Capítulo 4: O Dia Da "Grande Surpresa".

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[...] Naquele dia, as aulas tinham sido um saco! Uma de biologia, duas de história, intervalo com aquela lora chata, que eu ao menos sei o nome – ela só sabe falar de como é  bom ser modelo, como o book de fotos dela está perfeito e maravilhoso, e que naquele colégio ainda não tinham líderes de torcida, mas irá pedir autorização para a diretora para criar um grupo. Depois disso, teve mais 4 aulas que eu nem me lembro quais foram.
Vale lembrar que eu ainda não arrumei nenhum amigo sequer, eu costumo ser bastante simpática e extrovertida (com quem eu gosto),  mas hoje eu não estou no clima de fazer amizades.

Depois das aulas, eu voltei para o meu dormitório, e achei estranho pois ainda estava vazio, eu não sei se a garota (provavelmente uma,pois não é permitido garotos no dormitório das meninas) não veio, ou se ela ainda não desfez suas malas; mas é melhor assim, pelo menos eu tenho um tempo sozinha para colocar meu rádio no último volume e refletir um pouco sobre a vida.

Uma coisa que realmente não sai da minha cabeça, é a tal da "surpresa" que está reservada pra mim, e o pior de tudo é que eu não sei quase nada sobre isso. Somente algumas coisas, como:

Uma pessoa, que minha mãe diz que vai ser minha companheira de passeios e tudo mais; mas não sei se é homem, mulher, velho, novo, chato legal... A curiosidade toma conta de mim, e eu não vejo a hora dessa semana acabar! Pena que hoje ainda é segunda-feira.

    Enquanto  estou ouvindo meu rádio e refletindo sobre a minha vida, a porta se abre:

— Olá! – diz uma garota muito alta, de pele morena e olhos castanhos bem claros – Tem alguém?

— Se eu sou alguém, eu acho que tem sim! – digo com aquela "simpática senhora" chamada arrogancia.

— Ah, então  quer dizer que a tão falada, senhorita "patricinha" é a minha colega de quarto?

Que? Oi? Já posso enfiar a minha mão na cara dessa garota? – Mas enfim, acabo dizendo:

— Patricinha? Da onde você tirou isso garota? Você nem me conhece, nunca vi você na minha vida! – estou me segurando pra não dar na cara dessa garota, eu já não estou em um dos meus melhores dias, semana, ano... Pra eu bater nessa garota é "1,2“

__Olha moça, aqui na escola está rolando um papo, que você é filhinha de rico, tem uma casa imensa aqui perto do colégio, e que até agora não arrumou amigos porque não quer se misturar, eu não sou muito de acreditar no que os outros dizem mas, a sua cara não nega  que você é o que dizem. - ela diz desfazendo uma de suas malas e colocando em uma parte do guarda-roupa que fica na frente da cama dela.
 
*Cara,eu não estou acredirando que isso está acontecendo! Eu mal cheguei na escola e  já estão rolando fofocas sobre mim? Puta que pariu, fiz o possível pra não cometer nem um erro sequer, aguentei uma garota chata  e mimada, o dia todo no meu pé e ainda tenho que ouvir conclusões precipitadas de pessoas que mal conheço? Como assim? Como sabem da casa que meu pai comprou, e no que esse tipo de coisa influencia em minha personalidade?

Claro que  não fico calada, né?

__ Olha aqui garota, você não me conhece, não sabe de onde eu vim, não sabe meus problemas, o que está acontecendo comigo... Não sabe nem ao menos o meu nome, sair julgando as pessoas sem ao menos conhecê-las, é um grande erro - tentei ser educada, pois a minha arrogância, grosseria e estupidez só me trouxe problemas até agora, mas eu juro, ah eu juro... Se essa garota falar mais alguma besteira, eu irei levantar da minha cama - onde eu estou. - e dar um belo de um tapa bem dado na cara dela!

__ Pois é, você poderia me xingar, criticar e fazer barraco, mas me tratou com educação, pela sua ação, posso perceber que você parece ser uma boa pessoa. Me desculpa aí viu, eu não tive a intenção, eu tenho um pouco de bronca dessas patricinhas aí!Mas, foi mau mesmo, vamos começar do zero? - ela diz, mudando completamente sua voz, e mudando também a primeira impressão que eu tinha sobre ela.

Uma Rebelde QualquerOnde histórias criam vida. Descubra agora