Capítulo 3

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Eram 5 horas da manhã quando os meus sonhos foram drasticamente interrompidos por uma buzina. Acordei desesperada com aquele barulho, fui até uma janela que tinha aparecido do lado da porta e tentei ver quem era o louco que estava buzinando; quando os meus olhos se acostumaram com a claridade repentina, pude ver que não era O louco, mas sim OS loucos. Thiago e Sara estava lá fora buzinando e gritando para todo mundo acordar, eu quase voltei a dormir, mas o som era insuportável.
Então eu levantei e fui tomar um banho, coloquei uma calas jeans, uma blusa verde escura e um tênis branco bem confortável, prendi o cabelo em um rabo de cavalo e fui para a clareira, junto de 5 adolescentes sonolentos.
Sara e Thiago não pararam de buzinar até todos estarem na clareira, o que demorou um pouco, o ultimo a chegar foi o Matheus, e como sempre, com aquela cara de relaxado; depois que ele chegou Sara começou a falar.
- Bom, agora que todos os preguiçosos estão aqui, eu vou dar a programação de vocês.
Sara passou distribuindo umas plaquinhas para cada um, quando ela entregou para mim pude ver melhor o que era, tinha o formato de um cartão de crédito, mas de um lado tinha um código de barras e no outro tinha a minha programação, eu iria começar na casa da Terra, depois na da Água, na do Fogo e por ultimo, na casa do Ar. Enquanto Sara terminava de entregar, Thiago começou a falar.
- Essas placas devem ficar com vocês até terminarem os testes de hoje; depois que vocês terminarem o café, já poderão ir para a primeira casa de sua programação; para vocês entrarem nas casas, passem esse código em um visor ao lado da respectiva trilha da casa, lembrando que é obrigatório seguir essa seqüência, pois se tentar ir para outra casa sem ser a da sua programação, o leitor não autorizara a sua entrada.
Ele terminou, e a Sara, que já havia terminado de entregar as placas, começou a falar.
- Ok gente, vocês já podem ir para o refeitório, mas lembrem-se, tomem um bom café da manhã! Vocês vão precisar de energia!
Todos começaram a seguir a trilha do refeitório, e durante o caminho fomos comparando as nossas programações. Quando finalmente chegamos no refeitório todos nós sentamos na mesma mesa de ontem, e enquanto comíamos uma variedade de coisas gostosas, falávamos em qual casa a gente pensava que ia ficar.
- Ai, eu acho que eu vou ficar na casa da Terra! - disse a Bianca
- Eu também! - disse um garoto ruivo chamado Lucas
- Hum... Eu acho que vou ficar na casa da água! - uma menina baixinha e fofinha falou.
- Eu quero ficar na casa da Ar! Eu sempre quis voar! - disse uma menina morena chamada Taís.
- Mas... Alguém sabe que tipo de testes a gente vai fazer? - perguntou Bianca
Todos começaram a pensar, mas ninguém sabia o que eles iriam fazer com a gente.
- De repente é tipo uma prova. - sugeriu a Taís
- Pode ser, mas agora o que a gente pode fazer é esperar para ver - disse a Bianca.
Quando todos terminaram cada um foi para uma casa, seguindo a programação. E quando chegamos a parte da trilha que se divide nas 4 casas, todos os quatro grupos foram para as respectivas entradas e pararam um segundo, todos estavam com medo e ao mesmo tempo ansiosos, começamos a olhar para a cara um do outro, estávamos sorrindo, e Bianca estava até pulando. Olhamos uma última vez ao redor e finalmente começamos a entrar!
Eu fui a primeira do meu grupo, o visor de que Thiago falou estava bem ao lado da porta, passei o cartão pelo visor e no mesmo instante ele mostrou uma foto minha e o meu nome na tela, e logo abaixo do meu nome tinha um espaço onde estava pedindo a minha digital, pousei meu dedo na tela e logo apareceu um grande OK, que indicava que eu já podia entrar. Olhei para a pequena porta de madeira, com uma bela imagem de uma árvore, se abrindo e sem nem olhar para trás eu segui em frente.
Depois da porta de madeira ainda tinha uma pequena trilha, eu segui na frente mas logo Taís e Pedro me alcançaram e em um certo ponto, a trilha se dividiu em 2, e em uma das entradas tinha uma placa de madeira escrito: testes para descendentes, e foi nessa porta que nós entramos; no final de um pequeno corredor se estendia uma ampla sala, ela tinha varias portas e um balcão no centro, atrás dele tinha uma mulher que pediu para nos sentarmos em umas cadeiras que estavam na frente do balcão, quando nós estávamos completamente acomodados ela começou a falar.
- Olá! Meu nome é Helena e eu sou a diretora da casa da Terra!
Helena era uma mulher muito bonita, sua pele era clara, o que realçava seus cabelos castanhos e seus olhos cor de chocolate, ela usava uma espécie de coroa feita de galhos entrelaçados e várias flores pequenas e delicadas.
- E hoje vocês irão fazer ao todo 3 testes, porém vocês serão avaliados separadamente. Por favor, cada um de vocês entre em uma dessas portas, - ela disse apontando para três portas verdes - lá terá um instrutor que lhe dirá o que fazer.
Eu, Pedro e Taís fomos até as portas e entramos todos ao mesmo tempo. A porta dava para uma sala em que a parede oposta da porta era de vidro, o que permitia a entrada do sol, e sentado no meio da sala estava um senhor moreno com olhos tão claros que nem consegui distinguir a cor, ele parecia ser muito amigável e gentil. Ele sorriu para mim e falou.
- Por favor, venha até aqui.
Eu andei até ele, e ele me estendeu um pote com terra e disse:
- Seu primeiro teste é fazer essa planta florescer! A semente já está aí dentro, e você só poderá ir para o próximo teste quando terminar esse. Boa sorte!
Eu peguei o pode e fui até a parede de vidro, me sentei no chão e comecei a esperar a planta crescer, eu nunca plantei nada, só um feijão quando eu era pequena na escola, ele cresceu tão rápido que nem teve graça, como eu ia saber fazer uma planta crescer sem nunca ter plantado uma! Mas no meio desses pensamentos irritantes, eu comecei a sentir a mesma sensação que eu tive no lago, como se uma força começasse a me consumir por dentro, eu continuava sem saber como, mas eu tinha que fazer aquela planta crescer; eu peguei o pote, segurei ele contra o sol e deixei todo esse poder que estava me consumindo fluir através das minhas mãos, elas começaram a exalar um pequeno brilho verde e aos poucos uma pequena plantinha começou a aparecer entre a terra, e antes que eu percebesse, ela já estava na altura dos meus olhos e deu até algumas flores, que eram muito lindas, cheirosas e tinham uma tonalidade azulada, mas eu nunca tinha visto uma flor igual. Era a flor mais bonita que eu já tinha visto!
- Essa flor, quando nasce, mostra a personalidade da pessoa que a fez florescer em suas pétalas, - disse o senhor, que agora estava observando o meu resultado com a flor - e no seu caso, ela mostra que você é especial e forte, pois existe pouquíssimas flores azuis, o que a torna uma garota com poderes raros!
Eu me virei para ele muito emocionada com suas palavras, e ansiosa perguntei:
- E qual é o próximo desafio?
Ele deu um sorriso e começou a falar.
- Como você pode ver, estamos rodeados por florestas, e o seu próximo teste é fazer com que os galhos te sustentem no ar, você terá que trazer os galhos aqui para dentro dessa sala e fazer com que eles te segurem de um modo que você fique sem tocar no chão.
Olhei para ele quase incrédula, porém se ele estava pedindo, então isso era possível. Comecei a canalizar todo o poder que eu havia sentido novamente, fechei os olhos, e comecei a imaginar vários galhos invadindo a sala, sem quebrar os vidros, e aos poucos se enrolando em minhas pernas e braços, até finalmente me erguer do chão, porém quando eu abri os olhos eu pude ver que não era só imaginação, galhos reais passavam pelos vidros, por buracos com o tamanho exato para eles passarem, e começaram a se enroscar em meus pés e em meus braços, e quando eu percebi já estava a mais de meio metro do chão.
Eu estava muito orgulhosa de mim, tinha acabado de completar dois dos três desafios da Terra, e estava muito ansiosa para completar o ultimo! E como se aquele senhor lesse a minha mente, ele falou o terceiro e ultimo desafio.
- E agora, o seu ultimo teste é fazer com que tudo isso suma, os galhos, as plantas, retire tudo isso do quarto, mas deixe a sua flor, ela é muito bonita!
