Mais uma comemoração anual, enfeites, corações, flores, músicas com sentimentos e pessoas sensibilizadas por aquele movimento harmônico que envolve a palavra mãe. As pessoas, com exceção aquele menino.
Para ele não havia mãe ao lado, nem adiante, somente atrás. Ela estava em meio às memórias de uma cidade, de um tempo, de uma fase, mas não estava lá. A professora até pensava que não iria aparecer na festividade. Mas lá estava ele, mais preocupado se o amiguinho viria do que com quem deveria homenagear. Veio à caráter, mas como podia -roupa marcada pela humildade de uma vida de sacrifícios. No olhar do menino, não havia tristeza, talvez, em seu coração sim, mas como toda criança, encara a vida com alegria e espírito sem igual que às vezes um grito bem alto é suprimido pela viva esperança e forma positiva de encarar situações adversas.
Em algum lugar da prateleira das memórias de mãe, possa ser que por algum momento durante a entoação da música ele tenha se lembrando de algo similar à proteção feminina durante seu momento de dor, de tolice, ou de manha. E ainda talvez, naquele vago instante seu coração reagiu ao pensamento com batidas mais fortes do que em outro momento, como daqueles em que está tranquilo na vida sem mãe, em que sonha com um futuro mais ameno, em seguir a coragem de quem com ele ficou para encarar a vida com mais força ainda do que aquela batida que quase fez uma lágrima cair e estragar o cenário pacífico de "tô nem aí por não estar aqui".
Cristiane Belo.
Ananindeua, 15 de maio de 2018.
YOU ARE READING
Um dia das mães
RandomPerceber que nem todos os dias das mães são iguais, não é tão difícil assim.