CAPÍTULO OITENTA E DOIS

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Igão.

Tô sentado na boca mais Leon e Flavinho, os caras ficam fazendo pergunta o tempo todo.

— Diz aí, man, tu sumiu daquele jeito por causa da mina, não foi? – Flavinho perguntou pela terceira vez.

— Eu não sumi não, porra. Só quis ficar em casa, mermo.

— Iiih, que parada estranha, hein. – Leon falou.

— Estranho porra nenhuma, cuida da vida de vocês, vai. – coço a cabeça.

O celular de Leon toca e ele atende.

— Fala morena... Tô na boca, pô... Foi mal, foi mal, tô colando aí já... Calma, pô, tô indo já... Iiih, Nicole, calma. – ele desliga.

— Vamo lá comigo? – perguntou pra mim.

— Vamo, ué. – olho pra Flavinho. – Cuida aí.

— É nóis. – Flavinho falou.

Nos levantamos e montamos na moto, pilotamos até lá e de longe vi o carro na porta da casa da Nicole, tinha uma mina de cabelo claro com um bebê no colo, parecia George. Nicole em pé perto do portão e a mina encostada no carro. Parece ser gostosa, parece também que conheço aquele corpo. Fomos nos aproximando e não acreditei no que vi. Era Luna, eu conheço essa mina. Conheço seu corpo, conheço suas mãos, suas pernas. Mas seu cabelo tava muito mais claro, sua pele bem mais branquinha e até parece que seu corpo ficou mais formado, ela estava brincando com George e quando ouviu a moto parar, levantou sua cabeça falando um "aí" porque o moleque puxou seu cabelo. Vi ela ficar mais branca ainda e sentir seu nervoso de longe.

— Porra. – ouço Leon sussurrar.

Ele vai pra perto dela e trocam umas palavras, fico longe observando seu corpo, seu rosto e seu cabelo. Ela tá muito mais bonita que antes, tá mais gostosa e parece que todo o seu corpo só fez crescer e parecer mais gostoso ainda. Posso até ter ficado de pau duro vendo ela assim, mas fiquei com raiva só de lembrar de tudo, raiva de ver ela com essa roupa curta, raiva dela ficar diferente e eu não ver esse processo, raiva dela ser tão filha da puta de ter voltado aqui.

— O que tu tá fazendo no meu morro? – pergunto de braços cruzados me aproximando dela.

Ela tenta dar uns passos para trás, mas parece que não deu muito certo.

— E-eu, eu vi t-trazer a Nicki, eu, e-eu preciso ir. – ela treme na base tentando se aproximar mais da porta do carro.

Tá tentando fugir novamente. Vou para mais perto dela a segurando pelo braço, a puxo para perto de mim e sinto seu perfume, é o mesmo. A olho com raiva e desejo, mas deixo a raiva vencer.

— Pois tu vai sair daqui, agora. Nunca mais vai aparecer. – eu a empurro com força e vejo ela se bater no carro.

— Igor, para. – Nicole se aproxima e me separa de Luna.

— O que tu quer também? Mentirosa do caralho você, rapaz. – digo encarando Nicole com raiva.

— Qual foi, Igor? – Leon se aproxima com seu filho no colo.

— E-ela não tem nada a ver, eu que falei para não dizer. – Luna gagueja.

— Cala a tua boca. – aponto com raiva pra ela e no mesmo segundo ela fecha os olhos. – Eu não quero te ver mais aqui, nunca mais, tá ligado?

— Não grita com a Luna não. – Leon fica na frente dela. – Segura o George, Nicole.

Nicole segura e Leon afasta ela do meio da gente.

A GAROTA DE DREADS E O DONO DO MORRO (GDDM 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora