"O tempo cura tudo (...), menos a verdade."
O Jogo do anjo - Carlos Ruiz Zafón
28 de Abril de 2015, Fallon, Nevada, Estados Unidos
A pacata cidade do interior dos Estados Unidos era em maior parte formada por conservadores e protestantes de modo que a incidência de dolos e delitos eram apenas pequenos furtos e muito raro algo mais grave. Assim aquele dia parecia ser mais um dia como qualquer outro enquanto o xerife da região estava sentando ao lado de um índio, numa varanda. O homem, talvez um dos poucos verdadeiros norte-americanos parecia num papo completamente descontraído com o Xerife um homem sem muitos problemas naquele simpático lugar. O homem que aparentava ter mais de 70 anos estava avontade com uma pena na orelha balançando-se numa cadeira de balanço sentindo o vento em seu rosto balançar as madeixas de seus cabelos embranquecidos pelo tempo.
- Mas quando equilíbrio se perde, koyaanisqatsi emerge. Coisas esquisitas acontecem. - disse o índio olhando para a rua.
- Isso são lendas - retrucou o Xerife. - O que acontece de incomum nessa cidade, apenas estranhos cruzam pela route 50 a todo instante. A maioria dos delitos são de pessoas de outras cidades.
- Sinal do tempo ser. - resmungou o índio dando mais um impulso na cadeira.
Naquele instante um ruído abaixo surgiu destacando-se do comum, o xerife parou para ouvir assustado, mas o índio inclinou-se para frente e disse.
- Esse motor de carro não conhecer.
- Isso parece ruído de turbina de avião. Mas por aqui não há rotas de linhas aéreas.
O índio então virou-se para ele e disse com um sorriso irônico.
- Koyaanisqatsi.
O xerife levantou-se e foi para a rua quando o ruído aumentou rapidamente. Assim ouviu mais alto de modo que algumas pessoas pararam no meio da rua para tentar compreender de onde vinha o som. Mas de repente o estrondo que agora se tornou parecia fazer estremecer mesmo as janelas dos imóveis quando de súbito viram um avião 757 passou sobre suas cabeças a apenas uns 15 metros do chão.
Os carros pararam no meio da rua e as pessoas saíram do veículo quando observaram o avião seguir até as montanhas do deserto de nevada, rota 50 a dentro. O avião virou para a esquerda e sumiu por de trás de uma montanha sucedendo a um estrondo.
O xerife então sem pensar duas vezes correu até o seu carro oficial e pegou o rádio para notificar as demais autoridades.
- Atenção, xerife Ronald Johnson, queda de avião atrás das montanhas na rota 50, enviar viaturas, chamem os bombeiros e ambulâncias. Câmbio.
- Sim, senhor, estamos fazendo o possível.
O homem entrou no carro sem despedir-se do índio e acelerou rota 50 a dentro tocando os pneus enquanto os demais cidadãos apenas ficavam parados no meio da rua perplexos com seus celulares em mão filmando a coluna de fumaça que agora se levantava de trás da montanha.
Ronald Johnson acelerou o carro levantando poeira quando atrás surgiram mais duas viaturas indo em sua direção. seguiu-se então em alta velocidade até a montanha após uns 7 minutos e viram uma cenário de desolação absoluta.
O carro do xerife adentrou o terreno irregular pois seu carro tinha tração nas quatro rodas e seguiu saindo da pista central até o local do incidente. E freiou repentinamente parando diante do que sobrou do avião quando viu dois feridos saindo cambalentes de dentro do avião, com sangue em suas roupas.
YOU ARE READING
Adormecidos (Sleepners)
Science FictionNessa novela de ficção científica somos apresentados a um futuro distópico improvável onde a humanidade decadente mergulha em seus próprios sonhos como escapismo a uma realidade cruel e possivelmente dominada por alienígenas. Somos apresentados ao m...