todo meu.

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não importava quantos homens você ia pra cama, sempre os dispensava com a mesma desculpa de que não era de ninguém e não se apegava.

poderiam ser um, dois, até seis caras. britânicos, australianos, canadenses; cabelos pretos, castanhos e até os mais coloridos que eu sempre achei malucos demais para o seu tipo tão delicado de ser; com personalidades distintas umas das outras, a merda que seja, só que, no final, você ia até a minha casa, sentava-se em meu sofá e ria deles, contando sobre suas transas frustradas, e eu ria também, pois sabia que era o único que poderia te satisfazer na proporção em que sonhava.

harry, você é um verdadeiro babaca com todos eles, fazendo-os chorar com suas falas tão cruéis, mas... por que não comigo?

por que continua indo até a minha casa sabendo que, no final da noite, após longas conversas, iríamos acabar dentre os meus lençóis, suados e dormindo de costas um para o outro para pensar no feito? que, ao acordar, estaríamos com as pernas entrelaçadas como as nossas mãos nos encarando com tanto carinho, sabendo que fingiríamos não ter acontecido nada no dia seguinte e conviveríamos como se fôssemos apenas amigos?

porque, sinceramente, eu pensava no quão idiota era por cair de novo na sua lábia de que não era de se apegar em alguém, a não ser que essa pessoa seja eu. e, então, você me beija como se eu fosse o único na sua vida.

você não é assim, baby. você não consegue seguir essa perspectiva de que os caras que você vai para a cama são por puro divertimento, pois eu sei que tenta não se apaixonar por mim por orgulho desde que nos conhecemos.

e foram várias e várias noites em que usou a desculpa de que estava cansado e não poderia ir para casa, lembra? e, então, se sentava com as belas pernas cruzadas e eu, como aqueles homens que você feria os sentimentos, te fitava como se fosse meu; te fitava com a esperança de que, um dia, estaríamos livres de todo esse drama e finalmente teríamos uma história de amor em que nenhum dos dois se machucaria.

mas você não é meu.

e eu queria que fosse, assim como nas noites em que aparece em minha residência de surpresa, me beija e me leva para o quarto que eu desejo que seja nosso desde que me entendo como o seu melhor amigo. assim, você fica de quatro, por baixo, por cima, goza gostoso e me olha nos olhos com a boquinha avermelhada e molhada após tantas sessões de beijos.

harry, eu não vou mentir para você, queria que fosse meu para só eu ter o privilégio de te ver em todas as posições possíveis; ter o privilégio de só eu ver seus lindos olhos castanhos brilhantes direcionados ao meu corpo, pedindo por mais àquela noite como se fosse a última. e eu sei que não será, mas te trato como se não fosse mais te ver.

e eu sei que sou o único que tem a capacidade de te amar e dormir de conchinha sem medo de, no outro dia, você me dispensar, porque eu estou disposto a mudar as suas concepções sobre o amor; estou disposto a ser diferente de todos aqueles que nunca despertaram o seu coração como eu faço.

— oi hazz, pode entrar. — digo, como sempre, mas com uma sensação distinta das que eu já senti em relação as suas visitas inesperadas.

— acho que precisamos conversar... sobre nós.

MINE • LARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora