O portal

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     Tudo começa no ano de 1965, na pequena cidade de Hampstead em Maryland nos Estados Unidos, uma cidade aparentemente calma e com poucos habitantes seria o local de nascimento de uma criança diferente de todas as outras nascidas naquele lugar, seu nome era Anthony Parker. Naquele momento era um nascimento como qualquer outro, um recém-nascido comum, em uma cidade comum, bem... Isso aos olhos daqueles que não sabiam a verdadeira herança que aquele menino tinha.
     O tempo passou, e aquele menino branco como a neve, mas com cabelos tão escuros como a noite cresceu, no ano de 1970 Anthony completava 5 anos, apesar disso, ainda tinha muitas dificuldades para se relacionar com vizinhos, outras crianças e até mesmo com seus pais. Sabendo disso seus pais levavam o timido menino a vários especialistas em outras cidades, pois sua cidade era tão pequena que os poucos profissionais não sabiam dizer o que o menino tinha.
     A relação de Anthony com seus pais era bem estranha, pois apesar de novo o pai do menino chamado Roberto nunca se interessou tanto pela vida ou desenvolvimento do filho, chegando a certos momentos agir com indiferença em relação ao pobre menino, mas a mãe de Anthony era justamente o contrário, estava lá a qualquer hora e todo momento, tudo bem que ela era desempregada e toda renda da casa vinha de seu marido, mas Sara se preocupava muito com a saúde de Anthony.
     Aos 6 anos de idade o menino foi levado a um psiquiatra na cidade de Nova York, logo na chegada a cidade os olhos do menino brilhavam vendo prédios tão altos e luxuosos, pois em sua cidade isso não era nem um pouco comum. Ele foi levado pela mãe, já que seu pai estava trabalhando no dia. Ao chegar no hotel que ambos iriam ficar, o menino timido tem uma atitude um tanto quanto incomum, ele puxa sutilmente a calça da mãe, como se precisasse falar algo importante, e com poucas palavras faz um pedido a sua mãe:

  - Mamãe, será que mais tarde podemos ir ao parquinho?

     Sua mãe no mesmo momento fica um pouco espantada, pois isso não era uma coisa comum de se acontecer, pois Anthony sempre prefiria ficar em casa brincando com os poucos brinquedos que seus pais podiam lhe dar. Ela apesar de ter a aparência de mãe que está cansada por trabalhar tantas horas do dia em casa, já que não teve tempo de se arrumar muito, pois seu foco era o conforto de seu filho, vira com um enorme sorriso e alegria no olhar e diz:

   - Claro Anthony, vamos só colocar as coisas no quarto e poderemos ir.

     Já era quase 17:30 quando terminaram o check-in no saguão do hotel, mesmo assim a mãe estava muito feliz de saber que o filho estava empolgado para visitar o parque, e mesmo que já estivesse para escurecer a mãe iria cumprir sua promessa.
     Depois de colocar as coisas no seu quarto, e agasalhar Anthony pois já estava frio por estar escurecendo, os dois se dirigiram ao parque que tinha lá perto.
     Quando lá chegaram os parque já estava muito vazio pois já era por volta de 18:20 e a noite já começava a dar suas caras, a mãe sentou em um banco e ficou admirando seu pequeno filho no balanço com a felicidade no olhar, coisa que ela não via muito pois Anthony geralmente estava com um semblante triste.
     Quando deu por volta de 19:30 Sara avisa o filho:

   - Meu querido, só mais 10 minutinhos.

