Hoje, eu prefiro escrever. Escrever pra não ter que ir ao seu encontro e falar coisas que pra você já não serve mais. Estou farta de dormir, acordar, comer, ter aula, conversar com os amigos e nada disso tirar você da minha mente. As vezes me pego pensando em como estaríamos se não tivesse ocorrido o fim. Será que você teria uma amizade com meus pais? Será que nós iríamos nos encontrar no metrô enquanto eu estivesse indo estudar e você trabalhar? Será que você iria cuidar de mim quando eu estivesse com cólica e não aguentasse nem ouvir seu nome? Será que a gente iria preferir ficar em casa jogando video game ao invés de ir ao cinema como todos os casais banais fariam? São tantos "será?". São tantas dúvidas. Tudo me conforta menos a dor de saber que você nunca irá ler isso, e saber das minhas dúvidas. E saber que ando sonhando com você me oferecendo amor, um amor que eu nunca tive, um amor que ninguém nunca me ofereceu. E saber que eu já provei tantos outros homens e nenhum se compara a você. E saber o quanto eu gostava do frio na barriga enquanto esperava você vim ao meu encontro. E saber que eu sinto falta de terminar a transa, deitar e te observar fumar, ainda nú, ainda entregue para mim. Ainda estou entregue a você.