Eu juntei toda a minha força para fazer as folhas voltarem, mas eu não estava preparada para o que estava por vir, eu achei que iria ser bem mais fácil fazer os galhos retornarem para sua posição inicial mas ao contrário da primeira vez, quando eu senti algo crescendo em mim, dessa vez eu me senti vazia, era como se uma parte de mim sumisse, tudo que eu senti de bom agora estava se partindo, foi uma tristeza tão grande que senti lágrimas escorrendo pelo meu rosto; mas eu precisava passar desse desafio, então eu comecei a pensar na minha mãe, na minha irmã, no meu pai, e nos vários momentos felizes e engraçados que passamos juntos, e aos poucos a sensação de vazio foi passando, até eu não sentir mais nada. Abri os olhos. Eu já estava no chão e não tinha mais nenhum galho ou folha dentro da sala, os vidros estavam intactos e a única planta que restou foi a minha flor.
O senhor olhou nos meus olhos e disse:
- A senhorita já pode ir para a próxima casa, você foi muito bem! Mas não esqueça a sua flor.
Corri e abracei ele, eu sentia como se ele fosse meu avô, ele sorriu para mim muito emocionado, e depois ele me entregou a minha flor; eu a peguei e fui direto para fora! Eu estava muito ansiosa para as próximas casas! Quando eu sai a Helena pediu para eu me sentar, percebi que tinha sido a primeira a sair. Mas logo Tais e Pedro saíram por suas portas, nenhum deles segurava uma flor.
- Bem-vindos de volta, como essa é a primeira casa, eu vou dar a vocês uma pulseira onde vocês colocarão o pingente de sua casa, por exemplo, como a Marina conseguiu completar o desafio da Terra ela ganhará um pingente, - ela disse pegando uma bolinha de madeira - para simbolizar a casa da Terra, é assim que diferenciamos as pessoas de uma casa e outra.
Ela passou a mão pela bolinha, que começou a brilhar, e de repente a minha flor sumiu.
- Aqui está o seu pingente Marina! - disse ela me entregando a bolinha, que agora tinha uma linda flor azul desenhada, era a minha flor!
- Mas agora é melhor vocês irem. Para não se atrasarem!
Eu, Taís e Pedro saímos correndo, e cada um foi para a porta de sua próxima casa.
Eu sabia que não iria passar em mais nenhum dos testes pois já tinha passado na Terra, mas iria continuar me esforçando. A próxima casa que eu iria entrar era a da água, acompanhada da Bianca e do Matheus. Quando eu cheguei eles já estavam lá, esperando o visor liberar.
- Eai Marina, pelo jeito você já passou na Terra! - o Matheus disse pegando a minha mão.
- É, eu passei! E você? Passou na casa do Ar?
- Não, não passei, mas aquele seu amiguinho passou, o tal de Daniel.
- Sério? Nossa que legal!
Nesse momento o visor liberou e Bianca, que estava na frente, passou e saiu correndo, logo atrás foi Matheus e por ultimo eu. O caminho para a sala dos testes da Água era bem parecido com a da Terra, porém ao invés da trilha ser de madeira ela era uma ponte, que seguia o percurso de um rio com águas cristalinas, o caminho não era tão longo e logo chegamos à divisão que dava para a sala de testes.
A sala de testes da Água era azul e no centro, em uma mesa branca, estava um homem loiro com olhos tão azuis quanto a parede. Ele pediu para a gente se sentar, e começou a falar:
- Bom dia! Eu sou o diretor da casa da Água. Meu nome é Rafael!
Ele parecia ser bem carismático, estava com um grande sorriso estampado no rosto, e parecia estar muito animado com os testes, até mais que a gente!
- Por favor, entrem em uma dessas portas, - ele disse apontando para 3 portas brancas - lá começarão os seus testes!
Eu entrei sem esperar pelos outros, estava muito ansiosa para saber qual era o teste que teríamos que enfrentar!
A sala era muito parecida com a da Terra, só tinha uma parede de vidro e sentada no meio da sala estava uma mulher de cabelos azuis escuros, olhos cinzas e uma pele tão clara quanto seus próprios dentes expostos em um grande sorriso.
- Bom, você deve ser a Marina né?
Eu assenti com a cabeça.
- Meu nome é Natasha! E seu primeiro desafio é controlar essa água, até ela sair do copo!
Ela me passou um copo comprido e fino com um pouco de água no fundo. E, como se fosse alguma coisa natural, eu comecei a mexer a mão do mesmo jeito que eu tinha feito no lago e logo a água começou a segui-la, depois disso fazer ela sair do copo foi bem mais fácil, eu trouxe a água até a borda e fiz ela flutuar pelo ar.
