, senhor. Ele foi açoitado duas vezes, suas nádegas inda estão em carne viva, e os homens deram umazinha com ele. Achei que era o que você desejaria, não faria sentido mantê-lo á toa. Mas esperamos sua ordem para enviá-lo.
O capitão assentiu. Ele mirava o escravo com uma raiva óbvia.
- O escravo pessoal de lady Elvera - disse ele.
O soldado que segurava o braço do príncipe puxou sua cabeça para trás pelo cabelo e a luz refletiu direto no rosto dele, os olhos castanhos hesitantes, apesar de ele ainda olhar para o capitão.
- Quando você fugiu? - perguntou o capitão. Deu dois largos passos em direção ao príncipe e puxou sua cabeça para trás com ainda mais crueldade. Bela podia vê-los claramente contra a luz da fogueira, o príncipe ainda maior que o capitão, seu corpo tremendo enquanto o capitão o examinava.
- Perdão, senhor - disse o escravo, baixinho, - fugi hoje no fim do dia. Perdão.
- Não chegou muito longe, não é meu principezinho? - perguntou o capitão. Ele se virou para um oficial. - Os homens já se divertiram com ele?
- Duas ou três vezes, senhor. E ele foi bem manejado e chicoteado, está pronto.
O capitão sacudiu a cabeça lentamente e pegou o príncipe pelo braço.
A alma de Bela tremeu por ele. A joelhada na sujeira, ela tentava manter as pernas afastada e os olhares furtivos.
- Você planejou essa tentativa de fuga coma princesa Lynette? - perguntou o capitão, enquanto empurrava o escravo em direção á luz.
- Não, senhor, eu juro - disse o príncipe, tropeçando ao ser jogado para frente. - Eu nem sabia que ela havia fugido. - Ele mantinha as mãos unidas em sua nuca, apesar de quase ter caído. E Bela viu suas costas pela primeira vez, uma rede perfeita de listras rosadas e marcas brancas que desciam até os tornozelos.
Quando ele foi virado, de costas para a cruz, seu pênis pulsava entre as amarras. Seu órgão estava grande e vermelho, a ponta molhada, e o rosto do escravo estava escurecendo.
Um murmúrio animado emergiu da tropa, e Bela ouviu homens agitando - se nas sombras, por trás da luz da fogueira, como se aproximassem.
O capitão gesticulou para que seus homens erguessem o príncipe. A garganta de Bela deu um nó e secou. Os soldados levantaram o escravo, abrindo bem suas pernas de cada lado e o encaixaram no falo de madeira.
Ele soltou um gemido pungente.
Os soldados comemoraram baixinho.
Mas o príncipe gemia ainda alto enquanto suas pernas abertas eram inclinadas para trás para ficarem sobre os
braços da cruz. As pernas de Bela doíam só de olhar para aquilo, o príncipe agora amarrado à cruz, as nádegas doloridas contra a viga sob ele, o falo penetrando - o profundamente.
Mas ainda não havia terminado. Enquanto os braços do príncipe eram atados à cruz, sua cabeça era inclinada sobre o topo da viga que apontava para cima, um longo cinto de couro era amarrado sobre sua boca aberta e afivelado à madeira atrás de suas orelhas, enquanto ele olhava direto para o céu, importante. Bela viu seus lustrosos cabelos embaraçados caírem para trás. Ela viu sua garganta ondular com seus goles silenciosos.
Mas a exibição de seu sexo intumecido parecia o pior, e quando as chicotadas estalaram sobre o pênis, ele balançava e tremia, puxando o peso que pendia dele. E Bela sentiu mais uma vez seu sexo se agitar e estremecer.
Os homens todos se reuniram ao redor do capitão enquanto ele inspecionava o trabalho. Todo o corpo de príncipe tremia e se esticava sobre a cruz, o peso de ferro balançando sob o peso inchado. Bela podia ver até as nádegas levantando e contraindo sobre o falo de madeira.
Toda a figura não era mais alta que um homem baixo, e o capitão agora estava a seu lado, olhou para o rosto do príncipe e tirou os cabelos de cima dos olhos brutalmente. Bela podia ver as pálpebras se movimentando, e a boca do príncipe esticando - se para fechar o largo cinto de couro que a amarrava, aberta.
- Amanhã - disse o capitão. - Você será exibido montado na carroça e conduzido pela aldeia e pelo campo. Os soldados marcharão diante e atrás de você, e os tambores rufarão para
atrair a atenção do público. E avisarei a rainha que você foi capturado. Ela pode pedir para vê-lo. Ou não. Se ela pedir, você será levado dessa mesma maneira ao castelo e posto à mostra no jardim até que ela decida fazer seu julgamento. Se ela não quiser vê-lo, será condenado sem recursos a passar o resto de seus anos na aldeia. Devo fazê-lo ser chicoteado nas ruas e então leiloado. Agora você será açoitado por mim.
Mais uma vez, a tropa comemorou.
O capitão pegou a chibata de couro que estava presa em sua cintura e recuou, dando espaço para o balanço de seu braço, e começou o açoitamento. A chibata não era muito pesada nem muito larga, mas Bela contraiu e secretamente cobriu o rosto com os dedos, espiando através deles a chibata plana descer sobre a parte interna das coxas do príncipe, trazendo - lhe gemidos e grunhidos imediatos.
O capitão chicoteava com força, sem poupar parte alguma das pernas, a chibata estalando dos sois lados pantorrilha, a parte de baixo torcida delas, os tornozelos. Até as solas dos pés viradas para cima, e depois ele chicoteou a barriga nua do príncipe. A carne arredondada tremia e saltava, e o príncipe gemia contra a mordaça, as lágrimas rolando pelo rosto, os olhos abertos enquanto ele olhava para cima.
Todo o seu corpo parecia vibrar na cruz. Suas nádegas subiam e desciam em espasmos, revelando a base do falo.
E quando ele se tornou uma sombra escura e rosada de seus pelos pubianos até os tornozelos, e o peito e a barriga estavam riscadas com faixas cor-de-rosa inchadas, o capitão se afastou para a lateral da cruz e usando apenas os dez ou quinze centímetros finais da chibata, açoitou o pênis vigoroso do príncipe. O rapaz se esticou e pulou na cruz, o peso de ferro
pendurado, o pênis crescendo, enorme e quase roxo.
O capitão parou. Olhou nos olhos do príncipe e pôs a mão novamente sobre a testa dele.
- O açoitamento não foi tão ruim, foi, Laurent? - perguntou ele. O peito do príncipe saltava. Todos os homens no acampamento riam baixinho. - Tirando o fato de que você receberá as chicotadas novamente ao amanhecer, e depois do meio dia, e então ao anoitecer.
Outra exploração de risos. O príncipe suspirou profundamente e as lágrimas rolaram por seu rosto.
- Espero que a rainha te dê para mim - disse o capitão, suavemente.
Ele estalou os dedos para que Bela o seguisse para dentro da barraca. E enquanto ela engatinhava em direção à luz quente sob a lona branca, um oficial passou rápido por ela.
- Quero ficar sozinho agora - disse o capitão. Bela ficou ao lado da entrada, obedientemente.
- Capitão - disse o oficial, baixando a voz - Não sei se isso pode esperar. A última patrulha chegou instantes atrás enquanto o senhor estava açoitando o fujão.
- Sim?
- Bem, eles não encontraram a princesa, senhor. Mas juram que viram cavaleiros na floresta hoje à noite.
O capitão, que apoiara seus cotovelos em uma pequena escrivaninha, olhou para cima.
- O quê? - perguntou ele, incrédulo.
- Senhor, eles juram que os viram e escutaram, Uma grande festa disseram. - O soldado chegou mais perto da mesa.
Pela porta aberta, ela viu as mãos do príncipe se contornando sob as cordas atrás da cruz e suas nádegas ainda movendo - se para cima e para baixo, como se ele não pudesse se acostumar ao seu castigo.
- Senhor - disse o oficial -, eles têm quase certeza de que eram saqueadores.
- Mas eles não ousariam voltar tão cedo - rechaçou o capitão, com um gesto. - E em uma noite iluminada. Eu não acredito.
- Mas senhor, é apenas a lua crescente. E já faz dois anos desde seu último saque. O sentinela também disse que ouviu alguma coisa perto do acampamento há alguns instantes.
- Você redobrou a guarda!
- Sim, redobrei imediatamente.
Os olhos do capitão se espremeram. Ele inclinou a cabeça para o lado.
- Senhor, os soldados disseram que eles estavam conduzindo seus cavalos pela floresta, sem luzes. E com o menor barulho possível. Devem ser eles!
O capitão reconsiderou.
