27 de janeiro de 2008
Eram 22:39 quando Jeno caminhava pelo mezanino de seu edifício. Geralmente não era tão comum ver crianças, em geral, acordadas a esta hora.
Lee era um bom garoto. Sempre quis demonstrar boas atitudes, se dedicava e, principalmente, era leal. Seus pais o amavam e consideravam Jeno como o filho perfeito ou o filho que toda mãe gostaria de ter.
Mas por que o garoto de fios negros estaria ali?
Não sabia ao certo.
O mesmo estava com uma cara fechada, o que era raro de se observar, pois Jeno sempre foi tão alegre. "Parece que a felicidade não é permanente.", isso se encaixava perfeitamente nessa situação.
Sua bermuda branca e sua camisa listrada com tons esverdeados e azulados destacavam o jeito angelical do garoto.
De repente, a feição de Lee mudou. Ele não estava mais com uma cara fechada, sua sobrancelha arqueada demonstrava dúvidas, já que o mesmo havia escutado um som.
Jeno ficou estático, mas sua curiosidade sobressaia seu medo. Ele adentrou a parte do jardim do edifício, onde haviam muitas flores lindas, que a noite não pareciam estar muito felizes.
Outra coisa que havia ali era algo que Lee adorava e sempre vinha brincar com seu pai pela tarde, o playground estava agora escuro, com as luzes que o iluminam desligadas; sem dúvidas por conta do horário.
Mas o garoto permaneceu lá, como se não estivesse satisfeito por não ter encontrado nada. O que é corajoso, pois numa ideia geral, todos correm pelo lado oposto com algo que é perigoso.
Jeno foi corajoso.
Andou mais alguns passos próximo ao tobogã vermelho e subiu a escadinha que levava a uma espécie de cabana que existia sob o tobogã.
Ele viu um corpo. Um pequeno corpo como o dele, porém encolhido. Lee estava com dúvidas a respeito de quem, mas tinha certeza de que o conhecia.
— Min? – Ele disse assustado enquanto se aproximava de seu amigo, Jaemin.
Jaemin era um garoto que nem Jeno. Era difícil vê-los juntos, pois não eram da mesma escola e também não brincavam juntos no prédio; não porque não queriam, mas apenas porque seus tempos não batiam.
O primo de Lee, que morava de favor na casa de seus pais, já estava no último ano do ensino médio. Com isso, os pais de Jeno acharam mais vantajoso o mesmo estudar de manhã juntamente com seu primo, já que para ele o turno era apenas este.
Jaemin pelo contrário, estudava à tarde, como a maioria das crianças do ensino fundamental um.
Por um acaso, naquele dia os dois acabaram se encontrando. Nunca foram de conversar muito, mas quando estavam juntos, era muito divertido para os dois.
Pela primeira vez, Jeno estava escutando Jaemin chorar. A cabeça do mais novo permanecia encolhida em seu corpo pequeno, mesmo tendo escutado o outro falar.
— Por que você está chorando, Na? – Ele levantou a cabeça de Jaemin e abaixou suas pernas, pois assim conseguiria dar um abraço no mais novo e assim fez.
Jeno aprendeu com seus pais que abraços sempre são acolhedores, eles passam muita segurança, o que é sempre agradável de ter.
Por vários minutos os dois permaneceram assim. Jeno apenas tinha dado a volta e ficado abraçado com o mais novo de lado.
Desde que o mais velho chegou, Jaemin não tinha dado uma palavra. Suas lágrimas cessaram e apenas se escutava seus fungados repetitivos pelo jardim.