Snowstorm

Prologue.

"A calma antes da tormenta."

Brianna's POV - Seatle.

Inferno.

Era isso o que eu vivia quando minha rotina saía da sua pequena ordem de acontecimento embolando minha vida.

O escritório de arquitetura  no qual eu trabalhava em Seatle era apenas uma filial da empresa principal que se fixava em Portland apenas por uma questão de tradição, caso você esteja se perguntando porque a cede não fica na capital.

Eu havia conseguido o emprego à 4 anos atrás quando através de estágios no final da faculdade provando que uma menina aos 20 pode sim conquistar seu espaço no mercado se há talento, competência e dedicação para isso.

Sempre fui mais propensa ao estílo rústico clássico das coisas. Uma madeira velha bem polida aqui e uma estrutura de metal retorcida lá, era o que verdadeiramente me fascinava num ambiente. Detalhes. Que elevam simplicidade à extraordinariedade.

Eram 1pm quando meu celular tocou. Eu já estava preparada para passar toda tarde chuvosa na cama lendo e assistindo meus seriados favoritos na minha merecida folga de toda sexta-feira. Era Marcus, o asno do meu chefe me ligando e já ultimando de uma reunião de coordenação sobre os novos projetos do ano. Não me leve a mal, mas ele era realmente um asno que aos 56 anos continuava solteiro e só reclamando da vida desde quando eu o conhecera no programa de estágio mesmo com nada realmente significante que o desse motivos para isso.

Era bom trabalhar na Stock&Build mas meu sonho não era passar a vida trabalhando pros outros e sim conquistar meu próprio espaço e trabalhar por mim mesma até porque meu salário era restrito ao meu aluguel, gasolina, impostos, comida e de vez em quando sobrava algo para eu não morrer isolada do mundo. Porém não somos iludidas aqui, não é mesmo? Mesmo a formiga mas forte precisa da ajuda de um formigão zangado pra construir seu próprio caminho.

Segui para o banho xingando aos sete infernos por arruinar meu dia de folga.

Hoje seria o último dia sem neve segundo a previsão. O frio já havia chegado a algumas semanas e com ele minha preguiça e relutância de sair de casa com aquecedor e vários cobertores macios de pelinho.

Prendi os cabelos num rabo de cavalo mantendo os fios presos e me vesti apropriadamente ao frio com calças extra grossas, meias e botas pretas sem salto, uma blusa grossa de gola vinho e por fim um jaqueta de couro. Preparei minha bolsa e minha pasta caso necessária e tranquei toda casa deixando um bilhete sob a mesa caso meu noivo, Travis, chegasse na minha casa após viagem.

Ele tinha a chave do meu apartamento mais por uma questão de segurança pra eu sempre ter alguem com quem contar caso algo acontecesse, até nunca se sabe quando pode acontecer alguma coisa. Além do fato de que passavamos todos os finais de semana juntos.

Digamos que moravamos juntos de sexta à noite à segunda de manhã.

Nós dois tínhamos uma relação um tanto que fria pra um relacionamento de 3 anos e meio, mais do que eu gostaria na verdade mas era compreensível.

Travis trabalhava no escritório de administração na mesma empresa que eu, porém em Portland, o que nos mantinha afastados grande parte da semana e também pelo fato dele ter sido promovido e passar muito mais tempo focado em números e papéis. Mas eu entendo, não é como se eu tivesse muito tempo também pra realmente sentir sua falta durante a semana. Travis agora estava em São Francisco na Califórnia no terceiro e último escritório que havia sido recém inaugurado.

Adentrei no carro vestindo as luvas já sentindo a ponta dos meus dedos dormentes e liguei o carro indo direto á delicatessen comprar meu kit viagem mais próximo ou mais distante porém necessário.