Capítulo 4

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O sereno da noite começara a me afetar. Amanhã que eu me prepare para uma forte gripe, o lugar era bem luxuoso, típico casa noturna que todos gostam e frequentam, havia luzes de neon e uma placa da Marilyn Monroe para chamar a atenção. Rolei os olhos, convicta que isto não seria uma boa ideia. Quando Kayla e Masha olham para trás com aquele sorriso maroto que só elas sabem dá para cima de mim, me obrigo a bufar em desagrado, mas minha determinação de achar aquilo errado foi expurgada quando o som abafado da banda Skillet tocou. Ok, eu sou uma grande admiradora de um bom Rock. Skillet é um dos meus preferidos.

– Acho que alguém aqui está se animando. – comenta Masha.

– Isso é jogo baixo! – digo rindo, eu acho que fiquei convencida desde o momento que entrei no carro.

– Ah amiga, sua cabeça precisa um pouco de diversão, afinal você é Alice Carpenter, meu bem. – exaspera Kayla.

Elas descem do carro e eu permaneço no banco de trás, fecho meus olhos por um momento e sorrio. Eu devia fazer isso não devia? Eu sei que é errado e que isso pode me causar problemas, afinal não é fácil ser casada com Andrew. Apenas uma noite, era só o que precisava. Ninguém precisava saber. Eu só precisava manter a descrição da minha pessoa. Envergonhar minha família e a Andrew não seria muito agradável. Desci do carro e abracei os braços de minhas amigas e dei um longo suspiro, confiante de mim mesma, caminhei até a porta e entramos no lugar badalado com a música bem forte. Escutar comatose me fez ver como a minha vida estava sendo tão monótona. Skillet cantava músicas tão extraordinárias que manter a descrição era quase impossível.

Para um lugar luxuoso porém havia uma simplicidade incrível, bom só no lado de fora, porque aqui dentro parecia um palácio. O lugar estava recheado de jovens e em um canto mais afastado, havia duas caçapas enormes de sinucas e homens veteranos no assunto jogando. Ao outro canto homens musculosos e seminus dançando sensualmente para a mulherada. Eu me senti tão suja e inescrupulosa que começo a me arrepender e literalmente entrar em pânico. Kayla segura meu braço e dá um leve sorriso, me sinto indisposta nesse lugar, uma coisa que nunca senti na vida. Isso para mim era um ultraje ao meu casamento tão querido de ambas partes da família, eu estava errada e sucumbida ao pecado da carne. Andrew me mataria se soubesse disso. Ele já deve ter notado meu atraso. Sim, ele conta as horas até eu chegar em casa.

Masha dançava alegremente ao som de Skillet. Apesar de amar esta banda, preciso admitir que eu não pertencia mais a esse lugar. Minha respiração está entrecortada e tudo começa a parecer sombrio ao meu ponto de vista, estou em pânico! Preciso ir para casa. Kayla segura meus ombros e seu olhar expressam doçura:

– Respira. – obedeço mas é em vão. – Você não está fazendo nada de errado.

Masha se virou para gente e sua expressão de alegria muda para preocupação.

– Você está bem? – pergunta Masha.

– Ela está em estado de pânico. – anuncia Kayla.

– Aquele manipulador filho da...– pragueja Masha.

– Pare Masha! Sabe que isso a irrita!

Enquanto eu ouvia as meninas, a minha cabeça girava e havia uma vozinha irritante na minha cabeça rindo e me acusando a cada segundo, era difícil respirar com todo meu conflito eterno. Ao som de monster, eu senti que iria desmaiar naquele mesmo momento, sabendo que minhas duas amigas estavam me segurando.

Tento me recompor e sou levada para o balcão.

– Alice Carpenter, nem pense em fazer essa cena aqui! – repreende Kayla.

– N-não consigo respirar!

– Solta o ar! – sugeri Masha.

Tento obedecer, mas meus sentidos não estão me obedecendo.

– É por isso que eu corro de casamentos. – diz Kayla e Masha concorda com ela.

