Maus caminhos

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Olhei para Charlotte, ela não parecia melhor que eu, encostei minha mão no ombro dela, pareceu que ela se arrependia do que havia feito, mas me enganei, logo depois ela começou a fazer uma risada aterrorizante:
-HA HA HA HA HA HA!!! Eu consegui, não foi, finalmente descobri quem me matou...
Charlotte começou a desaparecer, como se estivesse desaparecendo do plano terrestre, de repente:
- Mas...
Seu corpo volta ao normal.
- Por que parar por aí? Preciso saber quem e o verdadeiro motivo de terem mandado me matar.
Eu realmente não sabia que ela era daquele jeito, pensei que seria uma aventura... Mas... Não sei mais no que estou me metendo. Achei que seria um mistério super sigiloso com trabalho em equipe; mas ao invés disso, estou entre a Cruz e a Espada.
Ficamos quietos sem olhar um para o outro.

A Noite: Minha mãe chega em casa, vê a bagunça, preocupada pergunta:
- Jack, o que aconteceu?!
Fico em silêncio, não queria comentar sobre o assunto...
Ela estava muito nervosa com a parede quebrada, foi até Charlotte e perguntou:
- Charlotte, o que foi que aconteceu!?
Charlotte sorriu para ela e disse:
- É tão engraçado como quando não estamos procurando respostas e elas simplesmente vão até você...
- Do que ela está falando Jack?!
Continuei em silêncio, olhando para baixo...
Minha mãe foi para seu quarto e deitou-se em sua cama, tentando esquecer o que acabou de vivenciar.
Me levantei do sofá e fui para o meu quarto, também queria esquecer o que havia ocorrido...

Quinta-feira: Levantei da cama, abri a porta do meu quarto e quando reparei na casa, ela havia sido concertada...
Minha mãe fazendo café da manhã como se nada tivesse acontecido. Respirei fundo e perguntei: -Mãe, o que aconteceu com a casa?
Ela respondeu: -Bom dia filho, dormiu bem?
-Sim, mas, como, quando, quem!?
Alguma coisa tinha acontecido, e eu tinha que descobrir o que era...
-Jack, ontem, eu tive um sonho muito estranho, a Charlotte estava nele, você também e a casa estava uma bagunça...
Poderia ser uma espécie de soro?... Talvez poderia ter sido a Charlotte... So sabia que minha cabeça estava doendo.
Quando reparei, Charlotte não estava em casa, então perguntei, um pouco surpreso:
-Mãe, onde a Charlotte foi?
Ela respondeu:
-Não vejo ela desde que saiu daqui, ela estava um pouco triste com alguma coisa...
Entendo como ela deve estar se sentindo depois de tudo aquilo... Mas, é melhor eu ir logo se não, vou me atrasar de novo para a escola...
Fui correndo para a escola às 7:00 para não me atrasar, mesmo estando um pouco adiantado. Quando cheguei no portão da escola, Charlotte estava lá, usando um uniforme escolar, cabelo amarrado, encostada na parede de tijolos perto do portão. Fui andando até ela, quando me viu, se ajeitou, como se estivesse surpresa por eu estar lá.
Puxei conversa para dar um quebra-gelo:
-Bom dia Charlotte, como você está hoje?
Ela respondeu nervosa:
-Eu estou bem... E você Jack, como está sua mãe e sua casa?
Fiquei surpreso de vê-la daquele jeito, nem parecia a assassina que eu tinha visto ontem, respondi:
-Minha mãe está bem, e quanto a casa, como você consertou a parede, usou algum feitiço ou algo assim?
Charlotte estava um pouco corada:
-Algo assim...
Quando olhei para ela, suas roupas estavam com um pó branco de reboco de parede (somente reconheci porque meu pai era chefe de uma empresa de construções de prédios e me ensinou muito sobre os tipos de pedras). Segurei as mãos dela e disse:
-Você poderia ter me chamado para ajudar...
Ela respondeu:
-Eu já fiz muita coisa ruim para vocês, só quis recompensar pela parede...
Naquele momento, o universo colocou todo o peso na minha consciência. Tudo que pudia pensar naquele momento foi em como confortar ela. Cheguei do perto dela, e a abracei, dizendo:
-Eu sei que não queria que isso acontecesse, mas, não há como mudar o que já está feito...
Ela congelou naquele momento, mas logo completei minha frase:
-Então só nos resta terminar o que começamos...
Seus olhos se encheram de lágrimas, ela me abraçou fortemente, como se tivesse cedido para a culpa.

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