Destino - Camila G!P

Lauren Jauregui

POV Lauren

Despertei-me com o meu celular vibrando por baixo do meu travesseiro. Merda! Soltei um longo suspiro e após minutos em uma briga interna, abri meus olhos, coçando-os com as costas de minhas mãos. Peguei o aparelho irritante e fiz com que parasse de vibrar, jogando-o em minha cama novamente. Me sentei sobre o colchão macio e apoiei meu rosto em minhas mãos. Ontem havia sido um dia cheio, as marcas recente em meus pulsos denunciavam isso. Senti uma enorme vontade de chorar, mas me controlei. Apenas segui para o banheiro, na intenção de fazer minha higiene e tomar um banho.

Ao sair do banheiro, com uma toalha enrolada em meu corpo, caminhei para meu closet e peguei uma lingerie qualquer, um shorts jeans e uma camisa de manga comprida do The 1975, minha banda favorita. Vesti peça por peça pacientemente e segurei as mangas de minha camisa com certa força. Hoje era domingo, meu último dia antes de voltar para o inferno que o colegial. Não que eu sofresse algo lá, na verdade, eu até tinha uma amiga. Dinah Jane, a conheci ano passado e ela é a única pessoa legal daquele lugar que eu odeio, apenas por ter pessoas demais. Pessoas babacas.

Lembrei-me que meus pais avisaram que queriam conversar comigo e prontamente saí de meu quarto, desci as escadas e me direcionei para o cômodo da cozinha, onde encontrei ambos tomando o café da manhã. Eu e meus pais não nos davam muito bem, mas eu me esforçava. Na verdade, meu pai é um homem muito bom, mas Mike é capacho da minha mãe, Clara,  o que nos causa alguns conflitos. Minha mãe sempre me rejeitou, desde a infância e isso piorou drasticamente desde que me assumi bissexual, eu acho que tinha uns doze ou treze anos na época.

— Bom dia. — murmurei, me sentando em uma das cadeiras. Eu não sentia um pingo de fome, estava ali apenas porque estava curiosa sobre o que queriam falar comigo.

— Bom dia, minha filha. — meu pai respondeu fitando meus braços cobertos, não estava frio e ele sabia o motivo daquilo. Minha mãe apenas abriu um mínimo sorriso, então o homem continuou a falar. — Bom, Lauren, eu e sua mãe conversamos e decidimos levá-la em uma consulta, em outra clínica. Sei que não vai há algum tempo, mas decidimos que seria bom para você.

Eu fitava meus pais sem saber o que falar. Eu não queria voltar a um lugar daquele tipo, eu não precisava de ajuda. Eu apenas queria ficar sozinha, não precisava de um psicólogo.

— Mas pai.. Eu..

— Sem mas, Lauren! — Fui interrompida pela mulher. — Nós já agendamos sua consulta para amanhã às quatro da tarde.

Me levantei sem dizer uma palavra sequer. Já agendaram? Sem nem antes me perguntar sobre isso? Tudo o que eu consigo sentir é raiva! Agora entendo porque meus irmãos foram morar com meus tios. Adentrei meu quarto, batendo a porta. Me joguei em minha cama, sentindo as lágrimas molharem o meu rosto e fechei meus olhos com força. Peguei o meu aparelho celular e mandei uma mensagem para Dinah, mas apaguei antes mesmo de sua resposta.