Natasha estava muito impressionada e não parava de sorrir!
- E agora você vai ter que colocar ela novamente no copo! Sem derramar nenhuma gota!
Comecei a mover minha mão para perto do copo novamente, mas a água tinha se agrupado em uma bolinha, e estava muito mais larga que a boca do copo, eu não sabia o que fazer para colocar a água de novo lá dentro e minha mão já tinha começado a doer. Então comecei a ter uma idéia, eu comecei a mexer a minha mão como se eu tivesse colocando uma pulseira bem apertada, e como de costume, a água seguiu meus movimentos e passou pelo copo com perfeição! Eu fiquei muito animada com a minha descoberta, eu estava quase passando pela segunda casa! Isso era possível? Mas eu não tinha tempo para me preocupar com isso, primeiro eu passava, depois eu me preocupava.
- E agora o terceiro e ultimo teste é... - Natasha fez uma pequena pausa - criar um lago!
- Hum.. Desculpa mas... QUE? - eu perguntei em choque
- Todos da casa da Água sabem criar água com as mãos - disse ela com as mãos em concha cheias d'água.
Mas eu não desanimei, se é um lago que ela quer, é um lago que ela vai ter! Eu estava determinada a fazer aquele lago, de um jeito ou de outro! Mas de repente, eu comecei a sentir um poder crescendo em mim, e quanto mais determinada eu ficava, mais força eu sentia; eu comecei a pensar em várias coisas que me irritavam, várias coisas injustas e esse poder começou a crescer, eu senti essa força fervilhando em minhas veias, mas eu queria descarregar aquilo, colocar toda aquela força para fora, então eu ergui as minhas mãos com a palma estirada para frente e um jato de água jorrou da minha mão. A água começou a se acumular em uma grande poça, e foi crescendo e crescendo até cobrir toda a sala, mas eu só parei quando a água estava na altura dos meus joelhos! Mas eu continuava seca, mesmo debaixo d'água!
- Eai? Gostou do meu lago?
Natasha nem me respondeu! Ela estava com os olhos arregalados e o seu queixo tinha caído, mas quando ela finalmente voltou a si ela falou:
- Marina! Eu nunca vi ninguém com essa capacidade antes! Você é única!
- Obrigado! - eu disse super feliz com o seu comentário!
- Mas agora é melhor você ir, - ela estalou os dedos e toda água sumiu, só ficou uma pequena pedrinha, na verdade, um cristal azul no formato de uma gotinha bem pequena, Natasha me entregou a jóia e sorriu - antes que você se atrase!
Fui a ultima a chegar, mas cheguei a tempo de ver uma pedrinha dourada ser colocada na pulseira de Bianca, quando ela me viu começou a sorrir e à apontar para a sua pulseira toda orgulhosa!
Me sentei na cadeira que estava livre e entreguei a minha pedrinha para Rafael, estendi o pulso para ele, mas quando ele estava quase prendendo o cristal, ele viu o pingente da Terra.
- Marina... Você já ganhou um pingente? - ele perguntou muito confuso.
- Sim, tem algum problema? - perguntei preocupada.
- Não, não tem nenhum problema. - ele falou sorrindo e tentando disfarçar a sua confusão.
Ele prendeu a pedrinha na minha pulseira e falou:
- Bom... Vocês já podem ir, e Matheus, boa sorte nas próximas casas! Para você também Marina!
Nós começamos a levantar e ir embora, a próxima casa que eu iria seria a do fogo, junto com o Matheus de novo, e a Giovanna. Fomos o primeiro grupo a chegar, e fomos direto para a porta das nossas próximas casas, eu e Matheus fomos para a do Fogo e Bianca foi para a do Ar, mas logo os outros grupos chegaram e só estávamos esperando o visor liberar; já na fila, eu entrei na frente de Matheus e fiquei em primeiro!
- Ei! - ele disse rindo
- Aí Matheus, por favor, deixa eu ir na frente! Eu estou muito ansiosa!
- Tudo bem! Eu já sei que vou passar no fogo. - ele disse despreocupado.
- Como você sabe? - perguntei confusa.
Ele fez um gesto com a mão e um chama apareceu na ponta de seu dedo.
