Série Família De Marttino - Herança de Amor (Degustação)

Capítulo 2

Para Beca do Vivi, minha linda, um feliz aniversário, cercado de amor, com todos os seus sonhos se realizando e muito sucesso sempre. Você é muito especial e desejo que seja MUITO feliz sempre. Parabéns!!!!!

PARABÉNS ISA!!!! Sorte, amor e muitos sonhos realizados. Feliz aniversário!

Para Ana Paula(dos Audios) Patricia, Talita, Pithy, Thaty, Silvia, Lilian, Minny, Fabi, Hiviny, Raquel, Joyciany, Gi Viana, Sabrina, Cintia, Pietra, Anna, Su, Maria, Jussara, Joana.

Especialmente para as esposas do Pietro, esse é cheio das garotas. Você é uma delas? Já caiu em uma de suas cantadas? Deixe aqui o seu depoimento. 

Carolina

O espelho, o maldito espelho sempre me provocando, sempre me lembrando, o tempo todo ele a me interrogar. "Você nunca vai ser como ela quer?" "Você nunca vai ter o corpo ideial? O jeito ideal?" ela nunca vai se orgulhar de mim. Nunca vou estar à altura de Mirella Barazza.

Lanço uma careta de desgosto para ele. Nunca. É a resposta. Nunca vou chegar aos pés da miss Itália, nunca vou ter a elegância e a leveza no andar, nem a altura ou os cabelos esvoaçantes, nunca vou ser ela. Eu sei disso, resta convence-la.

— Desengonçada! – Insulto meu reflexo.

Não herdei muito dela. Mirella Marazza tem longos cabelos dourados, olhos de um azul profundo e curvas perfeitas num corpo alongando. Ainda tem tudo isso. Mesmo aos quarenta e sete anos ainda conserva o corpo que tinha na minha idade, vinte anos, quando venceu o concurso de miss Itália.

É o clichê perfeito de mulher bonita, ela gosta de ser quem é e ela sempre quis que eu fosse como ela. O ballet não ajudou, dez anos com pés doendo dentro de sapatilhas de ponta e nunca consegui mais do que o básico. Não bastasse minha mãe enumerando meus defeitos, eu tinha minhas professoras de ballet me lembrando o quanto era inadequada.

Cabelos são castanhos, observo meu reflexo, eles não têm o mesmo balanço natural, não parecem saídos de um salão de beleza as sete da manhã, só quando saio de um salão de beleza. Os olhos são castanhos, a boca parece um morango, não tenho muitas curvas, nem muito seio, nem muito nada.

— Sem graça, monótona. Só um rosto comum, num corpo comum, numa garota comum. – Suspiro. Sobrevivi a tudo isso. Ainda tento, eu não devia, mas ainda tento agrada-la. Ainda tento ser o que ela espera, mas está além da minha aparência.

Tímida, introvertida, um tanto atrapalhada e sem qualquer charme. É isso, me coloquem num salão, eu posso melhor muito minha aparência, mas ainda vou ser a mesma Carolina de sempre e não vou ganhar mais do que indiferença, principalmente se ela estiver ao meu lado. Então eu simplesmente deixo de existir.

Já era ruim em Milão, a cidade de grande porte e com vida agitada ao menos me escondia um pouco, agora que acabamos num pequeno vilarejo da Toscana, onde todos se conhecem, eu não vejo como posso continuar escondida de mim mesma e de todos os outros.

Quando papai comprou o shopping, eu não pensei que viríamos para morar. Achei que seria apenas mais um de seus negócios. Outro shopping e só isso. Não pensei que nos mudaríamos para sempre.

A casa é bonita, com um jardim encantador, um pouco afastada das lojas, numa colina onde se tem uma linda vista e muito silêncio. Mamãe está encantada com o salão principal, a piscina e os jardim, já organiza festas mentalmente e acredita que será o centro da pequena sociedade.

Papai está disposto a relaxar, meio que se aposentar como quer tem uns cinco anos. Ele e minha mãe tem uma boa diferença de idade, ele tem sessenta e dois anos, meu irmão está pronto para assumir os negócios em Milão, feliz com a ideia. O filho ideal, bonito, carismático, inteligente e bem-sucedido. Aos vinte e sete anos, meu irmão acaba de assumir a diretoria de sei lá o que e papai está feliz por poder descansar.