- Tudo bem, desmontar acampamento. Coloque o fugitivo na carroça e volte para a aldeia. Mande um mensageiro na frente para redobrar a guarda nas torres. Mas não quero a aldeia alarmada. Provavelmente não é nada. - Ele parou obviamente pensando. - É inútil fazer uma busca na costa hoje à noite - disse ele.
- Sim senhor.
- É quase impossível verificar todas aquelas enseadas mesmo a luz do dia. Mas faremos isso amanhã.
Ele levantou com raiva quando o oficial se afastou. Então estalou os dedos para Bela entrar, e dando - lhe um beijo áspero, jogou - a sobre o seu ombro.
- Não tenho tempo para você hoje, queridinha, não aqui - disse ele e apertou o quadril dela enquanto a carregava.
Já era meia-noite quando eles retornaram à estalagem, cavalgando bem à frente dos outros.
Bela estava pensando em tudo o que vira e ouvira, estimulada contra a vontade pelo sofrimento de Laurent. E ela não podia esperar para contar ao príncipe Roger ou ao príncipe Richard o que ouvira sobre os estranhos saqueadores na noite, e perguntar o que aquilo significava.
Mas não houve oportunidade para isso.
Ao entrar no burburinho quente e alegre do salão, o capitão deu - lhe imediatamente aos soldados na mesa mais próxima à porta. E antes que percebesse, ela estava sentada de pernas abertas no colo de um rapaz adorável e musculoso com cabelos cor de cobre, seus quadris cobrindo um pênis maravilhosamente grosso, enquanto um par de mãos vinha por trás e massageava seus mamilos.
Enquanto as horas passavam, o capitão observava-a atentamente. Mas na maior parte do tempo ele estava envolvido em conversas rápidas com seus homens. E muitos soldados iam e vinham apressadamente.
Quando Bela ficou com sono, ele a tirou dos homens e a
montou sobre um barril encostado a parede, seu sexo pressionando a madeira áspera, as mãos amarradas sobre a cabeça para dormir, a multidão tremulando abaixo dela.
Não parava de pensar nos fugitivos. Quem era a princesa Lynette que chegava à fronteira? Seria a mesma princesa loura e alta que anos antes havia atormentado Alexi, o amado de Bela, em sua pequena performance circense para a corte do castelo? E onde ela estaria agora? Vestida e segura em outro reino? Bela pensou que devia invejá-la, mas não conseguia. Ela sequer conseguia se concentrar para pensar nisso. E sua mente sempre voltava, em julgar ou temer, á impressionante imagem do príncipe Laurent montado na cruz, seu enorme toros latejando sob a chibata, suas nádegas cavalgando o falo de madeira.
Ela dormiu.
Ainda assim, parecia que em algum momento antes de amanhecer ela havia visto Tristan. Mas devia ter sido um sonho. O belo Tristan ajoelhado na porta da estalagem, olhando para ela. Seus cabelos dourados quase caindo sobre os ombros, e seus grandes olho azul - violeta fitando - a com o mais completo afeto.
Ela queria tanto falar com ele, dizer a ele o quão estranhamente contente ela estava. Mas então a visão de Tristan se foi, assim como havia chegado. Ela devia estar sonhando.
A voz da senhora Lockley surgiu em seu sonho, conversando em voz baixa com o capitão.
- Eu sei - disse o capitão, - Mas eles podem vir a qualquer momento. Podem atacar os solares e fazendas, e ir embora
antes mesmo que a notícia chegue à aldeia. Foi o que fizeram dois anos atrás. É por isso que redobrei a guarda e estamos patrulhando até que isso esteja resolvido.
Bela abriu os olhos. Mas eles haviam saído de baixo do barril e ela não conseguia mais escutá-los.
CORTEJO PENITENCIAL
Quando Bela acordou, já era fim de tarde e ela estava sozinha na cama do capitão. Um barulho alto veio da praça abaixo, com um rufar assustador de um bumbo. Apesar do alarme que o bumbo instaurou em sua alma, pensou nas tarefas que devia ter cumprido. Ela se sentou em pânico.
Mas imediatamente o príncipe Roger a acalmou com um pequeno gesto.
- O capitão disse para você dormir até tarde - disse ele, com uma vassoura em mãos, mas olhando pela janela.
- O que é isso? - perguntou Bela. Ela podia sentir a reverberação do bumbo em sua barriga. E a batida constante encheu-a de terror. Ao não ver mais ninguém no quarto, ela levantou e caminhou até o príncipe Roger.
- É só o príncipe Laurent, o fugitivo - disse ele, abraçando Bela, enquanto a puxava para perto das pequenas e grossas vidraças -, sendo levado pela aldeia.
Bela encostou a testa contra o vidro. Lá embaixo, na grande multidão de aldeões que se espalhava, ela viu uma gigantesca carroça de duas rodas ser puxada em volta do poço, não por cavalos, mas por escravos com estribos e arreios.
O rosto ruborizado do príncipe Laurent, preso à cruz com as pernas abertas e esticadas, seu sexo protuberante, duro como sempre, olhava direto para Bela. Ela viu seus olhos arregalados e aparentemente parados, a boca tremendo no couro grosso que pendia a cabeça ao topo da viga, as pernas
amarradas balançando com os movimentos inconstantes da carroça.
A visão, dessa nova perspectiva, atingia-a ainda mais profundamente que na noite anterior. Ela assistia ao avanço lento da carroça e olhava para a estranha expressão no rosto do príncipe, tão desprovida de pânico. O rugido da multidão era tão mau quanto fora no leilão. E agora que a carroça terminava a volta no poço e ia em direção à placa da estalagem, Bela viu a vítima totalmente de frente e contraiu o rosto diante das feridas e tiras de carne avermelhada que cobria a parte interna das coxas, do peito e da barriga. Ele fora açoitado mais duas vezes e uma terceira o aguardava.
- Ou talvez seja o que ele achava que queria - disse ele - Agora irá penar na plataforma giratória, depois será levado em outra volta pela aldeia, e então a plataforma de novo, antes de ser entregue ao capitão.
O cortejo circundou o poço mais uma vez, o bumbo quase arrebentando os nervos de Bela. Ela viu Tristan mais uma vez, marchando quase orgulhoso à frente do grupo, e a visão de sua genitália, e os pesos pendurados em seus mamilos, e seu lindo rosto erguido pela mordaça de couro gerou uma pequena torrente de excitação dentro dela.
- Geralmente os soldados marcham à frente e atrás - disse o príncipe Roger, pegando novamente sua vassoura. - Pergunto-me onde eles estão hoje.
Procurando os saqueadores misteriosos, pensou ela, mas não disse nada. Agora que estava sozinha com Roger e tinha a oportunidade de perguntar sobre essas coisas, estava fascinada demais pelo cortejo.
- Você tem que descer para o quintal e descansar no gramado
- disse o príncipe.
- Descansar de novo?
O capitão não vai te manejar hoje. E à noite você será alugada para Nicolas, o cronista da rainha.
- O senhor de Tristan! - sussurrou Bela. - Ele me requisitou?
- Pagou por você em boas moedas do reino - disse Roger. Ele continuou varrendo. - Desça - disse a ela.
E com o coração batendo forte, ela assistiu ao cortejo avançar lentamente pela rua larga que levava ao outro lado da aldeia.
TRISTAN E BELA
Ela mal conseguia esperar até escurecer.
As horas se arrastavam enquanto ela era lavada, penteada e untada com óleo rudemente, mas não completamente como se estivesse no castelo. É claro que ela podia não ver Tristan naquela noite. Mas estava indo para o lugar onde Tristan morava! Ela não conseguia se acalmar.
Finalmente a escuridão desceu sobre a aldeia.
E o príncipe Richard, o "bom menino", pensou ela com um sorriso, fora designado para levá-la até Nicolas, o cronista da rainha.
A estalagem estava estranhamente vazia, apesar de todo o restante no anoitecer parecer normal. Luzes piscavam nas pequenas janelas que ladeavam as ruas estreitas, o ar da primavera era cheiroso e doce. O príncipe Richard a deixou marchar um pouco devagar, apenas de vez em quando pedindo para que ela mostrasse um pouco mais de atitude, ou os dois seriam açoitados. Ele caminhou atrás dela com uma chibata, chicoteando-a só de vez em quando.
Ela podia ver as esposas e maridos na mesas pelas janelas baixas, escravos nus erguendo-se ajoelhados, parecendo lançar-se para cima rapidamente para colocar pratos e jarros diante deles. Escravos presos a paredes gemiam e agitavam-se em vão.
- Mas algo está diferente - disse ela, quando chegaram a uma rua mais larga, cheia de casas refinadas, quase todo suporte de ferro com seu escravo amarrado pendurado ao lado da porta, alguns firmemente presos e amordaçados, outros em quieta obediência.
- Nenhum soldado - disse Richard, em voz baixa. - E, por favor, fique quieta. Você não deveria falar. Nós dois vamos acabar na loja das punições.
