Capítulo Único

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Eu me lembro quando éramos pequenos e brincávamos de super heróis. Você era o Homem de Ferro e eu era o Capitão América, e nos reuníamos na casa na árvore de Hoseok todas as quintas-feiras para combater o mal. Já faz bastante tempo. Eu ainda não tinha sorvido um único gole de bebida na vida e você ainda era virgem.

Tudo mudou quando entramos no Ensino Médio, né? Logo no primeiro semestre, minha ex terminou comigo pela segunda vez, fiquei de recuperação em matemática e começamos a estudar juntos. Eu era o seu aluno e você era meu professor particular. Também me lembro das constantes discussões que tínhamos porque eu ficava muito distraído "olhando para o além", como você me dizia, e não prestava atenção em você, quando, na verdade, você era secretamente a minha grande distração.

Tinha 15 anos quando me masturbei pela primeira vez pensando em ti. Foi logo depois da nossa terceira aula, quando você apareceu em casa de camisa branca. Sempre achei que a elevação que seios faziam nas blusas era extremamente sexy, mas, naquela noite, a única coisa que consegui imaginar era em como aquela camisa de algodão se encaixava perfeitamente em seu corpo lisinho.

Depois que acabei, senti como se minha vida tivesse sido uma mentira. Garotos nunca me chamaram a atenção, mas você parecia mais interessante do que qualquer garota. Nós tínhamos tanto em comum que, quando ficava sozinho contigo, não conseguia me imaginar com mais ninguém. Eu só queria estar com você, de todas as formas possíveis da palavra.

Lembra da nossa última aula particular daquele ano? Você estava prestes a fazer aniversário e eu ainda pensava no seu presente. Então te surgiu a ideia de dormir em casa, como nos velhos tempos. Fazia muito tempo que não dormíamos juntos, no mesmo quarto, na mesma cama, no mesmo escuro e aquecidos pelo mesmo cobertor. Nós já éramos dois adolescentes, com pura testosterona correndo por nossas veias e visões diferentes um do outro.

E então, quando você estava de costas para mim, com o meu cheiro no seu corpo e apenas com a minha camiseta te cobrindo, eu me dei conta de que aquilo nunca seria como nos velhos tempos.

Você ficou assustado quando eu te abracei, e mais ainda quando eu beijei o seu pescoço nu. Lembro da intensidade do aperto em meu braço feito pela sua mão, mas não me vem à mente a sua reclamação. Ao contrário, o gemido que você soltou, rouco, manhoso e sussurrado pelo recente despertar, é uma das coisas que nunca irei esquecer, assim como nosso primeiro beijo trocado, cheio de língua e curiosidade, debaixo daquele edredom roxo e azul.

Você ficou nu primeiro do que eu, pela menor quantidade de roupas que te cobriam. Eu te coloquei no meu colo e apertei sua cintura com tanta força que deixei marcas que duraram mais tempo do que os chupões. Ficamos conhecendo nossos corpos por tantos minutos que sentia meu corpo chamuscar. Parecia que eu iria explodir ao primeiro toque.

Mas não aconteceu.

Quando te penetrei, vi pequenas lágrimas encherem seus olhos. Aquilo controlou a minha vontade de me dar prazer e despertou a necessidade de cuidar de você. Eu te abracei, e te beijei tanto que meus lábios adormeceram. Você parou de chorar e sussurrou que confiava em mim. Aquilo bastou.

Nós passamos horas transando e tentando, inutilmente, controlar nossos gemidos para que meus pais não nos escutassem. Era difícil não gritar te sentindo me esmagar com tanta força e vendo seu rosto retorcido com o mais puro deleite.

Quando acabamos, abracei sua cintura e implorei por mais, mas você disse que tínhamos aula e que precisávamos descansar. Eu madruguei apenas te olhando dormir. Não me lembro do exato momento em que realmente me apaixonei por você, mas com certeza foi durante um milésimo pertencente àquelas seis horas que passamos juntos, sozinhos, em cima da minha cama.

vício (kth+jjk)Onde histórias criam vida. Descubra agora