Regina, I choose you!

Capítulo único

Emma Swan desceu do fusca amarelo e entrou apressada pelo jardim da casa já muito conhecida. Suas botas sabiam de cor aquele caminho. Era hoje. E era agora. Não perderia mais nenhum segundo. Tocou a campainha uma, duas, três vezes.

Regina lá de dentro gritou "Já vou", na tentativa de fazer cessar aquele desespero todo. Sem sucesso.

A loira deu batidas ansiosas na porta e chamava a prefeita "Vamos lá, Regina, é importante".

Irritada, Regina abriu a porta. Aquela hora da madrugada não era o momento propício para bater à porta de ninguém.

- Swan! Mas o que diabos você está fazendo aqui? Tem alguém morrendo por acaso?!

- Regina, eu escolho você.

A cara de desentendimento da Rainha quase fez com que Emma recuasse. Mas não, não podia.

Emma deu dois passos à frente e segurou as mãos da morena. Respirou fundo, buscando a coragem que faltava pra continuar. – Eu sinto muito, Regina. Eu sinto muito por nunca ter dito a você o quão maravilhosa você é. Sinto muito por ter deixado você acreditar que tudo que fiz foi pelo Henry. Eu daria a minha vida por você todos os dias, porque eu te amo. Eu sei exatamente quem você é, eu sei todos os seus segredos e eu amo você como nunca amei ninguém. Sei que não será fácil, mas eu não me importo. Porque mais difícil do que encarar os meus sentimentos e as consequências disso, é continuar vivendo longe de você. Eu não quero dividir a guarda do Henry com você, eu quero dividir toda nossa vida, eu quero que seja a nossa vida. Eu repensei todos esses anos, analisei todas as maldições e tudo que chamamos destino e profecias. E Regina, eu não ligo pra isso. Quer dizer, somos mais que isso! Não é justo que fiquemos separadas! Nós somos o nosso final feliz, Regina, sei que somos! Estou cansada de condicionar a minha vida à pó de fadas, nada disso fala mais alto que meu coração. E o meu coração diz que é você o meu amor verdadeiro. E isso é tão real! Nossa magia é a mais forte, especialmente quando estamos juntas, porque amor verdadeiro é a magia mais poderosa de todas. Você sabe disso, você sente isso também, eu vejo. Eu gostaria de poder voltar e não desperdiçar nenhum segundo do nosso tempo. Gostaria de ter protegido você no meu abraço incontáveis vezes e nunca ter permitido que você se sentisse nada menos do que uma Rainha. Porque, Regina, você é a minha Rainha.

Emma se ajoelhou de frente para Regina, que ainda permanecia estática na porta. Incrédula. Seu corpo todo tremia e ela mal podia respirar. Tudo que queria era abraçar Emma e dizer que todo aquele amor era e sempre foi recíproco. Mas a única coisa que conseguiu fazer foi derramar as lágrimas que, em vão, tentava segurar. E então Emma continuou:

-Regina Mills, seja minha Rainha. Eu preciso de você, todos os dias.

- Emma! - Regina ajoelhou e tomou o rosto da loira com as duas mãos, recebendo o beijo que desejou por tanto tempo. Quando os lábios se separaram, colocaram-se em pé e num abraço forte, quase esmagador, matavam toda aquela saudade que era quase desconhecida por elas. Uma necessidade de sentirem a pele uma da outra juntas, próximas. O cheiro. A certeza que aquele momento era real. Elas haviam, finalmente, se encontrado.

- Emma, não precisamos voltar para o começo. Amor verdadeiro não é fácil, ninguém disse que seria. Ninguém nunca me disse que seria tão difícil! Quando eu pensei que já havia conhecido toda dor... -Regina afastou o abraço, apenas para continuar olhando diretamente para a loira. - Emma você me salvou todos os dias, desde a primeira vez que pôs os pés nesta cidade. Esse foi o nosso começo e tudo que vivemos foi essencial para nos tornarmos as pessoas que precisávamos ser. Você é a minha Salvadora, minha felicidade. E é claro que eu sou a sua Rainha, Miss Swan.

Regina abriu aquele sorriso largo maravilhoso que Emma tanto amava e ela então desenhou com as pontas dos dedos todo o contorno do rosto da morena, que fechou os olhos absorvendo todo carinho que existia ali.

- Eu amo você, Emma. Amo você!

Num movimento mágico a Rainha fez surgir a sua fumaça roxa, que as levou até o quarto do segundo andar.

E assim começava a ser vivida a história do amor verdadeiro entre a Rainha Má e a Salvadora, tantas vezes adiado pelo destino e suas cruéis artimanhas. Mas nada disso importava mais, nenhuma dor, nenhum obstáculo. O fim era o começo. E essa era a verdadeira felicidade.