- Mas onde eles estão? - perguntou Bela.
- Você quer uma chicotada? - ameaçou ele. - Eles estão lá fora procurando algum grupo imaginário de saqueadores na costa e na floresta. Não sei o que isso significa, e não mencione uma palavra. É segredo.
Mas eles haviam chegado à porta de Nicolas. Richard a deixara. Uma criada cumprimentou Bela e ordenou que ela ficasse de quatro. Em uma expectativa frenética, Bela foi levada pela refinada casinha ao longo de um estreito corredor.
Uma porta se abriu para ela, a criada mandou que entrasse e fechou a porta.
Bela mal conseguia acreditar em seus olhos quando olhou para cima e viu Tristan à sua frente. Ele a pegou com as duas mãos e colocou-a de pé. Ao seu lado, estava a pequena figura do seu senhor, Nicolas, que bela lembrava bem o bastante do leilão.
Seu rosto estava vermelho quando ela olhou para o homem, pois ela e Tristan estavam de pé. Se abraçando.
- Acalme-se, princesa - disse ele, em uma voz quase carinhosa. - Você pode ficar o quanto quiser com meu escravo, e neste quarto estão livres para ficar um com o outro como quiserem. Você retornará aos seus serviços normais quando me deixar.
- Oh, meu senhor - sussurrou Bela, e caiu de joelhos para beijar suas botas.
Ele permitiu essa cortesia e então os deixou. E Bela levantou e voou para os braços de Tristan, a boca dele se abrindo para devorar seus beijos cheio de entusiasmo.
- Meu doce, minha Bela - disse Tristan, seus lábios se alimentando de seu pescoço e seu rosto, seu órgão empurrando sua barriga nua.
O corpo parecia quase encerado sob a luz baixa das velas, o cabelo dourado, lustroso. Ela olhou para cima, para aqueles lindos olhos azul-violeta, e pôs-se na ponta dos pés para montá-lo como fizera na carroça dos escravos.
Ela jogou os braços em volta do pescoço dele e forçou seu sexo dilatado contra seu pênis, sentindo-o colar a ela. Lentamente, ele afundou sobre a colcha de cetim verde da pequena cama de carvalho almofadada. E se esticando nos travesseiros, ele jogou a cabeça para trás enquanto ela o cavalgava.
As mãos dele levantaram seus seios, apertaram seus mamilos e seguraram-nos latejantes enquanto ela ia e vinha em seu sexo, deslizando para cima o máximo que conseguia sem deixar o órgão sair e afundando sobre ele, os lábios mergulhando para beijá-lo.
O rosto de Tristan se fechou com seus gemidos, e ao sentir o pênis em erupção dentro dela, ela gozou, ainda se movendo, até silenciar, as pernas esticadas, tremendo com os últimos choques de prazer.
Eles se deitaram juntos de braços dados e lentamente ele removeu o cabelo dela da testa, e sussurrou enquanto a beijava:
- Minha querida Bela.
- Tristan, por que seu senhor está nos deixando fazer isso? - perguntou ela. Mas estava em um doce estado de torpor e não se importava. Velas queimavam na mesinha ao lado da cama. Ela viu a luz crescer e obliterar os objetos do quarto, a não ser a superfície dourada de um grande espelho.
- Ele é um homem de mistérios e segredos e de uma estranha intensidade - disse Tristan. - Ele faz exatamente o que lhe agrada. E agrada a ele me deixar ver você, amanhã provavelmente lhe agradará me chicotear pela aldeia. E é bem possível que ele ache que um aumentará o tormento do outro.
A memória de Tristan arreado e com o rabo de cavalo voltou à Bela espontaneamente.
- Vi você - sussurrou ela, enrubescendo de repente -, no cortejo.
- Parecia tão terrível assim? - sussurrou ele confortando-a, beijando-a. Havia um leve rubor em suas bochechas que em um rosto tão forte era irresistível.
Ela estava impressionada.
- Você não achou terrível? - perguntou ela.
Um riso baixo veio do fundo do peito. Ela puxou os pelos dourados que se enrolavam do contorno do pênis até a barriga.
- Sim, minha querida - disse ele -, foi deliciosamente terrível. Ela riu enquanto olhava dentro dos olhos de Tristan e beijou-
o avidamente. Ela se aninhou abaixo, mordendo seus mamilos.
- Foi um suplício ver aquilo - confessou ela, com uma voz rouca que não parecia lhe pertencer. - Apenas rezei para que você tivesse se resignado...
- Estou mais do que resignado agora, meu amor - disse ele, beijando o topo da cabeça dela, deitado sob suas mordidas carinhosas. Ela montou sua coxa esquerda e pressionou seu sexo contra ela. Ele gemeu quando ele mordeu seu mamilo, apertando o outro ao mesmo tempo que dava as mordidinhas. Então ele a derrubou nos lençóis e abriu a sua boca novamente com a língua.
- Mas me diga - insistiu ela, interrompendo o beijo, o órgão dele arranhando seu monte, pressionando os cachinhos delicadamente contra seu botão. - Você deve... - Ela baixou a voz a um quase sussurro. - Como você conseguiu? Os arreios e a mordaça e o rabo de cabalo... Como você chegou a isso, a essa aceitação? - Ela não precisava que ele lhe dissesse que estava resignado. Ela podia ver e sentir isso, e ela vira isso hoje no cortejo. Mas ela se lembrava dele na carroça quando vieram do castelo, e na época ela sentira seu medo e que ele era orgulhoso demais para revelar livremente.
- Encontrei meu senhor - disse ele -, aquele que me coloca em harmonia com todos os castigos - disse Tristan. - Mas se você quer saber - ele começou a beijá-la de novo, seu órgão abrindo seus lábios inferiores e empurrando seu clitóris -, sempre foi, e sempre será uma total humilhação.
Bela ergueu os quadris para recebê-lo. Logo estavam se movendo em uníssono, Tristan olhando para ela, seus braços como pilares sustentando os ombros poderosos acima dela. Ela ergueu a cabeça para chupar seus mamilos, suas mãos apertando e separando suas nádegas, sentindo as saliências deliciosas e duras das feridas, medindo-as e comprimindo-as enquanto chegavam mais perto do sedoso buraquinho enrugado do ânus. Os movimentos dele ficaram mais rápidos, mais fortes, mais agitados quando ela mergulhou seus dedos.
E de repente, ela alcançou a mesa ao seu lado e puxou uma das grossas velas de cera de seu castiçal de prata, extinguiu a chama e pressionou a ponta derretida com os dedos. E então ela a enfiou dentro dele, plantando-a com firmeza. Os olhos dele se espremeram. O seu próprio sexo tornou-se uma capa tensa em volta do órgão dele, seu clitóris endureceu, explodindo. E girando a vela com força, ela gritou, sentindo os fluidos quentes dele esvaziarem-se dentro dela.
Eles ficaram parados, a vela de lado. E ela se perguntou o que fizera, mas Tristan apenas a beijou.
Ele levantou, serviu um cálice de vinho e o colocou nos lábios de Bela. Intrigada, ela o pegou, bebeu como uma dama e divagou sobre a curiosa sensação.
- Mas como você tem feito, Bela? - perguntou ele. - Tem sido rebelde o tempo todo? Conte-me.
Ela balançou a cabeça.
- Caí nas mãos de um senhor e uma senhora duros e malvados. - Ela riu baixinho.
Ela descreveu os castigos da senhora Lockley na cozinha, o jeito como o capitão lidava com ela e suas noites com os soldados, enfatizando a beleza física de seus dois captores.
Ela contou sobre o fugitivo, príncipe Laurent.
- Agora se que, se fugir, será para ser encontrada, para ser punida daquele jeito, para passar o resto de meus dias na aldeia - disse ela. - Tristan, você me acha terrível por querer fazer isso? Eu preferiria fugir a voltar para o castelo.
- Mas você pode ser afastada do capitão e da senhora Lockley
- disse ele -, se fugir e for vendida para alguém para trabalhos mais pesados.
- Isso não importa - disse ela. - Na verdade, não é o senhor ou a senhora que me põem em harmonia com essa vida, como você disse. É simplesmente a rigidez, a frieza e a crueldade. Quero ser subjugada, perder-me em meus castigos. Eu adoro o capitão e adoro a senhora Lockley, mas provavelmente há outros senhores e senhoras mais duros na aldeia.
- Ah, você me surpreende - disse ele, oferecendo-lhe novamente o vinho. - Estou tão apaixonado por Nicolas que não tenho como resistir a ele.
Então Tristan explicou as coisas que haviam acontecido com ele, e como ele e Nicolas fizeram amor e conversaram e subiram a colina.
