Quando eu era menor — acho que foi a um ano atras — minha mãe tinha um livro com uma capa azul muito linda no alto da estante que ficava na sala. Para mim, aquele livro era a coisa mais linda que eu já tinha visto na vida. Mas ele era proibido, minha mãe nunca deixou eu chegar perto, dizia que era para seus trabalhos e eu não poderia estragar. Acontece que por ser proibido tornava tudo muito mais interessante. Um dia, enquanto ela estava tomando banho, peguei uma cadeira e na ponta do pé alcancei o livro azul. Só que quando eu abri, sem querer acabei rasgando a primeira página.
Manti isso em segredo por muito tempo e minha mãe nunca desconfiou. Ela nunca pegava aquele livro e nunca entendi porque ela não me dava de uma vez por todas. Certo dia, depois de algumas visitas ao médico, descobrimos que eu estava doente. Minha mãe ficou muito triste e eu não entendia muito o motivo. Então logo pensei: estou doente porque estou morrendo. Na mesma hora, chamei minha mãe para se sentar no pequeno sofá da sala e contei tudo à ela sobre o livro e a página rasgada. Por incrível que pareça ela não ficou brava, me abraçou e para minha surpresa me deu o livro azul.
Eu amava tanto aquele livro azul de capa dura que decidi começar uma coleção. No momento estou com apenas o livro azul de capa dura que minha mãe me deu, mas acredito que isso irá mudar e terei muitos na minha estante do quarto.
Todo mundo me pergunta o porquê de eu gostar de livros azuis. Para mim, o azul é a cor mais linda que existe. É a cor das maiores coisas da vida, como o céu e o mar. Por isso gosto de livros azuis.
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A Lista de Gael
RomanceA vida tem um valor diferente para cada pessoa. Alguns sabem aproveitá-la em cada suspiro. Outros deixam-a escapar entre os dedos como areia. Lis e Gael se conheceram no hospital, logo após serem diagnosticados com leucemia. Ela tem 17 anos e ele, 8...