O começo..

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São Paulo, 11 horas de uma noite fria e úmida, como tantas outras na cidade. O tempo estava bem carregado, e era iminente que uma pesada chuva cairia em pouco tempo. Estava na fase de ventos fortes, e motos passando rapidamente nas ruas para fugir do aguaceiro, e das inevitáveis inundações pontuais

. Simona estava estudando anatomia: Prócero,  esternocleidomastóideo, músculos da face e pescoço respectivamente,  inervação e vascularização. Desde que entrou na faculdade de medicina, ela ja pensava em fazer cirurgia plástica, e gostava de estudar mais a anatomia de crânio e face. Talvez oftalmologia, ou otorrino, pensava, apesar de estar apenas no segundo período. No seu quarto, deitada na cama de bruços, observava uma figura no atlas de anatomia do  Sobotta, e o livro de anatomia do Moore, com os cotovelos fincados no colchão.

-Platisma, nossa. que músculo fino. Será que alguém consegue dissecar? - pensa em voz alta. Procura no google, e descobre que nos cavalos, esse músculo do pescoço é bem desenvolvido. - - Hum, claro. É para espantar insetos que pousam ali. - conclui. -  Nossa, que frio,  Jesus.. - disse Simona, se levantando da cama. Foi até o guarda-roupa, buscar um edredon. No caminho, claro, pisou em muita coisa espalhada no chão. Lápis, cadernos, um livro, o pé esquerdo de seu tênis, e.. - Hum, acho que pisei no  carregador do celular... de novo! ai meu Deus, será que eu estraguei a pontinha? - disse, preocupada com o suposto prejuízo. -Abaixou-se  imediatamente e observou o fim do cabinho, levemente torcido, mas "ainda" viável. - Ai que bom, esse está salvo. Tenho que parar de deixar essas coisas no chão. - disse, como em inúmeras vezes já prometera . - Ai que frio. -abriu o armário e rapidamente tirou o cobertor  vermelho. Enrolada nele, voltou correndo para sua cama, com o carregador na mão. Esticou o braço até quase tocar o chão , e deixou o judiado artefato lá, no chão, novamente...

-Vamos lá, onde eu parei mesmo?- simona volta a estudar, novamente de bruços , novamente com os cotovelos fincados no colchão, mas com o edredon,  quentinho, por cima.

Imediatamente um relâmpago cai, e estalos de gotas de chuva pipocam crescentemente na janela. Aos poucos, os estalos aumentam e a intensidade da água que cai na janela também , e uma forte chuva desaba sobre a maior cidade do Brasil . Raios ,trovões, e rajadas de vento.  -Nossa, como está relampejando ... que isso!- diz Simona após 5 trovões seguidos!

Simona pulou da cama, e colou a cara na janela do quarto, observando a imensa quantidade de água que caindo do céu, iluminada pelas luzes dos raios. De repente, um raio simultâneo com o estrondo de um trovão, o suficiente para derrubar um dos quadros de seu quarto, uma pintura cubista, feita pela sua colega   de faculdade. 

De repente, o quarto fica escuro, logo após outra saraivada de raios. 

-Hum, que droga. - Diz Simona, acendendo a lanterna do celular. - onde eu guardei as velas .. e agora? 

Ela passa as mãos sobre o guarda roupa, pois geralmente deixa as coisas que quase nunca usa, lá encima . Então, pelo canto dos olhos, percebe alguma movimentação estranha acontecendo na rua,  pela janela do quarto. 

-Parece que tem alguém na chuva! Que estranho! Quem  é o louco? - diz Simona consigo mesma.

Olhando para a direita, viu um poste de luz no fim da rua com faíscas saindo. Provavelmente vitima dos fortes raios, e causa da escuridão que imperava no seu bagunçado quarto.. 

Voltou a olhar para frente e viu um homem, de sobretudo preto, olhando para o final da rua, em direção ao poste. Subitamente, ele se vira para Simona, e mesmo a alguma distância, seus olhos se encontram. Simona se assusta e dá um pulo para trás, escondendo-se na escuridão de seu quarto.. -Que cara estranho., -diz Simona. Ela aguarda um minuto, e cuidadosamente volta para a janela. 

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⏰ Última atualização: Dec 23, 2018 ⏰

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