Capítulo 3

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Decidi me levantar e tomar um banho, eu precisava relaxar e me acalmar. Enquanto pensava no que o meu pai fez, a raiva me atingiu. Sem pensar em nada, quebrei o espelho do banheiro, fazendo um barulho estrondoso. Eu não ligava, eu não tinha amor das pessoas, eu fui rejeitada.

Terminei o meu banho e fui atrás de roupas novas. Não encontrei nada, apenas uma camisa social preta do Zayn, decidi colocar. Eu não tinha acesso aos outros quartos, então eu não poderia pegar outras roupas. Espero que ele não fique irritado. Se que bem, essa camisa ficou ótima em mim.

Me olhei no espelho enquanto ajeitava meus cabelos, acabei sorrindo automaticamente, mas não sabia o motivo. Talvez eu esteja feliz no momento e não quero estragar isso. Mesmo odiando o que Zayn fez comigo, mesmo sem respostas, ele me passa confiança, não consigo sentir medo.

- Não consegue sentir medo de mim? - uma voz ecoou pelo porão e eu tremia feito uma garotinha. - Eu posso ouvir as batidas do seu coração, posso sentir bater cada vez mais. - Zayn disse em um sussurro perto de meu pescoço. Ele consegue ler mentes? O que acabou de acontecer aqui?

- Não consigo sentir medo, até que me prove o contrário. - me virei ficando cara a cara com Zayn. Seus olhos castanhos agora estavam amarelos. Lentes?

- Eu nunca machucaria você. Mas você não é o que eu preciso, você é uma garota fraca, se deixa levar pelo medo. Eu não quero isso. - ele me olhava sério.

- O meu lugar não é aqui Zayn. Você não me diz o que aconteceu, eu não sei quem você é, não sei o que você é e por qual motivo me prendeu aqui, o que te fez querer me comprar? - alterei a voz e ele pareceu não gostar.

Zayn pegou no meu pescoço, mas não machucava. Ele estava sério e sorria com malícia, aquele sorriso maldito e bonito. Me perdi no seus olhos e tudo foi se acalmando. Ele me passava confiança, medo e era muito atraente. Droga, o que estou dizendo? Ele me sequestrou, ele me comprou.

Virei o meu rosto quando ele tentou se aproximar, eu estava sendo fraca. Eu sentia raiva de tudo e todos. Zayn pareceu não ligar e saiu do quarto. Ele era frio, notei isso quando comecei a chorar e ele nada fez, apenas me lançou um olhar sem expressão e saiu.

Minha cabeça estava cheia novamente, memórias e mais memórias me atingiam. Eu sentia saudade dos poucos amigos que eu tive. Infelizmente 2 morreram em um incêndio na escola e isso me deixou muito abalada. Mas eu precisava viver, continuar minha vida e o meu sonho de me tornar uma perita criminal.

Aqui dentro isso seria impossível, eu não podia sair, nem ter acesso aos outros quartos, só tinha Joana pela parte da manhã e depois ficava numa completa solidão. Eu não estava vivendo, estava somente existindo.

Me veio as lembranças do meu pai quando eu era menor, a gente sempre foi aos parques, lanchonetes e tudo parecia bem. Ele parecia me amar, nunca teve a intenção de me vender. Mas os tempos mudaram e hoje estou aqui.

Limpei as lágrimas e decidi não deixar isso mexer com a minha cabeça. Eu precisava de um plano, precisava mexer com a cabeça de Zayn. Não seria fácil, mas eu consigo, acredito que eu seja uma boa atriz também.

Desci as escadas e Zayn estava deitado no sofá imenso da sala. Era hora de agir. Darei o que ele quer, mas eu exijo uma condição e assim, poderei fugir. Zayn consegue ler mentes? Good, isso não interfere em nada se tudo for feito corretamente, mas preciso tomar cuidado.

Zayn me olhava descer as escadas em sua direção, logo sua atenção voltou ao programa de televisão. Abri alguns botões da camisa deixando os meus seios quase saltando para fora. Me sentei ao seu lado e sorri. Zayn então me olhou e seus olhos foram direto aos meus seios. Eu sabia que ele não ia resistir, mas a questão é, eu resistiria?

- Você realmente está assistindo isso? - perguntei. - Um programa sobre culinária? - comecei a rir. Zayn não cozinhava, e se sim, eu não sabia.

- Preciso aperfeiçoar meus domínios com cortes, assim minha presa não escapa tão fácil. - sorriu.

Ele tinha respostas para tudo. Me deixava assustada, mas era divertido brincar com ele dessa forma. É uma pena que em breve não estarei aqui. Mas vou deixar um pouco de saudade, talvez eu faça falta.

MEU ALFAOnde histórias criam vida. Descubra agora