Os cinco corvos cegos e o sexto Corvo morto.

26 9 0
                                    

III.

"O corvo morto se encontrava estirado no chão, ao seu redor os outros cinco discutiam se o corvo estava morto ou dormindo."






















Os cinco corvos cegos e o sexto Corvo morto.

09:12 A.M

  Jackson abriu os olhos com relutância e olhou para o teto decidindo se deveria levantar ou dormir mais um pouco. Não se recordava muito bem do sonho na noite passada, apenas flashes de algo. 






QUINTA FEIRA.

"A MÃE DE JESUS"

02:59 A.M

    O vento tentava invadir pelas frestas da janela, a luz da noite atravessava a cortina amarela do quarto. Ploft. Algo vai ao chão, Jane foi acordada, levantando da cama. 
Toque... Toque... Toque... Alguém na porta batia. O robe de cetim cobriu seu corpo despido e os pés se apressaram na caminhada. -Já vou. Avisou. Ela abriu a porta se deparando com três homens vestindo batina.
-Que bom que vocês chegaram bem! Exclamou Jackson em suas costas. -Que falta de educação querida, venham entrem!

-Você vai deixar eles entrarem? Murmurou ela para o marido.

-Porquê não deixaria? Perguntou, mas não houve resposta. -Traga o uísque escocês, está na cozinha. Ordenou o marido. Jane não disse mais nada, engoliu os pensamentos e foi para cozinha, as pílulas estavam em fileira na mesa ela as pegou engolindo todas de uma vez. Uísque pensou, pegando a garrafa no armário; Ele tinha um cheiro forte, cheiro de madeira serrada com amendoim. Na volta para sala Jane encheu os copos olhando curiosa para os padres que sorriam.
Na porta alguém batia. -Eu abro. Disse ela largando a bandeja na mesa. Não havia ninguém do lado de fora, Jane virou -se ainda confusa.  

-Saia daqui! Apenas católicos. Falou um dos padres.

-Eu sou católica. Retrucou fugindo para o quarto. Qual não foi a sua surpresa ao ver a si mesma deitada na cama em um profundo sono.

-Olhando assim parece que não há culpa em você! Sem pecados! Suspirou a mãe. -Jackson sim é católico! Você não! Nunca foi verdadeiramente católica!
    Jane fechou os olhos e deu dois pequenos passos para frente, os ouvidos escutaram o som dos passos se afastando, ela entrou no banheiro passando o trinco na porta, deitou na banheira tentando fazer o mínimo de barulho possível. Há monstros lá fora. Pensou.
-Querida? Chamou o marido. -Não fique chateada! Sabe como os padres são! Silêncio, ela não o respondeu, as batidas continuavam na porta, ele iria insistir até que ela saísse. Querida!

-Acho que deveria ir. Falou a mulher sentada no sanitário, o sangue ainda escorria do buraco feito pela bala, o cheiro de carne putrificada exalava por todo o banheiro. -Abra a porta e saia, seu marido ficará bravo!

Ela encheu os pulmões com ar desviando o olhar. -Eles disseram que não sou católica. Rebateu. Nesse momento sentiu as mãos geladas da mulher em sua nuca. -Vamos, levante! A mão deslizou e a coisa seguiu para o outro lado do box. Plaft, o trinco foi aberto.







































SEGUNDA FEIRA.

"AQUILO QUE SE FOI"

    -Sabia que as mulheres ruivas eram perseguidas pela Santa Inquisição da Igreja Católica? Entre o século quinze e o século dezesseis muitas foram acusadas de bruxaria e queimadas vivas na fogueira ou enforcadas em uma ponte qualquer. Jane ainda se sentia confusa com os sonhos, seu médico de cabeça ajudava a decifrar os significados de tais sonhos.

A Casa Dos SussurrosOnde histórias criam vida. Descubra agora