     O menino acenou com a cabeça concordando e com um grande sorriso de felicidade encheu o coração da mãe de alegria, nessa hora o menino estava sentado no alto do escorregador, logo quando olhou pra frente sentiu um calafrio que gelou sua espinha e o fez ser tomado pelo medo. Era como se o mundo tivesse parado, e ele fosse o foco, aos poucos foi vendo alguns corvos se aproximarem por todos os lados e ficaram olhando fixamente para Anthony que a cada momento só era consumido cada vez mais pelo medo, depois que os pararam de chegar mais corvos o menino olhou para o pé do escorregador que era ligeiramente alto e viu um portal negro se abrir, sua cabeça foi a mil pensando por que aquilo estava acontecendo. De dentro do portal sai um velho com uma aparência horrível, pele muito enrugada com a aparecia de uns 130 anos, barba grisalha que chegava a sua barriga de tão grande e vestidos por um manto preto, a única coisa que ele disse para Anthony enquanto olhava com aqueles olhos totalmente negros foi:
   -Pequeno Anthony, seu futuro me pertence!
     O menino em desespero da um grito e cai em lágrimas, quando abre novamente os olhos tudo aquilo tinha desaparecido, sua mãe sem entender completamente nada vem correndo ao encontro do menino. Anthony não conseguia pronunciar nenhuma palavra depois de presenciar aquilo que aparentemente só ele tinha visto, sua mãe tenta perguntar o que tinha acontecido, mas o menino paralisado pelo pânico permanece calado e chorando, depois disso os dois vão para o hotel já que o menino iria ao psiquiatra no outro dia.
     No dia seguinte a mãe acorda mais cedo pra deixar tudo arrumado para quando sair, prepara o café da manhã para Anthony, enquanto o deixa dormir já que o menino tinha tido aquela reação estranha do último dia, 5 minutos antes de acordar o menino o telefone de Sara toca, era da clínica do psiquiatra, que teoricamente era a última esperança da mãe para tentar entender por que o filho era tão introvertido e o que teria que fazer pra ajudar o menino.
     Atendendo o telefone ela ouve a secretária do psiquiatra:

   - Bom dia, dona Sara?

     Sara sem entender o motivo da ligação pergunta o que estava acontecendo:

   - Bom dia, sou eu mesma, aconteceu algum problema?

     A secretária sem muita enrolação fala a verdade para Sara:

   - O Doutor Mauro está desaparecido desde ontem, a polícia está atrás dele, mas não tem nenhuma informação, teremos que adiar a consulta do Anthony por tempo indeterminado.

     Sara não conseguia acreditar, todas as pessoas que a indicaram esse doutor deram 98% de chance que ele saberia o que estava acontecendo com Anthony, ela agradeceu a secretária e desligou o telefone, sem poder se manter por mais dias hospedada no hotel começa a arrumar as coisas para voltar para casa.
     No caminho de volta para casa Sara  tenta conversar com Anthony para tentar entender o que aconteceu na noite passada, mas o menino continua pouco comunicativo como sempre foi, e a viagem inteira fica com o semblante triste de sempre.
     Chegando em casa Roberto que já tinha chegado do trabalho pergunta como Sara estava, ele não se preocupou em ver como seu filho estava ou como foi a consulta, isso claramente chateava Anthony mas ele não falava.
    Uma semana depois o telefone de Sara toca, era a secretária do Doutor Mauro, após ouvir o que a secretária tinha a dizer, desligou o telefone chocada, Roberto pergunta o que tinha acontecido e ela ainda em choque diz que o psiquiatra foi encontrado morto em uma estrada isolada, e era diferente de tudo que já aviam visto, seus olhos aviam sido arrancados e uma cratera negra avia sido aberta em seu peito, seus órgãos estavam já decompostos, o que não é comum para uma morte tão recente.
Anthony estava sentado na sala e friamente virou e disse sem transmitir nenhuma emoção:

   - Foi ele...

     Seus pais sem entenderem bem olharam espantados e perguntaram ao menino sobre o que estava falando,  mas o menino não disse mais nada e seguiu brincando com seus carros de brinquedo.
     A última esperança dos pais de descobrir o que seu filho tinha morria com aquele psiquiatra de forma trágica.
    

    

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⏰ Última atualização: May 08, 2018 ⏰

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