Capítulo 1x02

11 3 0
                                    


Cena 1

Estrela e Rafael são consolados.

Rafael: Não aproveita, Yuri!

Yuri: Não tô aproveitando! Eu só tô consolando...!

Sol: Bem, Rafael..., eu não sou minha irmã, mas posso te consolar, afinal ela tem namorado...

Irritada, Estrela interrompe: Parem de brincadeirinhas, tá?!

Sol: Desculpe, Estrelinha! Nós só estamos tentando animar vocês um pouquinho...

Estrela: Tá. Desculpa! Logo eu que dizia não gostar dela... Yuri, me faz um grande favor? Chama o Gustavo. Pelo menos ele podia cuidar do velório... E fala pra Yaritza cuidar da cerimônia cigana.

Yuri: Pode deixar comigo!

Rafael: Valeu, Yuri.

Ele sai. Chegam Sara, Alberto e Nadia.

Sara: E então?

Sol: E então, maninha, que o pior aconteceu...

Sara: Por isso! Eu senti que algo tinha acontecido!

Nadia: Inclusive, quase que a boneca despenca do trapézio e suja o chão de vermelho...

Alberto (irritado): Qual é, Nadia?! Nem nesses momentos você dá uma maneirada?

Nadia: Ai, gato... Calminha!

Sara: Calminha, não! O gato tem dona.

Rafael, enciumado, sai de perto.


Cena 2

Álvaro chega na mansão Ruiz e é surpreendido por sua irmã Angel:

- Chegou tarde... Se enroscou com alguma circense? Uma cigana...?

Álvaro: Que chatice! Se bem que tinha mesmo umas gatinhas no circo... Mas não. Dessa vez foi uma mulher daqui da cidade mesmo...

Angel: Que horror! Você devia é arranjar uma mulher de verdade, que goste de você! Apesar disso ser meio difícil...

Álvaro: Pra quê, maninha? De mulher chata na minha vida, já basta você! Se bem que eu dei uma trombada com uma gatinha do circo... Huumm.! Com aquela eu casava de olhos fechados!

Angel: Até imagino o estilo, a xucrice...

Álvaro: Amanhã eu vou ao circo de novo, atrás dela...

Chega Luis, filho de Angel, e os interrompe:

- Você vai no circo amanhã de novo, tio? Me leva junto?!

Angel (indignada): O quê que você está fazendo acordado, filho? E ouvindo conversa atrás da porta. Que falta de etiqueta! Como a babá faz falta...

Luis: Eu acabei de levantar! Tava sem sono, mãe.

Álvaro: Pode deixar, moleque! Amanhã, cedinho, eu te levo.

Angel: Mas um circo tão vulgar!


Cena 3

No dia seguinte, após o enterro de Raquel, Estrela volta para sua barraca. Em seguida, acompanhado de Luis, chega Álvaro, que a surpreende.

Estrela: Ai, que susto! O senhor de novo, puxa...

Álvaro: Calma, garota! Só queria te dar isto.

Álvaro entrega uma flor de plástico para garota, que fica encantada.

Luis: Puxa, que garota bonita, tio! Vocês se conheceram aqui? Foi com ela que você ficou ontem? Ou foi com ela que você disse que até casava?

Estrela começa a rir.

Álvaro (desconcertado): Não liga para o que o meu sobrinho diz. Ele é inocente... Mas diga, qual é o seu nome?

Estrela: É Estrela.

Álvaro: Um nome iluminado para uma garota mais iluminada ainda.

Estrela (entusiasmada): Puxa, obrigada. O senhor é que é gentil. E o senhor como se chama?

Álvaro: Não me chame de senhor! Faz eu me sentir um velho... Me trate por Álvaro, esse é o meu nome.

Estrela: É que eu fico sem jeito!

Álvaro: Deixa disso! Quer saber? Você é linda demais pra ficar aqui escondida nesse circo, nesta barraca... Este aqui é o meu cartão. Você pode ligar ou ir a minha casa, quando quiser. Eu poderia te arranjar um emprego melhor! De babá do Luis, por exemplo. Não é, Luis?

Luis: Claro! Ainda mais uma babá tão linda e gente fina como você, Estrela!

Estrela: Ai, que vergonha... Obrigada, mas não sei se preciso!

Álvaro: Pelo menos você iria ganhar bem mais do que com esses amuletos. Talvez, com o tempo, eu te arranjava um cargo bom na empresa da família!

Estrela: De qualquer forma eu agradeço!

Álvaro (cínico): Agradeça a Deus por te ter feito tão linda. Pensa, tá?

Estrela: Pode deixar, vou pensar com carinho... Quanta gentileza!

Álvaro: Tchau.

Luis: Tchau, Estrela.

Estrela: Espera, Luis. Esse amuleto de anjinho aqui é pra você!

Luis: Que legal!

Álvaro (tirando a carteira do bolso): Quanto custa?

Estrela: Não, é um presente! Gostei muito de você, Luis.

Álvaro: E de mim? Você não gostou?

Estrela (desconcertada): Claro... Digo, sim...! O senhor... digo, você, Álvaro... foi muito amável...

Álvaro (rindo): Calma, calma. Não precisa ficar assim...! Qualquer coisa, você tem o meu cartão.

Estrela: Sim. E me desculpe as idiotices que disse!

Álvaro: Imagina! Da sua boca só saem coisas doces! Tchau.

Luis: Tchau, Estrelinha! Obrigado pelo amuleto.

Os dois se afastam. Estrela fica encantada. Já longe, Álvaro pensa:

- Essa já tá na minha rede...

Chega Gustavo na barraca.

Estrela: Vai cobrar pelo funeral da minha mãe, é?

Gustavo: Não. Você tem sorte. Eu tô de bom humor! Isso eu vou deixar quieto... Mas ela, antes de morrer, me fez uma cobrança...

Estrela: Cobrança? Que cobrança?

Gustavo: Ah! Você não sabe? Aposto que também não sabe do que que ela morreu...

Estrela (irritada): Fala logo que cobrança é! E se você souber do que ela morreu...

Gustavo: Ela disse que era pra eu dar a parte do circo que pertence a vocês e ao seu irmão. Porém, como não tem como provar que vocês são filhos do meu falecido irmão, e a Raquel está morta, porque pegou AIDS dele...

Estrela (chocada): Quê?!

Gustavo: Exatamente! A Raquel tinha AIDS. E o Pedro também! E eu não vou dar herança nenhuma pra vocês dois!


E AMANHÃ, não perca as próximas emoções e também a foto abertura de A Estrela

A EstrelaOnde histórias criam vida. Descubra agora