epilogue

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(...)

Miserável. Essa era a palavra que Louis usaria para descrever a si mesmo.

Um dia havia passado desde que não via Harry, e arrependia-se amargamente por tê-lo deixado escapar como areia fina entre seus dedos. Ele sabia que seria assim desde primeiro dia, quando enxergou no garoto uma disposição anormal para conseguir a foda com Zayn, mas pensou que depois dessa semana que tiveram juntos, cheia de toques, olhares e palavras, ficar seria o suficiente para ele.

Não foi.

O mais velho suspirou pela centésima vez, farto de escavar seus pensamentos a procura de qualquer coisa sobre Harry para suprir sua ausência. Ele precisava aceitar que não teria a pele macia contra a sua, nem os olhos verdes magníficos observando-o e muito menos os lábios que causaram-lhe uma explosão de sentimentos agridoces em contato com os seus novamente.

Então, o que restava-lhe eram as lembranças dos detalhes de Styles.

Os cachos foram o que chamou sua atenção a primeira vez que o mais novo estivera em sua casa; o modo como as ondas chocolate emolduravam seu rosto era incrivelmente único. Haviam também os olhos verdes profundos, que transformavam-se em personalidades diferentes a cada pequeno instante: num momento, eram íris claras e inocentes, aparentando pertencer a uma criança e no outro, mostravam-se exóticas, lascivas e maduras.

Todavia, nada fascinava-lhe mais no garoto do que sua boca. O cacheado era dono de um sorriso perfeito, decorado por duas covinhas nas laterais, uma vitalidade cativante e lábios avermelhados e tentadores, que ultrapassavam qualquer outros em maciez e doçura. Em toda sua vida, o tatuado nunca teve um beijo tão profundo e cheio de significado como aquele.

Ah, o beijo... Aquele beijo era a primeira coisa em que pensava ao acordar e a última ao dormir. Lembra-se de tê-lo segurado firme como nunca, para prolongar a sensação de como era ter o garoto em seus braços uma última vez; ele segurara-o com força não só por saber que Zayn o teria para si depois daquela noite, mas também porque recusava-se a deixar a melhor coisa que teve em meses ir para longe.

Foda-se, ele se foi, o tatuado pensou enquanto acomodava-se no sofá com uma long neck em mãos e os olhos cansados captando os movimentos de um jogador que tinha a posse da bola no jogo que estava assistindo.

Tomou um gole do líquido amargo, degustando-o por poucos segundos antes de senti-lo descer frio por sua garganta. Não era como se o jogo tivesse muita importância, pois não tinha já que seu time favorito havia saído do campeonato; estava-o assistindo porque não havia sobrado nada mais para fazê-lo recordar-se de Harry além do time estúpido que havia ganhado do seu dois dias atrás.

Talvez fosse melhor assim, sabe. Não ter nada para recordar-se dele, aliás, bem agora ele deveria estar na terceira foda da noite se o encontro deu certo. Não queria nenhum mínimo resquício do garoto em sua casa, nem mesmo esse jogo idiota que o fazia sentir como se estivesse com a boca de Harry em seu pau de novo, igual fizera naquela noite. Com esse pensamento, Louis desligou a TV, bebendo a cerveja em longos goles, estes que não foram o bastante para deixá-lo atordoado, mas o suficiente para fazê-lo relaxar.

E ele relaxou. Relaxou a tal ponto que quem diabos tocou sua campainha, precisou repetir a ação pelo menos mais duas vezes até que o moreno escutasse.

Franziu o cenho, confuso. Não tinha chamado ninguém para sua casa, e única pessoa que poderia aparecer à essa hora da noite estava com outro, então não haviam muitas opções. Hesitante, fez seu caminho até a porta e destrancou devagar, abrindo-a na mesma velocidade.

- Harry?! - sua voz saiu estridente em surpresa. Ele não deveria estar com Zayn? - O que você está fazendo aqui?

Styles recuperou o fôlego antes de entrar, sem em segundo nenhum tirar seus olhos dos azuis de Louis.

come a little closer let me taste itOnde histórias criam vida. Descubra agora