- Eu descobri isso algumas semanas atrás. - ele se explicou
Fiquei impressionada. Mas, eu coloquei as mãos em concha e fiz com que surgisse água e joguei em cima da mão dele, apagando o fogo! Ele me olhou intrigado e eu comecei a rir, nesse momento o visor liberou, eu passei correndo e ele saiu correndo correndo atrás de mim. O caminho do fogo era o mais longo, e era feito de pedras de lava endurecida, mas não deu para prestar muita atenção com alguém correndo atrás de você; porém em um certo ponto fique imaginando o que pensariam de nós se a gente chegasse suado e correndo lá, então eu parei de correr e comecei a andar, como se nada tivesse acontecido, quando de repente Matheus passou por mim, ele me viu e parou, mas começou a andar de costas na minha frente.
- Eai? Percebeu que eu ia te alcançar e desistiu? - ele disse me provocando
- Para o seu governo, você nunca iria me alcançar, mas eu decidi parar para não causar uma má impressão.
Ele começou a pensar e logo parou também. A gente continuou caminhando por um tempo, a Giovanna até alcançou a gente, quando finalmente a gente chegou, eu já estava exausta, mas valeu a pena. A sala do fogo era amarela com vários móveis rústicos, tinha até uma lareira! E sentado atrás de uma bela mesa estava um homem moreno com cabelos bem escuros e olhos em um estranho tom de âmbar avermelhado.
- Olá! Sentem-se por favor! Eu me chamo Tomás, sou o diretor da casa do Fogo! E antes de vocês começarem devo avisar que quando abrirem a porta terá uma parede de fogo que vocês terão que passar, por isso, se sentirem que estão se queimando, nem tentem passar.
Ele olhou nossos pulsos, nem o Matheus nem a Giovanna tinham passado em alguma casa, então ele pediu para que eles se dirigissem para as portas, mas quando ele viu a minha pulseira ele perguntou:
- Você é a Marina?
- Sim...
- Então tudo bem, pode ir até a porta!
Eu fui até a porta e esperei ele dar o sinal para que pudéssemos abrir.
- Podem abrir!
Eu abri a porta e uma onda de calor passou pelo meu corpo, mas não era um calor insuportável, estava mais para o calor do verão, era quentinho e gostoso. Eu passei pelas chamas sem o mínimo problema, o que surpreendeu, mas não tinha tempo para ficar feliz comigo mesma porque tinha uma mulher pegando fogo dentro da minha sala!
Ela estava com os olhos fechados e não percebeu a minha presença, mas segundos depois ela abriu os olhos e logo que me viu estalou os dedos e todo o fogo sumiu.
- Aí desculpa, não sabia que você já tinha chego, eu só estava... relaxando.
Não respondi
- Você deve ser a Marina! Estou certa? Eu sou a Letícia!
Acho que ouvir meu nome me fez sair do transe, eu ainda estava meio atordoada por conta da cena que eu tinha presenciado, mas consegui responder.
- Sim, sou eu.
- Bom, nessa casa você só terá um desafio, pois ao passar pela porta você já provou suportar o calor que provavelmente te consumiria até a morte,e que você não se queima, com isso seu único desafio é criar fogo e queimar alguma coisa - ela disse pegando uma caixinha - suas opções são: uma borracha, uma lente de óculos, uma folha e um pedaço de tecido. Qualquer um deles que você queime fará você receber o seu pingente.
Eu escolhi a folha, que era mais fácil de pegar fogo e comecei a evocar o meu poder. Era uma sensação diferente, como se parte da minha energia tivesse saindo pelas minhas mãos, eu já estava começando a entender como tudo aquilo funcionava, e por incrível que pareça, foi bem mais fácil do que eu tinha imaginado. Quando senti que tinha poder suficiente eu apontei para a folha, e em um piscar de olhos as chamas começaram a consumi-la e aos poucos foram formando uma pequena bolinha de cristal.
Letícia pegou o pequeno pingente e colocou em minha mão, dentro da pequena bolinha de cristal havia uma chama, como se fosse uma mini-vela que, segundo a Letícia, nunca se apagava.
Saí da sala dizendo adeus a Letícia e atravessando a parede de fogo novamente, ao chegar na sala principal percebi que a Giovanna não tinha conseguido entrar e suas queimaduras estavam sendo tratadas pelo Tomás.
Depois do Matheus chegar e colocar o seu pingente, todos nós fomos para a quarta e a ultima casa do dia.

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Desculpem os erros!
Espero que estejam gostando!
Se acharem algum erro me avisem!
Bjus ✌️✌️

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