3.9 - The last one.

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*Mais alguns anos depois...


- Descansa um pouco Liz. Você está exausta.- Jisoo disse encostando sua mão em meu ombro, me dando um leve susto.

- Não estou cansada, estou bem.- eu disse rapidamente, me virando para a porta outra vez.

- Está sentada na mesma posição à horas. Quando não está sentada, está andando freneticamente pra trás e pra frente. Você precisa relaxar.

- Está tudo bem, eu não posso sair daqui. Eu só estou nervosa. É normal não é? O fato de eu estar nervosa.- eu disse virando meu rosto para ela.

Jisoo riu e se sentou no banco ao meu lado.- Claro que é. É mais do que normal.- minha irmã acariciou minha costa.- Vou ficar aqui com você.

- Não precisa, pode ficar com a Chae.

- Chae já está no vigésimo sono.- a garota apontou para uns sofás no salão de espera que estavam vazios. Chaeyoung estava deitada e coberta em um deles, dormindo profundamente. Eu não a culpava, já que era madrugada.

- Pegue Lisa.- senhora Lauren chegou próximo de nós e nos ofereceu dois copos com café quente. Peguei o meu imediatamente.- Aqui Jisoo.

- Obrigada senhora Kim.- eu agradeci, mas logo fui repreendida com o olhar pela mãe de Jennie.- Quero dizer, obrigada Lauren.

- Sem problemas filha.- a mulher se sentou ao meu outro lado vazio.- Nervosa?- ela disse esfregando minhas costas com sua mão esquerda.

- E como.- eu disse respirando fundo e encarando a porta que estava à minha frente. Nervosa era pouco para definir o meu estado.

- Não tem como você saber como está lá dentro?- Lauren perguntou para Jisoo se referindo à sala de cirurgia.

- Não posso ter contato com o procedimento quando se trata de alguém com quem eu possuo laços afetivos.- Jisoo explicou.- Mas se tudo estiver ocorrendo bem, já está próximo de acabar.

- Tem que estar tudo bem.- eu disse baixinho, ainda sem desviar meus olhos da porta. Eu sussurrava para mim mesma.- Tem que estar tudo bem.

Passado mais algum tempo, Jisoo foi cuidar de Chaeyoung que já estava acordando e Lauren foi fazer companhia para George, o pai de Jennie, que também estava na sala de espera do hospital. Nada e nem ninguém me fazia querer me mover dali. Cada minuto sem notícias era uma tortura para a minha ansiedade incontrolável. Desde que os dois entraram para aquela sala de cirurgia, eu só pensava no momento em que eu os teria de volta, seguros em meus braços.

Um ano depois do meu casamento com Jennie, a morena decidiu que já estava na hora de aumentarmos um pouco a família. De início eu me assustei um pouco e não concordei, mas depois de pensar e amadurecer a ideia, Jennie me ajudou à ver que seria incrível fazer com que pudéssemos gerar um fruto do nosso amor.

Fizemos os procedimentos para a inseminação artificial que seriam feitas na cavidade uterina de Jennie, e por sorte conseguimos os resultados positivos de primeira. Desde então, durante esses nove meses de gestação, posso dizer que passamos por um processo incrível de mudanças e aprendizados em nossas vidas. Jennie agora carregava uma vida dentro de si, e as duas agora eram minha total responsabilidade. Cuidar dos dois era o meu dever, e independente de qualquer coisa, tudo o que eu fizesse agora seria em função deles. Sempre fui muito sozinha e independente, tudo o que eu fazia ou deixava de fazer era só do meu interesse. Mas nesses últimos tempos, minha vida agora não era mais apenas minha. Eu vivia e respirava agora para poder sempre ver minha mulher e meu filho felizes. Era apenas tudo o que eu queria.

Jennie... o que dizer de Jennie? Jennie era simplesmente a maior razão da minha existência hoje. Foi a mulher que me mudou, mudou a minha vida. Jennie foi a mulher que com tão pouco, conseguiu mudar minha vida de medíocre para uma vida inimaginavelmente extraordinária. Apenas com um sorriso. Apenas com um toque, um carinho. Apenas com sua presença, ela conseguiu tanto. Conseguiu o melhor de mim, o melhor que nem eu mesmo sabia que tinha. Tudo por quê essa garota, que agora já se fez uma mulher tão forte e tão admirável, me mostrou o amor. Jennie era minha menina-mulher, a quem eu jurei proteger e cuidar para sempre. Apesar de sempre conseguir e se preocupar em cuidar de mim também.

