Capítulo 1

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Luna

"Já parou para pensar como tudo, em nossa volta, não passa de algo programado?  
     Somos apenas mera existência em um oceano de pessoas com vidas, gostos e hábitos diferentes, mas com a relação de que todas seguem o tal padrão. A maioria com os objetivos e planos sobre a vida já traçados ao nascer, e crescem com os mesmos pensamentos e a mesma rotina de sempre, talvez sendo influenciados pelos os que os criam ou pela própria sociedade.
   Gosto de chamá-los de robôs, todo mundo é ou ja foi um robô. Sempre nos ensinam que devemos estudar, trabalhar, casar e ter filhos para vivermos felizes e em harmônia. Vivemos em um padrão onde ficamos presos nessa rotina e quando saímos um milímetro da linha, somos alvos de debates e acusações, apenas por sermos difentes.
   Óbvio que isso não se encaixa a todos, pelo menos não a mim e em muitas outras pessoas. Sempre há exceções.
   Não quero ser só mais um robô, mesmo eu estando presa nessa rotina que a cada dia fica mais insuportável, sempre farei o possível para me livrar disso não importando com a opinião de ninguém, sei que sairei aos poucos da coisa que mais temo, pois sou livre mas quero ter a minha liberdade por completo, e não deixarei nada e nem ninguém tirar isso de mim, pelos menos não tão facilmente.
   Não que eu seja literalmente presa ou algo do tipo, mas não suporto padrões. Odeio quando tentam me submeter a permanecer em um, e talvez por esse motivo sou chamada de 'A diferentona' na roda de amigos, o que para mim não faz a menor diferença ser chamada assim, até porquê meu pensamento e o meu modo de ver o mundo não mudará tão fácil assim"

-Muito bem srt.Bennet, sua crônica está ótima, ela é muito envolvente e muito profunda - Diz a professora Marta com grande satisfação - Claro que ainda falta alguns ajustes na escrita e tudo mais, mas está muito boa.

- Muito obrigada professora, depois reviso isso. E aí?, eu preciso muito de uma boa nota para eu poder recuperar a anterior - Digo com um tom de súplica, já que quero muito recuperar a minha nota pois sei que se eu não recuperar agora, não recupero mais, ficando, assim, com nota vermelha nesse bimestre.

-Claro! Dessa vez lhe darei 8.5 e, por favor, espero que não se repita o episódio da última avaliação, ou não medirei esforços para lhe colocar em dependência - Disse se referindo a avaliação na qual me dei muito mal por apenas escrever meu ponto de vista em relação a métodos exaustivos que o sistema estudantil nos submetem.

- Tudo bem professora Marta, isso não irá acontecer novamente.

- Assim espero.

Saio dali praticamente correndo e encontro minha melhor amiga me esperando no corregedor, ao lado do bebedouro.

- Me fala, o que ela quis com você dessa vez? - Pergunta meio exaltada, segurando o meu braço.

- Ah, ela só quis fazer algumas observações sobre aquele trabalho que a entreguei.

-Nossa, essa mulher não sai do seu pé.

-Prefiro acreditar que ela só quer o meu bem e por isso me cobra tanto, na verdade até gosto, mostra que ela está cumprindo o seu dever como professora - Falo indo em direção a escada a qual da direto para o pátio.

-Olha só pra mim, sou a Luna, toda certinha, amo meus professores por achar que eles fazem um bom trabalho - força a voz me imitando.

- Bruna! Eu não falo assim. E nunca disse que amo meus professores, só não posso ser injusta e reclamar das coisas que eles são pagos para fazer - falo a repreendendo, mas por incrível que pareça não consigo me irritar com essa pessoa.

- Para Luna! você é muito certinha sim, e chega desse papo - Me corta, mudando de assunto - Você ficou sabendo da novidade?

- Não, qual é?

Apenas a LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora