that's nothing.

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chenle sempre acompanhava jisung até sua casa, que ficava a algumas quadras da escola.
nunca recusava entrar, sendo sempre bem-vindo.
porém, ao perceber que algo estranho se passava por ali, não se conformou em ficar quieto.

todos os dias, sem exceções, ao entrar no quarto do mais novo, é deixado sozinho por breves quinze minutos.
uma vez perguntado ao park o que raios sempre fazia naquele horário, simplista respondia com um "vou ao banheiro, oras".

a questão é que o lavabo fica ao lado do quarto, e o chinês nunca ouviu sequer uma descarga vinda do local.
jisung sumia, reaparecia com uma expressão carregada de melancolia e não respondia nenhuma de suas perguntas sobre.

desde que passara a notar o comportamento suspeito do amigo, não é capaz de manter-se quieto à sua espera dentro daquele quarto apertado.
e decretou a si mesmo que não iria.

em mais um dia rotineiro, chegavam ele e o coreano, jogando as mochilas em qualquer canto da porta de entrada — não é como se fossem os mais cuidadosos.
pegaram o celular, que parecia ser grudado em suas próprias mãos, antes de, silenciosamente, subir as escadas.

a cada passo, chenle ficava mais buliçoso.
jisung parecia mesmo estar cabisbaixo desde que da escola saíram, mas, já sabendo que não obteria nenhuma resposta, resolveu não o questionar — afinal, descobriria por si mesmo, hoje.

adentrou o quarto e se sentou na cama já muitas vezes usada por si, examinando cada ato do maior, que parecia guardar um livro qualquer na cômoda.

— já volto. — avisou, sem ao menos o encarar, num instante quase sumindo pela porta.
zhong não o deixaria escapar dessa vez.

honestamente, não sabia o certo motivo no qual estava prestes a fazer aquilo.
podia não ser nada de mais, ou algo até extremamente constrangedor, que o chinês não faz questão de comentar.
contudo, conhecendo park com a palma da mão, sabia que se fosse algo estúpido, o jovem não faria tanta questão de esconder-lhe.
e, lá no fundo, chenle sentia que não era boa coisa.

esperou cinco breves minutos até que jisung estivesse fora de seu alcance, antes de, em passos silentes, caminhar devagarinho até a entrada do quarto.

conseguia ver a porta do banheiro entreaberta, ótimo, facilitaria seu trabalho.
com o fato de não estar trancada, se sentiu um pouco mal por pensar que talvez o maior não a trancou porque sabia que zhong não invadiria 'seu espaço'.
este pensamento insistindo em rondar em sua mente quase o fez desistir, se não tivesse sido capaz de ouvir suspiros sôfregos, seguidos de uma série de respirações descompassadas, o que o denunciava:

jisung estava chorando.

o coração do loiro se apertou.
o que de tão ruim teria acontecido para fazer com que o orgulhoso park jisung chorasse tão fragilmente, escondido naquele cubículo?

não conseguiu mais suportar a situação. aproximou-se em passos estrondosos do banheiro, abrindo calmamente a porta.
a primeira coisa que conseguiu foi o cessar do choro, seguido de um olhar arregalado do maior.

— c-chenle?! o que faz aqui? — com uma voz trêmula, levantou de supetão, enquanto o chinês mantinha-se parado na porta.

park estava sem camisa, deixando à mostra o tronco antes nunca visto pelo outro.
se assustou com a extrema magreza na qual se encontrava o amigo.
as roupas pareciam esconder tão bem. desde quando o braço de jisung ficara tão fino daquele jeito?
suas costelas eram facilmente visíveis, pode-se dizer que o azulado quase não tinha pele na região da barriga.

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