Seu toque sempre fora o meu favorito, e seus braços, a minha morada.
Eu me senti protegida do mundo, de todo mal que pudesse existir.
Eu me senti uma rainha posta em um pedestal único, só meu.
Eu me senti inteira, quando precisava ser inteira apenas sozinha.
Eu me destruí para que você pudesse construir sua morada em mim, e então, a derrubasse quando não sentisse mais vontade de ficar.
Ficar. Você não ficou nem para ver meu castelo de areia se desfazendo enquanto eu clamava seu nome.
Você nunca ficou.
Você me concedeu a coroa, e tirou-a de mim quando teve vontade.
Meu pedestal foi quebrado, e eu estava mais incompleta do que jamais estive antes.
As sensações mais lindas não podem ser descritas em palavras. Seu sorriso foi meu acordo de paz com o mundo, e seus lábios, a trégua com a vida.
No fundo eu sabia, minha felicidade não poderia depender de você e, eu também sentia, que aquilo tudo era só um eufemismo.
Um jeito bonito de denominar a catástrofe, de sintetizar a dor em algo plausível e cheio de beleza. Uma forma abusiva, porém sinuosa, de entregar os pontos à quem sempre sentiu demais. O amor é bonito até deixar de ser.
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eufemismo
Short StoryUm jeito bonito de denominar a catástrofe. De sintetizar a dor em algo plausível e cheio de beleza. Uma forma abusiva, porém sinuosa, de entregar os pontos a quem sempre sentiu demais. O amor é bonito até deixar de ser. #1 em "eufemismo".