- Hoje, em minha segunda vez na plataforma pública fui transportado - disse ele. - O medo não me deixara. Foi pior quando corri escada acima, porque eu sabia exatamente o que aconteceria. Mas vi toda a praça mais claramente sob a luz do sol do que eu vira sob as tochas. Não estou dizendo que vi coisas literalmente. Eu vi o sistema maior do qual eu fazia parte e minha alma se abriu sob o castigo torturante. Agora, toda a minha existência, seja na plataforma, nos arreios ou nos braços de meu senhor é uma súplica para ser usada como o calor do fogo, para ser dissolvida na vontade dos outros. A vontade de meu senhor é a vontade dominante e por medo dele sou oferecido a todos que testemunham ou me desejam.
Bela estava quieta, olhando para ele.
- Então você deu sua alma - disse ela. - Você a deu a seu senhor. Isso eu não fiz, Tristan. Minha alma ainda é minha e é a única coisa que um escravo realmente possui. E ainda não
estou pronta para abrir mão dela. Dou todo o meu coração ao capitão, aos soldados, à senhora Lockley. Mas minha alma não pertence a ninguém. Não deixei o castelo para encontrar o amor que não encontrei lá. Eu o deixei para ser jogada e empurrada aos senhores mais duros e indiferentes.
- E você é indiferente a eles? - perguntou ele.
- Estou tão interessada neles quanto eles em mim - disse ela, refletindo. - Nem mais, nem menos. Mas, mas minha alma pode mudar com o tempo. Talvez seja simplesmente porque não conheci um Nicolas, o cronista.
Ela pensou no príncipe da coroa. Não o amara. Ele a fazia sorrir. Lady Juliana amedrontara-a e a perturbara. O capitão a excitava, exauria, surpreendia. Ela gostava secretamente da senhora Lockley, por todo o seu terror. Mas esse era seu extremo. Ela não os amava. Isso, a glória e a excitação de fazer parte de um grande sistema, para usar a palavra de Tristan, era a aldeia para ela.
- Somos dois escravos diferentes - disse ela, sentando-se, pegando o vinho e tomando um grande gole. - E nós dois estamos felizes.
- Eu queria entender você! - sussurrou ele. - Você não deseja ser amada, não deseja que a dor seja misturada à ternura?
- Você não tem que me entender, meu amor. E há ternura. - Mas ela fez uma pausa, imaginando a intimidade que existia entre Tristan e Nicolas.
- Meu senhor me conduzirá a revelações cada vez maiores -
disse Tristan.
- E meu destino - respondeu ela - também terá sua hora. Hoje vi o pobre príncipe Laurent, castigado, e o invejei. E ele não tinha um senhor amoroso para conduzi-lo
Tristan segurou a respiração, fitando-a.
- Você é uma escrava magnífica - disse ele. - Talvez saiba mais do que eu.
- Não, em alguns sentidos sou uma escrava mais simples. Seu destino está misturado a uma renúncia maior de si. - Ela se apoiou no cotovelo e o beijou. Os lábios estavam vermelho- escuros do vinho, os olhos pareciam estranhamente arregalados e vítreos. Ele era maravilhoso. Loucos pensamentos vieram à sua mente, sobre amarrá-lo aos arreios ela mesma e...
- Não devemos perder um ao outro. Não importa o que acontecer - disse ele. - Vamos roubar alguns momentos sempre que pudermos confiar um no outro. Nem sempre teremos permissão...
- Com um senhor tão louco quanto o seu, acho que teremos várias oportunidades - disse ela.
Ele sorriu. Mas seu olhar alterou-se de repente, como se estivesse distraído por algum pensamento, e ele ficou quieto, escutando.
- O que foi?
- Não tem ninguém na rua lá fora - disse ele. - Está um silêncio absoluto. E sempre há carruagens na rua a essa hora.
- Todos os portões estão fechados - disse ela. - E os soldados não estão aqui.
- Mas por quê?
- Não sei, mas há vários rumores sobre buscas por saqueadores na costa.
Agora, ele parecia tão lindo diante dos olhos dela, e Bela queria fazer amor novamente. Ela se levantou da cama, sentando sobre os calcanhares, e olhou para o órgão dele, que já estava cheio de vida mais uma vez, e então olhou para seu próprio reflexo no espelho distante. Ela adorava a visão dos dois juntos no espelho. Mas quando ela olhou viu mais uma figura fantasmagórica no espelho. Viu um homem de cabelos brancos, braços cruzados, observando-a!
Ela soltou um berro. Tristan sentou-se e olhou para a frente . Mas ela já havia se dado conta de quem era. O espelho tinha duas direções, um daqueles antigos truques de que ela ouvira falar na infância. O senhor de Tristan estivera observando o tempo todo. Seu rosto escuro estava incrivelmente claro, seus cabelos brancos quase brilhando, suas sobrancelhas com uma expressão séria.
Tristan deu um meio sorriso e ruborizou. E uma estranha sensação de exposição dominou Bela.
Mas o senhor havia desaparecido do sorriso obscuro. A porta do quarto se abriu.
Ele chegou perto da cama, o homem elegante vestindo veludo e mangas bufantes, e virou os ombros de Bela em sua direção.
- Repita para mim tudo o que ouviu sobre os soldados e esses saqueadores.
Bela enrubesceu.
- Por favor, não conte ao capitão! - implorou ela. Ele assentiu, e logo ela contou o que sabia da história.
Por um instante, o senhor ficou parado, pensando.
- Venha - disse ele, e levantou Bela da cama. - Tenho que levar Bela de volta à estalagem imediatamente.
- Posso ir, senhor, por favor? - perguntou Tristan.
Mas o senhor Nicolas estava distraído. Ele pareceu não ouvir a pergunta.
Ele se virou e acenou para que o seguissem. Eles caminharam rapidamente pelo corredor, saindo pela porta dos fundos da casa, e o senhor Nicolas gesticulou para que esperassem enquanto ele andava em direção às muradas.
Ele passou um bom tempo olhando de uma pinta do muro a outra. A imobilidade começava a enervar Bela.
- Mas isso é loucura - disse ele. - Eles parecem ter deixado a aldeia sem muita defesa.
- O capitão acha que eles atacarão as fazendas do lado de fora das muradas, os solares - disse Bela. - E há um sentinela, certamente.
O senhor Nicolas balançou a cabeça, em desaprovação. Ele trancou a porta da casa.
- Mas, senhor - perguntou Tristan. - Quem são esses saqueadores? - Sua expressão havia se fechado e seus modos nada tinham a ver com os de um escravo.
- Esqueça isso - disse o senhor Nicolas, firmemente, ao se pôr a caminhar à frente deles. - Levaremos Bela de volta à sua senhora. Venham rápido.
DESASTRE
Nicolas conduziu-os rapidamente pelo pequeno labirinto de ruas, permitindo que Bela e Tristan caminhassem juntos atrás dele. Tristan apertava Bela fortemente nos braços, beijando e cariciando a moça. E, tarde da noite, a aldeia parecia bastante tranquila, seus habitantes inconscientes de qualquer perigo.
Mas de repente, quando se aproximavam da praça das estalagens, veio de longe o terrível ruído de gritos agudos, e o estrondo do choque de madeira contra madeira, o inconfundível som de uma tora de arrombamento gigantesca.
Sinos bateram nas torres da aldeia. Portas se abriam por todos os lados.
- Corram, rápido - disse Nicolas, virando-se e pegando os braços de Bela e Tristan.
Pessoas surgiam de todos os cantos, gritando, berrando. Venezianas batiam nas janelas, homens corriam para buscar seus escravos algemados. Príncipes e princesas nus voavam pela porta mal iluminada da taverna da loja das punições.
Bela e Tristan correram em direção à praça apenas para ouvir o som da grande tora esmagando a madeira que resistira a ela. E logo adiante da praça, Bela viu o céu noturno abrir-se quando os portões a leste da aldeia abriram passagem, e o ar se encheu de berros altos, estranhos e ululantes.
- Saque de escravos! Saque de escravos! - O grito vinha de todas as direções.
Tristan tomou Bela nos braços e voou pelas pedras da rua em direção a estalagem, Nicolas ao seu lado. Mas uma grande nuvem de saqueadores com turbantes rugiu ao entrar na
praça. E Bela soltou um grito lancinante quando viu que as portas e janelas de todas as estalagens estavam aferrolhadas.
Bel acima dela, aproximava-se um saqueador de rosto escuro em túnicas esvoaçantes, a cimitarra brilhando ao seu lado enquanto ele a segurava. Tristan tentou atrapalhar o cavalo. E um poderoso braço baixou-se e agarrou Bela, desequilibrando Tristan enquanto o cavalo empinava e se virava, e ela foi jogada sobre a sela.
