Gravidez na adolescência, e agora?

A descoberta

Difícil falar de um momento tão cheio de emoções, medos e receios. Uma descoberta que mudou minha vida, que me encheu de responsabilidade, que me mostrou que a vida era muito mais do que eu imaginava.
Não me lembro bem o dia, mas me lembro muito bem a sensação, até hoje me arrepio só de lembrar. Já desconfiava da minha gravidez fazia um tempo, para ser mais sincera, logo na primeira semana eu desconfiei, tive sonos excessivos e uma fome terrível. Resolvi fazer um teste de gravidez, a menstruação já estava atrasada algum tempo, não me lembro quantos dias. Fiz aqueles testes de farmácias, que utilizamos urina e o resultado é imediato. Me lembro que estava sozinha em casa, me lembro da primeira listra aparecendo, e logo após, a segunda. O mundo girou, sentei no chão e senti o meu filho pela primeira vez, sim, era meu filho. Eu poderia passar horas e horas tentando descrever qual foi a sensação, mas acredito que vocês jamais entenderiam. Só passando para saber. Chorei muito naquele momento, questionei para Deus o porquê daquilo, me perguntei o que faria da minha vida, o que seria de mim apartir daquele momento, como eu iria viver com um filho. Meu Deus, eram tantas perguntas! Acredito que umas das piores coisas era o medo de contar para meus pais, eu não gostava sequer de pensar na ideia, tinha medo da reação deles. Independente de qualquer coisa, nossos pais não sonharam isso para nós, certeza que eles desejavam uma educação de qualidade, uma faculdade, um trabalho. Jamais posso dizer que um filho é empecilho na vida de alguém, pois aquele que quer de verdade corre atrás, mas tudo se torna muito mais complicado, mil vezes mais complicado.
Mesmo com o teste de farmácia positivo, eu optei por contar para minha mãe somente quando tivesse uma certeza absoluta, um exame de sangue, o beta hcg.
Posso dizer que descobrir que um ser estava sendo gerado dentro do meu ventre foi incrível, independe das circunstâncias, um filho é um filho! Era hora de lutar por ele.