Estava tarde, muito tarde. A rua estava deserta, silenciosa e pouco iluminada, já estava perto de casa, aumentei o passo para chegar mais rápido.
Cansada é pouco para definir como estava, só queria chegar em casa, tirar o sapato e deitar.
Não era uma noite fria, porém uma brisa gélida fez os pelos do meu corpo se arrepiarem.
Foi então que vi um homem se aproximar, pediu para que eu me encostasse na parede, mandou que eu lhe entregasse o celular e todos os meus pertences de valor. Estava escuro, porém conseguia ver sua barba mal feita e seu olhar atordoado, e em uma tentativa de me fazer desviar o olhar ele me encarou, por um momento pude perceber um homem triste que se escondia dentro daquele homem que me assaltava.
Quando o olhei a expressão do seu olhar mudou, parecia que queria entender o que eu estava fazendo, mas isso nem eu mesma sabia. O medo me fez lembrar que ele segurava uma arma em suas mãos, esse medo colocou tudo a perder, desviei meu olhar com rapidez. Ele voltou do seu transe, lembrando o porquê de estar ali, e em movimentos ágeis disparou a arma.
Senti meu corpo fraquejar, mas mesmo assim consegui pronunciar as três palavras que já deveria ter dito antes: Jesus te ama!
Então tudo se apagou.