Bela gritou mais e mais. Ela se debatia sob a poderosa mão que a prendia, e levantou a cabeça para ver Nicolas e Tristan correndo atrás dela. Mas surgiu a figura de outro saqueador, e mais outro. E em um relance, ela viu Tristan ser erguido por dois cavaleiros, enquanto Nicolas era arremessado do chão, rolando para longe dos perigosos cascos, os braços protegendo a cabeça. Tristan estava sendo jogado sobre um cavalo, um saqueador ajudando o outro.
Berros altos enchiam o ar, berros pulsantes e estridentes como Bela jamais ouvira. Seu captor empinou o cavalo e, enquanto Bela gemia e chorava, uma corda foi passada ao redor de seus ombros, apertando-a e a segurando sobre a sela, as pernas chutando furiosamente, mas em vão. O cavalo galopou para fora da praça, de volta aos portões da aldeia. E parecia haver saqueadores voando por todos os lados, roupas flutuando com o vento, traseiros nus virados para cima quitando desprotegidamente.
Em uma questão de segundos estavam na estrada, o badalar dos sinos da aldeia cada vez mais distante.
Eles cavalgaram sem parar pela noite, sobre campos abertos, por riachos e bosques, as grandes cimitarras erguidas para cortar a folhagem à frente.
Bela tinha noção do tamanho do destacamento: ele parecia estender-se infinitamente atrás de seu saqueador, os gritos suaves de alguma língua estrangeira enchendo seus ouvidos, junto com o choro e os gemidos dos príncipes e princesas capturados.
O destacamento rumou às colinas na mesma velocidade desesperada, subindo caminhos perigosos e descendo em vales florestados. Eles galoparam por uma passagem estreita e elevada que parecia um túnel sem fim.
E finalmente Bela sentiu o cheiro do mar aberto e, levantando a cabeça, viu à frente o brilho sombrio da água sob o luar.
Um enorme navio escuro estava ancorado na enseada sem uma luz sequer para indicar sua presença sinistra.
E arfando desesperadamente enquanto os cavalos galopavam pela areia, atravessando as pequenas ondas, Bela perdeu a consciência.
MERCADORIA EXÓTICA
Quando acordou, Bela estava deitada, e com tanto sono... Ficou ali parada, quase incapaz de abrir os olhos, e pôde sentir o pesado avançar do navio, uma sensação que ela só conhecera nos sonhos de quando era uma menina no castelo do pai. Aterrorizada, tentou levantar e, de repente, um grande rosto escuro, cor de oliva, surgiu acima dela.
Ela viu um par de olhos negros, de uma bela forma amendoada, olhando para ela de um semblante jovem e perfeito. Cabelos longos e cacheados emolduravam o rosto, dando-lhe um ar quase angelical. E ela viu um dedo ordenando-lhe imperativamente que ficasse em silêncio absoluto. Era um garoto alto quem fizera esse vento. Ele estava sobre ela, vestindo uma brilhante túnica de seda dourada com uma faixa prateada na cintura e calças compridas e soltas do mesmo tecido. Ele a colocou sentada, pôs suas mãos escuras notavelmente macias sobre as dela e, sorrindo, assentiu vigorosamente enquanto ela obedecia, acariciando seus cabelos e gesticulando efusivamente para mostrar que a achara bonita.
Bela abriu a boca, mas o adorável garoto logo encostou o dedo nos lábios da moça. Seu rosto demonstrava muito medo, pois ele franziu as sobrancelhas e balançou a cabeça. Bela estava em silêncio.
Ele retirou um longo pente de um bolso em suas roupas soltas e penteou os cabelos dela. E olhando para baixo, sonolenta, ela percebeu que fora lavada e perfumada. Ela sentiu a pressão baixar. Todo o seu corpo cheirava a alguma especiaria doce. Ela conhecia a especiaria. Sua pele brilhava. Ela fora oleada com um pigmento dourado-escuro, que
continha aquele cheiro. O cheiro era de canela. Que adorável, pensou Bela. Ela podia sentir algo colorindo seus lábios e eles tinham gosta de frutas silvestres frescas. Mas ela estava com tanto sono! Ela mal conseguia manter os olhos abertos.
E a toda a sua volta, naquele cômodo mal iluminado, dormiam príncipes e princesas. Ela viu Tristan! E com uma onda indolente de excitação, tentou se mover em direção a ele. Seu criado de pele escura a conteve com uma graça felina, seus gestos imperativos e expressões faciais informando-lhe que deveria ficar bem quieta e bem boazinha. Franzindo as sobrancelhas exageradamente, ele balançou o dedo. Ele olhou para o príncipe Tristan, que dormia, e então, com a mesma ternura delicada, acariciou o sexo nu de Bela e o apalpou, assentindo e sorrindo.
Bela estava cansada demais para fazer algo além de olhar maravilhada. Todos os escravos haviam sido oleados e perfumados. Eles pareciam esculturas de ouro em camas de cetim.
O garoto escovou os cabelos de Bela com tanto cuidado que ela não sentiu o menor puxão de nó. Ele pegou o rosto dela como se fosse algo muito precioso e então acariciou seu sexo novamente do mesmo jeito carinhoso, apalpando-o, e dessa vez despertou-o enquanto ele sorria para Bela, seu dedão mais uma vez pressionando levemente seus lábios como se dissesse: "Seja boazinha, pequenina."
Mas mais anjos apareceram. Meia dúzia de rapazes esbeltos de pele escura que portavam o mesmo sorriso cortês rodearam Bela e, levantando os braços dela sobre a cabeça e juntando seus dedos, ergueram-na para carregá-la. Ela sentiu aqueles dedos sedosos apoiarem-na dos cotovelos até os pés. E fitando sonhadora o teto baixo de madeira, ela foi levada
escada acima em direção a outro cômodo repleto com conversa e vozes estrangeiras.
Ela viu um tecido brilhante sobre si habilidosamente drapeado, o rico pano vermelho coberto por pequenos e intrincados pedacinhos de ouro e vidro, e sentiu o forte aroma de incenso.
E de repente, estava sendo depositada sobre uma almofada muito maior e mais macia de cetim, seus braços esticados até a borda sobre a cabeça, os dedos sob ela.
Ela emitiu o menor ruído e tudo o que conseguiu foi ver seus angelicais captores demonstrarem terror, dedos se lançando novamente sobre os lábios, cabeças balançando em um alerta sinistro.
Então eles se afastaram e ela ficou olhando para cima, para um círculo de rostos masculinos, as cabeças envoltas em brilhantes turbantes de seda colorida, os olhos escuros pairando sobre ela, as mãos cheias de joias gesticulando enquanto falavam sem parar, parecendo brigar e negociar.
Sua cabeça foi erguida, seus cabelos longos levantados e examinados entre dedos cuidadosos. Seus seios foram apertados muito suavemente, e então espancados. Outras mãos afastaram suas pernas, e com o mesmo jeito cuidadoso, quase sedoso, dedos abriram seus lábios vaginais, rolando sobre o clitóris como se ele fosse uma conta ou uma uva, a rápida conversa continuando acima dela. Ela tentou ficar parada, fitando os queixos barbados, os vivos olhos negros acima. E as mãos a tocavam como se fosse de imenso valor e muito, muito frágil.
Mas sua vagina bem treinada contraiu-se, soltou suas secreções, pontas de dedos recolheram fluidos que saíam dela. Seus seios foram espancados novamente e ela gemeu,
tomando muito cuidado para não abrir a boca, e fechou os olhos enquanto até suas orelhas e umbigo eram sondados, os dedos dos pés e das mãos examinados.
Ela soltou a respiração com um sobressalto quando seus dentes foram remexidos, seus lábios puxados. Ela piscou e ficou com sono novamente. Foi virada. As vozes pareciam ficar mais altas; meia dúzia de mãos pressionaram suas feridas e as cruzes rosadas que certamente cobriam suas nádegas. O ânus também deveria ser aberto, é claro, e ela gemeu só um pouquinho, os olhos fechando-se de novo enquanto ela descansava a bochecha sobre o delicioso cetim. Alguns tapas atingiram-na de leve.
E quando foi virada de frente novamente, pôde ver os rostos assentindo, e o homem de rosto escuro no centro, à sua direita, sorriu-lhe rapidamente e deu o mesmo tapinha de aprovação em seu sexo. Então, os garotos angelicais levantaram-na outra vez.
Passei por algum teste, pensou ela. Mas ela estava mais confusa do que com medo, tranquila e quase incapaz de lembrar o que acabara de pensar. O prazer vibrou por ela como se seu corpo fosse a corda de um alaúde que acabara de ser tocada.
Ela foi levada para outro cômodo.
E que coisa estranha e maravilhosa! Ele continha seis longas gaiolas douradas. Uma palmatória, delicadamente esmaltada e dourada, seu longo cabo coberto com fita de seda, ficava pendurada na extremidade de cada gaiola. E o colchão dentro delas era coberto por cetim azul-celeste. Bela percebeu que estavam cheias de pétalas de rosas quando foi colocada em uma dessas gaiolas. Ela podia sentir o perfume, e a gaiola era alta o suficiente para que ela se sentasse se tivesse energia.
