Capítulo QUATRO - Voltando para casa

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— Tem notícias de Diego ou dos outros?

— Nenhuma. ‒ Luka parou ao lado do pai, que olhava para fora da janela, vendo as luzes do hotel da beira de estrada piscarem de maneira precária. Já era madrugada alta naquele momento.

— Nem de Pablo? ‒ o rapaz negou com a cabeça e o homem suspirou. Estava preocupado com sua família, ele não escondia isso. Não agora que o garoto dormia pesadamente na cama. Ele se virou, vendo o menor dormindo e se aproximou, observando-o.

Silenciosamente tocou no rosto do menino, que franziu a testa, mas não despertou.

— Está cansado. ‒ comentou o rapaz ao seu lado ‒ Foi boa ideia pararmos um pouco. Agora estando longe de todos e despistado o Ômega que nos perseguia dá pra ele descansar um pouco.

— Imagino que ele não tenha uma boa noite de sono desde que fugiu de Miguel. ‒ comentou Victor. Ele duvidava que o garoto tivesse tido alguma noite pacífica nas garras daquele bastardo ‒ Vamos dar mais uma hora de sono pra ele antes de seguir para a base secreta da próxima cidade e trocarmos de carro.

Luka concordou. Os dois se viraram quando ouviram passos no corredor e se aproximaram da porta e janela, tendo suas armas em mãos. Mas logo relaxaram ao notarem que era Adam retornando.

— Trouxe comida e algumas roupas que o mercadinho próximo vende. ‒ comentou ele ‒ De noite é frio, melhor mantermos ele aquecido, pois perdeu sangue com aquela bala de prata.

— Verdade. Estava aberto nesse horário? ‒ perguntou Luka.

Adam sorriu.

— Eu fiz abrir. ‒ respondeu, fazendo Luka sorrir ‒ Temos prioridade aqui. E não haviam câmeras.

Antes que Victor ou Luka respondessem o telefone de Victor vibrou e ele o pegou no mesmo instante.

— Diego.

— Estamos chegando no vilarejo. ‒ a viagem que duraria dias se Daniel estivesse com eles, visto todo o problema que encontrariam no caminho, durou apenas algumas horas ‒ De longe vemos o brilho dos tiros, o vilarejo está sendo atacado, mas iremos dar um jeito.

— Me avise quando estiver com Chris e Pablo, preciso de notícias. ‒ sussurrou Victor, que mirava o garoto na cama.

— Pode deixar. Como está Daniel?

— Dormindo. ‒ respondeu o Alfa ‒ Conseguimos despistar do Ômega que estava nos seguindo, agora que tivemos um momento de paz chegamos em um hotel beira de estrada. Já dorme faz umas quatro horas.

— Isso é bom, pelo que Ryan disse, ele não andava dormindo por temer algum ataque. Bem, vamos indo aqui, qualquer coisa nos ligue. Eu dou retorno quando estiver com os rapazes.

— Tomem cuidado, Diego.

— Vocês também.

Ele desligou no momento em que Daniel sentou na cama.

— Acho que alguém pode querer um banho quente e uma muda de roupa limpa antes de comer. ‒ comentou Adam, mostrando os pacotes de comida.

— Quero muito. ‒ falou o menino, pegando as roupas e a toalha que Luka lhe oferecia. Ele seguiu para o banheiro e se trancou.

— Fiquem de olho em qualquer som diferente. ‒ sussurrou Victor, indicando o banheiro ‒ Ele ainda não confia totalmente em nós.

Os dois acenaram.

Daniel aproveitou bem o banho quente, sentindo-se muito melhor de quando chegou naquele quarto surrado. Por alguns minutos deixou apenas a água quente cair sobre a pele, aproveitando bem a boa sensação que ela lhe causava. O garoto fechou os olhos e encostou a cabeça contra o azulejo, pensando em tudo que aconteceu até aquele momento. Ainda era difícil de acreditar que havia encontrado sua família.

Orgulho GasserOnde histórias criam vida. Descubra agora