P R Ó L O G O

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Quando Josh me chamou para aquela festa, eu sabia que era uma má ideia. Eu não conhecia seus amigos novos e certamente a cidade inteira estaria lá. Ele sabia o quanto eu odiava ter que cumprimentar a todos só porque vivemos em uma cidade pequena e se não o fizesse, bom, eles falariam no dia seguinte.

Estava insegura comigo mesmo. A imagem ao espelho refletia um alguém que a muito eu não via. Estava bonita. Estava muito bonita. E talvez por isso toda essa insegurança. Preferia me enfiar em meu jeans usual e minhas camisas com um tamanho acima. Era mais confortável e me deixava mais segura, só não era para uma festa na beira da praia.

Respirei fundo várias vezes até finalmente tomar coragem de sair de casa assim. Como não ficava tão distante, resolvi ir caminhando mesmo, assim aproveitava para gravar ao máximo a visão dessa cidade que logo deixaria de ser meu lar.

Mesmo de longe já podia avistar o quão grande era a multidão formada na praia. Quis logo voltar para casa.

Talvez eu pudesse só ver o Josh por alguns minutos, dar "oi" para algumas pessoas e sair dali o mais rápido possível.

Talvez.

Quanto mais eu me aproximava das pessoas, maior o barulho ficava. Já conseguia ouvir a música que alguém tocava e algumas pessoas cantando em coro.

Estava tão distraída com a música e com a lua iluminando e refletindo no mar, que mal percebi quando aconteceu o impacto. Senti algo se chocar a mim e logo estava caída no chão repleto de areia.

— Aí — murmurei.

— Me desculpa — ouvi uma voz masculina — Eu não queria...

— Você devia prestar atenção por onde anda antes de sair tropeçando nas pessoas — não contive minha indignação.

Ele estendeu a mão e eu a segurei. Foi então que levantei os olhos e me permiti encarar a pessoa que havia me deixado no chão.

Seus olhos azuis eram intensos. Tão intensos que me fizeram perder o fôlego em segundos, sentia como se ele pudesse enxergar meus pensamentos mais íntimos. Havia mistério naquele olhar.

Seus cabelos estavam perfeitamente desalinhados, como uma arte bonita de se ver ao olhar todo o conjunto. Seus braços eram fortes e seu corpo também. Ele era um pouco mais alto que eu e vestia uma blusa branca que deixava a mostra parte do seu peitoral.

— Me desculpa mesmo — sua voz rouca me despertou dos pensamentos impuros que estava tendo.

Aquela voz.... adoraria tê-la próxima ao meu ouvido.

— Tudo bem — tentei não falhar ao dizer.

Precisei passar a mão várias vezes pelo meu vestido até ele estar totalmente livre da areia.

— Vejo que está sozinha — ele continuou — Acho que posso te fazer companhia.

— Oferecido você — ri — além de me jogar ao chão acha que tem o direito de me dar uma cantada.

Ele sorriu.
Seu sorriso era maravilhoso.

— Eu não estou te dando uma cantada — ele deu de ombros — só queria ser gentil.

— Mas não precisa ok? Não precisa tentar compensar o que aconteceu. Você pode ir agora.

Fui mais rude do que gostaria.

Só que a sensação que ele me causava, me assustava. Eu sentia arrepios pelo meu corpo a cada vez que ele abria a boca ou quando colocava seus olhos em mim. Queria me ver livre dessa sensação.

— Já que você quer assim — ele deu de ombros — sei que outras gostariam da minha companhia.

— Ótimo, se isso deixa seu ego melhor, vá encontrá-las, porque com certeza não sou uma delas.

Ele me encarou por uma última vez antes de se virar e seguir para qualquer outro lugar longe da minha vista.

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⏰ Última atualização: Jun 05, 2018 ⏰

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