Era melhor dormir, como os criados a instruíam a fazer. E é claro, ela entendeu por que eles estavam colocando a mais linda malha de ouro sobre sua vagina, amarrando-a sobre seu clitóris e lábios húmidos e prendendo-a a suas coxas e cintura. Ela não podia tocar suas partes íntimas. Não, ela não deveria. Aquilo nunca fora permitido no castelo ou na aldeia. A porta da gaiola fechou-se com um clique e a chave girou na fechadura; ela fechou novamente os olhos, o calor mais delicioso envolvendo-a.
Algum tempo depois ela voltou a abrir os olhos, apesar de não conseguir se mover, absolutamente, e viu Tristan ser colocado na gaiola que formava um ângulo com a sua, aqueles adoráveis rapazes - eles eram homens jovens, não garotos, simplesmente homens muito pequenos e delicados - apalpavam as bolas e o pênis de Tristan com aqueles dedos escuros e lânguidos. Uma daquelas belas malhas de metal também estava sendo presa a Tristan, e como a dele era maior! E ela vislumbrou o rosto de Tristan por um instante, completamente relaxado no sono e incomparavelmente belo.
OUTRA REVIRAVOLTA
Tristan:
Vi Bela se mover enquanto dormia. Mas ela não acordou.
Eu estava sentado na gaiola, pernas cruzadas, meus olhos fixos no teto do quarto, totalmente concentrado.
Eu tinha certeza de que, meia hora antes, fôramos chamados por uma outra embarcação. Baixamos âncora e alguém subiu a bordo, alguém que falava nossa língua.
Mas não consegui discernir as palavras, apenas o tom e a inflexão familiares. E quanto mais ouvia a conversa mais me convencia de que não havia interprete. Aquele homem tinha que ser da rainha, ele sabia a língua daqueles piratas.
Finalmente, Bela se sentou. Ela se espreguiçou como uma gatinha, e, ao olhar o pequeno triângulo de metal entre as pernas, pareceu lembrar-se de alguma coisa. Os olhos estavam anuviados, os gestos anormalmente lentos ao mover os longos cabelos louros para trás, piscando com a luz da única lanterna pendurada no teto baixo acima. E então ela viu.
- Tristan - sussurrou. Ela sentou mais à frente, segurando as barras da gaiola.
- Shhhhh! - apontei para o teto. E um sussurro apressado, contei a ela sobre o navio emparelhado e o homem que subira a bordo do nosso.
- Eu tinha certeza de que navegávamos em alto-mar - disse ela.
Na gaiola ao lado dela, príncipe Laurent, o pobre fugitivo, dormia, e príncipe Dmitri, o escravo do castelo que fora expulso para a aldeia junto connosco, dormia acima dela.
- Mas quem subiu a bordo? - sussurrou ela.
- Fique quieta, Bela! - voltei a alertá-la. Mas era inútil. Eu não conseguia entender o que estava acontecendo, exceto que continuava a todo o vapor.
Bela tinha a mais inocente das expressões no rosto, o óleo colorido com ouro destacando cada detalhe de sua forma de maneira tentadora. Ela parecia menor, mais curvilínea, mais próxima da perfeição; e encolhida na gaiola, parecia uma bizarra criatura importada de uma terra estranha para ser colocada em um jardim de prazer. Todos nós devíamos parecer daquele jeito.
- Talvez nós ainda sejamos resgatados! - disse ela, ansiosa.
- Não sei - respondi. - Por que não havia soldados? Por que havia uma única voz? Eu não podia assustá-la dizendo-lhe que agora éramos verdadeiros prisioneiros, não tributos valiosos sob a proteção de Sua Majestade.
Finalmente Laurent voltava a si, levantando-se lentamente por causa das feridas que cobriam seu corpo, e com o toque do óleo de ouro ele parecia tão esplêndido quanto Bela. Na verdade, em um estranho espetáculo, todas as suas feridas e marcas estavam tão profundamente coloridas com o ouro que se tornaram quase simples enfeites. Talvez todas as nossas feridas e marcas sempre tenham sido simples enfeites. Seu cabelo, tão maltratado quando ele estava na cruz de punição, agora estava arrumado em magníficos cachos castanho-
escuros. Ele piscou ao olhar para mim, limpando rapidamente o sono narcotizado de seus olhos.
Apressadamente, contei a ele o que havia acontecido e apontei para o teto. Todos escutávamos a voz, apesar de eu achar que ninguém as ouvia mais claramente que eu.
Então Laurent balançou a cabeça e se deitou.
- Que aventura! - disse ele lentamente, com uma indiferença quase sonolenta.
Bela sorriu involuntariamente com a observação e me lançou um olhar tímido. Eu estava com raiva demais para falar. Eu me sentia fraco demais.
- Esperem - disse eu, arrastando-me de joelhos para a frente e agarrando as barras. - Alguém está vindo. - Eu podia ouvir uma vibração contínua pela barra.
A porta se abriu e entraram dois dos garotos vestidos em seda que cuidaram de nós. Eles carregavam pequenas lâmpadas a óleo de metal em forma de barco. E entre eles estava um lorde velho e alto, de cabelos grisalhos, vestindo os familiares colete e ceroulas, a espada ao lado, a adaga em seu grosso cinto de couro, os olhos varrendo o cômodo quase furiosos.
O mais alto dos garotos soltou um rio de suaves palavras estrangeiras para o lorde, que assentiu e gesticulou com uma expressão irada.
- Tristan e Bela - disse avançando pelo cômodo -, e Laurent.
Os garotos de pele cor de oliva pareceram desconcertados diante disso. Eles desviaram o olhar e deixaram o homem sozinho com os escravos, fechando a porta ao saírem.
- Era isso o que eu temia - disse ele. - E Elena e Rosalynd e Dmitri. Os melhores escravos do castelo. Esses ladrões têm excelentes olhos. Eles libertaram os outros na costa assim que descobriram os verdadeiros prêmios.
- Mas o que acontecerá connosco, meu lorde? - perguntei. Ele estava claramente exasperado.
- Isso, meu caro Tristan - disse o lorde -, está nas mãos de seu senhor, o sultão.
Bela engoliu em seco.
Senti minha expressão endurecer e a fúria emergir de dentro de mim.
- Meu senhor - disse eu, minha voz trêmula de raiva -, o senhor não vai nem tentar nos salvar? - Em minha cabeça, via a imagem de meu senhor, Nicolas, atirado às pedra do chão da praça enquanto meu cavalo me levava, minha luta inútil. Mas isso não era nem metade do que me angustiava. O que nos esperava?
- Eu fiz o melhor que pude - disse o lorde, aproximando-se de mim. - Exigi uma enorme indenização por qualquer um de vocês. O sultão paga quase qualquer coisa pelos escravos bem talhados, de pele macia e bem treinados da rainha, mas ele gosta tanto de seu ouro quanto qualquer pessoa. E em dois anos, ele os devolverá bem alimentado, em boa saúde e sem marca, ou nunca mais verá seu ouro. Acredite em mim, príncipe, isso já foi feito centena de vezes. Se eu não tivesse conseguido interceptar esta embarcação, seus emissários e os nossos haveriam se reunido. Ele não quer briga com a Sua Majestade. Vocês nunca estiveram realmente em perigo.
- Nenhum perigo! - protestei. - Estamos indo para uma terra estrangeira onde...
- Quieto, Tristan! - disse ele, secamente - Foi o sultão quem inspirou nossa rainha em sua paixão por escravos do prazer. Foi ele quem enviou a ela os primeiros escravos e explicou a ela os cuidados com que deveriam ser tratados... Nenhum perigo real ameaçará vocês. A não ser, é claro...
- É claro o quê? - perguntei.
- Vocês serão mais desprezíveis - disse o lorde dando de ombros, ansioso, como se não pudesse explicar direito. - Ocuparão uma posição muito mais baixa no palácio do sultão. É claro que serão os brinquedos de seus senhores e senhoras, brinquedos muito valiosos. Mas vocês não mais serão tratados como seres racionais. Ao contrário, serão treinados como animais valiosos, e nunca devem, que Deus os ajude, tentar falar ou manifestar mais do que a mais simples compreensão...
- Meu senhor - interrompi.
- Como você viu - continuou o lorde -, os criados nem ficaram no mesmo cômodo se alguém falar com vocês como se tivessem inteligência. Acham isso muito incompatível e inadequado. Eles se retiram diante da detestável visão de um escravo tratado como...
- ... um ser humano - sussurrou Bela. Seu lábio inferior tremia tanto enquanto ela apertava forte as barras com seus pequenos punhos, mas não estava chorando.
