|01| balada & beijos

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NATÁLIA

Eu amava os sábados.

Sábados eram dias de sair e se divertir com os amigos.

E balada era, com certeza, um dos melhores programas para um coração partido, dois solteiros e um meio comprometido — o meu.

O ritmo frenético da música agitada tomava os sentidos de meu corpo; e os outros em volta não estavam muito diferentes.

As luzes coloridas corriam pelo local, iluminando vez ou outra pessoas se esfregando ou enchendo a cara.

Qualquer um que me visse, diria que estou mais do que bêbada. Só tem um porém: eu não ingeri bebida alcoólica nenhuma.

Não vou mentir, meu corpo ficava em frenesi quando eu começava a dançar e a me entregar a algumas músicas. E é por isso mesmo que eu gostava de ir à balada quando tanta responsabilidade pesava sobre mim.

Que responsabilidade?

Meu namorado, se é que podemos chamá-lo disso. Leonardo e eu só estamos juntos porque os pais dele meio que o obrigaram e não é muito diferente da minha parte. Minha mãe é contra, mas meu pai... ah, meu pai ama o fato de eu namorar com o filho de seu melhor amigo e sócio.

O fato é que, nós concordamos com isso, pois caso contrário, ambos seríamos muito prejudicados, de formas diferentes. Mas, apesar disso, nosso relacionamento não é bem um relacionamento, porque Léo tem suas amantes.

Eu não tenho nenhum fixo, mas em dias de balada, eu não me reprimia. Ou seja, se eu quisesse ficar com alguém, eu ficava. Não ocorria muitas vezes, e muito raramente eu avançava para o sexo com eles.

Nem Leonardo e nem eu nos importávamos com as relações extras, porque não havia nenhum sentimento envolvendo nosso namoro. A única condição era que mantivéssemos isso à sete chaves, pois nossos pais achavam que nós vivíamos um maravilhoso romance (menos minha mãe, ela sabe que nada disso é passional); e era assim que tem que ser por enquanto.

Tudo bem, eu confesso que nós já ficamos, mas foi às vezes.

Às vezes.

Não tem regra, apenas trocamos beijos e fazemos sexo. É bom, porque não tem cobrança, é carnal e nunca passará disso.

— Oi, anjo — uma voz rouca e extremamente deliciosa sussurrou ao meu ouvido, ao mesmo tempo em que mãos grandes e firmes rodearam-me fortemente, descansando na minha barriga.

Toda a combinação resultou em alguns arrepios por diferentes partes do meu corpo.

Principalmente no meio das minhas pernas, diga-se de passagem.

Virei-me para ele e foi automático sorrir quando eu vi o homem muito bonito a quem dei algumas encaradas pouco tempo atrás, enquanto eu dançava. Ele era mais lindo ainda de perto.

— Anjo? — devolvi, com um sorriso discreto e malicioso, porque de anjo eu não tinha nada.

Em resposta, o estranho apenas sorriu e passou um braço por minha cintura, mantendo-me colada nele. Já o outro braço foi direto pra minha nuca, aproximando meu rosto do seu com firmeza.

Nossa diferença de altura era bem significativa, eu parava perto da linha do nariz dele, e olha que eu estava de salto alto.

— Prefere que eu chame por seu nome? — provocou, com nossos narizes quase se tocando pela pouca distância. Eu confirmei com a cabeça, ora mirando seus olhos, ora mirando seus lábios completamente convidativos. — E qual é seu nome, anjo?

Luxúria ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora