Os raios solares caíam descaradamente sobre a pele alva do garoto. Esse soltou um sorriso sarcástico, maneou com a cabeça negando seu pensamentos idiotas e despejou uma boa quantidade de soju em sua boca. O líquido amargo e ardente queimavam sua garganta, porém ele ansiava por sentir mais uma vez o gosto da bebida alcoólica.
— Aigoo. — Soluçou entre risos, deixou a garrafa de vidro vazia rolar pelo gramado enquanto tentava contemplar a paisagem, porém seus olhos embargados não permitiam.
Tateou o gramado procurando mais uma garrafa, grunhiu frustado assim que percebeu que acabara com o estoque. Passou as mãos entre seus cabelos finos, arfou baixo e tentou se equilibrar para abandonar o lugar mas em uma tentativa frustada o vulto masculino caiu mais uma vez no chão.
[...]
Ji-Hyun carregava as pesadas compras em seus braços esguios, soltou uma diversidade de palavrões ao mesmo tempo que tentava permanecer com os sacos equilibrados em seu corpo. Os passos eram lentos, o seu coração batia muito rápido e os cabelos permaneciam colados em sua testa suada. Pousou os sacos no chão, tentou recuperar o fôlego colocando a mão sobre o peito e seus olhos se moveram pelo beco sem saída assim que ouvira um gemido doloroso.
— Está aí alguém? — Gritou, assustada. O seu corpo pequeno tremia desesperado para ajudar, porém sua consciência alertava o quanto era errado.
Escutou um soluço alto, vislumbrou os sacos no chão e mais uma vez suas orbes escuras fixaram aquele beco que apesar de assustador, agora lhe suscitava uma certa curiosidade. Com cautela, caminhou entre as paredes escuras que cobriam o espaço sem saída, o vento soprou mais forte fazendo seus cabelos dançarem e os olhos da garota se arregalaram assim que se deparou com um moço de pele clara, cabelos negros e rosto de criança em um estado lamentável.
Apoiou-se de joelhos, suas mãos dirigiram-se às bochechas de Yoongi de uma forma espontânea e ela se amaldiçoou por, em um momento crítico, ficar encantada com tal beleza de um desconhecido.
— Você está bem? — Ela perguntou, ansiosa. O rapaz crispou os olhos tentando descobrir de onde vinha uma voz tão dócil. As mãos masculinas tocaram nas delas que ainda se situavam em sua face, a mesma adotou uma forte ruborização em seu rosto envergonhada pelo toque quente que Yoongi lhe proporcionava.
— Ago-Agora estou. — Ele riu devido ao seu comentário.
— Mas... — Ela calou-se, achava que seria ridículo questionar sobre o seu estado a alguém que estava quase morrendo ao seu lado.
— Save me. — Ele agarrou o pulso da moça puxando-a para mais perto, Ji-Hyun sentiu-se desesperada pelo toque impulsivo de Yoongi mas o olhar brilhante do mesmo comoveu-a.
[...]
Ela jogou o corpo masculino no seu sofá, Yoongi resmungou devido à força exercida da moça pequena e Ji-Hyun encarou seu notebook se desculpando mentalmente, por naquele dia, atrasar mais uma vez a entrega de seu trabalho na faculdade.
— Bêbedo. — Murmurou, irritada. Enquanto a garota transportava o jovem até sua casa, foi vítima de comentários desagradáveis provenientes daquele idiota que agora gargalhava sozinho brincando seus dedos.
— Sua bun-bunda nem de-deve dar para apertar. — Yoongi sorriu para a mesma com seu sorriso gengival, suas bochechas rosadas no tom claro davam-lhe um perfil fofo.
— E sua falta de responsabilidade é tão mínima que até tenho medo de argumentar com você. — Defendeu-se passando a mão entre os cabelos.
— Vo-Você é bonita de-demais... — Ele olhou em redor, atordoado. — ... para o meu gosto. — Riu mais uma vez. — Menti-Mentira cara. Estou tão bêbedo que nem consi-consigo ver você. Será que você é apenas um cara com cabe-cabelo comprido?
Ela desistiu de argumentar, dirigiu-se apressadamente até a cozinha com um sorriso ladino no rosto enchendo uma bacia com água gelada.
Yoongi decidiu concentrar sua visão na moldura ao lado do sofá, os rostos estavam embaciados mas conseguia decifrar que a relação das pessoas em questão era próxima. Assustou-se assim que sentiu água fria sendo despejada sobre seu corpo, levantou-se com raiva e seu estado permitiu o mesmo cair sobre a moça.
Ji-Hyun arregalou os olhos assim que se cruzou com tal situação, já não bastava ter que cuidar de um completo bêbedo, ainda tinha o mesmo aprisionado em seu corpo. A jovem permaneceu hipnotizada com aquele olhar intenso e a beleza incontestável de Min Yoongi, o cheiro a álcool batia contra o seu rosto e apesar da mesma odiar tal aroma, não conseguia negar o quanto o garoto louco era desejável.
Será que ele era uma pessoa comum em estado sóbrio?
— Consi-Consigo sentir seu coração. — Ele debochou. — Seus peitos pe-pequenos facilitam o tra-trabalho.
Enraivecida, empurrou o desconhecido para o seu lado esquerdo e grunhiu frustada. Levantou-se apressadamente sentindo seu sangue fervilhar e se ele não estivesse em um estado tão lastimável, ela pretendia socar ele até desformar aquele rosto tão bonito.
— Sua boca fede. — Tentou lançar um comentário negativo mas Yoongi gargalhava sobre o efeito do álcool.
[...]
A chuva batia na vidraça, o vapor do chocolate quente tocava em seu rosto e Ji-Hyun saboreava a sua bebida deliciosa e preferida nos tempos mais escuros.
O espreguiçar se fez ouvir, seus olhos correram desesperados ao garoto que a encarou assustado, apesar de seu semblante sonolento.
— Quem é você? — Ele indagou, perplexo. Yoongi observou o espaço tentando decifrar de que se tratava de um lugar conhecido.
— Pabo! — Ji-Hyun abanou a cabeça negando as atitudes que o branquelo tivera no dia anterior. — Quem deveria perguntar isso sou eu.
— Eu que estou em sua casa. — Yoongi respondeu, seco. — Quem precisa de explicações aqui sou eu.
— Como é que é?
Ele riu fraco. — Ou será que vim parar de pára-quedas até aqui. — Yoongi concentrou ainda mais seu olhar sobre a mesma que tremia de raiva. — Quer dizer, é sua casa, não é?
— Ya! — Ela gritou pousando sua caneca sobre a mesa. — Você é um insolente. — Foi até o mesmo e agarrou o colarinho de sua camisola deixando Yoongi exibir um sorriso satisfeito.
— Você me vai bater? — Ele perguntou, provocativo.
— Vou. — Distribuiu tapas leves no vulto masculino, Yoongi se divertia com as tentativas frustadas de Ji-Hyun para o machucar. — Eu te ajudei, seu canalha.
Ele agarrou os pulsos da moça e Ji-Hyun assustou-se com o olhar penetrante daquele jovem provocativo.
— Eu não pedi ajuda. — Disse, entredentes.
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Shortfics BangTan
FanfictionUm livro repleto de pequenas histórias que envolvem os integrantes do grupo sul-coreano Bangtan Boys. Obra de Ficção ✅ Começou a 8.06.2018. Não copie esta obra, plágio é crime.