- Sim, exatamente, princesa.
- Meu lorde. - Eu estava furioso. - O senhor deve nos resgatar, pois estamos sob proteção de Sua Majestade! Isso viola todos os acordos!
- Fora de questão, caro príncipe. Nas trocas complexas entre grandes poderes, algumas coisas precisam ser sacrificadas. E isso não viola acordo algum. Vocês foram enviados para servir, e servirão, no palácio do sultão. E não tenha dúvida de que serão apreciados por seus novos senhores. Embora o Sultão tenha muitos escravos de sua própria terra, vocês, príncipes e princesas cativos, são uma iguaria muito especial e uma grande curiosidade.
Eu estava furioso e abatido demais para continuar falando. Era inútil. Nada do que eu disse fizera a menor diferença. Fui aprisionado como uma criatura selvagem, e minha mente esmoreceu em um silêncio infeliz.
- Eu fiz o que pude - disse o lorde, sua visão incluindo os outros agora que se afastava.
Dmitri estava acordado e ouvia apoiado sobre o cotovelo.
- Fui levado para obter um pedido de desculpas pelo saque - continuou o lorde - e uma boa indenização. Consegui mais ouro do que esperava. - Ele se dirigia à porta. Sua mão estava na maçaneta. - Dois anos, príncipe, não são tanto tempo - disse ele a mim. - E quando retornarem, seu conhecimento e sua experiência se provarão de valor inestimável no castelo.
- Meu senhor - disse eu, de repente. - Nicolas, o cronista. Diga-me ao menos se ele foi ferido durante o saque.
- Ele está bem vivo e muito provavelmente trabalhando a todo vapor em seu relato do saque a Sua Majestade. Ele está sofrendo muito por você. Mas nada pode ser feito. Agora devo
deixá-los. Sejam corajosos e inteligentes, inteligentes ao fingir que não são inteligentes, que não são mais que desprezíveis amontoados de excitação ininterrupta.
E imediatamente nos deixou.
Todos permanecemos quietos, ouvindo os gritos distantes dos marinheiros acima. Então sentimos o mar se agitando quando a outra embarcação afastou-se lentamente da nossa.
E o navio gigantesco pôs-se novamente em movimento, rápido, como se em velocidade máxima, e tombei para trás, sobre as frias barras de ouro, o olhar fixo à minha frente.
- Não fique triste, meu querido - disse Bela, olhando para mim, seus longos cabelos cobrindo os seios, a luz cintilando em seus membros polidos. - Dá no mesmo.
Virei para o lado e deitei apesar do desconfortável metal entre minhas pernas, descansei a cabeça sobre os braços e, por longo tempo, chorei em silêncio.
Finalmente, quando minhas lágrimas secaram, ouvi novamente a voz de Bela.
- Sei que você está pensando em seu senhor - disse ela, delicadamente. - Mas, Tristan, lembre-se de suas próprias palavras.
Suspirei sobre meu braço.
- Lembre-me delas, Bela - pedi, baixinho.
- Que toda a sua existência é uma súplica para ser dissolvida na vontade dos outros. E é assim que seguimos, Tristan, envolvendo-nos cada vez mais nessa dissolução.
- É só mais uma reviravolta - disse ela. - E agora entendemos melhor o que sempre soubemos, desde que fomos capturados.
- Sim - disse eu -, que pertencemos aos outros.
E virei minha cabeça para olhar para ela. A posição das gaiolas não permitia que tocássemos mais que as pontas de nossos dedos, se tentássemos, e era melhor apenas ver seu lindo rosto e seus bracinhos sedutores enquanto ela segurava as barras.
- É verdade, você está certa - disse eu. E senti um aperto no peito e a velha conhecida consciência de minha fragilidade, não como príncipe, mas como escravo, completamente dependente dos novos e desconhecidos senhores.
E ao olhar para o rosto dela, senti o primeiro sinal do
assombro que iluminava seus olhos. Não sabíamos que tormentos ou prazeres nos aguardavam.
Dmitri virara-se e voltara ao sono. Assim como Laurent,
abaixo.
E Bela se espreguiçou novamente como um gato, deitando no colchão de seda.
A porta se abriu e os jovens criados com suas roupas de seda
entraram, seis deles, um para cada escravo, aparentemente - e se aproximaram das gaiolas, oferecendo, ao destrancá-las, uma bebida quente e aromática, que certamente continha alguma indesejada poção sonífera.
CATIVEIRO DA LUXÚRIA
Já era noite quando Bela acordou. Ao se virar, viu estrelas através de uma pequenina escotilha gradeada.
A grande embarcação rangia e zunia ao romper as ondas. Mas ela estava sendo pega, retirada da gaiola, seus sonhos ainda não dissipados, e deitada novamente sobre uma almofada gigantesca, dessa vez em cima de uma longa mesa.
Velas ardiam. Ela podia sentir o forte perfume do incenso. E
uma deliciosa e vibrante música soava ao longe.
Os adoráveis jovens acercavam, esfregando o óleo dourado em sua pele, sorrindo para ela enquanto trabalhavam, esticando seus braços para cima e para trás, mostrando a seus dedos, como segurar firme a ponta da almofada. E ela viu um pincel abaixando para colorir cuidadosamente seus mamilos com o brilhante pigmento de ouro. Ela estava chocada demais para emitir algum som. Permaneceu parada enquanto seus lábios também eram pintados. Então as cerdas macias do pincel delinearam seus olhos com ouro, pincelando-o em seus cílios. Grandes brincos de pedras preciosas foram mostrados a ela e, com um pequeno suspiro, sentiu suas orelhas serem perfuradas, mas os silenciosos e sorridentes captores apressaram-se a calá-la e consolá-la. Os brincos pendiam dos pequenos buraquinhos ardidos e a dor dissolveu-se quando ela sentiu as pernas serem afastadas e uma tigela de frutas coloridas e lustrosas foi colocadas à sua frente. A pequena armadura de malha de ferro foi removida de seu sexo e dedos delicados a apalparam e acariciaram-na até que ele despertasse. Então ela olhou para o rosto de pele acastanhada do primeiro homem que a recebera. Ele devia ser seu criado. E
viu que ele pegava as frutas da tigela - tâmaras, pedaços de melão e pêssego, pequenas peras, frutas silvestres vermelho- escuras - e cuidadosamente mergulhava cada pedacinho em xícara de mel prateada.
Suas pernas foram bem afastadas e ela percebeu que as frutas com mel estavam sendo colocadas dentro dela. Seu sexo bem treinado tensionou-se irresistivelmente enquanto os dedos sedosos enfiavam o melão cortado bem fundo, e mais um pedaço, e mais outro, fazendo com que ela ruborizasse e suspirasse cada vez mais.
Ela não conseguia evitar os gemidos, mais isso seus captores pareciam aprovar. Eles assentiram, seus sorrisos ainda mais iluminados. Ela estava recheada de frutas. E sentiu uma pulsação dentro de si. Então mostraram a ela o brilhante cacho de uvas que foi colocado sobre o ponto de união entre suas pernas. E um adorável ramo de flores brancas foi posto sobre seu rosto, e depois colocado entre seus dentes, as pétalas macias agitando-se sobre as bochechas e queixo da forma mais leve possível.
Ela tentou não morder o cabo de flores, apenas segurá-lo com firmeza. Suas axilas estavam sendo pintadas com uma grossa camada de mel e algo, talvez uma tâmara carnuda, foi colocada dentro de seu umbigo. Pulseiras preciosas passaram por seus pulsos. Estavam colocando-lhe pesadas tornozeleiras. Seu corpo ondulava quase irresistivelmente sobre a almofada enquanto a tensão crescia dentro dela, a leve paixonite pelos rostos sorridentes. E ela também sentia medo, ao perceber que era lentamente transformada em um lindo enfeite.
Mas ela foi deixada de lado com o aviso imperativo de que deveria permanecer imóvel e em silêncio.
Então ela ouviu outros rápidos preparativos no cômodo, escutando as respirações baixas e quase conseguia marcar o ritmo de um coração batendo ansiosamente ao seu lado.
Finalmente seus captores reapareceram. Ela foi erguida na grande e grossa almofada, como um tesouro. A música aumentava enquanto ela era levada escada acima, os músculos de seu sexo apertando o enorme recheio de frutas, o mel e os sumos pingando dentro dela. A tinta dourada secara em seus mamilos, tornando a pele mais firme. Ela sentia um novo estímulo em cada centímetro da pele.
Ela foi levada a um grande quarto, a luz suave e trêmula. O incenso era inebriante. O ar pulsava ao ritmo dos pandeiros. O dedilhar das harpas, as notas agudas e metálicas dos instrumentos. Sobre a cabeça, ela viu o tecido drapejado do teto ganhar vida com os pequenos fragmentos de vidro espelhado, intricadas estampas douradas.
