Minha amiga noa cala a boca . Me fazendo um monte de pergunta que eu não quero responder e tentando regularizar a quantidade de álcool que eu consumo. Não respondia primeiro que beber não tem hora, segundo que eu iria beber até março do ano que vem pra ver se tirava de mim a vontade de fazer merda
" Tu sabe que não adianta nada né? " Maísa continuou falando, falando e falando e eu continuei ignorando, sou excelente em fingir que tudo está bem mesmo quando não está. Sou o meme ambulante da mulher bebendo breja no meio da enxurrada
Silêncio, acho que ela parou de falar, finalmente, era a minha vez então fiz a única coisa que eu fazia nos últimos tempos
"Sei bem o que te faz bem eu sei Mas no fundo eu já tentei não faltou coragem "
Cantei a rainha Marília e virei mais um copo
"Tu e Sabra precisam conversar. " Mais uma fala e finalmente tinha chegado no refrão
"Preocupa não Que não vai ver mais o meu nome, nenhuma ligação Preocupa não Que eu vou tomar vergonha na cara Preocupa não Pra um bom entendedor Meia ausência basta. "
"É isso então? Vocês vão se deixar acabar? "
" Ah me poupe. "
Me levantei pra evitar mais uma discussão.
" Não é uma questão de se deixar acabar não" Respondi com a voz meio embargada pelo álcool "É uma questão que tudo tem limite caralho. "
"Tenho certeza que Sabra te ama "
"Eu tenho certeza que Sabra ama Sabra"
Mais cerveja, é isso que eu preciso. Cometi o erro de pegar meu celular, alguns tweets, algumas menções, mensagem de Sabra. Engraçado que ela anda me dando mais atenção agora que quando de fato a gente estava junto
" Amiga, eu odeio te ver assim, meu coração chega dói, é tão injusto."
Pior que a briga pra gente se resolver, é o sentimento de pena que algumas pessoas transmitem
"Pena eu tenho é dos fãs das meninas que shippam elas e eu e Sabra e agora nao tem nem o pássaro na mão, só dois voando. "
Me tranquei no quarto, não sou obrigada. Respirei fundo, a droga de um amor que acaba é que dizem que dói o coração mas parecia que meu corpo todo doía, mesmo que eu nunca fosse admitir isso pra ninguém, eu não tenho raiva de Sabra, eu tenho ódio, talvez não dela mas com certeza da incapacidade de entender a importância de se impor perante as adversidades da vida
Meu celular não parava de vibrar INFERNO, EU SO QUERO PAZ. Era Sabra
"Oi" - Fui seca.
"Será que a gente pode conversar?"
"AGORA TU QUER CONVERSAR?"
"Tu bebeu?"
"NÃO TE INTERESSA"
"AnaLu por favor eu.. " Escutei seu suspiro
"Eu o que Sabra?" Não queria e não podia amolecer meu coração
"Eu sinto sua falta"
DROGAAAAAAAAAA INFERNO. Meu coração acelerou
"Por favor Aninha, vamo conversar"
"Vem aqui, vou te esperar na porta."
Não sei se é o melhor, mas sei que preciso arrancar de dentro de mim essa dor. Sabra não demorou, e sem dar tempo de desistir ela logo businou. Entrei no carro com medo e com raiva