Quando eu não era nada, Jennie apareceu e se tornou o meu tudo. Ela havia me mostrado a beleza do amor e me dado a honra de ser sua esposa. Me mostrou também o quanto era maravilhoso podermos duplicar, ou até triplicar o nosso amor com a chegada de uma criança. Eu amava com todas as minhas forças, igualmente como amava aquela criança, a qual eu ainda nem conhecia pessoalmente.

Meu coração palpitou descontroladamente e eu pulei da minha cadeira quando vi a porta onde Jennie e a criança entraram se abrir. O médico que realizou a cirurgia veio devagar em minha direção, se contrapondo ao modo de como eu praticamente pulei sobre ele. Quando me viu, abriu um sorriso no rosto.

- Doutor, m-me dig-ga.- gaguejar era uma característica bem típica do meu nervosismo.- Está t-tudo bem?

- Acalme-se Lalisa.- ele disse encostando uma mão sobre meu ombro e sorrindo.

- Taeyong, como ela está? E a criança?- Jisoo e os outros apareceram imediatamente atrás de mim.

- Fiquem calmos, está tudo bem.- ele disse para todos.- O procedimento não poderia ter sido melhor.

Um alívio enorme se instalou pelo meu peito e tudo o que eu queria agora era poder vê-los. Eu precisava conhecer meu filho.

- Posso vê-los?- eu disse com os olhos arregalados para o médico.

- Com toda certeza.- ele disse.- Mas por enquanto, apenas você. Jennie está acordada, mas ainda não está forte.

- Tudo bem. E a criança?- eu perguntei. Confesso que estava bastante nervosa.

- Um menino saudável e forte. Como já esperávamos.- abri um sorriso enorme no meu rosto ao ouvir a frase. Nesse momento, ele já me guiava em direção à sala onde estava Jennie e o nosso filho. Me pediu para vestir algumas roupas especiais e colocar uma pequena máscara para poder entrar no quarto.

Caminhei até uma porta que foi aberta pelo médico. Sorri largo quando avistei Jennie deitada na cama. A menina estava deitada e com um olhar um pouco sonolento, mas ainda assim me lançou seu lindo e encantador sorriso. Apressei o passo até ela.

- Meu amor.- eu disse baixinho quando cheguei perto da menina.- Como se sente?

- Feliz.-ela disse baixo, talvez por não estar permitida a falar muito.

Peguei em sua mão e depositei um beijo na mesma. Olhava para o rosto angelical de Jennie quando a menina olhou por cima dos meus ombros e me apontou com a cabeça sorrindo. Eu apenas segui seu olhar.

Olhei para trás de mim, onde uma enfermeira vinha caminhando em minha direção lentamente, sorrindo. Fiquei estática e minhas pernas tremeram de leve quando percebi que a enfermeira carregava meu filho nos braços. A mulher chegou e me ofereceu a criança nos braços, o que me fez ter um medo de deixá-la cair com meu jeito desastrado.

Me aproximei e ajeitei aquele corpinho fraco e miúdo entre meus braços. Sorri instantaneamente. Tinha os traços de Jennie. Seus olhinhos pequenos, sua boquinha delicada e seu narizinho no formato do da mãe. Dormia profundamente, com sua expressão calma. Me virei para Jennie, que ainda me olhava rindo.

- Tenho medo de deixá-lo cair.- eu disse para a morena.

- Não vai. Eu sei que não.- ela disse baixinho e me lançou um sorriso carinhoso.

Olhei novamente para o menino. Segurar aquele corpo pequeno e indefeso, sentir seu calor se espalhar por meus braços era mágico. Meu filho estava ali, comigo, em meus braços. Naquele momento, eu soube a razão de tudo. Naquele momento eu soube o que era o amor que um filho te fazia sentir, o que era essa enorme vontade de proteger alguém. Naquele momento eu senti a paz transmitida pela expressão daquele bebê, eu senti que poderia morrer por outro ser humano sem pensar duas vezes. Naquele momento, eu soube como era me sentir completa.

•••

Fim? Hehe fiquem atentos, it isn't over yet!!

That's the way it is Onde histórias criam vida. Descubra agora