Ela foi colocada novamente no chão e, ao virar a cabeça, inevitavelmente viu os músicos à sua esquerda, ao longe e, logo à direita seus novos senhores estavam de pernas cruzadas, comendo seus banquete de grandes pratos de comida que cheirava deliciosamente, com túnicas e turbantes de seda bordada, os olhos penetrando-a vez por outra enquanto falavam uns com outros em vozes rápidas e tranquilas.
Ela se contorceu sobre a almofada, segurando firme em sua borda, mantendo as pernas bem abertas como fora tão ensinada a fazer na aldeia e no castelo. E seus criados silenciosos e temerosos alertavam-na e imploravam-lhe com
olhares medonhos e dedos sobre os lábios, mais uma vez afastados sombras, onde ficavam para tomar conta dela, passando despercebidos pelos comensais.
Ah, que estranho mundo é esse em que renasci?, pensou ela, as frutas inchando contra o perto de sua vagina quente. Ela sentiu os quadris erguerem-se da seda, os brincos pulsando nas orelhas. A conversa continuava em um fluxo natural, e de vez em quando um lorde de turbante escuro sorria para ela antes de voltar a falar com os outros.
Mas outra figura aparecera. Algo que ela conseguia ver de rabo de olho, à esquerda. Ela viu que era Tristan.
Ela estava sendo trazido de quatro, puxado por uma longa corrente de ouro afixada a uma coleira incrustada de pedras preciosas. Ele também fora lustrado com óleo de ouro, seus mamilos estavam dourados. Seu grosso arbusto de pelos púbicos fora salpicados de pequenas pedras brilhantes e seu pênis ereto cintilava sob a fina camada de ouro. As orelhas foram furadas não com brincos pendentes, mas com rubis solitários. O cabelo estava dividido ao meio e fora lindamente escovado com pó de ouro. Tinta dourada delineava os olhos, engrossava com cílios e definia a impressionante perfeição de sua boca. E seus olhos azul-violeta queimavam com um brilho iridescente.
Os lábios formaram um meio sorriso enquanto ele era levado até ela. Ele não parecia triste ou com medo, mas perdido no desejo de cumprir a ordem do belo anjo de cabelos negros que o conduzia. E quando o rapaz de pele escura guiou-o para cima de Bela, pressionando sua cabeça contra a axila esquerda da moça até seu rosto tocar o mel, ele começou a sorvê-lo.
Bela suspirou, sentindo a forte pressão molhada da língua dele, que lambia a curva arredondada de sua carne. E os olhos dela arregalaram-se quando ele limpou todo o líquido, os cabelos fazendo cócegas no rosto dela, até que Tristan inclinou-se para alimentar-se da axila direita com a mesma avidez.
Ele parecia um deus estrangeiro deitado sobre ela, o rosto pintado como algo vindo das profundezas dos sonhos secretos, os ombros e braços poderosos magnificamente resplandecentes.
Com um puxão na frágil corrente de couro, o guia ágil de dedos longos conduziu-o para baixo, fazendo com que baixasse a cabeça brilhante até que, faminto, ele pegou a tâmara melada de seu umbigo.
Os quadris e a barriga de Bela ergueram-se bruscamente com o toque dos lábios de Tristan, o gemido soltando-se dela, as flores em sua boca tremulando sobre suas bochechas. E ela viu seus criados a distância, como em uma névoa, sorrindo, assentindo, incentivando.
Tristan ajoelhou-se entre suas pernas. E desta vez o criado não teve que guiar sua cabeça. Em um gesto quase selvagem, Tristan abocanhou sua cobertura de frutas, a suave pressão de suas mandíbulas sob o púbis da moça a enlouqueceu.
Ele consumiu as uvas, sua boca pressionou os lábios da vagina dela e ele pegou os grandes pedaços de melão com os dentes.
Bela se esticou e se encolheu sobre a almofada. Seus quadris erguiam-se descontroladamente. A boca de Tristan afundou ainda mais dentro dela, os dentes mordendo seu clitóris, ele
lambendo-o enquanto extraia mais frutas. E em uma explosão de movimentos ondulantes, Bela empurrou o quadril com toda a força, oferecendo-as a ele.
A conversa no quarto havia morrido. Agora a música era baixa, ritmada e quase assombrosa. E os próprios gemidos de Bela transformaram-se em uma respiração arfante, a boca aberta, enquanto os rapazes sorriam orgulhosos.
As mandíbulas de Tristan trabalhavam nela, esvaziando-a. E agora ele sorvia os sumos entre suas pernas, a língua molhada voltando a acariciar seu clitóris lentamente.
Ela sentiu que seu rosto estava vermelho como sangue. Seus mamilos eram duas sementes doloridas.
Seu corpo com um arrebatador gemido de decepção, ela viu a cabeça de Tristan se erguer. A pequena corrente estava sendo puxada, Ela soluçou suavemente.
Mas ainda não havia terminado. Ele foi colocado ao seu lado, habilmente virado e então posicionado novamente sobre ela, seu pênis descendo sobre os lábios dela enquanto sua boca abria-se bem para cobrir todo o púbis da moça. Ela levantou a cabeça, lambendo o membro dele, tentando abocanhá-lo com os lábios e ao repentinamente capturá-lo, puxou-o para baixo enquanto erguia os ombros.
Ela o chupou freneticamente até o fim, o gosto doce do mel e da canela misturando-se ao cheiro salgado e quente da carne de Tristan, os quadris cavalgando sobre as almofadas enquanto Tristan chupava o pequeno botão entre as suas pernas, virando a boca para fechar seus lábios grossos e pulsantes com os dentes, a língua sorvendo o mel que saía entre eles.
Gemendo, quase gritando, Bela mamava no pênis dele, a cabeça pendendo sob o órgão, a boca contraindo-se no ritmo dos espasmos entre as pernas de Tristan enquanto ela o sentia chupar seu clitóris e o monte acima com uma violência repentina. E quando o orgasmo ardente e trêmulo a inundou, suscitando seus gemidos e suspiros mais altos, ela sentiu o gozo dela transbordando, preenchendo-a.
Eles se debatiam encaixados e a tenda lotada ao redor deles era só silêncio. Ela não via nada. Sua mente estava vazia. Ela sentiu Tristan deslizar para fora. Ela voltou a ouvir o burburinho baixo. Ela sabia que a almofada fora erguida e estava sendo carregada.
Eles estavam descendo os degraus, levando-a para o cômodo das gaiolas. Ao seu redor havia um falatório baixo e animado, os angelicais criados rindo e conversando com palavras rápidas enquanto desciam a almofada sobre uma mesa baixa.
Então ajudaram Bela a se colocar de joelhos e ela viu Tristan ajoelhado bem à sua frente. Os braços dele envolveram o pescoço dela, os braços dela foram conduzidos à cintura dele e sentiu as pernas do rapaz contra as suas, as mãos dele pressionando seu rosto contra seu peito enquanto ela fitava os anjos que, chegando cada vez mas perto, acariciavam cada corpo de Bela e Tristan.
Nas sombras, Bela viu o rosto suave e sereno dos outros príncipes e princesas observando.
Mas seus adoráveis captores haviam pego as palmatórias esmaltadas de sua gaiola e da Tristan, exibindo rapidamente os finos artigos sob a luz, permitindo que Bela visse a intricada ornamentação de círculos e flores, e as pálidas fitas azuis caindo dos cabos.
A cabeça de Bela foi puxada para trás delicadamente e a palmatória colocada diante de seu rosto, tocando seus lábios para que ela a beijasse. Acima dela, Tristan fez o mesmo, seus lábios no mesmo meio sorriso quando a palmatória foi afastada e ele olhou para Bela.
Ele a abraçou forte quando as primeiras pancadas dolorosas vieram, seu corpo forte obviamente tentando conter os pequenos choques das palmadas enquanto ela gemia e contorcia-se sob elas, como a senhora Lockley ensinara-lhe. O riso alegre e claro dos criados vinha de todos os lados.
Tristan beijou os cabelos de Bela, suas mãos massageando fervorosamente sua carne, enquanto ela pressionava seu corpo mais e mais contra o dele, seus seios esmagados contra o peito do príncipe, suas mãos abertas nas costas dele, suas nádegas sofridas inundadas por um calor lancinante, as velhas feridas como pequenos nós sob a palmatória. Tristan não conseguia mais ficar parado, os gemidos vinham do fundo de seu peito, seu pau subiu entre as pernas dela e a larga ponta molhada deslizou para dentro dela. Os joelhos de Bela deixaram a almofada. Sua boca encontrou a de Tristan, enquanto seus jubilosos captores dobravam a força das pancadas, mãos ávidas empurravam Tristan e Bela ainda mais próximos.






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⏰ Última atualização: Apr 08, 2018 ⏰

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