Capítulo 2

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Chanel deslizava pelas ruas da cidade com sua moto. Sim, porque a mulher era do tipo que pilotava com maestria. Uma bolsa pequena nos braços que continha seu celular, sua carteira com documentos e algumas notas, fora o distintivo de que tanto se orgulhava.

A moça era muito respeitada dentro de sua delegacia. Estava no cargo há três anos e possuía determinado apreço por seus colegas de trabalho. Desde os funcionários da limpeza, até os sargentos. Seus subordinados a apelidaram de Dona Perigo, óbvio que nenhum deles nunca ousou falar perto dela, mas a mulher não era boba nem nada e sabia da forma que era chamada.

No dia anterior lhe foi avisado que um investigador de fora chegaria para auxiliar em um caso que a estava dando dores de cabeça. Chanel achou desnecessário, não gostava de novidades e dava conta do recado com sua própria equipe.

A delegada estacionou sua querida Ducati Monster, tirou o capacete e arrumou rapidamente os cabelos. Cumprimentou alguns policiais enquanto se encaminhava à sua sala. Observava pelo caminho os novatos, desesperados para se mostrar eficientes. Achava-os fofos.

Chanel se preparava mentalmente para a chegada de seu mais novo colega de trabalho. Por mais estranho que pareça, a única informação que a moça havia recebido era que o investigador era conhecido por "agente Hale". Claramente um sobrenome, mas ela não sabia mais nada além da fama de "fodão no trabalho".

Sempre que pensava no assunto, ficava irritada. Além de ter a chegada indevida de mais um membro em sua equipe, ela não sabia sequer o seu nome. Havia tentado convencer seu superior diversas vezes de que era capaz de resolver tudo com sua equipe, sem precisar da intervenção de ninguém. Não era de todo mentira, a forma com que trabalhava e que comandava a delegacia era verdadeiramente eficiente. O único problema era que o caso não era tão simples quanto ela pensava.

Se tratava de um caso de tráfico de drogas. Eles vinham investigando a meses com dedicação, mas parecia que os criminosos estavam sempre um passo à sua frente. Chanel odiava se sentir impotente e era exatamente como ela se sentia nos últimos dias. A cada nova pista que encontravam, o sentimento de revolta vinha junto. Nenhum crime é perfeito, isto é fato, mas os bandidos da vez eram realmente bons em ser ruins.

Enquanto aguardava o novo agente chegar, a delegada analisava os relatórios da última busca que os policiais fizeram. Muita coisa não estava fazendo sentido. A invasão do galpão da ultima operação era sigilosa. Quando eles chegaram lá, não encontraram ninguém, era como se soubessem que os policiais viriam. Apenas havia um celular descartável que encontraram jogado no chão, alguns pacotes de maconha e um par de botas. Claro que todo o material foi mandado para análise, o problema é que nenhuma informação era tão relevante ao ponto de conseguirem incriminar alguém.

Desconfiava que havia alguém infiltrado em sua delegacia, mas não conseguia imaginar ninguém capaz de ser duas caras. Conhecia todos ali, se alguém fosse tão mau caráter para se juntar aos criminosos, essa pessoa teria muito sangue frio, porque ninguém lhe parecia ruim o suficiente para isso.

Daniel Hale chegou à delegacia acompanhado do chefe de polícia do estado, um homem de estatura mediana e conversa fácil. Ele sabia que o local era comandado por uma delegada durona, mas ele não tinha medo. Estava ali para fazer seu trabalho e não para conversa fiada.

Esbarraram por uns poucos policiais enquanto passavam pelos corredores da delegacia. Hale não fazia questão de cumprimentar ninguém, apenas o outro homem acenava para os três ou quatro policiais que encontraram pelo caminho.

Danny estava especialmente charmoso naquele dia. Seus cabelos recém cortados estavam no estilo militar. O homem costumava manter os cabelos um pouco grandes, mas por alguma razão deixou-os bem curtos. Estava tão bonito quanto antes.

Atração Mortal - Entre Balas E AcertosOnde histórias criam vida. Descubra agora