Minha cabeça gira em Andrew, enquanto ele está em casa me esperando, eu estou aqui num bar às 21hrs quase tendo um ataque cardíaco. Me sinto culpada? Sim. Sou casada com um deputado politicamente correto, não posso fazer algo assim. Após algum tempo, bebendo uma garrafa d'água, vi que Kayla e Masha não saíram do meu lado mesmo com toda minha insistência de fazer com que elas se divirtam. Pego meu celular na bolsa e vejo que há 7 ligações perdidas e 24 mensagens de texto. Meu coração acelera numa velocidade incrível que dói em meu peito. O que falaria para Andrew? Que explicação daria? De volta, o medo me faz pensar que poderei ser a causa do fim do meu casamento e vou arruinar minha vida por completo.

Kayla arqueia uma sobrancelha e diz:

– Vai lá nos fundos e fala com ele.

– Ele vai perguntar onde eu estou! – afirmo.

– Diga onde está.

– Ele vai me matar.

– Ele é quem vai morrer se tocar um dedo em você! – retruca Masha.

– Gente, eu preciso ir embora!

– Você vai ficar.

Tudo que parecia dizer era em vão para elas, em algumas vezes achava que elas sabiam de algo que eu não sabia, mas o tempo me mostrou que era apenas coisa da minha cabeça e isso estava começando a surgir de novo. Masha sorriu e pediu três cosmopolitans para nós, o DJ trocou Skillet por R&B, algumas da Beyoncé e de Rihanna, duas vozes irritantes, principalmente de Rihanna, mas admiro que elas tem um talento nato para cantar e encantar os fãs. Eu sou uma alienígena mas eu sou assim, Andrew odiava músicas assim e por isso acabei destruindo meu gosto por esse tipo. Skillet eu ouvia pelo celular, pois era uma briga insana entre eu e Andrew.

Preferi acabar com meu gosto musical para fazer Andrew feliz, mas parece que meus esforços sempre são em vão. Nunca nada está ao agrado dele, nada é o bastante e mesmo assim eu o amava. Tento esquecer Andrew por um minuto e relembrar a velha infância. Tomei alguns goles do cosmo e pude sentir um pouco de ânimo ao estar neste lugar. A energia daqui era enervante. Masha e Kayla começaram a dançar ao som de SIA, e eu tentava as acompanhar. Estava longe deste mundo para sentir o que sentia antes.

Após algumas horas, eu já podia afirmar que estava literalmente perdendo o meu senso. De repente eu percebi que só estava com Kayla na pista e suando horrores procurei por Masha e não a encontrei, me aproximei do ouvido de Kayla e perguntei:

– Cadê Masha?

– Ela disse que ia falar com alguém ou algo assim. – grita ela de volta.

– Como assim? Temos que procurá-la! – minha voz está arrastada e minha cabeça gira a todo o tempo.

– Calma, ela já deve estar vindo.

Kayla continuou dançando e a sensação de que eu estava prestes a vomitar era mais intensa. Minha cabeça parecia uma roda gigante que rodava sem parar, cambaleante tento alcançar o balcão eu já havia perdido a conta de quanto álcool ingeri, meu estômago se embrulhava cada vez mais me deixando uma sensação de mal estar, tinha que ir para casa e começar ajeitar as coisas de Andrew como ele mesmo disse, ele quer tudo pronto e sem contratempos, aquilo me fez rir de uma maneira drástica. O que Andrew falaria sobre isso. Kayla se aproximou no instante em que ia pegar meu celular e ligar para Andrew.

– Você não é doida! – repreende Kayla.

– Preciso que ele venha me buscar. – minha voz sai mais embolada ainda.

– Nada disso, eu a levo para casa.

Ela para por um segundo e pega seu celular e ouve um áudio, mesmo estando perto não consigo ouvir, ela sorri maliciosa e diz apenas que estaria me levando para casa pois não estava bem. E assim Kayla me levou para casa segurando em meu braço.

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