Capítulo 3

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Durante todo o almoço, Andrew e eu trocavámos palavras aleatórias de pouco significado. Da mesma forma que ele não mencionou a retomada do nosso casamento, eu também não o fiz. Não acho justo, somente eu falar. E por mais que isso me deixasse incapaz de fazer ou tomar qualquer atitude, resolvi aceitar esse fardo. Será que ele não percebe que como o homem, a mulher também tem suas necessidades? Muitas vezes me pergunto se havia outras mulheres em seu meio, mas confio no caráter de Andrew Carpenter, um deputado zeloso e friamente sério. Mas isso estava começando a prejudicar nosso casamento, a cada dia ficávamos mais distantes um do outro. Meus olhos marejaram, mas procurei controlar, não podia fazer uma cena como essa, ele poderia se irritar. Isso era constante.

Masha e Kayla, conheciam meus sentimentos apesar de não gostarem de Andrew. Elas procuravam se manter do meu lado, priorizando sempre o meu bem-estar. Masha em algumas vezes dizia que era para eu arrumar uma outra pessoa para fazer comparação. Mas eu já acho isso muito errado. Quem ama não trai. Pois eu tenho certeza que Andrew nunca faria isso comigo.

Após uma hora de uma degustação horrenda e em silêncio, limpo meus lábios com guardanapo e pego meu espelho de mão para retocar meu batom e volto a guardá-lo na bolsa. Andrew me olha com sua frieza e diz:

– Minha viagem é daqui a duas semanas. Prepare tudo para evitar contratempos, Alice.

– Pode deixar, Andrew. – digo um pouco irritada e me levanto.

Em dois passos ele fica bem na minha frente segurando firmemente meus pulsos e deixa seu rosto bem rente ao meu.

– Estou fazendo isso por nós dois. – comenta ele, tentando disfarçar sua careta.

– Tudo bem, Andrew, eu sei que é. Te amo.

– Não se esqueça quero tudo pronto antes de viajar.

– Entendo.

De volta na empresa contei tudo para Masha e Kayla, elas ficaram pasmas com a reação de Andrew. Eu sei que elas sabiam que isto aconteceria, mas preferiram não abrir mais nenhuma discussão sobre isso, já tivemos nossa cota por brigar tanto sobre este assunto e elas mantiveram-se caladas até o fim do meu relato e o caminho estava livre as lágrimas, dois anos sem ser tocada acabaram de ser tonar uma sensação borbulhante queimando por entre minhas pernas. Andrew não imagina como isso se torna difícil e frustrante ao mesmo tempo para mim, é como se eu perdesse tudo que estava bem ali próximo de mim.

Tudo com Andrew era assim, frio, distante, sem muita conversa. Meus sonhos ficaram guardados numa gaveta da qual a chave eu não tenho mais. Ter Masha e Kayla neste momento, apenas as abraçando me fazia bem, pois por um momento que parece perdido elas mostram que não. Mas não posso errar, meus pais me julgariam, eu passaria vergonha, me apontariam o dedo, pois este casamento foi muito desejado por ambas as partes.

Masha se afastou de mim por um momento e disse:

– Este sábado farei uma festa para o pessoal, quero você lá.

Kayla apenas olha para nós duas, apreensiva, ela sabe qual é a minha resposta para esses tipos de pergunta.

– Não posso, Masha, estou casada e...

– Vá. Nem que por uma hora, não precisa interagir com ninguém, apenas vá. – sugere ela.

O que custa alegrar-me um pouco também? Vivo e respiro Andrew e esqueço que também sou humana e tenho me divertir, afinal, Andrew iria viajar. Eu iria ficar presa desejando ele comigo noite e dia. Masha e Kayla sempre quiseram me levar para sair, uma noite apenas para as meninas.

Dou um leve sorriso para elas e assenti com a cabeça. Masha sorriu e Kayla também, apesar de parecer surpresa. Algo em mim disse que este sábado me traria grandes surpresas e que devia estar preparada. Sabe aquele momento em que sua intuição tenta mostrar a verdade e inconscientemente você quer achar que ela está enganada? É essa uma das situações em relação a festa de Masha. Mas posso definitivamente deixar para refletir sobre isso depois, agora era voltar ao trabalho que não diminuía a cada minuto. Cada uma foi para sua sala e o tarde foi assim.

Eu não conseguia me concentrar no trabalho, só pensando no que Andrew e sua família diriam de mim, do que Andrew falaria sobre isso, na reação que ele teria. Crio uma batalha interna se iria mesmo ou não, eu costumava beber até cair, antes de me casar. As festas da faculdade não me deixam mentir sobre meu estado. Quando me casei com Andrew, isso acabou mudando, hoje sou aquela esposa cuidadosa e recatada que meus pais e Andrew queriam. Masha costuma dizer que sou a escrava sexual e empregada doméstica de Andrew. Ela sempre foi exagerada, nunca vi isso desta forma. Acredito eu, que esse era o papel de uma esposa, dona de casa, representante de sua casa. Andrew diz que filhos atrapalhariam nossa vida agora, em certo ponto, acho que o entendo, ainda mais com essa viagem que poderia promovê-lo a presidente poderia ser até pior.

No fim da noite, eu já havia terminado meu trabalho. Recebi originais muito bons, mas que não surtiriam efeito que o autor mesmo desejava, mesmo assim eu os enviava para Kayla e Masha, se elas aprovassem então estaríamos bem. Peter já havia ido embora, sempre éramos as últimas a sair da empresa, parecia que nós éramos donas da editora, de modo que não nos incomodava.

Tranco a minha sala e vejo Masha e Kayla a postos em frente a minha sala e começo a rir.

– Hora de curtir amiga! – brada Masha.

– Vamos para o Joe's Sinuca NY, dizem que lá é bom. – sugere Kayla.

– Lugar novo? – pergunta Masha pensativa. – Vamos! Quem sabe não vai ser um dos meus lugares favoritos.

Começamos a rir.

– Obrigada meninas, mas agora é hora de ir para casa, amanhã ainda temos trabalho. – digo.

Elas fazem bico e franzo as sobrancelhas. Essa era chantagem mais barata que existia na face da terra. Elas sempre me colocam na boca da sinuca. De verdade, se eu pudesse ir eu já estaria, mas sair assim ofenderia muito o Andrew, ele tem uma reputação e não seria nada agradável se sua esposa estivesse curtindo uma noite depois do trabalho um bar, onde homens repulsivos frequentam. O que diriam de mim? Realmente não posso arriscar a imagem do meu marido assim.

– Meninas, não posso ir, é sério!

– E quem disse que estamos pedindo?

– Não está certo!

– Não está certo este homem fazer de você gato e sapato enquanto ele pode se diverti. – diz Kayla. – Você vai conosco e pronto.

Eu não podia mais protestar. Quando Masha e Kayla tomavam uma decisão era difícil fazê-las mudar de opinião. Elas seguraram meus pulsos e me levaram para o estacionamento. Elas entraram numa discussão calorosa em qual carro iríamos, eu sugeri ir com o meu e elas me olharam com a sobrancelha arqueada, com Kayla era a menina que bebia moderadamente ela venceu a guerra no impar ou par. E fomos até o destino que elas escolheram me levar.

Hello my pands 🐼🐼🐼

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Andrew, Andrew, uma hora a casa cai viu? 😂😂😂😂😂

Brincadeira.

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