𝒸𝑒 𝓃𝑒 𝓈𝑒𝓇𝒶 𝒿𝒶𝓂𝒶𝒾𝓈 𝓂𝑜𝒾

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hoje é o seu casamento com ele.   

aquele quem estaria ao seu lado no altar com uma beleza imensurável e um perfume amadeirado de tão cheiroso, e também com o privilégio de carregar a sua flor predileta dentro do bolso da frente do terno.

algo que era só nosso, tornou-se dele também.

a margarida chegava a ser uma piada sem graça para mim, porque foi exatamente a primeira plantinha que entreguei em suas mãos pequenas na sétima série, sendo agraciado com um abraço e beijo na bochecha que fizeram-me ficar vermelho de vergonha.

ela tem significados que eu não tinha ideia até te entregar a quinta — de muitas — e procurar saber o porquê de você tanto amar aquela flor branca, assim como você procurava saber o porquê de eu querer te ganhar com ela, dizendo que eu não precisava de esforços para tê-lo.

o impressionante é que eu não te tenho mais, louis.

nunca te tive.

você é tão inteligente e artístico, pesquisava sobre as flores e astrologia e contava numa sabedoria absurda, embora nunca tenha entendido ao certo a combinação de capricórnio e aquário que você tanto falava.

era bonito te ver gesticular e me olhar para ter convicção de que eu estava prestando a atenção em você.

só que eu nunca tirava os olhos de você, louis.

nunca.

mas ele sim, porque jamais será bom o suficiente sendo o seu par, como eu sou, como eu fui.

aquele maldito homem... sempre enfurnado naquele estúdio, tocando piano e compondo canções que eu nunca quis escutar por não ter psicológico de compreender que, talvez, eu estivesse sendo substituído por alguém melhor, longe de letras amadoras como as minhas.

meu peito dói em saber que zayn malik pode ser a pessoa certo por quem você está predestinado, mas vê-lo com a margarida te aguardando na igreja é como levar um tiro em meio à minha testa.

ele mal sabe o significado da sua flor predileta, nunca passou a se interessar por elas como eu. e é tão frustrante que eu esteja permitindo que você vá embora justamente com ele.

a inocência das pétalas é o que você teve antes da sua festa de aniversário de dezessete anos, o qual o presente fui eu quem dei com tanto prazer. você esqueceu daquilo tão fácil e eu não tinha capacidade de deixar de lado os toques e a sua voz sendo sussurrada em meu ouvido. palavrões excitantes que pareciam até como as músicas clássicas que escuto em dias de inverno.

a juventude era um outro aspecto que você exala por onde passa, não se preocupando nem um pouco com seus quase trinta e poucos anos completados. desde criança, seu sonho era ser jovem para sempre, seu medo era morrer e deixar todas as pessoas especiais para trás. mas, para mim, você eternamente terá a alma de um adolescente, peter pan.

a sensibilidade era o que você possuía quando eu te chamava para assistirmos um filme romântico. você voltava a ter cinco anos de idade chorando ao ver o seu casal favorito acabando por não ficarem juntos. assim como nós dois agora.

a paz já é algo que você transmite em mim, fazendo-me fechar os olhos e me entregar aos pensamentos de todos os momentos em que escutava o seu timbre calmo ecoando no meu quarto, enquanto deitávamos um do lado do outro. você cantarolava uma música sobre dois amantes jovens e estúpidos que se amavam e me permitia deitar em teu peito para ouvir seu coração bater.

MARGARIDAS • LARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora