Capítulo 3 - Razão

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Após mais de um dia desacordado, Drake acorda numa cama de hospital já dentro da colônia, o mesmo tenta levantar mas seu corpo estava muito fraco e não conseguia nem ao menos força para se sentar, então chega seu tio Teryl bebendo café e com os olhos cansados como se tivesse ficado lá o tempo todo ao lado de Drake.

- Calma aí garoto, você sabe o quão sérias são suas feridas?

- Pode não parecer mas você fraturou diversos ossos, não pode querer sair levantando assim. Diz Teryl enquanto coloca a mão no ombro de Drake, o ajudando a deitar novamente.

- Tio, não consigo me lembrar muito bem como vim parar aqui? Pergunta Drake sem entender o que estava se passando.

- Eu e alguns outros exploradores saímos atrás de vocês e lhe encontramos machucado do lado de fora de um prédio. Responde Teryl.

- Eles? Você quer dizer o Will e a Grace? Pergunta Drake.

- Sim Drake, onde vocês estavam com a cabeça, para inventar de sair da colônia? Teryl responde com um ar de tristeza.

- Verdade, minhas lembranças estão meio embasadas, a última coisa que eu me lembro é de eles me jogando por uma janela.

- Me jogaram de uma janela... para tentar me salvar. Tio onde eles estão? Pergunta Drake apreensivo.

- Estão mortos... Responde um investigador até tinha acabado de entrar na sala.

- Will um jovem inteligente e promissor, podia até ter se tornado alguém grande, importante na colônia mas foi encontrado com diversas feridas ao redor do corpo, cortes, mordidas, ossos quebrados, como se tivessem brincado com ele até morrer.

- E quanto a Grace me contaram que era uma menina que sonhava em entrar para o grupo de exploradores, é uma pena mas ela está desaparecida, depois de procurarmos foi encontrado sangue dela no local e como esses animais gostam de se alimentar de presas fêmeas... Diz o investigador até ser interrompido por Teryl.

- O garoto acabou de acordar depois de tudo isso, você não pode esperar para fazer as perguntas? Pergunta Teryl nervoso.

Drake sem saber o que dizer nem sentir entra num tipo de estado de choque ao descobrir que seus amigos estão mortos.

- Mas então garoto você vai explicar exatamente como vocês saíram da colônia em primeiro lugar? Pergunta o investigador ignorando Teryl.

- JÁ CHEGA! Se você quiser abrir uma investigação faça isso... Mas agora eu sou o guardião deste garoto e digo que ele não está em condição de responder a nenhuma pergunta. Diz Teryl enquanto expulsa o investigador do quarto.

- Você deve parar de tratar ele como uma criança. Diz o investigador olhando para Teryl.

- Eu acabei de mandar você sair, se não for por bem, eu mesmo o tirarei do quarto. Responde Teryl com raiva.

- Dois jovens estão mortos e o único que tem a resposta está bem aqui na nossa frente. Diz o investigador.

- Agora! Teryl fala enquanto o investigador dá as costas e sai do quarto.

- Meu garoto olha bem pra mim, eu tô do seu lado vai dar tudo certo. Diz Teryl enquanto olha nos olhos de Drake. Que sem falar nada apenas começa a chorar.

Se passaram alguns dias Drake está usando muletas pra ajudar na locomoção e recebe uma alta temporária do hospital para ir ao enterro de seus amigos. Will era órfão tanto pai quanto a mãe morreram trabalhando como exploradores, então apenas amigos apareceram do seu lado. Grace ambos seus pais estavam presente, sua mãe chorando em cima de um caixão simbólico enquanto seu pai percebe a presença de Drake e se aproxima dele.

- O que você está fazendo aqui? Pergunta o pai de Grace para Drake.

- Vim prestar minhas condolências. Diz Drake com uma fraca voz enquanto olha pra baixo.

- Não tem nem a mínima coragem de olhar pra minha cara. Pai de Grace segura Drake pelo pescoço o forçando ao olhar.

- Sinto muito. Diz Drake com olhos tristes.

- Porque? Porque você os abandonou? Porque minha filha? Porque não você? São tantas perguntas... Você vai responder alguma delas garoto? Pai de Grace apertava mais o pescoço de Grace, quando Teryl pôs sua mão sobre e o mandou soltar.

- Eu sinto muito. Eu sinto muito. Eu sinto muito. Drake já não conseguia falar outra coisa enquanto não parava de chorar.

- Se você realmente sentisse se mataria pra eu não precisar ficar olhando pra essa sua cara todos os dias. Diz pai de Grace e se retira indo para perto de sua esposa.

Drake se aproxima dos caixões de seus amigos diz algumas palavras e logo vai embora sendo acompanhado por seu tio.

Dias, semanas, meses se passavam e Drake continuava se culpando pelo o que tinha acontecido, ele continuou seus estudos, mas se alimentava mal, não saia mais, só fazia oq lhe era mandado, seu tio tentava dar todo suporte que podia mas ele já havia perdido a vontade de viver, o propósito pelo qual ele estava vivo.

Passaram quatro anos desde a morte de Will e Grace, por recomendação de seu Tio Drake se juntou a academia dos Protetores. Depois de completar seu treinamento com excelentes notas tanto teóricas quanto práticas ele começa seu trabalho como um dos protetores da colônia. Após alguns meses de serviço todos convites de encontro entre os colegas de trabalho Drake recusava mas ainda assim era um dos melhores protetores da colônia, no fim de um de seus expedientes no caminho de volta pro quartel Drake escuta gritos de um dos guardas.

- Abram os portões, tem uma jovem machucada vindo pela estrada.

Por instinto Drake corre e passa pelo portão antes do mesmo estar todo aberto em direção a jovem, que cai em seus braços, uma jovem mulher de olhos e cabelos escuros, vestindo uma roupa camuflada com algumas feridas pelo corpo, ela tenta dizer algo à Drake mas acaba desmaiando.

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