A liberdade de amar

Uma caminhada

Passaram alguns dias, desde o maravilhoso encontro de Boni e Meryl.

A jovem ia animada para seu serviço, na esperança de encontrar sua escritora outra vez. 

Era sábado de manhã e Boni já se encontrava atendendo clientes na cafeteria. A jovem olhava de um lado para o outro, mas nem um sinal.

O semblante de Boni começava a ficar triste, afinal de contas já estava bom de mais para ser verdade. O que Meryl iria querer com uma garota pobre e garçonete não é mesmo?

Boni acordava de seus pensamentos com Bárbara chamando sua atenção.

-Boni, hoje o Jonas ficará em seu lugar, está despensada mais cedo.

A garota apenas concentia com a cabeça e ia se arrumar no banheiro.

Jonas era um de seus colegas de serviço, Boni e ele não tinham uma amizade, apenas se cumprimentavam por respeito.

A garota saía do local as 14:00 em ponto. Aquela brisa fria batento em seus cabelos castanhos escuros era mavilhosa. Boni amava o inverno.

A Jovem decidia dar uma caminhada pelas ruas para sentir mais daquela brisa fria.

Boni andava para lá e para cá, chegando perto de um parke no centro de Londres. A menina adorava aquele parke, era lindo.

A jove parava e sentava em um banco ali mesmo, observando as árvores e a natureza.

Por um momento algumas lembranças desagradáveis tomavam seus pensamentos e a menina fechava os olhos, algumas lágrimas escorriam de seu rosto, até que ela passava a ouvir uma voz doce.

-Você outra vez Boni.

Falava Meryl, sentando ao seu lado lhe dando um sorriso acolhedor.

-Meryl!.. Que maravilha te ver outra vez!

A menina no impulso dava um abraço na escritora e deitava sua cabeça no ombro da mulher, deixando Meryl surpresa. A mesma retribuía o gesto apertando mais o abraço.

-Querida você está bem?.. Isso são lágrimas? Oh meu Deus.

Falava Meryl em um tom preocupado, secando as lágrimas da garota com seu polegar.

-Me desculpe Meryl, é que nem sempre conseguimos ser forte.

-Não se desculpe por isso Boni, apenas me diga o motivo dessa tristesa.

Boni dava um suspiro profundo, passando a fitar Meryl e começava a contar os acontecidos de sua vida.

O coração de Meryl apertava ao ouvir aquelas coisas. Boni era realmente uma menina muito forte.

-Oh Boni, você tão jovem já passando por tantas coisas. Tenho orgulho por ter uma fã tão forte quando a você.

Falava Meryl enquanto colocava uma mecha do cabelo de Boni atrás de sua orelha.

-Eu queria saber como ajudar a acalmar esse coraçãozinho.

-Você já me ajuda, e nem faz idéia do quanto.

-Mas como?

-Seus livros, eles me trazem paz.

A escritora se encantava com a sinceridade no olhar da menina.

-Oh Boni, saber disso é tão bom. Agora o que acha de darmos uma volta por este parke maravilhoso?

Boni prontamente se levantava junto com Meryl e assim as duas seguiam pelo parke.

-E você Meryl? Mora sozinha?

-Sim, na verdade não, tenho Safira e Pompom.

-Quem são eles?

-São os meus amores que miam.

-Eu também amo gatos!

A conversa entre as duas rolava solta, Boni estava cheia de perguntas.

-E você não sente falta de nínguem ao seu lado?

-Sinceramente não.

-E nem de outras coisas mais?

Neste momento o rosto de Meryl ficou corado e a mulher acenava um não com a cabeça.

-Me..me desculpe pela pergunta..eu.. Ai eu sempre faço merda!

Pare com isso querida, a escritora respondia dando um leve sorriso.

Por fim começava a escurecer na cidade.

-Já está ficando tarde, preciso ir.

-Eu detesto essa parte.

Boni respondia já cabisbaixa.

-Eu também.

Meryl respondia dando um suspiro cansado.

-Tive uma idéia.

Meryl complementava, tirando um papel e uma caneta de sua bolsa, anotando seu número e o entregando para a menina, lhe dando um abraço e um beijo no rosto.

Boni observava a mulher se afastando e por fim ia para sua casa.

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Meryl chegava em sua casa, cheia de pensamentos confusos, ela precisava ajudar a menina de alguma forma. Ela sabia que aquele olhar guardava algo muito triste.

A escritora suspirava enquanto tomava seu café, olhando para a janela.